O transtorno de ansiedade configura uma das desordens mais comuns entre
as síndromes psiquiátricas. Da mesma forma, percebe-se a ansiedade como um fator iminente de prejuízo à qualidade de vida e risco de suicídio. Vários estudos têm demonstrado uma prevalência elevada de transtorno de ansiedade em alunos de medicina. Dentre os fatores que podem contribuir para esse achado estão a carga horária extensa, a complexidade dos conteúdos e a responsabilidade envolvida no exercício da profissão. Há poucos estudos avaliando os alunos da Faculdade de Medicina da UFC. O objetivo deste trabalho é avaliar a prevalência desse transtorno entre alunos cursando o sexto semestre do curso de Medicina, buscando também detectar quais os principais sintomas relacionados. Aplicamos a Escala de Ansiedade de Beck-A em 60 alunos dentre os 80 matriculados. Esse questionário avalia a prevalência de sintomas característicos da ansiedade no decorrer da última semana. A escala pode ter um resultado máximo de 63 pontos e as categorias são 0-10 (grau mínimo de ansiedade), 11-19 (ansiedade leve), 20-30 (ansiedade moderada) e 31-63 pontos (ansiedade severa). Como resultado, tivemos 38 alunos cujos questionários indicaram ansiedade em grau mínimo, 17 em leve e 5 em ansiedade moderada. Nenhum aluno atingiu pontuação para grau severo, porém apenas 4 completaram escore zero (todos os sintomas ausentes). Os sintomas mais apresentados foram “inseguro(a)” com 44, “nervoso(a)” com 40, “medo de acontecimentos ruins” com 38 e “incapaz de relaxar” com 36 questionários. Aqueles mais contados como severos foram “inseguro(a)” e “medo de acontecimentos ruins”, ambos com 3. Os resultados deste trabalho comprovam a alta prevalência (37% dos entrevistados) do transtorno de ansiedade em alunos de medicina. Dessa forma, é necessário um acompanhamento e suporte a esses alunos por parte da faculdade e da sociedade em geral.