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1. PERSONALIDADE INTERNACIONAL:..................................................................................4
2. ESTADO..........................................................................................................................13
1. Conceito:....................................................................................................................13
2. Surgimento dos Estados:................................................................................................15
3. Reconhecimento de Estado e de Governo:.....................................................................16
4. Direitos e Deveres dos Estados:.....................................................................................18
5. Extinção e sucessão de Estados:.....................................................................................22
6. Território:......................................................................................................................25
7. Direitos territoriais de jurisdição:...................................................................................27
8. Domínio internacional ou público:.................................................................................28
3. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS.................................................................................28
1. Conceito:........................................................................................................................28
2. Elementos essenciais:....................................................................................................30
3. Características:...............................................................................................................31
4. Classificações:................................................................................................................33
5. Estudo das ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU):.............................................36
5.1 Surgimento:..................................................................................................................36
5.2. Objetivos da ONU:.......................................................................................................38
5.3. Princípios da ONU:.......................................................................................................39
5.4. Órgãos da ONU:...........................................................................................................40
6. Estudo da Organização dos Estados Americanos (OEA):.................................................50
4. IMUNIDADE À JURISDIÇÃO ESTATAL..............................................................................51
1. Conceito:........................................................................................................................51
2. Classificações:................................................................................................................52
3. Imunidades dos Estados no processo de conhecimento:................................................53
4. Imunidades das Organizações Internacionais no processo de conhecimento:................56
5. Imunidade dos Estados e OI no processo de execução:..................................................59
6. O Estado estrangeiro como autor no Judiciário de outro Estado:...................................60
7. Competência para o exame de litígio envolvendo pessoas jurídicas de direito público externo no
Brasil:.................................................................................................................................61
5. ÓRGÃOS DO ESTADO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS.................................................67
1. Conceito:........................................................................................................................67
2. Privilégios e imunidades diplomáticas:..........................................................................69
3. Agentes consulares:.......................................................................................................71
4. Diferenças entre cônsules e agentes diplomáticos:........................................................73
6. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO................................................................74
7. BIBLIOGRAFIA INDICADA...............................................................................................74
ATUALIZADO EM 08/05/20171
1. PERSONALIDADE INTERNACIONAL:
- Tendo ou não personalidade internacional, OS INDIVÍDUOS, EMPRESAS E ONGS NÃO DETÊM TODAS
AS PRERROGATIVAS DOS ESTADOS E OI, COMO A CAPACIDADE DE CELEBRAR TRATADOS. SÃO
DENOMINADOS SUJEITOS FRAGMENTÁRIOS.
- Os BLOCOS REGIONAIS também são sujeitos de DIP que têm todas as prerrogativas típicas dos
Estados e OI (sujeitos tradicionais), como o poder de celebrar tratados.
1
As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal
aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e
equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado
contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal
não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o
aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados.
ESTADOS INDIVÍDUOS
OI EMPRESAS
SANTA SÉ ONGs
BELIGERANTES
INSURGENTES
NAÇÕES EM LUTA PELA SOBERANIA
BLOCOS REGIONAIS
#ATENÇÃO: Há questões de concursos que ainda adotam o entendimento clássico, exigindo que os
candidatos reconheçam a personalidade de Direito Internacional apenas nos Estados, nas organizações
internacionais e na Santa Sé e negando qualquer capacidade jurídica no âmbito externo a indivíduos,
empresas e ONGS.
a) ESTADO:
Trata-se do ente composto por um território onde vive uma comunidade humana (povo)
governada por um poder soberano (governo soberano) e cujo aparecimento, cabe desde logo
destacar, não depende da anuência de outros membros da sociedade internacional. Considerando que
seu aparecimento não depende da anuência de outros membros da sociedade internacional, pode-se
afirmar que os Estados têm PERSONALIDADE INTERNACIONAL ORIGINÁRIA (o surgimento do DIP está
estreitamente vinculado à consolidação do Estado).
b) ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
- São entidades CRIADAS E COMPOSTAS POR ESTADOS por meio de TRATADO (personalidade jurídica
própria), possuindo, portanto, PERSONALIDADE INTERNACIONAL DERIVADA.
- Por ter ampla capacidade de ação, podem celebrar tratados e recorrer a mecanismos internacionais
de solução de controvérsias.
- MARCO DAS OI COMO SUJEITOS DE DIP: Parecer da CIJ relativo à reparação, devida à PNU, pela
morte de seu mediador para o Oriente Médio, Folke Bernadotte, em Jerusalém (1948).
Santa Sé e o Vaticano são dois entes distintos, que têm em comum o vínculo com a Igreja
Católica Romana e a controvérsia em relação à personalidade jurídica internacional de ambos.
- A Santa Sé é a entidade que comanda a Igreja Católica Romana. É chefiada pelo Papa e é composta
pela Cúria Romana, conjunto de órgão que assessora o Sumo Pontífice em sua missão de dirigir o
conjunto de fiéis católicos. É sediada no Estado da cidade do Vaticano, e seu poder não é limitado por
nenhum outro Estado.
- A Santa Sé pode celebrar tratados, participar de organizações internacionais e exercer o seu direito
de legação (direito de enviar e receber agentes diplomáticos), abrindo missões diplomáticas
(chamadas de “nunciaturas apostólicas”) chefiadas por “Nuncios Apostólicos”. E compostas por
funcionários de nível diplomático, beneficiários de privilégios e imunidades diplomáticas.
- O Santo Padre ainda goza de status e prerrogativas de CHEFE DE ESTADO e continua a ter certa
ascendência na sociedade internacional, como provam suas reiteradas manifestações em assuntos de
direito internacional.
- Já o Vaticano é um ente estatal, e, portanto, tem personalidade jurídica de pessoa jurídica de Direito
Internacional, sua maior autoridade também é o Papa. O principal papel do vaticano é dar suporte
material para a Santa Sé. Pode celebrar tratados, e exercer e tem direito de legação, exercido pela
Santa sé em nome do Vaticano.
#POLÊMICA: Parte da doutrina não considera o Vaticano como Estado, mas Portela entende que sim,
pois tem território, povo e governo soberano (elementos do Estado). Em todo caso, o Vaticano reúne
capacidade de atuação internacional, podendo celebrar tratados e participar de organismos
internacionais. Tem direito de legação, o qual, no entanto, é exercido pela Santa Sé, que age em nome
do Estado do Vaticano, ocupando-se, na prática, da diplomacia vaticana.
#NÃOCONFUNDIR:
SANTA SÉ VATICANO
ENTIDADE QUE COMANDA A IGREJA É um ESTADO. Confere o suporte material
CATÓLICA, chefiada pelo Papa e composta necessário para que a Santa Sé possa exercer
pela Cúria Romana. suas funções.
SUJEITO DE DIP SUJEITO DE DIP (Estado)
DIREITO DE LEGAÇÃO (“NUNCIATURAS DIREITO DE LEGAÇÃO EXERCIDO PELA SANTA
APOSTÓLICAS”) SÉ.
Não tem território. Sede no Vaticano. Como é um Estado, tem seu território.
- Atenção: os núncios apostólicos são vinculados à Santa Sé (que não possui território), e a diplomacia
vaticana também é exercida pela Santa Sé.
#1001questões:
O Direito de Legação é exercido privativamente pelo Presidente da República (poder de
enviar e receber representantes diplomáticos).
d) INDIVÍDUO:
Durante muito tempo, a doutrina não conferia ao indivíduo o caráter de sujeito de DI. Partia-se
da premissa de que a sociedade internacional era meramente interestatal. Entretanto, a doutrina vem
paulatinamente rendendo-se à evidência de que o indivíduo age na sociedade internacional. Sua
personalidade internacional ainda é contestada. Contudo, não se pode negar que há um significativo
rol de normas internacionais que aludem diretamente a direitos e obrigações dos indivíduos.
- É possível que exijam em foros internacionais a observância de certos direitos. Ex.: um brasileiro
pode reclamar à CIDH pela violação de um direito por um Estado.
- Obs.: Uma pessoa também pode responder por atos em foros internacionais. Ex.: TPI.
e) ONGs:
São entidades privadas sem fins lucrativos que atuam em áreas de interesse público,
promovendo a aplicação de normas internacionais em vários campos. Algumas participam de OIs como
observadoras.
#1001questões:
As ONGS não possuem Personalidade Jurídica de Direito Internacional. Exceção: Cruz
Vermelha.
#1001questões:
O Greenpeace, como ONG, não possui personalidade jurídica de DIP, ou seja, não pode
celebrar tratados, tais como o Protocolo de Quioto.
f) EMPRESAS:
g.1) Beligerantes:
São movimentos contrários ao governo de um Estado, que visam conquistar o poder ou criar
um novo ente estatal, e cujo estado de beligerância é reconhecido por outros membros da sociedade
internacional.
#PERGUNTA: Qual o interesse do ente estatal onde atue o beligerante em reconhecê-lo como tal? O
Estado onde atue o beligerante fica isento de eventual responsabilização internacional pelos atos
deste, e terceiros Estados ficam obrigados a observar os deveres inerentes à neutralidade.
g.2) Insurgentes:
São grupos que se revoltam contra governos, mas de proporções menores que a beligerância.
