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ECONOMIA FLORESTAL
ECONOMIA FLORESTAL
Gestã o empresarial
© Fevereiro de 2001
2
Índice analítico
Í ndice analítico................................................................................................................ 2
Í ndice de figuras ............................................................................................................. 3
1 ã o ............................................................................................................... 5
Introduç
1.1 Classificaç ão das Ciências Econô micas........................................................................ 5
1.2 Fundamentos da economia: necessidades, bens, divisão do trabalho, transaç ões,
fluxo de bens, fluxo de valores ..................................................................................... 6
2 Características de empresas .................................................................................. 9
3 O sistema dos objetivos ........................................................................................ 12
3.1 Relaç ões entre objetivos ............................................................................................ 12
3.2 Operacionalidade dos objetivos.................................................................................. 12
3.3 Aná lise dos objetivos................................................................................................. 13
3.4 Objetivos formais ................................ ...................................................................... 14
3.5 Objetivos reais................................ ........................................................................... 15
4 ã o....................................................................................................... 16
Contabilizaç
4.1 Conceitos .................................................................................................................. 16
4.2 Receita e despesa....................................................................................................... 17
4.3 Gasto e rendimento................................ .................................................................... 18
4.4 Produç ão e custo................................ ........................................................................ 18
4.5 Contabilidade por partidas dobradas .......................................................................... 21
5 Contabilidade de custos ....................................................................................... 29
5.1 Funç ões de contabilidade de custos................................ ............................................ 29
5.2 Conceitos de custos – Custos fixos – Custos variá veis................................................ 30
5.3 Curvas de custos – Pontos importantes dos custos...................................................... 33
5.4 Causas de determinaç ão de custos.............................................................................. 34
5.5 Tipos de custos .......................................................................................................... 35
6 Análise de empresa ............................................................................................... 39
6.1 Produtividade ............................................................................................................ 40
6.2 Rentabilidade............................................................................................................. 41
6.3 Economicidade .......................................................................................................... 42
7 Cálculo de investimento ....................................................................................... 43
7.1 Mé todos está ticos ................................ ...................................................................... 45
7.2 Mé todos dinâmicos.................................................................................................... 46
8 ã o do processo de produç
Formaç ã o na empresa florestal ................................ 48
8.1 Decisões silviculturais da produç ão............................................................................ 48
8.1.1 Escolha de espé cies florestais ................................................................ ............................. 48
8.1.2 Tratamentos na idade jovem ................................ ............................................................... 49
3
Índice de figuras
FIGURA 1: Classificaç ão das ciências econô micas. ................................ ................................ ...................5
FIGURA 2: Classificaç ão das necessidades. ................................................................ ............................... 6
FIGURA 3: Classificaç ão dos bens................................. ................................ .............................................6
FIGURA 4: Vantagens e desvantagens da divisão de trabalho................................. ................................ ...6
FIGURA 5: Transaç ões econô micas. ................................................................ ................................ ...........7
FIGURA 6: Corrente monetá ria e corrente de bens. ................................ ................................ ...................7
FIGURA 7: Unidades econô micas. ................................ ................................ ..............................................8
FIGURA 8: Características de empresas. ................................ ................................................................ ....9
FIGURA 9: Particularidades de empresas florestais. ................................ ................................ ................10
FIGURA 10: Subsistemas empresariais. ................................ ................................ ....................................11
FIGURA 11: Tarefas dos subsistemas empresariais. ................................ ................................ .................11
FIGURA 12: Relaç ões entre os objetivos. ................................ ................................................................ ..12
FIGURA 13: Operacionalidade de objetivos. ................................ ................................ ............................ 12
FIGURA 14: Técnica da aná lise de objetivos. ................................ ........................................................... 13
FIGURA 15: Formaç ão de objetivos................................................................. ................................ .........13
FIGURA 16: Economicidade................................................................. ................................ .....................14
FIGURA 17: Objetivos formais típicos para empresas florestais. ................................ ............................. 14
FIGURA 18: Objetivos reais. ................................................................ ................................ .....................15
FIGURA 19: Contabilizaç ão. ................................................................ ................................ .....................16
FIGURA 20: Esfera de dinheiro, de valores e de mercadorias. ................................ ................................ .17
FIGURA 21: Receita/despesa................................................................. ................................ ....................17
FIGURA 22: Rendimento/gasto................................................................. ................................ .................18
FIGURA 23: Produç ão/custo. ................................................................ ................................ ....................18
FIGURA 24: Receita, rendimento e produç ão. ................................................................ .......................... 19
FIGURA 25: Despesa, gasto e custo. ................................................................ ................................ .........20
FIGURA 26: Alteraç ões do valor do estoque da empresa florestal. ................................ .......................... 21
FIGURA 27: Contabilidade................................. ................................ ....................................................... 22
FIGURA 28: Balanç o. ................................................................ ................................ ................................ 23
FIGURA 29: Do balanç o inicial ao balanç o final................................. ................................ .....................26
4
Agradecimentos
A autora externa seus agradecimentos ao Professor Celso Edmundo Bochetti Foelkel
pelas valiosas sugestões e comentá rios apresentados e deseja agradecer à Professora
Catarina Bento da Costa pela revisão de português.
5
1 Introduç ã o
ECONOMIA
í î
Economia nacional Ciê ncias econô micas empresariais
O assunto da economia nacional é a vida econô - Nas ciências econô micas empresariais, a empresa,
mica, ou seja as realidades econô micas e as aç ões em sua totalidade como um elemento da economia
orientadas à satisfaç ão das necessidades numa total, fica no centro das consideraç ões. Os assuntos
comunidade social. a considerar são as razões, as alternativas e os
resultados das aç ões empresariais.
í î í î
Macroeconomia Microeconomia Ciências econô micas Ciências
empresariais gerais econô micas
empresariais
especiais
Ocupando-se com as O centro das considera- P. ex. contabilidade, Emprego das ciências
grandezas globais de ç ões fica na aná lise do investimentos e financi- econô micas gerais às
uma economia nacional, comportamento econô - amento, produç ão, á reas especiais da eco-
aná lise econô mica mico das instituiç ões venda, organizaç ão, nomia, como seguros,
completa, p. ex. aná lise econô micas em sepa- sistema de informaç ão. bancos ou a produç ão
do produto interno rado. Ao contrá rio das florestal
bruto (PIB), do em- ciências econô micas => Economia florestal
prego, dos investimen- empresariais, a empresa
tos, etc. não é observada na sua
totalidade, mas sua posi-
ç ão a respeito de oferta e
demanda/procura no
mercado setorial, etc.
FIGURA 1: Classificaç ão das ciências econô micas.
A classificaç ão das ciências econô micas, nas disciplinas de economia nacional e de
ciências econô micas empresariais, é corrente. Cada disciplina parcial precisa de conteú-
dos de outras á reas e, sobretudo, das Ciências Sociais. Por isso, nos países de língua
inglesa não há uma distinç ão lingüística: "economics" significa a totalidade das ciências
econô micas.
Economia Florestal como uma parte especial da economia geral se ocupa com todos os
processos e relaç ões no aproveitamento direto (aproveitamento de madeira, caç a, etc.) e
indireto (recreaç ão, proteç ão contra erosão) da floresta.
"Gerenciar" pode ser definido como dispor metodicamente de meios escassos para uma
satisfaç ão ótima das necessidades materiais e imateriais. Nesse sentido, resultam os se-
guintes fundamentos da economia:
NECESSIDADES
Sentimento de escassez; desejo de eliminar essa escassez.
í ê ê î
Necessidades Necessidades de Necessidades Necessidades
existenciais bem-estar e de luxo individuais coletivas
FIGURA 2: Classificaç ão das necessidades.
BENS
Tudo que pode servir para satisfazer as necessidades.
í ê ê î
Bens reais Serviços Bens produtivos Bens de consumo
FIGURA 3: Classificaç ão dos bens.
Divisão de trabalho e troca de bens (transaç ões econô micas) aumentam a eficiência dos
bens escassos (recursos) na produç ão:
DIVISÃ O DE TRABALHO
í î
Vantagens Desvantagens
Possibilidade para especializar: Exigências de coordenaç ão aumentam:
• Produç ão de custos favorá veis; • Produç ão para um mercado anô nimo (risco de
• emprego de má quinas e tecnologias especiais; venda);
• produç ão em massa; • problemas de coordenaç ão entre demanda e
• exploraç ão de diferentes habilidades do fator oferta.
"trabalho".
FIGURA 4: Vantagens e desvantagens da divisão de trabalho.
