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APELAÇÃO CÍVEL - REVISIONAL DE CONTRATO - GRATUIDADE

JUDICIÁRIA - PARTE FALECIDA E SUBSTITUÍDA


POR HERDEIROS - COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE -
BENEFÍCIO DEFERIDO - JUROS REMUNERATÓRIOS INFERIORES A
1,5 A TAXA MÉDIA DE MERCADO - INEXISTÊNCIA DE
ABUSIVIDADE - JUROS MORATÓRIOS ABUSIVOS - LIMITAÇÃO -
CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS - CONTRATAÇÃO - POSSIBILIDADE -
SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA - VENDA CASADA -
VEDAÇÃO - IOF - LEGALIDADE - AVALIAÇÃO DO BEM - REGISTRO
DO CONTRATO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO -
RESSARCIMENTO - IMPOSSIBILIDADE - SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. O art. 5º, LXXIV, da CR, determina que
o Estado preste, aos que comprovarem insuficiência de recursos, a assistência
jurídica integral, garantindo, assim, o acesso de todos ao Judiciário.
Comprovado que os herdeiros da parte falecida não auferem renda suficiente,
impõe-se a concessão do benefício da gratuidade judiciária. Nos termos da
súmula n. 297 do STJ, aplicam-se aos contratos bancários o CDC. Admite-se
a revisão contratual para exclusão das cláusulas abusivas. A limitação de juros
em percentual de 12% (doze por cento) ao ano, prevista na Lei de Usura
(Decreto n. 22.626, de 1933), não se aplica aos contratos de crédito celebrados
por entidades pertencentes ao SFN (STF, súm. 596). Ausente prova da
abusividade dos juros remuneratórios contratados, que não ultrapassam uma
vez e meia a taxa média de mercado, impõe-se a confirmação da sentença que
rejeitou a pretensão de limitação dos juros. Nos contratos bancários
celebrados a partir de 31/03/2000 é admitida a capitalização de juros com
periodicidade inferior a um ano nas operações realizadas por instituições
financeiras integrantes do SFN, desde que tal estipulação esteja prevista, nos
termos que dispõe a Medida Provisória n. 1.963-17 (STJ, REsp n.
973.827/RS). Evidenciada a contratação da capitalização mensal dos juros,
impõe-se sua manutenção. É abusiva a cobrança de juros moratórios
superiores a 1%ao mês, impondo-se a revisão da cláusula para limitação
e exclusão da abusividade constatada. As partes podem convencionar o
pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras e de Crédito (IOF) por
meio de financiamento acessório ao mútuo principal, sujeitando-o aos mesmos
encargos contratuais (STJ, REsp 1255573/RS). É válida a tarifa de avaliação
do bem dado em garantia, bem como da cláusula que prevê o ressarcimento de
despesa com o registro do contrato, ressalvadas: a comprovação da realização
da despesa e a possibilidade de controle da onerosidade excessiva, em cada
caso concreto. A Instituição Financeira, por se tratar de contraprestação, deve
demonstrar o desembolso de valores por meio da guia de pagamento ao
DETRAN - certificado de propriedade com alienação - e laudo de avaliação
do veículo (ou outro documento) firmado pelo prestador do serviço.
Reformada a sentença e constatada a sucumbência recíproca, distribuem-se os
ônus sucumbenciais. Recurso parcialmente provido.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - NEGATIVA DO PLANO
DE SAÚDE EM FORNECER MEDICAMENTO - COMPROVAÇÃO DA
NECESSIDADE - ILEGALIDADE DA EXCLUSÃO DA COBERTURA
SECURITÁRIA - DANOS MORAIS CONFIGURADOS - FALECIMENTO
AUTORA NO CURSO DA LIDE - TRANSMISSIBILIDADE DO CRÉDITO
AOS SUCESSORES - CONTEÚDO ECONÔMICO DA REPARAÇÃO
TRANSMISSÍVEL AOS HERDEIROS.
O fato de ter a Autora falecido no curso da lide não impede o arbitramento de
justa indenização, reconhecida a transmissibilidade do respectivo crédito aos
sucessores, sendo certo que, o que se transmite não é o dano propriamente
dito, mas a correspondente indenização.
Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o Tribunal deve
julgar desde logo a lide, se o processo estiver em condições de imediato
julgamento e reformar sentença que extinguiu o feito, sem resolução de
mérito, por ilegitimidade da parte. Inteligência do art. 1.013, § 3º, do CPC/15.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem reconhecendo o direito
ao ressarcimento dos danos morais advindos da injusta recusa de cobertura
securitária, pois tal fato agrava a situação de aflição psicológica e de angústia