Os insurgentes são beligerantes com direitos limitados: o reconhecimento também é ato
discricionário, mas os efeitos não são pré-definidos no DIP, dependem do ente estatal que
reconhece.
h) BLOCOS REGIONAIS:
São esquemas criados por tratados entre Estados para promover a integração de suas
economias e sociedades. Ex. União Europeia, o Mercosul, Área de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA).
- A personalidade jurídica dos blocos é conferida por meio dos tratados, ou seja, depende dos
interesses de seus integrantes. É possível que nem todos os blocos regionais sejam sujeitos de DIP.
#QUADRO-RESUMO:
Ente composto por um território, onde vive uma comunidade humana
governada por um poder soberano e cujo aparecimento não depende da
1.1 - ESTADOS
anuência de outros membros da sociedade internacional. O Estado possui
personalidade internacional ORIGINÁRIA.
São entidades capazes de articular os esforços dos entes estatais,
dirigidos a atingir certos objetivos. São criadas e compostas por Estados por
meio de tratado, com arcabouço institucional permanente e personalidade
1.2 jurídica própria, com vistas a alcançar propósitos comuns. Contam com ampla
ORGANIZAÇÕES capacidade de ação, podendo celebrar tratados e recorrer a mecanismos
INERNACIONAIS internacionais de solução de controvérsias. Sua personalidade internacional é
DERIVADA. Obs.: o reconhecimento da personalidade jurídica das
organizações internacionais não decorre de tratados, mas da jurisprudência
internacional, mais especificamente do Caso Bernadotte, julgado pela CIJ.
1.3 - SANTA SÉ E Reconhecido pela Itália por meio dos acordos de Latrão, a Santa Sé é a
ESTADO DA entidade que comanda a Igreja Católica Apostólica Romana. É chefiada pelo
CIDADE DO Papa e é composta pela Cúria Romana, conjunto de órgãos que assessora o
VATICANO Sumo Pontífice em sua missão de conduzir os fiéis católicos. O Santo Padre
goza de status e prerrogativas de Chefe de Estado. A Santa Sé pode celebrar
tratados, participar de organizações internacionais e exercer o direito de
legação (direito de enviar e receber agentes diplomáticos), abrindo missões
diplomáticas, chefiadas por Núncios Apostólicos. O sujeito de direito
internacional é a Santa Sé. As relações e acordos diplomáticos (Concordatas)
com outros estados soberanos, portanto, são com ela estabelecidos e não
com o Vaticano, que é um território sobre o qual a Santa Sé tem soberania. O
Vaticano é ente estatal e tem personalidade jurídica de direito internacional.
O seu principal papel é conferir o suporte material necessário para que a
Santa Sé possa exercer suas funções. SOBERANA ORDEM MILITAR DE MALTA:
é mantida pela Igreja Católica. Pretende ser Estado, mas não é. Tem inclusive
uma pseudoconstituição. Funciona em estrita dependência da Santa Sé.
Durante muito tempo a doutrina não conferia ao indivíduo o caráter de
sujeito de Direito Internacional. Sobretudo a partir da 2 a Guerra Mundial e
com o reforço do TPI os indivíduos passam a ser tidos como sujeitos de direito
internacional ao lado das organizações e dos Estados, podendo, em
determinadas situações, invocar normas de DIP, ser réus, autores, ou
legitimados a peticionar diretamente em algumas comissões/cortes no plano
internacional. Essa evolução deve-se à percepção de que o indivíduo age na
sociedade internacional, muitas vezes independentemente do Estado (ex.: um
Brasileiro pode reclamar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
inclusive contra o Brasil; uma pessoa natural pode responder perante o TPI
etc.). O tema ainda é controvertido, podendo ser apontados, em linhas gerais,
os seguintes posicionamentos conflitantes: 1ª corrente (tradicional): Rezek -
1.4 INDIVÍDUO Os indivíduos não têm personalidade de direito internacional, uma vez que
não se envolvem, a título próprio, na produção do acervo normativo
internacional, nem guardam qualquer relação direta e imediata com essa
ordem, apesar de existirem normas internacionais que criam direitos e
deveres a essas pessoas. 2ª corrente (mais moderna e que vem ganhando
força, podendo ser considerada a majoritária atualmente): Celso D.
Albuquerque Mello, Valério Mazzuoli, Portela e muitos outros - São sujeitos
de DIP todos os entes cujas condutas estão diretamente previstas pelo direito
das gentes, entidades ou pessoas a quem as normas de DIP são destinadas,
quer atribuindo direitos ou obrigações. Inclusive, a Convenção Europeia dos
Direitos Humanos elevou os indivíduos à categoria de sujeito de direito
internacional quando previu a possibilidade de qualquer cidadão, nacional ou
estrangeiro, ajuizar petições junto à Comissão Europeia de Direitos Humanos.
1.5
As ONGs são entidades privadas sem fins lucrativos que atuam em
ORGANIZAÇÕES
áreas de interesse público, inclusive em típicas fundações estatais. Elas não
NÃO
podem celebrar tratados. Ex.: Greepeace, a Anistia Internacional, os Médicos
GOVERNAMENTAI
sem Fronteiras etc.
S (ONGS)
É uma organização humanitária, independente e neutra, que se esforça
em proporcionar proteção e assistência às vítimas da guerra e de outras
situações de violência. Com sua sede em Genebra, Suíça, possui um mandato
da comunidade internacional para servir de guardião do Direito Internacional
1.6 COMITÊ Humanitário, além de ser o órgão fundador do Movimento da Cruz Vermelha
INTERNACIONAL e do Crescente Vermelho. As Convenções de Genebra de 1949 que incumbem
DA CRUZ o CICV de visitar prisioneiros, organizar operações de socorro, reunir
VERMELHA (CICV) familiares separados e realizar atividades humanitárias semelhantes durante
conflitos armados; A natureza jurídica da CICV é a de organização
internacional não-governamental. Detém capacidade para celebrar tratados
com os Estados ou com OI (organizações internacionais) intergovernamentais.
É uma associação de direito privado.
É notório o papel empresarial no atual cenário internacional. Com isso,
começa a admitir-se a personalidade internacional das empresas, mormente
as multi e transnacionais. As empresasse beneficiam diretamente de normas
1.7 AS EMPRESAS
internacionais e, além disso, têm obrigações fixadas pelo Direito das Gentes,
como os padrões internacionais mínimos. No MERCOSUL, elas têm acesso a
mecanismos internacionais de solução de controvérsia.
BELIGERANTES: São movimentos contrários ao governo de um Estado,
objetivando conquistar o poder ou então criar um novo ente estatal e cujo
estado de beligerância é reconhecido por outros membros da sociedade
internacional. Atente: o reconhecimento como beligerante é aplicado às
revoluções de grande envergadura, em que os revoltosos formam tropas
1.8 BELIGERANTES,
regulares e que têm sob seu controle uma parte do território estatal. Ex.:
INSURGENTES E
guerras civis. O reconhecimento de beligerância é normalmente feito por uma
NAÇÕES EM LUTA
DECLARAÇÃO DE NEUTRALIDADE E É ATO DISCRICIONÁRIO. Decorre de
PELA SOBERANIA
princípios humanitários e do direito de autodeterminação dos povos. Apenas
serão beligerantes quando demonstrarem “poder de fato” similar ao exercido
pelo Estado contra os quais se rebelam. O status de beligerante equipara-os
aos Estados.
INSURGENTES: Não assumem a proporção da beligerância. São ações de
menor proporção localizadas, revoltas de guarnições militares etc. Ex.: Revolta
Armada (1893). O seu reconhecimento é ATO DISCRICIONÁRIO, dentro do qual
são estabelecidos seus efeitos, que normalmente não estão pré-definidos no
DIP. Assim, enquanto os beligerantes podem celebrar tratados, os insurgentes
podem ou não, a depender do ato de reconhecimento.
NAÇÕES EM LUTA PELA SOBERANIA: São movimentos de independência
nacional, que acabam adquirindo notoriedade. Ex.: antiga Organização para a
Libertação da Palestina (Atual Autoridade Palestina), que, sem contar com
soberania estatal, exercia e ainda exerce prerrogativas típicas de Estados,
como a de celebrar tratados e o direito de legação. Podem ter origem na
beligerância ou na insurgência.
Os blocos regionais são esquemas criados por Estados localizados em
uma mesma região do mundo com intuito de promover maior integração
entre as respectivas economias e, eventualmente, entre as suas sociedades
nacionais. Dependendo do nível de aproximação de seus Estados-membros,
1.9 OS BLOCOS
podem agir autonomamente nas relações internacionais, ganhando
REGIONAIS
personalidade jurídica própria e passando a empregar poderes típicos de
sujeitos de Direitos das Gentes. A atribuição de personalidade jurídica
internacional a um bloco regional depende dos interesses dos integrantes
desses mecanismos e de suas peculiaridades.
2. ESTADO
1. Conceito:
#DICA:
O Estado federal constitui uma só pessoa ante o DIP.
Microestados são também são Estados, pois a qualidade de sujeito de DIP não depende da
quantidade de direitos e obrigações do qual um Estado é titular.
Embora o reconhecimento da existência de um Estado seja importante para sua inserção na
dinâmica das relações internacionais, A EXISTÊNCIA POLÍTICA DO ESTADO INDEPENDE DO SEU
RECONHECIMENTO PELOS DEMAIS ESTADOS (Convenção de Montevideu sobre Direitos e Deveres dos
Estados).
Além disso, a existência do Estado também independe do ingresso nas Nações Unidas.
