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6 Trabalho de TEC IV

Lindara Hage

O processamento de material plástico por injeção é um dos principais processos de


transformação de polímeros. Em comparação a outros processos de fabricação de
material plástico existentes, o processamento por injeção permite alta produtividade,
grande liberdade de design no desenvolvimento de novos produtos, versatilidade de
materiais disponíveis que podem ser processados pelo mesmo e a consequente alta
aplicabilidade das peças conformadas. Apesar das inúmeras vantagens mencionadas, a
transformação ou processamento por injeção de materiais plásticos aplicados na
indústria automotiva apresenta algumas peculiaridades. Uma delas é a diferença de
massa ou retração do material que se dá durante seu processamento, o que acarreta em
relevante impacto econômico e na gestão do processo.

Conforme Manrich (2013, p. 29) a tecnologia por injeção tem ampla utilização na
indústria de autopeças por uma série de razões como: alta produtividade, processo
amplamente difundido, matéria-prima com amplo grupo de fornecedores, facilidade de
processamento e mão de obra treinada disponível. Segundo Harada (1991, p. 18) o
processo de injeção de termoplásticos consiste na fundição do polímero por meio de
aquecimento e cisalhamento (plastificação), posteriormente ocorre o transporte de
material fundido para a cavidade do molde preenchendo-a completamente. Após o
preenchimento da cavidade ocorre o resfriamento do material e extração do produto do
molde.

No entanto, de acordo com Greif (2007, p. 188) o processo de injeção termoplástica


trabalha com um grande número de variáveis e que, em geral, apresentam grandes
dependências entre si, sendo: pressão de injeção, pressão e tempo de recalque,
velocidade de injeção e temperatura do molde; A correta parametrização dessas
variáveis pode resultar em um significativo aumento da produtividade e qualidade dos
produtos injetados, estes parâmetros de processamento dos materiais estão em constante
otimização no controle preciso do material a ser injetado nas cavidades do molde. A
moldagem por injeção pode ser dividida em três fases: de injeção, de compressão (ou
compactação) e de recalque, conforme exemplificado na Figura 1.
A primeira fase do processo caracteriza-se pela transferência de parte do material pré-
dosado para dentro do molde, definindo o preenchimento volumétrico de suas cavidades
conhecida como injeção ou preenchimento. O material percorre os canais de injeção e
envolve as paredes do molde, formando uma camada que se congela devido velocidade
de escoamento.

A segunda fase é responsável pela transferência de uma pequena quantidade de material


polimérico que auxilia na “pré-compactação” do produto tendo como função principal
permitir a passagem do controle de pressão da fase de injeção para a próxima fase. O
início da compressão ocorre no momento em que a frente de fluxo atinge o final da
cavidade, necessitando-se assim maiores níveis de pressão para que o material continue
sua movimentação em direção ao molde. Após a pré-compactação, é necessário
verificar a redução volumétrica do produto causada pela contração do material. A
contração do material é minimizada com a compensação utilizando-se a terceira fase da
injeção.

Na terceira fase é utilizada para sustentar o retorno do material que já se encontra na


cavidade do molde até o congelamento do material derretido e empurrar material
adicional para dentro da cavidade durante a sua contração, devendo ocorrer até que o
produto, na região do ponto de injeção ou gate, se solidifique totalmente.

Atualmente muito do que utilizamos possui peças plásticas devido à versatilidade do


material, a agilidade na moldagem, assim como a boa resistência aos impactos e
também a economia com a produção. Essas características tornaram a terceirização de
Injeção de peças plásticas um dos serviços mais fundamentais em vários segmentos
industriais.
O processo completo de injeção de termoplástico é dividido em 6 etapas:

● Fechamento do Molde: através da movimentação hidráulica ou elétrica das placas da


máquina injetora é possível realizar o fechamento do molde. Considerando que o molde
esteja corretamente fechado e as placas da injetoras travadas, acontece a injeção do
material escolhido nas cavidades, evitando assim a formação de excessos e
imperfeições, que podem ocorrer por causa da alta pressão desse procedimento inicial.

● Dosagem: aqui acontece o amolecimento do material. Importante lembrar a


quantidade de dosagem depende do tipo de produto selecionado. Essa etapa acontece a
partir de resistências elétricas no conjunto extrusor da injetora, composto de canhão e
rosca.

● Preenchimento: após o material já estar amolecido, é necessário fazer a injeção nas


cavidades do molde. Para evitar que a frente de fluxo da matéria-prima congele. Essa
etapa deve acontecer rapidamente. O possível congelamento não deixa que o
preenchimento fique completo como deve ser.

● Recalque: para o preenchimento das cavidades, a quantidade de matéria-prima dosada


em etapa anterior é normalmente maior que o volume final do termoplástico. Isso ocorre
porque o excesso pode causar aumento da pressão interna das cavidades. Por isso, com
o objetivo de minimizar a contração do produto no momento do resfriamento, o
recalque permite a manutenção da pressão durante o procedimento. Para reduzir a
possibilidade de defeitos chamados de “rechupes”, essa fase busca tornar o
preenchimento completamente homogêneo.

● Resfriamento: Imediatamente após a dosagem da matéria-prima nas cavidades, o


processo de resfriamento é iniciado. De maneira geral, os moldes têm circuitos de
refrigeração, que é um sistema com circulação de água para acelerar essa etapa
penúltima etapa. Após isso, o material plástico fica sólido, adquirindo a forma final do
produto desejado.

● Extração: Através de mecanismos internos do próprio molde, é feita a extração do


produto, agora já resfriado. Essa etapa final pode acontecer por meio de pinos
extratores, placa extratora, mandíbulas e outros mecanismos.

Todo o processo de injeção de termoplásticos requer preparo e treinamento. A


programação exige conhecimentos importantes, considerando a pressão exercida, assim
como a velocidade e o tempo. Caso contrário, podem acontecer erros que provocam
quebra de moldes e do mecanismo da máquina.
A máquina injetora de plástico é usada no processo de fundir e moldar polímeros de
acordo com a peça que será criada no processo de transformação. Nessa operação o
plástico é aquecido e injetado em um molde, que em seguida é resfriado e, então poderá
ser aberto para extração da peça. 

As injetoras são encontradas em diversos tamanhos e modelos, por isso se estiver


pensando em adquirir uma máquina dessas é importante levar em conta o tipo de tarefa
que será realizada. Na Indústria do Plástico, a injetora é um dos itens mais procurados,
considerando especialmente os resultados que oferece como alta produtividade, rapidez
e qualidade dos produtos finais.

Referências

APPOLINÁRIO, Fabio. Metodologia da ciência: São Paulo: Thomson, 2006.

DEMO, P. Complexidade e aprendizagem: a dinâmica não linear do conhecimento. São


Paulo: Atlas, 2002.

Helmut et al. Tecnologia dos plásticos. Rio de Janeiro: Edgard Blücher, 1995.

HARADA, Julio. Moldagem por Injeção: projeção e princípios básicos. São Paulo:
Medialdea, 1991.

HARADA, Julio; UEKI, Marcelo M. Injeção de termoplásticos: produtividade com


qualidade. São Paulo: Artliber Editora, 2012.

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