7
Pressuposto para a divisão de trabalho é um sistema de transaç ões econô micas funcio-
nando:
O caminho dos bens da produç ão até o consumo pode ser considerado como uma cor-
rente de bens, vice-versa tem uma corrente monetá ria. Ambas as correntes podem ser
representadas como uma circulaç ão.
í î
Economias Empresas
domésticas
Se bens reais ou servi- Bens reais e serviç os são
ç os são produzidos, produzidos ou postos à
estes servem somente disposiç ão preponde-
para o consumo próprio rante para a necessidade
dos membros da eco- das outras unidades
nomia domé stica. econô micas.
ê í ê î
Empreendimentos Empresas públicas Administraçõ es
públicas
• Satisfaç ão própria • Satisfaç ão • Principalmente • Preponderante-
das necessidades; individual das satisfaç ão individual mente satisfaç ão
• objetivo predomi- necessidades de das necessidades de coletiva de tercei-
nante: bem-estar terceiros; terceiros; ros;
individual; • objetivo predomi- • objetivo predomi- • objetivos predomi-
• entrega de produ- nante: geraç ão de nante: objetivos nante: maximiza-
ç ão: normalmente lucro; econô micos co- ç ão coletiva de
não, somente pro- • entrega de produ- muns, mas també m bem-estar;
duç ões próprias; ç ão: bens mercantis, objetivos econô - • entrega de produ-
• obrigaç ão de pro- venda contra di- mico-políticos; ç ão: bens coletivos,
duç ão: não; nheiro; • entrega de produ- principalmente
• origem das recei- • obrigaç ão de produ- ç ão: normalmente venda de graç a
tas: não da produ- ç ão: não; "bens bá sicos" como (gratuita);
ç ão. • origem das receitas: energia, á gua; • obrigaç ão de pro-
de lucro de vendas. • obrigaç ão de produ- duç ão: em geral
ç ão: principalmente sim;
sim; • origem de receitas:
• origem das receitas: principalmente não
principalmente de de produç ão, p. ex.
lucro de vendas. de impostos.
FIGURA 7: Unidades econô micas.
A Economia Florestal compartilha esse objeto de estudo com diversas outras disciplinas
parciais nas Ciências Florestais. P. ex. as ciências do trabalho (ergonomia) examinam o
lado té cnico e organizacional da empresa florestal.
9
2 Características de empresas
Produçã o de bens
Empresas produzem bens, as produç ões da empresa.
Sistema de objetivos
Empresas perseguem objetivos determinados, os quais têm uma relaç ão uns
com os outros.
Sistemas sociotécnicos
Por um lado, empresas mostram uma componente social por meio de seus
membros e participantes (organizaç ões) e por outro lado são caracterizadas
por importantes aspectos tecnológicos.
"Constituiç ã o"
As organizaç ões mostram uma "constituiç ão", um conjunto de políticos for-
mais e/ou informais.
Benefícios indiretos
Freqüentemente em co-produç ão; dificuldade de diferenciar entre efeitos da
floresta e produç ões da atividade florestal.
Problemas de avaliaç ão
Grandes dificuldades para obter informaç ões; interligaç ão forte entre fatores.
Rotaç ã o do capital
Rotaç ão muito pequena do capital, freqüentemente grande parte de capital
próprio (pequena parte de capital alheio).
Extensã o de área
Por isso, problemas de organizaç ão e comunicaç ão, princípio de "em obras".
Sistema de objetivo
ão
Sistema de direç
ão
Sistema de informaç
ão
Sistema de produç
Empresa
Ambiente
SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS
í ê ê î
Sistema de ão
Sistema de direç Sistema de Sistema de
objetivo informaç ão produç ão
Aqui cabem todos os Nesse sistema cabem o Contabilizaç ão (contabi- Todas as á reas de pro-
aspectos de busca de planejamento, o con- lidade, contabilidade de duç ão (insumo/
objetivos, via o orde- trole, a organizaç ão e custos), estatística em- consumo de recursos),
namento até a pondera- lideranç a de pessoal, ou presarial, mas també m avaliaç ão florestal para
ç ão dos objetivos. Alé m seja, todo o gerencia- por exemplo relatórios determinar o valor de
disso, questões de cul- mento da empresa. sobre benefícios indire- floresta. Alé m disso, as
tura de organizaç ão, de tos de uma empresa á reas de aquisiç ão,
idé ia fundamental da florestal. venda, marketing, fi-
empresa e de é tica em- nanciamento e investi-
presarial. mento.
FIGURA 11: Tarefas dos subsistemas empresariais.
12
Dentro do sistema dos objetivos, os objetivos particulares têm diferentes relaç ões uns
aos outros.
Um objetivo tem que ser formulado operacionalmente para ser uma diretriz concreta
para planejamento, direç ão e controle.
OPERACIONALIDADE DE OBJETIVOS
í ê î
Referê ncia ao tempo Realizável Mensurabilidade
Para controlar o alcance dos O conteúdo é inequívoco? Para controlar o grau de cum-
objetivos; onde, quando, como?? primento 4 escalas podem ser
dos objetivos a longo prazo usadas:
devem ser deduzidos os objeti- Pressupostos empresariais? • Escala nominal;
vos a mé dio prazo; a determina- Uma decisão determinada é pos- • escala ordinal;
ç ão dos objetivos pode ser limi- sível? • escala intervala;
tada para um período. • escala cardinal.
Conflitos entre os objetivos?
Hierarquia importante
Na aná lise dos objetivos, deve ser considerado que estes podem ser expressos ou mani-
festados diferentemente:
FORMAÇ Ã O DE OBJETIVOS
Processo de negociaç ão/discussão entre indivíduos e grupos. Na consideraç ão dos
sistemas de objetivos devem ser diferenciados:
í ê ê î
Objetivos oficiais Objetivos Objetivos Objetivos
realmente individuais para a individuais dos
perseguidos organizaç ão membros de
organizaç ão
FIGURA 15: Formaç ão de objetivos.
Um objetivo formal geral e universal, que no mesmo tempo representa uma caracterís-
tica de uma empresa, é a economicidade:
ECONOMICIDADE
Utilidade das decisões e aç ões econô micas. Não existe uma economicidade em si, so-
mente com a referência a um objetivo. A revisão da economicidade realiza-se com
base em dois pontos:
í î
Finalidade Princípio econô mico
Examinando a questão:
A finalidade foi atingida? Princípio mínimo Princípio máximo
Um objetivo dado/determinado Um objetivo má ximo foi atin-
foi atingido com os poucos possí- gido com os recursos dados?
veis recursos?
(Examinando a eficá cia) (Examinando a eficiência)
FIGURA 16: Economicidade.
Alem dos objetivos formais, o sistema dos objetivos é determinado pelos objetivos re-
ais:
OBJETIVOS REAIS
í ê î
ão
Objetivos de produç Objetivos monetários Objetivos de seguranç
a
• Bens reais São medidos em unidades mone- • Formaç ão de reservas mo-
(espé cies ou sortimentos tá rias: netá rias;
madeireiros, qualidade, • Rendimento líquido; • liquidez;
aproveitamentos secundá - • lucro; • escolha de espé cies flores-
rios); • vendas; tais;
• infra-estrutura • rentabilidade; • ordem espacial;
(recreaç ão, á gua, proteç ão • produtividade; • seguros (distribuiç ão de
contra erosão, reserva de • geraç ão de valores; risco, transferência de risco,
terreno); • cobertura de custos. limitaç ão de risco).
• outros
(capacidades de trabalho, de
má quinas e de transporte;
formaç ão, instruç ão, aper-
feiç oamento).
4 Contabilizaç ã o
4.1 Conceitos
CONTABILIZAÇ Ã O
Recolha numé rica, clarificaç ão e formaç ão de todos os acontecimentos internos e
externos a respeito de
• estrutura empresarial (está tico);
• decorrer empresarial (dinâmico).
í í ê î î
Contabilidade Cálculo de Estatística Cálculo de Levantamen-
custos e de empresarial planejamento tos especiais
produç ão
Sempre se refere Serve para o con- Documentaç ão Conduç ão do des- P. ex. balanç os
ao passado; nota- trole do processo corrente e combi- envolvimento eco- sociais, contabili-
ç ão de todas as de produç ão; re- naç ão de contabili- nô mico futuro da dade verde.
transaç ões na fere-se à esfera de dade e cá lculo de empresa, utilizaç ão
empresa (conteúdo mercadorias (cá l- custos para re- de prognósticos e
e valor); refere-se culo de tipos de ver/examinar a cá lculos de otimi-
à esfera de di- custos, de centro de economicidade das zaç ão (p. ex. cá l-
nheiro e de valores custos etc.). decisões tomadas culo de custos
(escrituraç ão mer- (comparaç ões em- planejados, cá lculo
cantil, inventá rio, presariais, compa- de produç ões pla-
cá lculo de caixa, raç ões temporá - nejadas).
de valores e de rias).