- Estado ≠ nação/povo, que são grupos sociais unidos por afinidades históricas, culturais, étnicas,
religiosas, psicológicas etc. As nações podem estar espalhadas por vários Estados.
- Soberania = atributo do poder estatal que confere ao Estado o caráter de superioridade frente a
outros núcleos de poder que atuam dentro do Estado (interna) ou igualdade entre os poderes dos
Estados e à independência do Estado em relação a outros (externa).
#PERGUNTA: Quais são os tipos de soberania aceitos pela doutrina? Há quatro tipos:
Soberania interna: Seria o poder de regência sobre a conduta social realizada no seu território.
Soberania externa: O poder de atuar de maneira independente no cenário internacional.
Soberania formal: É o poder inerente ao Estado de conduzir-se de acordo com sua vontade no plano
internacional.
Soberania real: Trata-se da possibilidade de agir sem constrangimentos econômicos ou políticos no
plano internacional.
#PERGUNTA: O que se entende por “teoria dos quatro elementos”? O Estado é a sociedade política
organizada na qual o governo exerce poder soberano em relação a determinado povo e território.
Logo, seus quatro elementos são: Povo + Território + Governo + Soberania.
#JÁCAIU
Assertiva correta de concurso: a anexação, por meio da utilização da força, é uma forma de aquisição
de território proibida pelo DIP.
- 1001 questões: a intervenção diplomática é meio pacífico para solução de controvérsias, que pode se
dar por meio de negociações diretas, sistema de consultas, bons ofícios, conciliação, mediação ou
inquérito. Já as restrições econômicas e comerciais constituem meio coercitivo de solução de
controvérsias internacionais.
Conclui-se que as formas de aparecimento do Estado são: ocupação e posse da terra nullius,
conquista (proibida), desmembramento, desintegração, contiguidade, guerra, secessão, fusão.
Conquista : atualmente
Ocupação e posse
Contiguidades proibido pelo Direito Guerra
da terra nullius
internacional
Dissolução/desintegraçã
Desmembramento Secessão Fusão/agregação/unificação
o
- Reconhecimento de Estado:
a) Ato unilateral: Um Estado constata o aparecimento de outro e considera o novo Estado como um
sujeito com o qual poderá manter relações válidas no campo jurídico.
b) Ato declaratório: Só atesta o surgimento de um novo Estado, com todos os direitos e deveres
determinados pelo DIP.
c) Ato discricionário: Considerações de interesse nacional. O reconhecimento não é obrigatório.
d) Ato incondicionado: O Estado que reconhece não pode vincular o ato a condições ou exigências.
#JÁCAIUEMPROVA:
- Assertiva errada de concurso: o Estado X, situado no continente americano, tornou-se independente
em 2000. Em 2003, o Estado Y, também situado no continente americano, declarou o reconhecimento
do Estado X. Nessa situação, somente a partir do referido reconhecimento os atos emanados pelo
Estado X serão aceitos como válidos pelos tribunais do Estado Y. Está errado porque O
RECONHECIMENTO É RETROATIVO.
- Assertiva correta de concurso: o Governo Brasileiro poderia ter optado por não reconhecer
formalmente a independência de Montenegro e poderia ter simplesmente estabelecido relações
diplomáticas com aquele país, o que teria produzido o mesmo efeito jurídico do reconhecimento
(RECONHECIMENTO TÁCITO).
#ATENÇÃO: enfatizamos que os elementos do Estado são apenas três: território, povo e governo
soberano. O reconhecimento não é elemento do Estado.
Em vista do direito de conservação, o território do Estado é inviolável e não pode ser objeto de
ocupação militar nem de qualquer medida de força, temporária ou permanente, imposta por outro
Estado, salvo nas hipóteses de legítima defesa do Estado agredido ou de ação internacional, voltada a
manter ou a restaurar a paz e a segurança internacional, nos termos da Carta da ONU (arts. 39-54).
A jurisdição dos Estados, dentro dos limites do território nacional, aplica-se a todos os
habitantes. Os nacionais e estrangeiros encontram-se sob a mesma proteção da legislação e das
autoridades nacionais e os estrangeiros não poderão pretender direitos diferentes, nem mais
extensos que os dos nacionais (art. 9º da CM).
- Como decorrência da soberania, nenhum Estado possui o direito de intervir em assuntos internos
ou externos de outro (art. 9º).
#JÁCAIUEMPROVA:
Uma OI pode intervir nos assuntos internos de um Estado Soberano, se tal competência lhe
for atribuída.
É nesse sentido que afirmamos que dos direitos fundamentais dos entes estatais também
decorrem deveres, como a obrigação de os Estados não intervirem nos assuntos da alçada da
soberania de outro Estado, conclusão corroborada pela própria Convenção de Montevideu, que
determina que “Nenhum Estado possui o direito de intervir em assuntos internos ou externos de outro
ou externos de outro” (art. 8º). Além do mais, os Estados têm o dever de solucionar as controvérsias
entre si de maneira pacífica e de não reconhecer aquisições territoriais ou quaisquer outras
vantagens obtidas pela força ou pela coação.
#APROFUNDAMENTO
A Resolução 2625/1970 nos mostra quais são os direitos e deveres dos estados.
DIREITOS: liberdade, igualdade, de firmar tratados, respeito mútuo, defesa e conservação,
desenvolvimentos. Direitos frutos da soberania territorial.
Direito importante: direito a soberania permanente sobre os recursos internacionais. Direito de
legação: constituir missão diplomática.
DEVERES: cooperação, não intervenção em assunto doméstico, colaboração internacional.
Não se pode estudar o problema da intervenção sem fazer menção à DOUTRINA MONROE,
exposta por James Monroe, então presidente dos EUA, em 1823. Tal doutrina baseava-se em três
premissas: a) o continente americano não poderia ser objeto de futuras ocupações (ou seja, de futuras
pretensões colonialistas) por parte de nenhuma potência europeia; b) os EUA não deveriam intervir
nos assuntos de competência exclusiva dos países europeus; c) os Estados americanos não aceitariam
qualquer forma de ingerência que, originando-se em qualquer país europeu, atingisse os assuntos
internos daqueles Estados. Tal doutrina, que consistia na prática efetiva da não-intervenção, foi
distorcida pelo presidente Theodor Roosevelt para praticar várias intervenções nos países latino-
americanos, sob o pretexto de evitar ingerências indevidas dos países europeus no continente
americano, justificando tal conduta no direito que os EUA teriam de intervir nos outros países
americanos sempre que suspeitassem que um colapso pudesse ameaçar a vida e a propriedade de
cidadãos estadunidenses.
Já a DOUTRINA DE DRAGO pugna contra o emprego da força armada por um ou mais Estados
com o objetivo de obrigar outros Estados a pagar dívidas. Também contribui para a defesa da América
Latina. Nasceu do protesto de Luís Maria Drago (Ministro das Relações Exteriores da Argentina) contra
o bloqueio e o bombardeio dos portos venezuelanos por embarcações alemãs, inglesas e italianas, em
ação militar que tinha o intuito de forçar a Venezuela a pagar dívidas que tinha com esses 3 países. A
doutrina em apreço pretende evitar que a cobrança do débito ocorra por meio de violência evitar que
a cobrança do débito ocorra por meio de violência, contrariando princípios do DI, como a solução
pacífica das controvérsias e a proibição do emprego da força.
Portela entende que a Convenção Porter encontra-se derrogada, por chocar-se contra
princípios posteriormente consagrados na Carta das Nações Unidas, que vedam totalmente o
emprego da força nas relações internacionais, salvo em caso de LEGÍTIMA DEFESA individual ou
coletiva contra agressão externa ou de ação militar determinada pela própria ONU, por meio de seu
Conselho de Segurança.
#JÁCAIUEMPROVA:
A legítima defesa, como meio lícito de uso da força, só se configura diante de um EFETIVO
ATAQUE ARMADO. O mero avanço da indústria bélica de um Estado não basta para configurar a
legítima defesa.
#OUSESABER:
A temática dessa doutrina envolve os “deveres e direitos dos Estados”. Surgida em 1902, a
doutrina Dragon origina-se a partir da tese desenvolvida por Luís Maria Drago, Ministro das Relações
Exteriores e Cultura da Argentina, após a ocorrência de ataques de navios da Inglaterra, Itália e
Alemanha contra a Venezuela em razão do não pagamento de dívidas contraídas. Drago defendera,
em breve síntese, a impropriedade da cobrança coercitiva das dívidas por meio dos recursos bélicos.
Conforme explica Mazzuoli “Seu conteúdo doutrinário tomou finalmente corpo na Sétima Conferência
de Montevidéu, em 1933, com a condenação expressa de toda e qualquer intervenção, direta ou
indireta, por qualquer motivo, nos assuntos particulares do Estado” (Curso de Direito Internacional
Público. 10ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 576).
A) Fusão ou
Entes se unem para formar um novo Estado. Mantém todos os atos multilaterais
unificação ou
de que os predecessores eram partes. Os atos bilaterais podem continuar a
reunificação ou
existir, dependendo do interesse das partes não envolvidas na fusão.
agregação
B) Um ente maior dá lugar a outros. Ex.: União Soviética. Nesse caso, os novos
Desmembramento Estados não são obrigados a cumprir os tratados existentes à época da sucessão
ou desintegração mas: podem, por meio da chamada “notificação de sucessão”, aderir aos tratados
multilaterais; nos tratados bilaterais, a sucessão permite-se apenas quando a
outra parte se manifestar favorável à eventual pretensão do sucessor nesse
sentido. Entretanto, tal notificação não gerará efeitos se a adesão for
incompatível com o objeto do tratado ou mudar radicalmente sua execução,
salvo se as demais partes concordarem com o ingresso do sucessor.
