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EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS - INVENTÁRIO - PARTILHA JUDICIAL - ACORDO -

HOMOLOGAÇÃO - COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL - RECURSOS PENDENTES -


PERDA DE OBJETO - PRECLUSÃO CONSUMATIVA - RECURSO DE TERCEIRO
INTERESSADO - CRÉDITOS LÍQUIDOS E CERTOS COM RESERVA DE QUINHÃO -
CRÉDITOS RECLAMADOS E NÃO RECONHECIDOS JUDICIALMENTE -
EXCLUSÃO - QUESTÃ COMPLEXA ESTRANHA AO INVENTÁRIO -
ILEGITIMIDADE RECURSAL.

- A qualquer tempo, ate o trânsito em julgado, as partes podem celebrar


acordo e, em sendo homologado, ocorrerá preclusão lógica das pretensões
recursais pendentes.
- Estando os autos em grau de recurso, a competência para homologar o
acordo é do Tribunal respectivo onde tramita o recurso.

- Somente poderão ser incluídos no inventário créditos líquidos e certos.

- Eventual pretensão de valores de terceiro, que não estejam representados


por títulos líquidos e certos, não podem ser objeto de destaque no
inventário, salvo ordem expressa em liminar de juízo competente, nada
impedindo a sua cobrança dos herdeiros, nos limites da força da herança.
- A existência de demanda judicial contra o Espólio ainda em fase de
conhecimento não impede a homologação da partilha.

EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO ORDINÁRIA DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS E MATERIAIS POR ATO ILÍCITO - ILEGITIMIDADE PASSIVA "AD
CAUSAM" - REJEIÇÃO - PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA - NÃO
OCORRÊNCIA - PROVA ORAL DESNECESSÁRIA - ACIDENTE DE TRÂNSITO -
COLISÃO FRONTAL- VEÍCULOS PARTICULARES - INVASÃO DA CONTRAMÃO
DIRECIONAL PELA PARTE RÉ - IMPRUDÊNCIA - FALECIMENTO DA VÍTIMA -
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA - CONFIGURAÇÃO - DEVER DE REPARAR
- DANO MORAL - EXISTÊNCIA - DANO MATERIAL - EXISTÊNCIA - DESPESAS
COM SERVIÇOS FUNERÁRIOS DEMONSTRADA - LIDE SECUNDÁRIA - DANOS
CORPORAIS - ABRANGÊNCIA DOS DANOS MORAIS - IMPOSSIBILIDADE - HÁ
CLÁUSULA CONTRATUAL EXPRESSA DE NÃO ABRANGÊNCIA
- Constitui parte legítima para figurar no pólo passivo da relação jurídico-
processual aquele que, em tese, suportará os efeitos oriundos da satisfação
da pretensão deduzida em juízo.
- O proprietário do veículo responde solidariamente com o seu condutor,
pelos danos causados culposamente a terceiros em acidente de trânsito.
- Como sabido, conforme art. 370 do CPC/15, ao julgador incumbe indeferir,
mesmo de ofício, a produção de prova que não seja útil ao deslinde do feito.
- Não há nulidade do processo ou da sentença, ao fundamento de que houve
cerceamento de defesa, se foi observado o devido processo legal e, ainda, se
há provas nos autos suficientes para a formação do convencimento do
julgador.
- Considerando que o caso dos autos enquadra-se na esfera da
responsabilidade extracontratual subjetiva, faz-se necessária para sua
configuração a existência de: a) ato ou omissão antijurídico (culpa ou dolo),
b) dano e c) nexo de causalidade entre ato ou omissão e dano (artigos 186 e
927, ambos do CC/2002).
- Provado o acidente e a ocorrência do falecimento da vítima, é de se
reconhecer o dano moral, eis que manifesta e incontestável a dor, o
sofrimento e a angústia advindos de tal circunstância.
- O julgador, quando da fixação da indenização por danos morais, deve
atentar para a sua extensão, para o comportamento da vítima e para o grau
de culpabilidade do ofensor, a fim de que aquela possa ser pedagogicamente
repreendido a não mais praticar o ato, haja a reparação à vítima, no caso
seus herdeiros, pelo sofrimento vivenciado, sem, contudo, gerar o
enriquecimento sem causa.
- Comprovada as despesas com os serviços funerários, é de se reconhecer o
dano material.
- Consoante estabelece a Súmula 402 do Superior Tribunal de Justiça, "o
contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo
cláusula expressa de exclusão".
- Se restar demonstrado nos autos a previsão expressa de que os danos
corporais não abrangem os danos morais, não há como condenar a parte
denunciada ao pagamento direto e solidário do valor arbitrado a título de
danos morais, em razão da ausência de cobertura contratual para tanto.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
ILEGITIMIDADE ATIVA DA VIÚVA EM RELAÇÃO AO PLEITO DECLARATÓRIO.
INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO FALECIDO NO CADASTRO RESTRITIVO DE
CRÉDITO. DANO MORAL INDIRETO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. QUANTUM.
RAZOABILIDADE.
- A titularidade do direito de pleitear a declaração de inexigibilidade de
determinado débito é daquele que efetivamente sofre o prejuízo advindo do
ato ilícito, no caso, o falecido, haja vista que foi o seu nome que fora
indevidamente lançado no cadastro dos maus pagadores, de modo que
somente ele poderia postular sua exclusão.
- A negativação indevida do nome de pessoa falecida ofende a honra e a
imagem do de cujus e gera repercussões que afetam de forma grave
os herdeiros, suficientes para caracterizar a ocorrência de dano moral
indireto.
- A indenização por danos morais deve ser arbitrada com observância da
natureza e da intensidade do dano, da repercussão no meio social, da
conduta do ofensor, bem como da capacidade econômica das partes
envolvidas.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO COMINATÓRIA - PLANO DE SAÚDE -