êxito, balanç o
anual)
A contabilidade é
a "linguagem da
empresa".
As mais importantes funç ões da contabilizaç ão:
• Funç ão interna: controle real e pessoal de todos os acontecimentos empresariais; base para decisões
e planejamento (funç ão de conduç ão);
• funç ão externa: prestar contas ao proprietá rio, empregados público; base para a tributaç ão.
FIGURA 19: Contabilizaç ão.
17
EMPRESA FLORESTAL
divide-se em
í ê î
Esfera de dinheiro Esfera de valores Esfera de mercadorias
í î í î í î
Despesa Receita Gasto Rendimento Custo Produç ão
As reais saídas e entradas de As perdas e os aumentos de valo- Valor interno Valor interno
meios de pagamento res ou de materiais dos bens e de toda a ativi-
Confrontaç ão de despesas e => Apuraç ão do êxito = R - G serviç os con- dade produtiva
receitas: O resultado e o rendimento lí- sumidos para da empresa
=> Apuraç ão do orç amento = quido. um fim empre- (bens e produ-
(R - D) sarial ç ões) para um
O resultado é a existência de = insumo/ fim empresa-
caixa. input. rial.
= produç ão/
output.
Somente para fins internos da
empresa
=> Apuraç ão da produç ão =
P-C
RECEITA/DESPESA
í î
Receita/despesa causando ê xito Receita/despesa nã o causando ê xito
Com referência direta aos objetivos empresariais í î
(p. ex. salá rio aos trabalhadores florestais).
Neutro a respeito do Neutro a respeito
conteúdo do período
Não imediatamente Pagamentos em um
ligados aos objetivos outro ano econô mico.
empresariais (p. ex.
donativos à Cruz Ver-
melha).
FIGURA 21: Receita/despesa.
18
RENDIMENTO/GASTO
í í î î
Rendimento de Rendimento Gasto de objetivo Gasto neutro
objetivo neutro
Imediatamente ligado Não para objetivos Imediatamente ligado Não são feitos para os
com os objetivos em- empresariais ou durante com os objetivos da objetivos empresariais
presariais, bem como um outro período. Po- empresa ou são feitos durante de
renda de venda, ma- dem ser distinguidos: um outro período. Po-
deira cortada e ainda • Rendimento neutro dem ser distinguidos:
não-vendida, produç ões a respeito do perí- • Gasto fora da em-
próprias. odo (p. ex. pré -pa- presa;
gamentos); • gasto extraordiná rio
• rendimento neutro (p. ex. incêndio da
a respeito do con- floresta);
teúdo (p. ex. arren- • gasto por causa da
damento); avaliaç ão (p. ex. de-
• rendimento extra- preciaç ões mais al-
ordiná rio (p. ex. tas).
aproveitamento de
madeira depois de
uma calamidade);
• rendimento em
conseqüência da
avaliaç ão (p. ex.
valor de venda
mais alto de uma
má quina depreci-
ada).
PRODUÇ Ã O/CUSTO
í î í î
Produção ã o acessória Custos verdadeiros
Produç Custos acessórios
verdadeira
Corresponde à finali- P. ex. produç ões feitas Ligados com a finali- Podem ser diferencia-
dade/ao objetivo da pelo proprietá rio. dade ou com o objetivo dos:
empresa. da empresa. • salá rio calculado de
proprietá rio;
• aumento calculado
para custos de
risco;
• custos em conse-
qüência da avalia-
ç ão;
• custos de juros para
capital próprio.
FIGURA 23: Produç ão/custo.
19
RECEITA
Receita, nenhum Receita = Rendimento
rendimento (p. ex. venda de madeira à vista no
(p. ex. tomando período)
um cré dito, pa-
gamentos para
madeira forne-
cida em um pe-
ríodo anterior)
Rendimento = Receita Rendimento,
(p. ex. venda à vista de madeira no nenhuma receita
período) (p. ex. madeira
cortada, mas não-
-vendida)
RENDIMENTO
Rendimento neu- Rendimento da empresa
tro = Rendimento de objetivo
(p. ex. aprovei- (p. ex. madeira cortada e vendida no
tamento de cala- mesmo período)
midade, reem-
bolso de
impostos)
Produç ão verdadeira Produç ão aces-
(p. ex. madeira cortada e vendida no sória
mesmo período) (p. ex. produç ões
do proprietá rio
da floresta)
PRODUÇ Ã O
FIGURA 24: Receita, rendimento e produç ão.
20
DESPESA
Despesa, ne- Despesa = Gasto
nhum gasto (p. ex. compra de material, que será
(p. ex.. reem- pago e consumido no mesmo perí-
bolso de um odo)
cré dito, paga-
mento de mate-
rial com uma
reserva de di-
nheiro formada
anteriormente
Gasto = Despesa Gasto, nenhuma
(p. ex. compra de material, que será despesa
pago e consumido no mesmo perí- (p. ex. consumo
odo) de material, que
será pago so-
mente no período
seguinte)
GASTO
Gasto neutro Gasto da empresa = Gasto de obje-
(p. ex. donativo tivo
para um partido, (p. ex. remuneraç ão de trabalhadores
pagamento do florestais, consumo de material no
suplemento de período)
impostos)
Custos verdadeiros Custos acessó-
(p. ex. remuneraç ão de trabalhadores rios
florestais, consumo de material no (p. ex. salá rio
período) calculado de
proprietá rio,
aluguel próprio
calculado)
CUSTOS
FIGURA 25: Despesa, gasto e custo.
21
Importante:
A soma total dos dé bitos, em um sistema de escrituraç ão por partidas dobradas, precisa
sempre ser igual ao total dos cré ditos.
Regra:
• Debitar a conta que recebe o valor;
• creditar a conta que fornece o valor.
22
CONTABILIDADE
Notaç ão completa, atual, cronológica e segundo o plano (sistemá tico) de todas as tran-
saç ões na empresa por conteúdo e valor. Elementos característicos são:
í ê î
Escrituraç ã o mercantil Inventariaç ão Balanç o
= Notaç ão de transaç ões contá - = Registro físico de todos os bens = Confrontaç ão resumida dos
beis por uma ordem sistemá tica, por qualidade, quantidade e valor, bens por um lado e das dívidas e
ou seja os chamados livros: p. que existem na empresa a uma do patrimô nio líquido por outro
ex. data determinada (dia marcado); lado
• Escrituraç ão natural e mo- inventariaç ão no sentido mais Na maior parte das vezes, o
netá ria; amplo inclui as dívidas. balanç o é feito como um balanç o
• livros té cnicos; O resultado do inventariaç ão é o anual. Neste contexto també m
• livros periódicos. inventá rio, uma lista detalhada de confrontaç ão de:
todos os bens e dívidas de uma • Receitas e despesas (apura-
empresa em uma ordem sistemá - ç ão do orç amento);
tica. O inventá rio é classificado • rendimento e gasto (apura-
por: ç ão do êxito/lucro).
A: Bens
• Bens fixos;
• bens correntes;
• contas a receber oriundas de
serviç os e fornecimentos aos
terceiros (cré ditos dados).
B: Dívidas (capital externo)
• Dívidas a longo prazo;
• dívidas a curto prazo.
C: Averiguaç ão do patrimô nio
líquido, como diferenç a entre A e
B.
FIGURA 27: Contabilidade.
23
BALANÇ O
= Confrontaç ão resumida dos bens (= ativo) por um lado e das dívidas e do patrimô nio
líquido (= passivo) por outro lado
í î
Contas de balanç o Contas demonstrativas
(Contas de resultado/ê xito)
Contêm os bens e o capital da empresa Normalmente, a conta de fundo "patrimô nio lí-
O contabilista tem a possibilidade de criar para quido" é subdividida em outras contas, porque
cada posiç ão de balanç o uma conta: a variedade todas as transaç ões, quais afetam a conta de "pa-
das transaç ões exige uma variedade das contas => trimô nio líquido", têm efeito a respeito de êxito da
plano de contas para clareza. Para as diferentes empresa e, por isso, o proprietá rio tem interesse
á reas da economia existem recomendaç ões para a para essas transaç ões.
subdivisão do balanç o em contas (não há padrão Todas as contas de ê xito sã o contas inferiores da
fixo!). conta de patrimô nio líquido.
Cada conta possui uma seç ão de dé bito e de cré -
dito.