Os tratados bilaterais não passam para o sucessor, salvo pretensão nesse sentido
dos interessados. Já os atos multilaterais também dependerão da aprovação de
uma notificação de sucessão. Um ente pode também decidir juntar-se a outro ou
ser extinto por negociações internacionais.
#ATENÇÃO: Não estão em vigor para o Brasil as Convenções de Viena sobre a
Sucessão de Estados em Matéria de Tratados e sobre Sucessão de Estados em
C) Secessão
Matéria de Bens, Arquivos e Dívidas.
A sucessão dos tratados é regulada por seus próprios textos ou opera-se de
acordo com o modo de extinção de cada ente estatal. A sucessão também pode
ser regulada pela lei interna do Estado sucessor. Os Estados envolvidos podem,
ainda, acertar os termos da sucessão entre si, desde que não violem o jus
cogens.
Havendo transferência de território de um Estado para outro, passam a valer
D) Transferência de para esse território os tratados do sucessor, em lugar dos concluídos pelo
território antecessor, salvo se a aplicação do acordo nessa região for incompatível com o
seu objeto ou implicar alteração radical das condições de sua execução.
Normalmente é fruto de ajustes entre o Estado predecessor e o sucessor. Não
havendo acordo, caberão ao sucessor os bens que fiquem em seu território,
E) Sucessão dos bens
tanto os móveis quanto os imóveis. No que concerne aos bens no exterior, a
públicos
regra é a divisão equitativa. Na fusão, os bens dos antigos passam a pertencer ao
novo Estado.
A regra é que o Estado predecessor e o sucessor celebrem acordo a respeito. De
outro modo, a sucessão é regida pela REPARTIÇÃO PONDERADA DA DÍVIDA
(REZEK), pelo qual se deve observar a destinação do produto do endividamento
como critério para definir a responsabilidade pelo débito (observam-se os
F) Dívidas beneficiários dos recursos). No caso de descolonização (art. 38), nenhuma dívida
passa ao novo Estado, salvo no caso de haver acordos formais em contrário, que
podem eventualmente considerar certas dívidas anteriormente contraídas em
benefício exclusivo do território colonial e a importância dos ativos imobilizados,
os quais se incorporaram automaticamente ao novo Estado, sem compensação.
G) Arquivos Também deverão ser objeto de acordo. Em sua falta, o sucessor fica com os
arquivos que lhe digam respeito. Atenção: os Estados que tenham perdido a
soberania e que voltam a adquiri-la têm direito de reaver os arquivos que
estavam em seu poder.
Em relação aos direitos adquiridos, o entendimento de que estes eram
H) Direitos
inatingíveis foi alterado à época da descolonização. Atualmente, é comum que os
adquiridos
Estados sucessores tentem resolver os conflitos amigavelmente.
É objeto de diversas possibilidades. Descarta-se a manutenção da nacionalidade
I) Nacionalidade do predecessor quando este desaparece. Em outras situações, pode haver a
perda da nacionalidade do antecessor e a aquisição da do sucessor.
J) Organizações A regra é que o sucessor não toma o lugar do predecessor nas organizações
internacionais internacionais, dependendo de pedido de ingresso.
A legislação do Estado sucessor passa a vigorar no território que a ele foi
incorporado. Em caso de emancipação ou secessão, é possível que a lei do
antecessor ainda se aplique por algum tempo, antes de o novo ente estatal criar
sua própria ordem jurídica. Na fusão, vigorarão as normas que os Estados
L) Legislação
antecessores escolherem enquanto as normas do novo Estado não são
elaboradas. - Não são válidas as sucessões de Estados quando as mudanças de
soberania sobre um território sejam resultado de ilícitos internacionais, como o
emprego ilegal da força, invasões etc.
M) Fronteiras NÃO SÃO ALTERADAS
#OUSESABER
IMPORTANTE!
DÍVIDAS: As dívidas são assumidas de acordo com o benefício auferido. Exceção: direito dos
países que saíram do processo de descolonização - não estariam vinculados a tratados nem a
normas costumeiras.
Teoria da tábua rasa (clean slate): Reconhecimento de que estes estados recém-independentes não
podem se submeter a obrigações assumidas pelo colonizador. DIVIDAS: O estado descolonizado não
assume as dívidas, pois se tem que o colonizador assume as dívidas em seu próprio benefício.
Colonização foi sempre predatória.
#JÁCAIUEMPROVA: o Estado J perdeu, por secessão, parte de seu território, surgindo um novo Estado,
K. Nessa situação, o Estado K não sucede o Estado J nos acordos bilaterais firmados por este e deve
enviar uma notificação de secessão para aderir aos tratados coletivos, observados, neste último caso,
os limites impostos para o ingresso de novos Estados.
6. Território:
O Estado exerce jurisdição também sobre o subsolo abaixo da área que ocupa, o espaço aéreo
acima de suas fronteiras, o mar territorial, a zona contígua, a plataforma continental e a zona
econômica exclusiva. Excepcionalmente, a jurisdição estatal alcança espaços fora de seu território:
aeronaves e embarcações militares onde quer que se encontrem, as aeronaves e embarcações
privadas que estejam em águas internacionais ou no espaço aéreo internacional, as missões
diplomáticas e consulares, os artefatos espaciais e as bases militares.
As normas jurídicas de um Estado podem alcançar situações ocorridas fora de seu território,
nas hipóteses previstas, por exemplo, em tratados internacionais.
APESAR DA INVIOLABILIDADE, AS EMBAIXADAS NÃO SÃO PARTE DO TERRITÓRIO DOS PAÍSES QUE
REPRESENTAM (entendimento do STF). Também não fazem parte do território do Estado que
representam as embarcações e aeronaves militares onde quer que se encontrem e as embarcações e
aeronaves civis em áreas internacionais, os artefatos especiais e as bases militares embora o ente
estatal também exerça sua jurisdição sobre tais equipamentos.
Na atualidade, o território pode ser adquirido por negociações internacionais, por adjudicação
(decisão de mecanismo internacional), por acessão, aluvião, avulsão ou aparecimento de ilha.
A jurisdição estatal sobre o território é geral e exclusiva. Geral porque abrange todas as
competências típicas de um Estado, de ordem administrativa, legislativa e judicial. Exclusiva porque o
Estado não deve coexistir com outra soberania nesse espaço geográfico.
A competência do Estado sobre seu território não é absoluta. Há casos em que o Estado não
exerce jurisdição sobre certas pessoas, bens e áreas, como diante de privilégios e imunidades gozados
por Estados estrangeiros, OIs e autoridades de outros Estados, como os diplomatas. Ao mesmo
tempo, a lei estrangeira pode aplicar-se no território do Estado (DIPr). O Estado também pode
consentir com uma ação estrangeira dentro de sua área territorial.
Por outro lado, há casos de atuação extraterritorial do poder estatal. Um Estado pode exercer
jurisdição sobre suas missões diplomáticas e consulares, pode entender-se competente para julgar um
nacional seu por ato que este tenha praticado no exterior ou pode ter normas de seu direito nacional
aplicadas no estrangeiro, com fundamento no DIPr. A ação extraterritorial do Estado é, em regra, ilícita
se não for consentida, em geral de forma expressa, pelo Estado onde essa ação ocorre.
3. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
1. Conceito:
São entidades criadas e compostas por ESTADOS por meio de TRATADO, dotadas de um
APARELHO INSTITUCIONAL PERMANENTE e de PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, com o objetivo
de tratar de INTERESSES COMUNS por meio da cooperação entre seus membros. Por isso, são
consideradas as ASSOCIAÇÕES VOLUNTÁRIAS de Estados.
#ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR organizações internacionais com ONG'S (entes privados, com
personalidade jurídica de direito interno que, eventualmente, atuam no âmbito internacional).
#JÁCAIU
QUESTÃO CESPE: As ONGS que obtiveram reconhecimento da opinião pública mundial após a
Segunda Guerra Mundial adquiriram personalidade jurídica de direito internacional público.
COMENTÁRIOS: As ONGs NÃO são sujeitos de direito internacional público, não possuindo
personalidade jurídica internacional, o que é uma característica de organizações internacionais ou
intergovernamentais. O fato de as ONGS serem reconhecidas pela comunidade internacional não lhes
confere personalidade jurídica - elas integram a chamada sociedade civil internacional. Uma exceção
nesse contexto, é o COMITÉ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA (CICV), entidade privada que tem
personalidade jurídica internacional por força das Convenções de Genebra de 1949. Essa
personalidade jurídica é reconhecida, também, nos acordos de sede que a CICV tem com vários países.
Exemplos de ONGs reconhecidas internacionalmente e que nem por isso adquiriram personalidade
jurídica internacional são a Anistia Internacional e o Greenpeace. A questão está ERRADA.
QUESTÃO CESPE: Não obstante suas peculiaridades jurídicas, o Greenpeace, além de ter atuado
como parte nas negociações do Protocolo de Quioto, firmou e ratificou o referido tratado.