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PLEITO INDENIZATÓRIO - DANOS MORAIS -
FALECIMENTO DA PARTE AUTORA - HABILITAÇÃO DE HERDEIROS -
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - INTIMAÇÃO PARA REGULARIZAÇÃO - NÃO
CUMPRIMENTO - PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E DE
DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO - AUSÊNCIA -
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - SENTENÇA
MANTIDA. Sobrevindo o falecimento do autor no curso da demanda, e sendo
transmissível o direito em litígio, deve ser determinada a intimação do
espólio, sucessores ou herdeiros, a fim de que seja manifestado eventual
interesse na sucessão processual, com a respectiva habilitação no prazo
designado, sob pena de extinção do processo, sem resolução de mérito (art.
313, §2º, II, do CPC). Considerando a inércia dos herdeiros quanto à
regularização da representação processual, deve ser extinto o feito, sem
resolução do mérito, por ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo, consoante os termos do
artigo 485, IV, do CPC de 2015. V.V.: Desde que deferido o pedido de
antecipação dos efeitos da tutela no âmbito da ação cominatória de
obrigação de fazer proposta contra prestadora de serviços médico-
hospitalares - gestora de plano de saúde - o falecimento da parte autora não
acarreta a extinção do processo, sem o julgamento de mérito, de vez que
permanece hígido o interesse da parte ré em discutir sobre a quem compete
arcar com o custo do procedimento médico já prestado por força de decisão
judicial. O Código de Defesa do Consumidor aplica-se aos planos de saúde,
conforme sedimentou o enunciado de Súmula n. 469 do Superior Tribunal de
Justiça. As hipóteses de exclusão de cobertura são limitadas pela
razoabilidade, de forma que os tratamentos previstos e a própria finalidade
do contrato não sejam obstados. A saúde, como bem intrinsecamente
relevante à vida e à dignidade humana, foi elevada pela atual Constituição da
República à condição de direito fundamental do homem, não podendo, por
isso, ser considerada como simples mercadoria, nem confundida com outras
atividades econômicas. Não só o Estado, mas também os particulares estão
imbuídos de perseguirem os interesses públicos, prestando assistência
médico-hospitalar satisfatória, capaz de assegurar, necessariamente, o
princípio da dignidade da pessoa humana, estatuído como bem maior no art.
1º, inc. III, da CR/88. Verificando-se, à época, a necessidade e urgência dos
profissionais especializados para o tratamento da parte acometida por HIV e
câncer, não poderia o plano de saúde ir de encontro ao princípio da
dignidade humana ao indeferir os procedimentos e medicamentos
necessários de serem realizados considerando que o valor da vida deve estar
acima de quaisquer outras razões. Eventual cláusula restritiva de cobertura,
especificamente neste caso, se revela exageradamente desvantajosa ao
consumidor, sendo contrária à boa-fé objetiva que norteia as relações
contratuais.

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