í î í î
Contas ativas Contas passivas Contas de gasto Contas de
=Ativo = Passivo rendimento
Ativos são bens e di- Contêm o capital da Somente calculam com gastos e rendimentos, sem
reitos que uma empresa empresa, subdivisão em: alteraç ões diretas em uma conta de fundo (conta
possui e que foram • Patrimô nio líquido ativa), sem causar imediatamente êxito.
adquiridos a um custo patrimô nio líquido
monetá rio mensurá vel. e reservas neutras
Subdivisão em: (sem finalidade de-
• Ativos imobiliza- finida, p. ex. para a
dos seguranç a de liqui-
terrenos, edifícios, dez, reservas
equipamento, di- "ocultas" não apa-
reitos para apro- recem no balanç o,
veitar; elas surgem pela
• ativos circulantes subavaliaç ão dos
caixa, estoques de bens);
material, madeira • capital externo (de
ainda não-vendida, terceiros)
contas a receber (de reservas de objetivo
clientes), conta cor- (com finalidade de-
rente, etc. finida, são definidas
por valor e venci-
mento, p. ex. apo-
sentadorias ), obri-
gaç ões a longo e
curto prazo (contas
a pagar).
A equaç ão do balanç o é sempre: Enfim, confronto dessas contas no cá lculo, que
Soma de ativo = Soma de passivo elucida a realizaç ão dos lucros e das perdas
=>enfim, confronto dessas contas no balanç o, que (apuraç ã o direta do ê xito)
mostra o êxito (lucro) como uma soma
(apuraç ã o indireta do ê xito)
FIGURA 28: Balanç o.
24
Passos do balanç
o inicial até o balanç
o final:
D Conta Mercadorias C
Obrigaç ões
Fundo inicial
D Conta Obrigaç ões C
Caixa
Fundo inicial
D Conta Caixa C
Fundo inicial
2 Lanç amento das transaç ões contá beis nas contas balanç o
D Ativo C D Passivo C
Fundo inicial Saídas Saídas Fundo inicial
(= diminuiç ões) (= diminuiç ões)
Entradas Entradas
(= aumentos) Fundo final (= aumentos)
Fundo final (saldo)
(saldo)
25
3 Escrituraç ão de transaç ões causando êxito nas contas de êxito e na conta de lucros e
perdas
Lucro
Perda
Perda
Fundo inicial
Saldo
Fundo final inicial
Saldo final
Lucro
Balanç
o Conta de patrimô nio
líquido
26
Balanç o de encerramento do
ano passado
idêntico
Balanç o de abertura
Contas de resultado
no caso de
diferenç as Gastos/rendimentos
Contas de balanç o
Contas do Contas do
ativo passivo
Conta Conta de lucros
particular e perdas
Inventariaç ão
Conta de patrimô nio líquido
Inventá rio
no caso de
Balanç o de encerramento diferenç as
Caso de lucro
D Balanç
o final C D Conta de lucros e perdas C
Existências Patrimô nio líquido Gastos Rendimentos
patrimoniais inicial
Obrigaç ões
Lucro Lucro
=
Caso de perda
D Balanç
o final C D Conta de lucros e perdas C
Existências Patrimô nio líquido Gastos Rendimentos
patrimoniais inicial
Obrigaç ões
Perda Perda
=
FIGURA 29: Do balanç o inicial ao balanç o final.
27
Cada transaç ão contá bil leva, pela respectivo lanç amento, a uma alteraç ão do balanç o:
5 Contabilidade de custos
CUSTOS
Custos são a soma dos valores monetá rios consumidos para a produç ão tendo e vista
a finalidade da empresa
í ê ê î
Bens de custos Tipos de custos Centro de custos Objetos de custos
= potencial de forç as e = o consumo de um bem = lugar/local onde os = Bens ou serviç os, que
materiais, que estão à de custos avaliado em custos se realizam: uma empresa florestal
disposiç ão para a pro- dinheiro: • Centro principal de produz em conseqüên-
duç ão na empresa flo- • Custos de mão-de- custos cia de sua finalidade:
restal (mais ou menos -obra; (as mais importantes • Pré -objetos de cus-
fatores de produç ão): • depreciaç ões; á reas de trabalho); tos
• Mão-de-obra; • custos dos materiais • centro auxiliar de Produç ões inteiras na
• bens imobilizados • Custos para os custos empresa, que serão
(terreno, má quinas serviç os de terceiros; (subá reas dos centros de utilizadas na parte se-
etc.); • custos de juro custos principais, p. ex. guinte do processo de
• material; (custos de cré dito); viveiro, má quinas); produç ão;
• serviç os de tercei- • custos de impostos; • centro adicional de • objetos compostos
ros; • custos de risco. custos de custos
• capital. (fora da produç ão flo- Grau intermediá rio da
restal, p. ex. uma pe- produç ão no caminho
dreira na empresa flo- para a maturidade do
restal). produto (p. ex. povoa-
mentos em cresci-
mento);
• objetos finais de
custos
Produç ões e bens, que
serão vendidos no mer-
cado (p. ex. madeira
cortada.
FIGURA 33: Custos.
DEPENDÊNCIA DE CUSTOS
í î
Custos Custos variáveis
fixos
Com uma = Estão reagindo às alteraç ões de volume do trabalho na empresa
mudanç a de í í ê î î
volume de
trabalho eles
Custos Custos Custos Custos com Custos
ficam cons- propor- super-pro- subpro- variaç ão em rema-
tantes para um cionais porcionais porcionais degraus nescentes
período deter- O aumento do Aumentam O aumento de Para aumentar a Os custos
minado (es- volume da progressiva- custos diminui produç ão, são diminuem
trutura bá sica produç ão causa mente com o com o volume necessá rios mais lenta-
da empresa um crescimento volume de de trabalho incrementos em mente do que o
como pré dios, sempre igual trabalho crescendo degraus nos volume de
terreno etc.) dos custos fatores de pro- trabalho
variá veis duç ão, o que
eleva os custos
també m em
degraus.
FIGURA 34: Dependência de custos.
31
CONCEITOS DE CUSTOS
í í ê ê î î
Custos Custos Custos Custos de Custos pla- Margem de
efetivos médios marginais oportuni- nificados contribui-
dade ção
Custos efeti- Os custos reais Custos adicio- Lucro perdido Custos calcula- Diferenç a
vos, reais. dos períodos nais para a da segunda dos antecipada- entre receita e
passados ou das produç ão de melhor alterna- mente analiti- custos
vá rias empre- mais uma uni- tiva. Diminui- camente, como (Receita –
sas. dade de produ- ç ão do lucro grandezas teó- custos variá -
ç ão. mediante a ricas prescritas. veis = Margem
escassez de um de contribui-
fator de produ- ç ão – custos
ç ão. fixos = resul-
Se não existe tado bruto
escassez, os empresarial).
custos de
oportunidade
são igual zero.
FIGURA 35: Conceitos de custos.
32
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Cá lculo completo conforme a causa de todos os custos com a finalidade de se tirar conclusões para o
processo de produç ão na empresa
Custo
e preç o Custos totais médios
Custos marginais
… ƒ ‚ „ Preç o
†
Quantidade
FIGURA 37: Curvas de custos em razão da quantidade produzida.
•= O mínimo dos custos totais mé dios = começ ando e estendendo a produç ão, os
custos totais mé dios decrescem, por causa da diminuiç ão dos custos fixos, até a
um mínimo e depois começ am a crescer porque os custos variá veis crescem su-
per-proporcionalmente.
‚= O melhor nível da produç ão = Sendo uma das finalidades econô micas um ren-
dimento líquido má ximo, a produç ão deve chegar a um nível que dê esse má -
ximo.
ƒ= Limiar da utilidade = Daqui para frente, a empresa entra em uma produç ão de
resultado positivo (primeiro cruzamento da curva dos custos totais mé dios com a
linha reta do preç o)
„= Limite da utilidade = Aqui, a empresa sai de uma produç ão de rendimento lí-
quido positivo (segundo cruzamento da curva dos custos totais mé dios com a li-
nha reta do preç o)
…= O mínimo da empresa = Daqui para o ponto ƒ, a empresa tem um resultado
negativo, mas pela produç ão crescente ela pode, ao menos, diminuir o rendi-
mento negativo pela cobertura parcial dos custos fixos. Cessando a produç ão, a
empresa tem que pagar a importância completa dos custos fixos que surgem pela
mera existência dela.
†= O má ximo da empresa = Entre os pontos „ e †, a empresa tem novamente um
resultado negativo.