COMENTÁRIOS: Antigamente, a doutrina internacionalista reconhecia somente os Estados como
sujeitos de DIP. Nos dias atuais, esse posicionamento está ultrapassado, de modo que organizações
internacionais e indivíduos também são reconhecidos como sujeitos de direito internacional público,
embora eles não possuam todas as capacidades dos Estados, que ainda são os sujeitos de DIP por
excelência. Reconhece-se, ainda, alguns outros sujeitos de DIP, como tendo personalidade jurídica
internacional derivada, como alguns movimentos de libertação nacional, a Soberana Ordem de Malta,
a Cruz Vermelha, dentre outros.
O Greenpeace é uma organização não governamental (ONG) e faz parte da sociedade civil
internacional, mas não possui personalidade jurídica internacional. Regra geral, as ONGS não são
sujeitos de DIP e o Greenpeace se inclui nessa regra. Dessa forma, por mais que essa ONG tenha muita
relevância e possa até influenciar na tomada de decisões globais, ela jamais poderá firmar e ratificar
um tratado. A capacidade de firmar tratados não é reconhecida nem a alguns sujeitos de DIP, como os
indivíduos; muito menos é reconhecida a entidades que nem sequer são consideradas sujeitos de DIP,
como a maior parte das ONGS. Questão errada.
QUESTÃO CESPE: Organizações Internacionais são aquelas criadas pelos Estados-membros, ou por
outras Organizações Internacionais, constituídas com base em um tratado multilateral, que
dependem do procedimento de ratificação para a entrada em vigor de seu Tratado constitutivo.
COMENTÁRIOS: Em regra, as organizações internacionais são constituídas por tratados multilaterais
que devem ser ratificados, além de poderem ser integradas tanto por ESTADOS como por outras OI's
(quase não se vê, mas é POSSÍVEL). Dessa forma, a alternativa está correta.
#PERGUNTA: O que se entende por personalidade objetiva das OIs? A Corte Internacional de Justiça
(CIJ) no parecer consultivo sobre a indenização a danos causados a funcionários públicos
internacionais reconheceu a personalidade OBJETIVA das organizações internacionais. Isso significa
que a organização tem personalidade jurídica não somente em relação a seus membros, mas em
relação a qualquer outro membro da sociedade internacional, se impõe a todos os outros.
2. Elementos essenciais:
3. Características:
b) Permanentes, devem funcionar por prazo indeterminado. Não obstante, podem deixar de existir.
c) Institucionalização, ou seja, não há OI sem órgãos próprios e agentes responsáveis pelas atividades
das entidades.
#JÁCAIU: Todos os atos adotados no seio de uma organização internacional são juridicamente
obrigatórios para seus Estados-membros; caso violados, podem acarretar a responsabilidade
internacional do Estado. (ALTERNATIVA ERRADA - AS RESOLUÇÕES DE OI’S PODEM OU NÃO TER
CARÁTER OBRIGA TÓRIO)
f.2) Operacional: Capacidade de a OI formular e executar operações, políticas e projetos para atingir
seus objetivos.
f.3) Controle: supervisionar a aplicação dos tratados negociados no âmbito da entidade ou das normas
que esta tenha competência de elaborar.
f.4) Impositiva: Capacidade de o OI impor suas decisões. Pode traduzir-se também pela capacidade de
impor sanções àqueles que violem suas normas ou os tratados que foram elaborados em seu âmbito.
h) Receitas das OIs: são auferidas por meio de cotizações entre os membros, levando-se em conta a
sua capacidade econômica.
j) Sanções: A falta aos deveres resultantes de sua qualidade de membro de uma O.I. pode trazer
consequências:
j.1) Suspensão de determinados direitos. Exemplo: Art. 5 da Carta da ONU. Art. 19: Exclui da votação
em A.G. quem estiver em atraso com sua cota relativa à receita da Organização;
j.2) Exclusão do Quadro – Ex.: art. 6º da Carta da ONU: O Estado-membro que “viole persistentemente
os princípios contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral,
mediante recomendação do Conselho de Segurança”. Observação crítica: caso dos 5 membros
permanentes.
4. Classificações:
#ATENÇÃO: Há autores que falam em organização SUB-REGIONAL, que é diferente de uma união
regional. Exemplos: União Europeia é regional e Benelux é sub-regional.
- As OI podem ser:
2
Em regra, as organizações regionais não devem violar compromissos assumidos por seus Estados-Membros em
organismos universais.
a) Intergovernamentais: Atuação baseada na coordenação entre seus membros, com órgãos formados
por representantes dos Estados e decisões tomadas pela unanimidade ou maioria qualificada dos
próprios Estados (necessidade de consenso), que devem executá-las. Quase todas as OI são
intergovernamentais.
b) Supranacionais: Poderes de subordinar os Estados que dele fazem parte, são formados por órgãos
cujos titulares atuam em nome próprio, e não como representantes estatais, e suas decisões são
imediatamente executáveis no interior dos Estados. APENAS A UE É SUPRANACIONAL.
pelo menos um de seus órgãos é composto por representantes que são INDEPENDENTES dos
estados, voltados para cumprir os objetivos da própria organização;
deliberações aprovadas por maioria, não precisa ser consenso;
tem efeito direto. Vincula o ordenamento doméstico;
dúvida do teor das deliberações são resolvidos por órgãos da própria OI. Interpretação
vinculante.
5.1 Surgimento:
A ONU foi criada por ocasião da CONFERÊNCIA DE SÃO FRANCISCO, em 26/06/1945, quando
foi firmada a Carta das Nações Unidas (CARTA DA ONU), ato constitutivo da organização, e iniciou suas
atividades em 24 de outubro do mesmo ano. Sua sede é NOVA IORQUE (EUA), contando ainda com
uma sede europeia, em GENEBRA (SUÍÇA) e diversas sedes, órgãos e representações distribuídos ao
redor do mundo.
A ONU sucedeu a Liga das Nações, também conhecida como Sociedade das Nações (SDN), que
existiu entre 1919/1947 e que tinha sede em GENEBRA. Seu objetivo era garantir a paz e a segurança
internacionais, além de promover a cooperação econômica, social e humanitária entre seus membros.
Tinha vocação universal e fundamentava-se em princípios como a segurança coletiva e a igualdade
entre os Estados. Preconizava a proscrição da guerra, a solução pacífica das controvérsias e a
observância dos tratados. Entretanto, a entidade acabou sucumbindo frente à ESCALADA DE TENSÕES
QUE LEVOU À II GUERRA MUNDIAL. Contribuíram para seu fracasso a adoção da regra da unanimidade
para aprovação das principais decisões da entidade e a não-participação de Estados importantes,
como os EUA.
A ONU fará com que os Estados que não são membros das Nações Unidas ajam de acordo com
seus princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais.
Nesse sentido, a ONU deixa de ser um mero fator de equilíbrio entre os Estados, tutelando
apenas questões políticas e estratégicas e consolidando noções fundamentais para as relações
internacionais na atualidade, como a autodeterminação dos povos, a proibição do uso da força nas
relações internacionais, a solução pacífica de controvérsias e a atribuição de prioridade à proteção dos
direitos humanos.
A admissão do Estado na ONU é efetivada por decisão de sua Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança da entidade, podendo ser membros os chamados “Estados
amantes da paz”, que ACEITAREM AS OBRIGAÇÕES CONTIDAS NA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS e que, a
juízo da Organização, estejam aptos e DISPOSTOS A CUMPRÍ-LAS.
#ESQUEMATIZANDO:
Condições para ser membro da ONU
1. Ser um Estado ;
2. Comprometido com a paz ;
3. Aceitar as obrigações da Carta da ONU ;
4. A juízo da Organização esteja apto e disposto a cumprir as obrigações da Carta da ONU.
Entretanto, o Estado-membro pode ter sua participação suspensa caso seja objeto de ação
preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança. A suspensão poderá ser cancelada por
ato do Conselho de Segurança.
A violação persistente e reiterada dos princípios que inspiram a ONU poderá levar à expulsão
do Estado, decisão a ser tomada pela Assembleia Geral, a partir de recomendação do Conselho de
Segurança.
A Carta da ONU pode ser emendada quando for adotada pelos votos favoráveis de 2/3 dos
membros da Assembleia Geral e quando for ratificada por 2/3 dos Membros da ONU, devendo ter
votado favoravelmente todos os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança (China, EUA,
França, Grã-Bretanha e Rússia).
#DICAS:
SÓ OS MEMBROS PERMANENTES TÊM PODER DE VETO.
Línguas oficiais: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo.
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim, tomar, coletivamente, medidas efetivas
para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar,
por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um
ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz;
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos
comuns.
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo
que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação
incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem de
acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qualquer Estado contra qual as Nações
Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de acordo
com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança
internacionais.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que
dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem
tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a
aplicação das medidas coercitivas constantes do Capítulo VII.
5.4. Órgãos da ONU:
#JÁCAIU
QUESTÃO: A UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura é uma
organização internacional especializada, sem vinculação à ONU. Foi criada na Conferência de Londres
em 1945, tem, dentre outras, a função de lutar para que sejam respeitados os direitos do Homem, as
liberdades fundamentais e a justiça e está sediada em Genebra.
Gabarito: Questão errada. A UNESCO tem sim ligação com a ONU, FORMANDO O SISTEMA DAS
NAÇÕES UNIDAS.