no espírito do segurado, uma vez que, ao solicitar o medicamento, já se
encontrava em condição de dor, de abalo psicológico e com a saúde
debilitada.
EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO
DE EXCLUSÃO DE HERDEIRO POR INDIGNIDADE. ARTIGO 36, I, DO RITJMG.
COMPETÊNCIA RECURSAL DETERMINADA EM FUNÇÃO DA MATÉRIA E NÃO
DO JUÍZO QUE PROFERIU A DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA DE DIREITO
SUCESSÓRIO. COMPETÊNCIA DA 1ª A 8ª E DA 19ª CÂMARAS CÍVEIS DESTE
TRIBUNAL.
1 - Para a fixação da competência recursal em ação declaratória
de exclusão de herdeiro por indignidade, em obediência ao art. 36 do
RITJMG, deve ser observada a matéria discutida na demanda e não o juízo
que proferiu a decisão recorrida.
2 - Tratando-se essa ação de causa em que se discute direito sucessório, a
competência recursal é de uma das Câmaras Cíveis deste Tribunal
compreendidas entre a 1ª e a 8ª e a 19ª.
3 - Conflito de Competência rejeitado. EMENTA: APELAÇÃO - PRELIMINAR -
INÉPCIA DA INICIAL - REJEIÇÃO - MÉRITO - EXCLUSÃO DE HERDEIRO POR
INDIGNIDADE - ART. 1.814 DO CC - ROL TAXATIVO.
1 - A constatação de pedido certo, que decorre da narração lógica dos fatos,
e de causa de pedir viabiliza a petição inicial, porque atende aos requisitos
do art. 330 e §1º do CPC.
2 - É taxativo o rol das causas de exclusão por indignidade. EMENTA:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - INVENTÁRIO - LINHA SUCESSÓRIA - CERTIDÕES
ANTIGAS: EXIGÊNCIA DESARRAZOADA - RESERVA DE BENS: EXCLUSÃO:
DESNECESSIDADE. 1. Ainda que justificável a busca de dados para traçar-se
corretamente a linha sucessória, tudo para o fim de aferir-se a condição dos
supostos herdeiros, tal não pode conduzir a diligências absurdas ou
desarrazoadas, como a busca por certidões de nascimento ou de óbito dos
trisavós, havendo instrumentos processuais outros disponíveis para debelar
possíveis dúvidas e evitar nulidades. 2. Já julgada a habilitação de crédito
junto ao inventário, com a determinação de reserva de bens para quitação
de eventual débito, não se mostra plausível sua exclusão ex officio.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INVENTÁRIO - INVENTARIADA
SÓCIA DE EMPRESA - PARTILHA - APURAÇÃO DE HAVERES -
PREVISÃO CONTRATUAL - EXCLUSÃO DA FALECIDA DOS
QUADROS SOCIAIS - MATÉRIA NÃO AFETA AO PROCEDIMENTO
DO INVENTÁRIO - LAUDO PERICIAL - ERRO NA APURAÇÃO - FATO
NÃO COMPROVADO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO NÃO
PROVIDO. 1. As cotas societárias pertencentes à inventariada serão
partilhadas entre os herdeiros, mediante apuração de haveres, e não pela
divisão da titularidade das cotas, sob pena de ingerência indevida nas regras
contratuais estabelecidas no Direito Comercial. 2. A exclusão da inventariada
dos quadros sociais não é matéria afeta ao procedimento do inventário e deve
ser realizada mediante alteração contratual, observadas as regras do pacto. 3.
A perícia contábil é ferramenta essencial para a apuração de haveres da
empresa, para aferir a cota parte dos herdeiros da sócia falecida. Assim,
devem prevalecer as conclusões periciais, se a impugnação apresentada se
mostra vazia de conteúdo e não encontra respaldo nos demais elementos de
convicção. 4. Sentença mantida. 5. Recurso não provido.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE INVENTÁRIO -


VGBL (VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES) - NATUREZA
JURÍDICA SECURITÁRIA - DEFINIÇÃO CONFERIDA PELA SUSEP -
APLICAÇÃO DO ART. 794, DO CÓDIGO CIVIL - EXCLUSÃO DO
ACERVO HEREDITÁRIO - POSSIBILIDADE - BLOQUEIO DOS
VALORES - CABIMENTO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

I - De acordo com a Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, o VGBL


(Vida Gerador de Benefícios Livres) se caracteriza como seguro de pessoas.

II - Tendo em vista a natureza jurídica securitária, aplica-se o disposto no


artigo 794 do Código Civil, que determina que no seguro de vida, o capital
estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança
para todos os efeitos de direito.

III - Não obstante, nada impede que seja determinado o bloqueio dos valores
referentes ao seguro VGBL, para proteger o direito
dos herdeiros supostamente prejudicados e resguardar o resultado útil de
eventual ação ordinária ajuizada para discussão da questão.

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