34
CUSTOS DE MÃ O-DE-OBRA
Custos que surgem pelas produç ões empresariais dos empregados ou mesmo do
proprietá rio
í ê î
Custos salariais Encargos sociais Salário calculado do
proprietário
Salá rio mínimo é fixado por lei. Pagamento ou desembolso do Calculado: como substituiç ão
Diferencia entre salá rio nominal valor para o melhoramento da para um outro emprego não-
e salá rio real (comparaç ão com situaç ão social dos trabalhadores -aproveitado; depende do tempo
os preç os) e dos empregados (seguro contra de trabalho e das qualidades do
acidente, morte, doenç as; melho- proprietá rio.
ramento das moradias; melhora- Entra no cá lculo de custos, mas
mento das condiç ões de trabalho) não no cá lculo de gasto.
Podem ser encargos sociais obri-
gatórios ou encargos sociais vo-
luntá rios (planos de saúde, den-
tista, etc.)
FIGURA 39: Custos de mão-de-obra.
36
CUSTOS DE DEPRECIAÇ Ã O
Depreciaç ão = quantia estimativa da diminuiç ão do valor de um ativo fixo (não é uma despesa atual da
caixa); reduç ão do valor mediante:
• Uso/desgaste té cnico;
• decorrer de tempo e influências do tempo;
• desatualizaç ão.
O objetivo é uma depreciaç ão perto da realidade de cada tipo de material (caminhão e software devem
ser depreciados diferentemente).
è ã o segundo o tempo
Depreciaç
è Depreciaç ão linear
Depreciaç ão de uma quantia anualmente igual durante a duraç ão calculada da vida do
bem
Especialmente conveniente, se a capacidade de uso permanece a mesma durante a
duraç ão e os custos de manutenç ão não crescem com a duraç ão de vida.
A− R
d=
n
è Depreciaç ão degressiva
Depreciaç ão com quantias anualmente diminuídas
CUSTOS DE IMPOSTOS
Impostos são pagamentos ao Estado sem uma compensaç ão especifica deste, para o
financiamento das tarefas sociais comunitá rias. P. ex.:
• Impostos sobre veículos (automóveis, caminhões);
• imposto do consumo (pesa sobre o valor das mercadorias vendidas).
FIGURA 41: Custos de impostos.
CUSTOS DO MATERIAL
Custos para bens e insumo que são consumidos no momento da sua utilizaç ão.
í ê î
Custos de material no Custos de combustíveis Custos de energia
sentido estrito
Plantas, fio para cercas, adubo, Gasolina, óleo, etc. Energia elé trica ou gá s
papel para o escritório, etc.
FIGURA 42: Custos de material.
CUSTOS DE TERCEIROS
= produç ões que são feitas por mão-de-obra de outras empresas para a empresa florestal
í ê î
Serviç
os de terceiros Custos de seguros Serviç
os especiais
P. ex. empresas de terceiros Prêmios para seguros de pré dios, P. ex. taxa para o levantamento
realizam a baldeaç ão, constru- de veículos, de acidentes, etc. topográ fico, etc.
ç ões de estradas etc.
FIGURA 43: Custos de terceiros.
38
CUSTOS DE RISCO
Custos de risco são custos causados sem querer, mas realizam-se automaticamente. Es-
pecialmente a empresa florestal é submetida às influências da natureza. Essas influên-
cias interrompem os processos planejados e exigem um planejamento flexível. Custos
de risco são calculados, os anos são carregados de um valor mé dio. Riscos na empresa
florestal são p. ex.:
• Geadas e inundaç ões;
• fogos florestais;
• pragas e doenç as;
• quebras de á rvores, causadas por tempestades;
• desabamento de terra, destruindo estradas;
• acidentes de má quinas;
• falência de um devedor e a empresa perde o pagamento;
• inadimplência.
Existem três diferentes normas de reaç ão para segurar o processo de produç ão:
• Limitaç ão do risco: p. ex. por meio da ordem espacial (tarefa de planejamento a
longo prazo), controles, exames, etc.;
• distribuiç ão ou compensaç ão do risco: p. ex. mudanç a de mistura de espé cies flo-
restais, isso significa, na verdade, uma produç ão menor, embora aumente a segu-
ranç a de produç ão;
• transferência do risco: transferir o risco a terceiros, p. ex. pelo seguro (=> custos de
terceiros).
FIGURA 44: Custos de risco.
CUSTOS DE JUROS
í î
Juros reais Juros calculados
= O preç o que a empresa paga pela cessão do capi- = Juros do capital próprio que é usado na própria
tal emprestado de terceiros (banco) empresa.
P. ex. tomando um cré dito bancá rio e pagamento de Juros calculados são somente custos e gastos, mas
12% de juros anualmente (p. ex. compra de uma nenhuma despesa (por isso "calculado")
má quina) Basicamente, a taxa de juros calculada pode ser
Juros reais são despesas, custos e gastos. escolhida livremente, mas em regra o proprietá rio
escolha a taxa interna de juros, ou seja, a rentabili-
dade que surge da confrontaç ão de gastos reais com
os rendimentos reais.
Distinç ão entre:
• Investimentos com duraç ão limitada (simplifi-
caç ão)
juros anuais = (Valor/2) * (p/100);
• investimentos com duraç ão ilimitada (terrenos)
juros anuais = Valor * (p/100).
FIGURA 45: Custos de juros.
39
6 Análise de empresa
6.1 Produtividade
PRODUTIVIDADE
= Relaç ão entre o resultado da produç ão e os fatores de produç ão empregados, ou seja, output/input
(Produtividade = Resultado da produç ão/fatores de produç ão)
è Produtividade completa
= O resultado da produç ão é a geraç ão de valor* ou o valor líquido da produç ão em R$
è Produtividade completa de á rea
Fator de produç ão = á rea de produç ão (ha)
è Produtividade parcial
també m chamada produtividade té cnica; resultados de produç ão são quantidades produzidas
em est., m³, quilô metros, unidades
è Produtividade de á rea/terra
Está sujeito à lei do rendimento decrescente, ou seja, o rendimento cresce, mas não
proporcionalmente com os custos investidos. Metros cúbicos de madeira produzidos
por hectare, mas tem informaç ão sobre a qualidade de madeira.
è Produtividade de trabalho
Se não tem modificaç ão entre trabalho manual e trabalho mecanizado, essa cifra é um
bom crité rio para o desenvolvimento té cnico e/ou organizacional.
(Produtividade de trabalho = Resultado de produç ão/Σ t (soma do tempo de trabalho
efetivo)
è Produtividade de capital
Somente tem importância em relaç ão com alguns planos de investimento.
Objetivo do gerenciamento:
Aumentar a produtividade, mas partindo do mesmo volume de produç ão com produtivi-
dade de trabalho mais alta, temos excesso de mão-de-obra.
* Geraç ã o de valor:
Resultado da produç ão menos – custo de mão-de-obra
– custo de material
– custo de terceiros
– depreciaç ões
– impostos
⇒ Contribuiç ão da empresa para a produto social da economia nacional
Distribuiç ão dessa geraç ão de valor:
• Salá rio para os funcioná rios/trabalhadores;
• impostos para o Estado/Governo;
• lucro para o proprietá rio.
41
6.2 Rentabilidade
RENTABILIDADE
= Renda; a renda significa o rendimento do capital investido.
Uma empresa é rentá vel se gera sempre um excesso monetá rio.
è Rentabilidade absoluta
Lucro líquido = faturamento total - gastos totais
è Rentabilidade relativa
Relaç ão entre lucro líquido ou rendimento líquido e outras grandezas empresariais
è Grau de rendimento
= rendimento líquido/gasto
(ou seja, quanto rendimento surge por meio do emprego de R$ 1 de gasto)
è Grau de dispêndio
= gasto/rendimento líquido
(ou seja, quanto gasto em R$ é necessá rio para atingir R$ 1 de rendimento)
è Rentabilidade de capital
Neste caso, a rentabilidade é a taxa interna de juros.
p = (rendimento - gasto)/valor presente líquido * 100
No entanto, a determinaç ão do valor presente líquido é complicado, por isso emprego
dos valores estimados. A idade da rotaç ão tem influência decisiva na rentabilidade de
capital. Quanto mais cedo se obtiver receitas, melhor.
No total, importância pequena como uma cifra característica para o julgamento da
empresa florestal, porque está reagindo lentamente; pequena reagibilidade (porque
valor do capital investido é muito grande)
è Rotaç ão de capital
= (vendas/capital) * 100
Mostra a percentagem do capital, que é rodado por ano. Na Europa Central a rotaç ão
do capital fica entre 1 e 3%. Uma rotaç ão de capital de 2,5% por ano significa, que o
capital será rodado uma vez em 40 anos. A rotaç ão de capital é maior em empresas
comerciais, as vezes mais de 100% por ano.