#DICA: Entidades como a FAO e a UNESCO não são órgãos da ONU, mas sim OIs com personalidade
jurídica própria, que compartilham com a ONU certos princípios, valores e objetivos, formando o
“Sistema das Nações Unidas”.
a) Assembleia Geral: Trata-se de órgão plenário da ONU, regido pela igualdade jurídica entre os
Estados.
- Não é permanente, reunindo-se ordinariamente uma vez por ano, em sessão que começa em
setembro e termina em dezembro, na sede em Nova York.
- A Assembleia Geral poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que possam
constituir ameaça à paz e à segurança internacionais. Por outro lado, quando o Conselho de Segurança
estiver discutindo temas do âmbito de sua competência, a Assembleia Geral só poderá manifestar-se a
respeito por solicitação do próprio Conselho de Segurança.
#PERGUNTA: E uma resolução não vinculante tem algum impacto no cenário internacional?
Sim. Vale lembrar da soft law e que a decisão não vinculante pode ser no futuro um espelho de um
costume internacional sobre a matéria.
As forças ou missões de paz da ONU são formadas por tropas de Estados-membros a partir de
determinação do Conselho de Segurança e por meio de acordo entre a ONU e os membros da
organização, que regula o número e o tipo das forças, seu grau de preparação e sua localização geral,
bem como as facilidades e a assistência a serem proporcionadas, inclusive no campo financeiro. No
cumprimento de sua missão, as forças de paz exercerão um mandato definido pela ONU, utilizando
inclusive suas insígnias.
Com isso, a ONU torna-se um dos poucos sujeitos de DIP legitimados a empregar a força nas
relações internacionais. Em última instância, poderão também ser empregadas ações militares,
voltadas a restabelecer a paz ou impedir a eclosão de um conflito, levadas a cabo pelas forças de paz
da ONU ou por Estados autorizados pelas Nações Unidas (Carta da ONU, art. 40 e 42). Além disso, a
própria Carta da ONU autoriza ações de legítima defesa individual ou coletiva dos Estados-membros
nas Nações Unidas que sofram ataques armados, que perdurarão até que outras medidas sejam
tomadas pelo Conselho de Segurança.
As deliberações normalmente são resoluções, que podem ser vinculantes ou não. Ex. de
resolução vinculante é a que determina medidas voltadas a impedir a proliferação de armas nucleares,
biológicas e químicas na Coreia do Norte.
As decisões serão tomadas de modo complexo pelo voto de pelo menos 9 membros. Quanto
aos “assuntos importantes”, as decisões só serão aprovadas a partir do voto favorável de no mínimo 9
de seus integrantes, incluindo votos afirmativos de todos os membros permanentes. Aqui configura-se
o instituto do veto.
#CUIDADO! A abstenção não é veto. Veto é apenas o voto em sentido contrário. Isso é pegadinha.
#OBS: O Conselho de Segurança é o herdeiro do conselho da antiga Liga das nações. Ele herdou o
espírito do chamado “mecanismo de segurança coletiva”, sendo composto por 15 membros: (i) 5
permanentes (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido); e (ii) 10 não permanentes, eleitos pela
Assembleia Geral para um mandato de 2 danos, sem possibilidade de reeleição imediata (distribuição
geográfica equitativa).
#JÁCAIU
CESPE (AGU 2010): O Estado B deslocou tropas e anunciou que invadiria, com o uso da força, o Estado
C em um mês. Findo o período, o Estado B concretizou seu anúncio e anexou o território do Estado C
ao seu. O Conselho de Segurança da ONU, em reunião extraordinária, impôs, então, embargo
económico ao Estado B. O Estado D, por considerar as medidas contra o Estado B ilícitas, declarou-se
neutro no conflito e decidiu romper o embargo e praticar normalmente seu comércio exterior com B.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
O deslocamento de tropas e o anúncio da futura invasão do Estado C já constituem, por si, violação à
carta da ONU.
COMENTÁRIOS: O deslocamento de tropas e o anúncio de invasão de um Estado significam a violação
de duas regras da Carta da ONU: proibição do uso da força e proibição de atentar contra a integridade
territorial ou a independência política de qualquer Estado. Isso está previsto no artigo 2º, da Carta da
ONU, "Todos os Membros deverão evitar em suas internacionais a ameaça ou o uso da força contra a
integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação
incompatível com os Propósitos das Nações Unidas”: Questão está CERTA.
CESPE (AGU 2009): Na Carta das Nações Unidas (Carta de São Francisco), admite-se que qualquer
litígio seja resolvido por meio de conflitos armados, desde que autorizado pelo Conselho de Segurança
da ONU.
COMENTÁRIOS: Questão ERRADA. O artigo 33 da Carta das Nações Unidas estabelece exatamente o
contrário: I. As partes numa controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança
internacionais, procurarão antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação,
conciliação, arbitragem, via judicial, recurso às organizações ou acordos regionais, ou qualquer outro
meio pacífico à sua escolha. II. O Conselho de Segurança convidará, se o julgar necessário, as referidas
partes a resolver por tais meios as suas controvérsias.
Com a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, o Conselho adotará os
seguintes passos:
1ª PASSO: Uso das RECOMENDAÇÕES ou mesmo decidirá que medidas deverão ser tomadas a fim de
manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.
2ª PASSO: Pode, também, o Conselho de Segurança, convidar as partes interessadas para que aceitem
as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis para o caso.
3ª PASSO: Não havendo mudança no quadro de instabilidade, o Conselho pode adotar medidas de
caráter NÃO MILITAR, que poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas,
dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, etc., até mesmo o rompimento das
relações diplomáticas.
4ª PASSO: Persistindo a instabilidade, o Conselho de Segurança poderá levar a cabo a ação que julgar
necessária para manter ou restabelecer a paz e segurança internacionais, desta feita por MEIO DE
FORÇAS AÉREAS, NAVAIS OU TERRESTRES, que poderão efetuar bloqueios, demonstrações e outras
operações militares.
Por fim, a Carta da ONU permite que um ou mais Estados atacados empreguem a força
empreguem a força contra o agressor em sua LEGÍTIMA DEFESA, mas apenas até o momento em que o
Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da
segurança internacionais (art. 51).
Em 2005, por ocasião da Cúpula Mundial da ONU, as Nações Unidas lançaram a “Iniciativa
R2P”, que visa atribuir aos Estados a responsabilidade de proteger as pessoas que estão sob sua
jurisdição contra grandes atrocidades.
Mais precisamente, a iniciativa R2P confere aos Estados a responsabilidade de proteger as
respectivas populações contra o GENOCÍDIO, OS CRIMES DE GUERRA, OS CRIMES CONTRA A
HUMANIDADE E A LIMPEZA ÉTNICA.
A iniciativa R2P contempla, inicialmente, a necessidade de prevenir essas graves violações
evitando inclusive o incitamento a tais práticas, por todos os meio possíveis. A comunidade
internacional, por meio da ONU, terá a responsabilidade de empregar os meios pacíficos necessários
para prevenir tais fatos, agindo sempre de acordo com os Capítulos VI e VIII da Carta das Nações
Unidas. A comunidade internacional também deverá cooperar com os Estados para aumentar as
respectivas capacidades de proteger suas populações e deverá assisti-los antes de situações de crise.
Caso as autoridades nacionais FALHEM em proteger as populações dos respectivos Estados, e
não tendo os meios pacíficos para solucionar os conflitos logrados êxito nesse sentido, os Estados
poderão agir coletivamente, a partir de determinação do CONSELHO DE SEGURANÇA e em cooperação
com organizações regionais, quando apropriado, para proteger essas pessoas.
#ATENÇÃO: Percebe-se que, dentro doa Iniciativa R2P, portanto, é possível o emprego da força, mas
apenas em última instância e dentro do mecanismo de segurança coletiva da ONU, administrado pelo
Conselho dentro do mecanismo de segurança coletiva da ONU, administrado pelo Conselho de
Segurança da Entidade de Segurança da Entidade.
c) Secretaria Geral: É o principal órgão administrativo da ONU, sendo o Secretário-Geral o mais alto
funcionário e principal representante da Organização, tendo papel diplomático, podendo oferecer seus
bons ofícios ou mediação para solucionar conflitos internacionais e podendo, também, chamar a
atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que, em sua opinião, possa ameaçar a
manutenção da paz e da segurança internacionais. Ele é eleito pela Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança, para um mandato de 5 anos permitida uma recondução
para o período subsequente.
d) Corte Internacional de Justiça (CIJ): O Tribunal ou Corte Internacional de Justiça é o principal órgão
judicial da ONU e o seu Estatuto é parte integrante da Carta (art. 92º da Carta), sendo sediado em
Haia, está aberto a todos os membros das Nações Unidas e àqueles que, não sendo membros,
aderiram ao Estatuto (art. 93º da Carta).
A Corte é composta por 15 juízes, com mandato de 09 anos, com possibilidade de uma
recondução.
#CRÍTICAS: A CIJ VEM SENDO MUITO CRITICADA POR ESTAR PREVISTO NA CARTA DA ONU QUE OS
PAÍSES DEVEM ACEITAR SUA JURISDIÇÃO, PORTANTO, JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. Além disso, o mesmo
não acata denúncias de indivíduos, o que deixa seu campo de atuação bastante limitado e, conforme
alguns, de fácil utilização política.
#ALERTA: NÃO precisa ser membro da ONU para submeter um litígio a CIJ.
