Componentes do kit liofilizado a marcar com tecnécio.
• A finalidade e a natureza dos componentes do kit serão seguidamente descritos. Princípio activo. • O princípio activo é o elemento mais importante no kit frio a marcar com tecnécio. Durante o processo de desenvolvimento dos radiofármacos a escolha dos compostos a serem marcados é tradicionalmente baseada em dois critérios. Química do tecnécio • Moléculas que possam apresentar algum tipo de resposta farmacológica no órgão alvo. • Substractos metabólicos. • Contudo, o agente farmacológico activo não deverá actuar directamente no órgão alvo ou a sua concentração no órgão alvo deverá ser apenas uma pequena fracção da dose administrada. Observam-se por vezes resultados não esperados com substractos metabólicos. Química do tecnécio • Efectivamente, apenas uma pequena parte dos radiofármacos disponíveis foi desenvolvida, pois os mecanismos de localização destes são muito diferentes e por vezes pequenas modificações moleculares podem induzir uma significante alteração na biodistribuição da droga. • Além deste, outros componentes deverão estar presentes para assegurar que o complexo desejado seja preparado com elevada qualidade. Durante a preparação dos radiofármacos devem-se optimizar as condições experimentais, de modo a obter a formulação desejada. Química do tecnécio Redutor. • Por razões práticas (solubilidade na água, estabilidade, baixa toxicidade e acção à temperatura ambiente) vários compostos estanhosos (fluoreto estanhoso, citrato estanhoso, tartarato estanhoso e o mais frequente cloreto estanhoso) são redutores preferíveis para a formulação do kit. Em alternativa o ditionito de sódio, borohidrido de sódio, ácido formamidínico sulfónico e hidrazina também foram utilizados. Química do tecnécio • A natureza do redutor empregue na formulação de qualquer complexo de tecnécio pode apresentar um importante papel na biodistribuição do complexo resultante. A escolha do redutor influencia o estado de oxidação do 99mTc, alterando a proporção dos componentes radioactivos da mistura. Química do tecnécio • No kit quando a solução acídica de Sn2+ é adicionada é formado um complexo entre o estanho (Sn) e o agente quelante. Depois da adição do pertecnetato ao liofilizado, o 99mTc7+ é reduzido pelo Sn2+ a estados de oxidação
inferiores. A quantidade inicial de Sn2+ e o agente quelante
são muito importantes. A presença de muito estanho induz a hidrólise do estanho e a consequente produção de 99mTcO que compete com a formação do complexo de 2 tecnécio. Química do tecnécio • Por outro lado, pouco estanho pode levar à incompleta redução do pertecnetato ao estado de oxidação desejado, levando a um índice não pretendido de 99mTc-complexo. Um excesso de agente quelante aumenta a eficácia de marcação, mantendo o estanho complexado e prevenindo a sua hidrólise. A relação óptima, agente quelante/redutor, deverá ser bem definida para cada kit. Química do tecnécio Aditivos. • Os aditivos ou estabilizantes são muitas vezes adicionados aos kits para assegurar a sua integridade e eficácia. Não deverão reagir com qualquer ingrediente do radiofármaco e deverão prevenir a sua degradação. Química do tecnécio Antioxidantes. • Estes compostos evitam a degradação dos radiofármacos pela oxidação, pois competem com o redutor que reage com o oxigénio acidentalmente introduzido na preparação (por exemplo, quando se dispensa a dose em seringas). Os antioxidantes podem igualmente ajudar na conservação em caso da formação de oxidantes, pela radiólise. O ácido ascórbico e o ácido gentísico são muitas vezes usados na formulação dos kits de 99mTc. Química do tecnécio Tampões. • A pureza radioquímica e a biodistribuição dos radiofármacos de 99mTc é altamente dependente do pH. Além disso, o produto predominante da formação do complexo pode variar com o pH da solução. O pH dos eluatos do gerador de molibdénio/tecnécio pode variar entre geradores de diferentes produtores, mas a manutenção de um valor próprio é obrigatório. Química do tecnécio • A utilização de tampões, tal como o tampão fosfato, pode ser importante para atingir este objectivo. • O DMSA e a fosfomicina são exemplos de preparações radiofarmacêuticas cuja distribuição radioquímica e biodistribuição são altamente dependentes do pH. Química do tecnécio Agentes solubilizantes. • A solubilidade foi um problema raro nas formulações dos kits. Por outro lado o desenvolvimento de novos traçadores lipofílicos tecneciados para imagem cerebral e miocárdica criou alguns problemas. O uso de surfactantes foi uma alternativa aplicada nas formulações iniciais do agente cardíaco isonitrilo MIBI. • Os surfactantes podem igualmente ser úteis para prevenir a agregação das partículas nas suspensões. • Hoje em dia existe uma grande gama de agentes solubilizantes usados nos fármacos. Química do tecnécio Materiais inertes. • O cloreto de sódio e o manitol são exemplos típicos de materiais inertes adicionados aos kits frios de maneira a melhorar o aspecto do kit liofilizado. A maioria destes são vistos como tampões.