FIGURA 49: Rentabilidade.
42
6.3 Economicidade
Um lucro líquido muito alto ou uma rentabilidade alta não permitem ver se as aç ões
gerenciais da empresa florestal foram bem tomadas. Por exemplo, um lucro líquido
muito alto poderia ser atingido mediante preç os favorá veis, ou por alteraç ões no câm-
bio.
⇒ Não é o resultado absoluto, mas a relaç ão entre resultado (produç ão) e emprego dos
fatores de produç ão que é utilizada para o julgamento sobre a economicidade.
7 Cálculo de investimento
INVESTIMENTO
Imobilizaç ão de meios de pagamento em fatores de
produç ão utilizá veis na empresa a longo prazo
í î
Investimentos reais Investimentos
financeiros
Aquisiç ão de equipamentos e bens (construç ão Aquisiç ão de aç ões ou
de pré dios, compra de má quinas, plantio de po- aplicaç ões do capital;
voamentos). No sentido mais amplo també m desempenha um papel
desenvolvimento, educaç ão/formaç ão, propa- subordinado na empresa
ganda, etc. florestal.
í î
Investimento novo Investimento substituto
Financiamento mediante lucros, Substituiç ão de fatores/meios de
cré ditos ou aplicaç ões de capital de produç ão consumidos ou não mais
(novos) acionistas. Existem dife- econô micos, p. ex. substituiç ão de
rentes formas de investimento novo: uma má quina velha ou replantio
• Investimentos iniciais: fundaç ão depois um corte raso.
de empresas;
• investimentos de ampliaç ão:
aumento de capacidade da pro-
duç ão ou orientaç ão a novos
produtos (compra de mais má -
quinas);
• investimentos de racionaliza-
ç ão: a finalidade é a diminuiç ão
de custos ou/e aumento de qua-
lidade ou produtividade;
• investimentos de seguranç a:
investimentos devem diminuir o
risco na empresa.
FIGURA 50: Investimento.
44
è 1. Cálculos de investimento
Existem diferentes procedimentos/mé todos
è Cá lculo de amortizaç ão
Comparaç ão entre os períodos de recuperaç ão do capital investido: PoP (pay-off-period)
= despesa de aquisiç ão/saldos mé dios de receitas. Evidentemente, pode ser realizado
també m considerando juros compostos, ou seja, dinamicamente.
è 3. Consideraç
ã o de outras circunstâncias do investimento
Consideraç ão da flexibilidade da empresa, da liquidez, efeito considerando impostos, organi-
zaç ão, qualidade do trabalho (seguranç a, satisfaç ão de trabalho), riscos, passivos, problemas
legais.
ã o dos custos
Comparaç
Comparaç ão dos custos antes e depois do investimento. Cá lculo da limiar da utilidade
em comparaç ão com a alternativa.
Determinaç ão simplificada dos custos totais anuais com a seguinte fórmula de "enge-
nheiro":
V V p
C= + ∗ +c∗x
n 2 100
V
Mais simplificado: C= +c∗x
n
Problema: não é considerado que o investimento també m pode ter efeito com respeito às
relaç ões de rendimento líquidos.
ã o da rentabilidade
Comparaç
Comparaç ão das taxas medias de juros do capital colocado (rentabilidade de capital, ou
seja, relaç ão entre o lucro líquido e o capital colocado).
FIGURA 52: Mé todos está ticos de cá lculo de investimento.
46
r r r − Cx r +R
VC = 1 + 2 + ... + x + ... + n
1,0 p 1,0 p 2 1,0 p x 1,0 p n
E1 E2 E3 En Cx Da * (1,0 p n − 1)
+ + + ... + = V + +
1,0 p 1,0 p 2 1,0 p 3 1,0 p n 1,0 p x 0,0 p n * 1,0 p n
Método de anuidade
Comparaç ão de valor do capital (VC) no período (n) com juros, então a periodicamente
possível retirada de dinheiro considerando os juros = anuidade (a)
V ∗ 0,0 p ∗1,0 p n
a= c
n
1,0 p − 1
FIGURA 53: Mé todos dinâmicos de cá lculo de investimento.
47
CÁ LCULO DA RENDA
Renda = importância de dinheiro "paga" regularmente e na constante quantidade pelo
capital
í ê î
Série perpétua de Série limitada de Série perpetua de
termos anuais termos anuais termos periódicos
Capitalizaç ão para deter- Cá lculo do valor inicial e Capitalizaç ão de uma renda
minaç ão do presente valor final do capital entrada nos todos n anos:
do capital de uma renda: Valor inicial: Seguindo:
(depois n anos pela pri-
( )
r
V0 = meira vez)
0,0 p r ∗ 1,0 p n − 1
V0 = r
n
1,0 p ∗ 0,0 p V0 =
1,0 p n − 1
Valor final:
Adiantado:
Vn =
(
r ∗ 1,0 p n − 1 ) (hoje e então de novo todos
os n anos)
n
0,0 p r ∗1,0 p
Vn =
1,0 p n − 1
Sendo: Nota:
p = taxa de juros 0,0p significa p/100
r = renda (renda do capital ou juro) 1,0p significa 1+p/100
V = valor do capital
V0 = valor do capital no início (valor inicial)
Vn = valor do capital depois n anos (valor final)
A escolha da espé cies florestais é a mais importante decisão a longo prazo na empresa
florestal. A espé cie florestal escolhida determina a produç ão e os custos na empresa, os
riscos da produç ão e a paisagem.
Os tratamentos na idade jovem são todas as medidas do cultivo aplicados até o início da
competiç ão do povoamento. O desenvolvimento do povoamento deve ser orientado ine-
quivocamente ao objetivo da empresa. Os tratamentos na idade jovem têm cará ter de
investimento. Por isso, o julgamento sobre os tratamentos não deve ser orientado so-
mente aos custos, mas també m às vantagens futuras do desenvolvimento do povoa-
mento.
ã o do objetivo do povoamento
2. Determinaç
Deduç ão dos objetivos de tratamentos silviculturais considerando número de pé s, quali-
dade dos fustes, etc.
8.2.1 Desbastes
Desbastes seguem depois dos tratamentos na idade jovem. Ao contrá rio desses trata-
mentos, nos desbastes, realizam-se sortimentos os quais podem ser oferecidos no mer-
cado.
ASPECTOS DE DESBASTE
í ê î
Objetivo do povoamento/ Caráter de investimento Tipo, intensidade e idade
Objetivo da empresa
O desbaste é uma medida de O desbaste é um investimento, Tipo, intensidade e a idade para
"educaç ão" do povoamento, que com custos e produç ões no tempo o desbaste devem ser orientados
deve ser orientada ao objetivo do de desbaste e també m vantagens e ao objetivo da empresa. Julga-
povoamento e ao objetivo da possivelmente desvantagens futu- mento baseado em duas ques-
empresa. Dos objetivos da em- ras (p. ex. danos de baldeaç ão). tões:
presa devem ser silvicultura- Esses aspectos têm que ser in- 1. As medidas de desbaste são
mente deduzidos objetivos de cluídos na decisão. convenientes para atingir os
desbaste. objetivos empresariais sob
perspectiva silvicultural
(efetividade)?
2. Julgamento dos diferentes
procedimentos baseado no
princípio econô mico (efici-
ência)
FIGURA 58: Aspectos de desbaste.
50
ão
2. Decisã o sobre período de regeneraç
Continuaç ão de corte e mé todo de aproveitamento final
URGÊNCIA DE CORTE
í ê ê î
Povoamentos Povoamentos Povoamentos Povoamentos
necessários maduros possíveis nã o possíveis
1. Aproveitamento 1. Maturidade té cnica = Povoamentos para Aproveitamento signifi-
necessá rio por cau- para cortar dispor caria desvantagens
sas silviculturais (se a composiç ão Ainda não-maduros para econô micas ou efeitos
(p. ex. progresso de dos sortimentos cor- o corte, mas podem ser negativos para a ordem
regeneraç ão) responde aos objeti- usados sem desvanta- espacial.
2. Povoamentos, que vos da empresa ou gens econô micas ou
não mais aprovei- se a composiç ão dos efeitos negativos para a
tam o poder produ- sortimentos não ordem espacial.
tivo do solo (grau pode ser melhorada Especialmente conveni-
de densidade de- com outras medidas entes para a formaç ão de
masiadamente pe- futuras) reservas.
queno, podridão) 2. Maturidade econô -
mica para cortar (=>
análise marginal)
FIGURA 60: Urgência de corte.