(i) Função consultiva: Dá-se por meio de emissão de parecer solicitados pelo Conselho de Segurança, a
Assembleia Geral e órgãos da ONU ou agências especializadas, autorizados pela assembleia geral. Qual
a diferença desses três entes? Só a assembleia geral e o conselho de segurança têm a chamada
pertinência ampla, podendo solicitar pareceres consultivos sobre qualquer questão.
#ATENÇÃO: A Carta da ONU e o Estatuto da CIJ não autorizam os Estados a solicitarem pareceres à
Corte.
#ATENÇÃO: Na jurisdição consultiva, os pareceres não vinculam, mas geram a má fé daquele que
decide contrariar.
#APROFUNDAMENTO
ACCIOLY, 2012
Por grande que seja o valor dos pareceres consultivos da Corte, existe diferença essencial
entre estes e as sentenças da própria Corte: falta-lhes a força obrigatória. É verdade, contudo, que
quando o parecer versa, não sobre simples ponto de direito, mas sobre determinado litígio, este
apresenta, por assim dizer, o caráter de sentença não executória. De qualquer maneira, a possibilidade
de a Corte emitir pareceres sobre direito internacional, independentemente de litígios que lhes sejam
submetidos, faz desta eminente órgão produtor de doutrina internacional, algo inexistente nos
judiciários internos - que somente se manifestam por meio de decisões contenciosas.
Para requerer à Corte um parecer jurídico, o procedimento é mais simples que o procedimento
contencioso, bastando três requisitos:
(l) a pergunta feita à Corte deve versar sobre direito internacional;
(II) deve ser feita de forma clara e objetiva; e
(III) a entidade que faz a pergunta deve ser habilitada a fazê-lo.
Exemplo de tal pergunta foi submetido pela Assembleia Geral da Organização das Nações
Unidas à Corte Internacional de Justiça em 15 de dezembro de 1994: "É permitido em direito
internacional recorrer à ameaça ou ao uso de armas nucleares, em qualquer circunstância?" Esvaiu-se
sem manifestação de fundo, por parte da Corte, a grande oportunidade de formular condenação
definitiva da ameaça e do uso de armas nucleares!
(ii) Função contenciosa: Apenas os Estados podem ser autores ou réus perante a Corte Internacional
de Justiça. Nessa função, a CIJ pode recorrer a quaisquer fontes do Direito Internacional.
#ATENÇÃO
Em vista de todo o exposto, pessoas naturais, empresas e ONGs não podem ser partes na CIJ,
nem como autores nem como réu. Ademais, segundo o Estatuto da CIJ, organismos internacionais
tampouco podem ser partes na Corte. Portanto, só Estado podem ser partes em processos na Corte.
#JÁCAIU
QUESTÃO ESAF: Todos os membros da ONU são partes do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, e
podem aceitar a sua Jurisdição.
COMENTÁRIOS: CORRETA - Conforme prescreve o artigo 93 da Carta da ONU, "todos os membros das
Nações Unidas são ipso facto partes no Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça". Logo, ser
membro da ONU implica ser parte do Estatuto da Corte. E, de fato, a jurisdição da Corte, conforme se
interpreta do par. 2º do artigo 36 do Estatuto, é facultativa: "Os Estados partes no presente Estatuto
poderão, em qualquer momento, declarar que reconhecem como obrigatória, ipso facto e sem acordo
especial, em relação a qualquer outro Estado que aceite a mesma obrigação, a jurisdição da Corte em
todas as controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto (...)”.
QUESTÃO CESPE: A Corte Internacional de Justiça de Haia. como verdadeira corte mundial, é dotada
de jurisdição obrigatória, de modo que todos os membros da ONU, se acionados em um caso concreto
por outro membro, não se podem furtar ao julgamento daquela entidade.
COMENTÁRIOS: A CIJ é uma corte de Jurisdição Facultativa. Para que um caso seja julgado por ela, há
ALGUMAS possibilidades de consentimento pelos Estados. A primeira é caso a caso, ou seja, os Estados
podem aceitar submeter determinado caso à jurisdição da Corte, sem que se vinculem no tocante a
casos futuros, A segunda é a previsão de cláusula compromissória em tratados gerais. A Convenção de
Viena sobre o direito dos Tratados, por exemplo, tem dispositivo que prevê que os signatários se
sujeitam à jurisdição da CIJ. O Brasil fez reserva em relação a esse artigo. Outra possibilidade ocorre
quando o Estado é signatário da Cláusula Facultativa de Jurisdição Obrigatória (Cláusula Raul
Fernandes), que é um ato unilateral por meio do qual um Estado, em condições de reciprocidade,
afirma consentir com a jurisdição da CIJ daquele momento em diante. Ainda tem a hipótese de
prorrogação. A alternativa está incorreta.
Terceira hipótese – submissão ad hoc: não tem a cláusula, não tem o tratado específico, mas há
submissão a um caso específico.
Quarta hipótese – PRORROGAÇÃO (aceitação tácita): Ocorre quando não tem a cláusula, não tem o
tratado específico, não se submeteu ad hoc, mas o Estado nada alega quando é demandado perante a
Corte. É quando o Estado autor entra com ação, notifica o Estado réu, que se defende no mérito. O
Estado, implicitamente, aceita a jurisdição da corte.
#PERGUNTA: Em qual das hipóteses de vinculação à CIJ o Brasil está? Apenas na segunda
possibilidade, porque não reconhece a jurisdição ampla, mas reconhece em relação a tratados
específicos.
Por fim, salienta-se que a sentença é INAPELÁVEL, sendo admitido apenas recurso de
interpretação em relação a erros materiais, dúvidas e contradições, bem como pedido de revisão nos
casos de existência de fato novo, que possa influenciar efetivamente na deliberação, no prazo de 06
meses da descoberta deste fato ou 10 anos contados da data da sentença.
e) Conselho Econômico e Social: Esse órgão é formado por 54 (cinquenta e quatro) membros, é
voltado para a implementação de direitos humanos e medidas de desenvolvimento. Tem a sua
importância, por que é o órgão que celebra os acordos especiais entre a ONU e as chamadas agências
especializadas.
Esse Conselho poderá, além disso: fazer recomendações destinadas a promover o respeito e
a observância dos direitos do homem e das liberdades fundamentais; preparar projetos de
convenções, serem submetidos à Assembleia Geral, sobre assuntos de sua competência; convocar
conferências sobre tais assuntos; formular acordos com as entidades especializadas, vinculadas às
Nações Unidas, e coordenar as atividades dessas entidades; fornecer informações ao Conselho de
Segurança e, a pedido deste, dar-lhe assistência; prestar, mediante autorização prévia da Assembleia,
os serviços que lhe forem solicitados pelos membros das Nações Unidas ou pelas entidades
especializadas.
A OEA foi criada em 1948 e ela representa uma mudança no chamado pan-americanismo, que
é um movimento do século XIX de aproximação dos países americanos. A OEA até hoje tem sede em
Washington, composta pela Assembleia Geral, Conselho Permanente e Secretaria Geral, tendo como
objetivos: cooperação, direitos humanos, desenvolvimento e solução pacífica de controvérsias.
A OEA tem grande importância no campo dos direitos humanos, havendo criado o SISTEMA
INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS 3, conjunto de tratados e órgãos voltados
à promoção da dignidade humana nas Américas. O principal instrumento desse sistema é a
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (Pacto de São José da Costa Rica), e seus principais
órgãos são a Comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Cabe destacar que a Carta da OEA prevê a suspensão da participação do Estado na entidade
quando “tenham sido infrutíferas as gestões diplomáticas que a Organização houver empreendido a
fim de propiciar o restabelecimento da democracia representativa no Estado membro afetado”
(CARTA DA OEA, art. 9, especialmente o item 'a'). A medida foi aplicada, no passado, contra Cuba
(1969-2009) e Honduras /2009-2011). CARTA DEMOCRÁTICA INTERAMERICANA.
#ATENÇÃO
A Carta Democrática Interamericana NÃO É UM TRATADO. Entretanto, pode ser qualificada
como documento de soft law. Igualmente, é importante destacar que seus dispositivos não afastam a
validade das normas da Carta da OEA relativas à manutenção do regime democrático. A referida Carta
é dividida em 06 (seis) partes: “A democracia e o sistema interamericano” (arts. 1-6); “A democracia e
os direitos humanos” (arts. 7-10); “Democracia, desenvolvimento integral e combate à pobreza” (art.
11-16); “Fortalecimento e preservação da institucionalidade democrática” (arts. 17-22); “A democracia
e as missões de observação eleitoral” (arts. 23-25) e; “Promoção da cultura democrática” (arts. 26-28).
3
Será estudado na matéria de Direitos Humanos.
#DICA: A OEA está atrelada à ideia de democracia. Logo, para a permanência do Estado na OEA, deve-
se manter a democracia como regime de governo.
1. Conceito:
A imunidade de jurisdição se refere à impossibilidade de que certas pessoas sejam julgadas por
outros Estados contra a sua vontade e que seus bens sejam submetidos a medidas executivas por
parte das autoridades dos entes estatais onde se encontram ou onde atuam. As pessoas destinatárias
da imunidade são: os Estados estrangeiros, as organizações internacionais e os órgãos (autoridades) de
Estado estrangeiros. O fundamento da imunidade está na proteção das pessoas naturais e jurídicas
que atuam nas relações internacionais, que precisam contar com a prerrogativa de exercer suas
funções sem constrangimentos de qualquer espécie. Trata-se de limitação direta da soberania.