51
Exemplo:
Finalidade "Rendimento líquido má ximo"
objetivo
monetá rio rendimento líquido marginal
(rendimento (sobre condiç ões normais)
líquido)
•
„ rendimento líquido mé dio =
padrã o
ƒ …
‚
Sendo:
∆RL = rendimento líquido marginal
RLm = rendimento líquido na idade m
RLm+10 = rendimento líquido 10 anos depois
Cm = custos anuais na idade m
Cm+10 = custos anuais 10 anos depois
52
Nota:
O problema das aná lises marginais é a determinaç ão do incremento real do povoamento,
mas també m com estimativas de incremento não muito inexatas (com erros iguais), as
aná lises marginas podem dar uma boa hierarquia para o aproveitamento dos povoa-
mentos velhos, ou seja, a aná lise marginal é um bom instrumento para classificar povo-
amentos.
9 Avaliaç ã o florestal
9.1 Fundamentos
Valor de um bem:
1. Definiç ão
Grau de utilidade, que um bem possui para satisfaz as necessidades do ser humano;
expressão de uma relaç ão entre sujeito e objeto
2. Qualidades de um bem determinando o valor:
• Utilidade para servir às finalidades humanas (valor de usar);
• raridade ou escassez do bem: quanto mais raro, tanto mais valoroso.
3. Valor não e igual ao preç o
O preç o é o valor de troca no mercado e quantificado pelo mercado. Valor e preç o
comportam-se como causa e efeito. O valor é o pressuposto (utilidade e raridade)
para a formaç ão de um preç o.
54
TEORIAS DE AVALIAÇ Ã O
í î
Teoria Objetiva Teoria Subjetiva
Explica o valor de um bem pelos custos emprega- Explica o valor de um bem exclusivamente pela
dos para seu fabricaç ão. Segundo essa teoria, o sua utilidade para um indivíduo; por isso, o mesmo
valor é uma propriedade absoluta e imutá vel. bem pode ter diferentes valores conforme à estima
Representantes na historia: do indivíduo.
• ADAM SMITH: o valor de um bem resulta do => o valor e uma expressão da preferência do
emprego dos fatores produtivos (mão-de-obra, indivíduo.
capital, terreno) necessá rios para sua fabrica-
ç ão (teoria dos custos de produç ão);
• DAVID RICARDO, KARL MARX: o valor resulta
dos custos para a quantidade de mão-de-obra
contida no bem.
î í
Teoria Gerundiva
Tenta a vencer o antagonismo entre as ambas teorias por uma teoria de equilíbrio.
O valor de troca resulta de oferta (considerando os custos de fabricaç ão) e de demanda (considerando os
fatores subjetivos)
=> o valor não é uma grandeza absoluta, o valor varia segundo a finalidade da avaliaç ão.
FIGURA 64: Teorias de avaliaç ão.
Primeiras avaliaç ões já foram feitas na idade mé dia. Com a construç ão de uma produç ão
florestal manejada na Europa Central (depois exploraç ões, florestas devastadas e falta
de madeira) desenvolveram-se a Economia Florestal e a Avaliaç ão Florestal cientifica
(KÖ NIG, FAUSTMANN, COTTA, HARTIG). Desenvolvimento do cá lculo com uma taxa de
juros. No classicismo, formaç ão do primeiro sistema de explicaç ão sobre o aproveita-
mento florestal do solo no quadro da economia. Duas escolas do rendimento líquido se
formaram:
ESCOLAS DO RENDIMENTO LÍ QUIDO
í î
Escola do rendimento líquido do Escola do rendimento líquido da
terreno floresta
Representantes: PRESSLER, 1850; HEYER, 1873; Representantes: BORGGREVE, 1873; MICHAELIS,
ENDRES, 1910. 1900.
Efeitos: Efeitos:
• Produç ão florestal em grandes á reas; • Rotaç ões longas, florestas com volume
• o menor possível capital das á rvores (rotaç ões grande;
curtas, desbastes pesados); ð recusa da taxa de juros como uma coisa "fora
ð circulaç ão rá pida do capital; da floresta".
ð desenvolvimento da teoria sobre uma taxa de
juros objetiva.
FIGURA 65: Escolas do rendimento líquido.
55
O rendimento líquido corresponde a uma renda periódica e eterna, que pode ser capitali-
zada e o valor do capital representa o valor da produç ão do solo:
Fórmula de Faustmann
Sendo:
Ar = valor do corte final na idade r
Da, Db, ... = rendimento do desbaste na idade a, b, ...
Nq = rendimentos secundá rios livres de custos de exploraç ão na idade q
c = custo de cultura
V = valor do capital administrativo (V = v/0,0p)
r = rotaç ão
Nota:
• Valor de produç ão do solo é diretamente proporcional aos rendimentos do desbaste,
ao valor do corte final e aos rendimentos secundá rios;
• valor de produç ão do solo decresce com a taxa de juros crescendo.
AVALIAÇ Ã O DO POVOAMENTO
A observaç ão refere-se à/ao
í ê î
Passado Atualidade Futuro
Valor do custo do ão
Valor de exploraç Valor da espectativa de
povoamento produç ão
Ar = v1 * p1 + v 2 * p 2 + ... + vn * pn
Sendo:
Ar = valor de exploraç ão
v1, v2, ... vn = volumes dos diferentes sortimentos
p1, p2, ... pn = preç o para os diferentes sortimentos livre de custos de exploraç ão
A averiguaç ão do valor dos custos do povoamento parte da consideraç ão, que o valor
para um bem é pelo menos tão alto como os custos que foram realizados para sua aqui-
siç ão ou fabricaç ão. Por isso, o valor do custo do povoamento abrange todos os custos
para a cultura, os tratamentos silviculturais e a proteç ão contra pragas e doenç as até o
momento da avaliaç ão do povoamento. Uma vez que os custos realizaram-se em dife-
rentes períodos, eles têm que ser referidos a um momento uniforme.
Tanto o valor de exploraç ão como o valor da espectativa de produç ão não servem, por-
que por um lado, os custos são mais elevados do que a renda e por outro, existe incer-
teza sobre o desenvolvimento do povoamento.
Sendo:
Vc = valor do custo do povoamento
c = custo de cultura
B = capital do custo do solo (B = b/0,0p)
V = capital do custo de administraç ão (V = v/0,0p)
Da, Db... = rendas dos desbastes na idade a, b, ....
m = idade no momento da avaliaç ão do povoamento
A fórmula foi desenvolvida no ano 1846 por KÖ NIG. Da fórmula pode ser deduzido que
o valor do custo do povoamento na idade 0 é igual aos custos de plantaç ão. O valor do
custo do povoamento é proporcional ao capital do custo do solo, ao capital do custo de
administraç ão e aos custos de cultura e inversamente proporcional às rendas de des-
baste.
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Com uma taxa de juros maior o valor do custos do povoamento cresce també m e vice-
-versa.
Sendo:
VEm = valor da espectativa de produç ão
Ar = renda do corte final
Da, Db, ... = rendas de desbastes na idade a, b, ...
V = valor do capital administrativo (V = v/0,0p)
B = valor do capital do solo (B = b/0,0p)
r = rotaç ão
m = idade no momento da avaliaç ão do povoamento
Valor do povoamento/ha
VEm = VCm
Am
Ar
O valor da exploraç ão é menor até a idade r do que o valor da espectativa de produç ão,
respectivamente o valor de custo do povoamento. A diferenç a é quanto maior, tanto
mais novos são os povoamentos. A diferenç a entre os valores da exploraç ão respecti-
vamente da espectativa de produç ão por um lado e por outro lado o valor de exploraç ão
mostra a falta de maturidade de corte. Quanto mais velhos são os povoamentos, mais o
valor de exploraç ão se aproxima ao valor de espectativa de produç ão. Esse desenvolvi-
mento corresponde ao alcance da idade madura para cortar.
Ra = Ar + Da + Db + ... − (c + r * v )
Sendo:
Ra = renda líquida anual
Ar = renda do corte final na idade r
Da, Db, ...= rendas de desbastes na idade a, b, ...
c = custo culturais de implantaç ão e manutenç ão/ha
r = rotaç ão
v = custos de administraç ão/ha/ano
A renda líquida anual corresponde à renda do valor total da floresta ou do valor da ren-
tabilidade da floresta. Se a taxa de juros, com que a floresta rende, é p%, o valor de
rentabilidade da floresta é :
A + Da + Db + ... − (c + r * v )
Vr = r
0,0 p
Sendo:
Vr = valor da rentabiliade da floresta
Ar = renda do corte final na idade r
Da, Db, ...= rendas de desbastes na idade a, b, ...
c = custo culturais de implantaç ão e manutenç ão/ha
r = rotaç ão
v = custos de administraç ão/ha/ano
Nota:
A classe "normal" de aproveitamento é um modelo, que nunca existe na realidade. Ela é
um modelo de pensar que pode ser usado como um crité rio e uma ajuda para decisões
prá ticas, sem que seja o objetivo das medidas silviculturais.
Realmente a distribuiç ão dos sortimentos, das classes de idade, os índices de sítio, a
qualidade de madeira e os graus de estoqueamento são tão irregulares que aparecem
mudanç as anuais e periódicas de rendimentos e de gastos. Especialmente a distribui-
ç ão das classes de idade provoca essas mudanç as.
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9.5.1 O valor da rentabilidade da floresta com uma relaç ão das classes de idade mode-
radamente anormal
Se a relaç ão das classes de idades não é muito diferente, o valor da rentabilidade da flo-
resta é obtida pela relaç ão:
Exemplo: ou
Vr = R$ 60.000 Vr = R$ 60.000
Er = 12.000 m³ Ia = 18 anos
En = 14.000 m³ r = 40 anos
Vr' = R$ 60.000 * (12.000/14.000) = R$ 51.428 Vr' = R$ 60.000 * (18/20) = R$ 54.000
9.5.2 O valor da rentabilidade da floresta com uma relaç ão das classes de idade forte-
mente anormal
R = ∑ Ax + ∑ D x − ( a * c + 20 * A * v )
Sendo:
ΣAx = soma de todos os valores líquidos da exploraç ão final feitos no período de 20 anos;
ΣDx = soma de todos os valores líquidos do desbaste para o período de 20 anos;
a = á rea de plantio do período de 20 anos;
c = custo de cultura/ha;
A = á rea da unidade de manejo;
v = custos de administraç ão anual/ha.
A renda líquida pode ser relacionada para a metade do período, e para tal, determinando
o valor do capital quando descontado para o momento de avaliaç ão:
R
O primeiro período (0-20 anos), mé dia 10 anos è
1,0 p10
R
O segundo período (20-40 anos), mé dia 30 anos è
1,0 p 30
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Com a soma das rendas líquidas periódicas, pode-se calcular a rentabilidade da floresta
com uma relaç ão das classes de idade fortemente anormal:
Vr ″ =
R10 R30 R50 r
+ + + ... +
10 30 50
1,0 p 1,0 p 1,0 p 0,0 p * 1,0 p n
r = renda anual, que entra depois n anos, isto é , após a floresta ter alcanç ada o estado normal
r
= valor do capital da renda anual, que entra a partir do ano n;
0,0 p
r 1
* = valor da capital de renda anual descontado para o momento de avalia ç ão.
0,0 p 1,0 p n
A taxa de juros (p) é a relaç ão entre juro (r) e capital (K), expressado em percentagens.
r
P= *100
K
Basicamente, é diferenciado entre uma taxa de juros arbitrá ria (exigida, subjetiva) e uma
taxa efetiva (interna).
Os gastos são:
c * 1,0 p r + ( B + V ) * (1,0 p r − 1)
Quando os rendimentos e gastos forem igualados, obté m-se o equilíbrio econô mico que
ã o Básica Florestal:
é obtido na Equaç
Sendo:
Ar = rendimento líquido do corte final;
Da, Db, ... = rendimento líquido dos desbastes na idade a, b, ...;
c = custos de cultura;
V = valor do capital administrativo (V = v/0,0p);
B = valor do capital do terreno (B = b/0,0p);
r = rotaç ão;
p = taxa de juros.
Pelo processo de iteraç ão (numé rica ou grá fica) consegue-se determinar a taxa de ju-
ros p.
Normalmente, essa taxa de juros efetiva é usada para a determinaç ão do valor do custo
do povoamento (VC) e do valor da espectativa de produç ão (VE).
A. Métodos nã o-monetários
Mé todos com escalas nominais trabalham somente à distinç ão entre o caso em que o
benefício indireto existente ou não-existente, isto é , "nominal" significa apenas uma
classificaç ão dos benefícios indiretos. Um exemplo é o mapeamento das funç ões da
floresta na Alemanha (recreaç ão, á gua, proteç ão de solo etc.). É importante afirmar que,
neste mé todo, somente a oferta dos benefícios é medida, mas não a demanda.
Neste mé todo, é possível uma formaç ão hierá rquica de benefícios, mas nenhuma consi-
deraç ão pode ser feita sobre suas diferenç as de valor. Um exemplo é o mapeamento dos
biótopos florestais em Baden-Württemberg na Alemanha, ou seja, a atribuiç ão de cifras
aos biótopos florestais. Aqui, embora se possa dizer que a cifra "um" é melhor que a
cifra "dois", não se pode determinar a diferenç a entre as duas. Nesse contexto també m
somente a oferta natural é considerada, mas não a demanda das pessoas.
Nos mé todos com escalas cardinais a diferenç a entre os valores é determinada. Nesse
contexto, existem, sobretudo, três mé todos diferentes.
Um mé todo é o da aná lise de valor de benefícios ("scoring model"). É um mé todo para
a avaliaç ão de alternativas econô micas, mas tem també m crité rios que não são medidos
com unidades monetá rias, ou seja, crité rios té cnicos, sociais ou psicológicos.
Ao contrá rio deste, existe a aná lise de custos e benefícios ("cost-benefit-analysis").
Trata-se de um mé todo de avaliaç ão comparada de projetos ou de alternativas de aç ões.
Esse mé todo, sobretudo, é usado para avaliar projetos públicos de investimento.
Os índices são uma terceira possibilidade no contexto dos mé todos de escalas cardinais.
Nesta, os custos de produç ão dos benefícios indiretos podem ser expressos em relaç ão
aos custos totais na empresa.
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B. Métodos monetários
1. Métodos de custos
A idé ia fundamental é que os benefícios indiretos valem, pelo menos, tanto quanto os
custos para a sua oferta ou para a substituiç ão. Um exemplo de custo de substituiç ão
refere-se aos custos para a preparaç ão da á gua oriunda de uma á rea sem floresta em
relaç ão a produzida em uma á rea florestal. Os custos de recuperaç ão referem-se aos
custos para a reparaç ão de danos que surgem em á reas sem floresta, p. ex., os danos
causados pela erosão do solo.
Como o benefício das pessoas, que consomem, não é diretamente mensurá vel, o con-
ceito de "disposiç ão de pagar" é utilizado, ou seja, um bem dá tanto benefício quanto
uma pessoa ou a sociedade precisa ou pode pagar. A disposiç ão de pagar por benefícios
indiretos existe, porque possibilitam o consumo ("user benefits") e trazem outros valo-
res agregados ("non-user-benefits"), tais como:
• O valor de possibilidade – a disposiç ão de pagar existe, porque garante a possibili-
dade para usar o bem mais tarde;
• o valor de patrimô nio – o bem é útil, porque os descendentes poderão usá -lo;
• o valor de existência – o bem tem utilidade pela sua simples existência, embora
possa, em um determinado momento, não ser utilizado.
O mé todo trabalha com pesquisa de pessoas sobre suas disposiç ões de pagar por um
determinado bem. O mé todo é muito fá cil, porque basta entrevistar as pessoas que ca-
minham na floresta, que vão de bicicleta na floresta ou fazem uma corrida na floresta.
O mé todo, poré m, tem uma sé rie de desvantagens. A disposiç ão de pagar é influenciada
pela capacidade de pagar, ou seja, quanto maior o salá rio tanto maior a disposiç ão de
pagar. Por causa da disposiç ão em pagar ser desigual entre as pessoas, é necessá rio con-
siderar os diferentes níveis salariais. Alé m disso, é preciso considerar que somente as
pessoas com um salá rio próprio podem decidir independentemente.
Uma outra desvantagem é o fato de que há respostas estraté gicas (respostas não verda-
deiras) ou de que as respostas verdadeiras não são idênticas ao comportamento das pes-
soas. E que, ainda, pode existir um problema de informaç ão. Os assuntos sobre os quais
as pessoas são perguntadas são muito complicados, podem representar conflitos entre
geraç ões, entre outros. Uma questão que precisa ser refletida é se temos hoje condiç ões
para avaliar bens, que també m atingem as próximas geraç ões? Estamos frente a uma
questão é tica e moral.
A idé ia fundamental nos mé todos indiretos é que, com base no comportamento do usuá -
rio, será deduzido o valor para os benefícios indiretos.
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10 Bibliografia