Pela teoria clássica, que prevaleceu no decorrer da história, o Estado estrangeiro NÃO poderia ser
julgado pelas autoridades de outro Estado contra a sua vontade, com fundamento no princípio par in
parem non habet judicium/imperium, que significa que “iguais não podem julgar iguais” (Portela,
2015).
2. Classificações:
Imunidade pessoal – Imunidade que certos agentes de um Estado (em especial chefes de
Estado, agentes diplomáticos e consulares) desfrutam com relação à jurisdição de outro Estado.
Imunidade real – Imunidade que certas coisas pertencentes a um Estado desfrutam com
relação ao Estado em que se localizam (notadamente bens da missão diplomático ou consular).
#ATENÇÃO:
#DEOLHONAJURIS
A IMUNIDADE DE EXECUÇÃO É AUTÔNOMA EM RELAÇÃO À IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. NESSE
SENTIDO, A RENÚNCIA À IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO DIANTE DE CONFLITOS RELATIVOS A ATOS DE
IMPÉRIO NÃO IMPLICA ABRIR MÃO DA IMUNIDADE DE EXECUÇÃO, RELATIVAMENTE À QUAL NOVA
RENÚNCIA É NECESSÁRIA. ALÉM DISSO, CABE AFIRMAR QUE A INEXISTÊNCIA DE IMUNIDADE NOS
ATOS DE GESTÃO NÃO AFETA A MANUTENÇÃO DA IMUNIDADE DE EXECUÇÃO. (STF – ACO – AGR
633/SP, DE 22/06/2007).
Como visto nos tópicos acima, a regra é que o Estado exerce poder soberano sobre seu
território. Essa regra não é absoluta: certas pessoas e entes podem gozar de um status especial em
território estrangeiro, não podendo, pelo menos em princípio, ser submetidos à jurisdição das
autoridades de outros Estados.
- A imunidade de jurisdição não é objeto de nenhum tratado válido para o Brasil. Boa parte do tema é
regulada por NORMAS COSTUMEIRAS.
#COLANARETINA:
VISÃO CLÁSSICA VISÃO MODERNA
IMUNIDADE ABSOLUTA. ATOS DE IMPÉRIO há imunidade. São os atos
Par in parem non habet judicium/imperium que o Estado pratica no exercício de sua
(“iguais não podem julgar iguais”). O Estado soberania.
ATOS DE GESTÃO NÃO há imunidade. São os
estrangeiro goza de imunidade total e absoluta,
atos que o Estado pratica como se fosse um
somente podendo ser julgado por outro Estado
particular. Não têm relação direta com sua
caso renuncie a imunidade. O Judiciário local
soberania. Ex.: aquisição de bens, atos de
deve declarar-se incompetente.
natureza comercial, civil ou trabalhista, que
Foi superada (no Brasil, até a década 80).
envolvam responsabilidade civil.
Em 1989, o STF admitiu não haver imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro em matéria
trabalhista a ser julgada, após o advento da CF/88, pela Justiça do Trabalho.
#Curso DPU: nem sempre a imunidade de jurisdição estatal será absoluta. Quando se tratar de ato de
gestão de Estado Estrangeiro no processo de conhecimento, a imunidade será relativa, de acordo com
a teoria moderna adotada pelo STF (desde 1989).
#OUSESABER
#OLHAOGANCHO:
O Estado Estrangeiro, segundo o STJ, não possui essa prerrogativa processual de prazos em
dobro nos seus processos no Brasil. Veja-se: “PROCESSUAL CIVIL. CONTESTAÇÃO. PRAZO EM
QUÁDRUPLO PARA CONTESTAR E EM DOBRO PARA RECORRER. ESTADO ESTRANGEIRO. CPC, ARTIGO
188. INAPLICAÇÃO. I - O prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, previsto no
artigo 188 do CPC, não se aplica ao Estado estrangeiro. II - Agravo de instrumento desprovido. (Ag
297.723/SP, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/06/2000, DJ
14/08/2000, p. 172)”. Como dito, o tema foi apreciado no regime do Código anterior, mas como não
há norma em sentido contrário no novo CPC e a disciplina segue a mesma, não se verifica razão para
crer que a jurisprudência do STJ mudará. O Tribunal ainda afirmou que o princípio da igualdade entre
Estados, contemplado pela CF/88 é destinado para as relações internacionais e não para as relações
domésticas, inclusive, no âmbito processual. No mesmo sentido, leciona Leonardo Carneiro da Cunha.
#JÁCAIUEMPROVA: Em uma ação promovida contra um Estado estrangeiro, deve o juiz determinar a
citação do representante legal do Estado. A via diplomática só é eventualmente empregada na
execução.
#APROFUNDAMENTO:
André de Carvalho Ramos entende que se deve mudar a interpretação dos institutos jurídicos
tradicionais em nome do respeito às normas jus cogens. Então, no caso de violação de direitos
humanos básicos, como a vida, a integridade, a igualdade, não cabe ao Estado alegar imunidade de
jurisdição. Isso é denegação de justiça, então, deveria o STJ ter autorizado ação contra a Alemanha. E
essa foi a posição de, pelo menos, um ministro do STJ e do Cansado Trindade na Corte Internacional de
Justiça. Segundo Portela (2015), a matéria envolve ainda um novo aspecto: a possibilidade de que atos
que configurem violação dos direitos humanos não estejam resguardados pela imunidade de jurisdição
estatal, tendência para a qual aparentemente está evoluindo a jurisprudência em outros Estados, bem
como a doutrina.
- Em alguns países, as imunidades dos OI podem ser estabelecidas no direito interno (ex.: EUA).
b) Noção de que as imunidades dos OI se encontram estabelecidas pelos tratados pertinentes e não se
confunde com os institutos peculiares à imunidade de jurisdição estatal.
Os casos mais comuns em que se especula acerca da possibilidade de levar um OI a enfrentar
um processo no Judiciário de um Estado envolvem o pagamento de verbas trabalhistas a ex-
funcionários dessas entidades.
ESTADOS OI
IMUNIDADE RELATIVA atos de
império e fase de conhecimento. IMUNIDADE ABSOLUTA.
Imunidade de EXECUÇÃO.
#CRÍTICA
Portela crítica: a imunidade de jurisdição de um OI não deveria ser absoluta, ao menos em matéria
trabalhista. Afastar a possibilidade de que o funcionário de uma OI pleiteie a reparação de seus
direitos no Judiciário nacional, restringindo-se ao escopo limitado de um foro administrativo interno
do OI pode caracterizar violação dos direitos humanos dos empregados e ex-empregados dessas OI.
#APROFUNDAMENTO :
- A ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD possuem
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO E DE EXECUÇÃO, abrangendo, inclusive, as causas trabalhistas.
- A ONU, por meio de seu Programa para o Desenvolvimento (PNUD) contratou um funcionário no
Brasil. Após prestar os serviços, este empregado ajuizou uma reclamação trabalhista contra a
ONU/PNUD. A Justiça do Trabalhou (em 2ª instância – TRT) entendeu que, por se tratar de
questão trabalhista, seria possível afastar a imunidade de jurisdição e a imunidade de execução
da ONU/PNUD, condenado-a ao pagamento de diversas verbas trabalhistas e iniciando-se os
procedimentos de execução.
- Para o STF, a imunidade de jurisdição e de execução da ONU está prevista expressamente na
Seção 2 da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas de 1946, promulgada pelo
Brasil por meio do Decreto 27.784/50. Logo, não é permitido ao Poder Judiciário brasileiro violar
este compromisso internacional assumido pelo país.
- No julgamento do RE 578.543 e RE 597.368, de 16/02/2012, o STF, então, reconheceu a
imunidade de jurisdição da ONU/PNUD e entendeu que o artigo 114 da CF não tem o condão de
afastar a imunidade de jurisdição constante de tratados internacionais. Fundamentalmente, esse
entendimento parte da obrigação do Brasil de cumprir os tratados que atribuem imunidades aos
organismos internacionais, que são compromissos internacionais de caráter vinculantes,
concluídos livremente pelo Estado brasileiro por meio de atos do Presidente da República. Desse
modo, caso o Judiciário ignorasse as obrigações internacionais da República Federativa do Brasil,
estaria não só sujeitando o Estado brasileiro à responsabilização internacional, como também
estaria afrontando o próprio princípio constitucional da separação dos poderes.
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
ESTADOS ESTRANGEIROS
(EM ESPECIAL A ONU)
Imunidade de jurisdição para atos de império. Imunidade de jurisdição para todos os seus atos
Não tem imunidade para atos de gestão. (desde que haja previsão em tratado
internacional).
Imunidade de execução Imunidade de execução
Fundamento: Fundamento:
Em geral, não há tratado internacional A existência de tratados internacionais assinados
regulando o tema. Logo, esta imunidade é pelo Brasil prevendo esta imunidade.
garantida por força de direito consuetudinário No caso específico da ONU, este documento é a
internacional (Direito das Gentes - jus cogens). Convenção sobre Privilégios e Imunidades das
Exceção: a imunidade de jurisdição das Nações Unidas, de 1946 (Decreto 27.784/50).
autoridades diplomáticas ou consulares
encontra-se prevista nas Convenções de Viena
de 1961 e 1963 (Decretos 56.435/65 e
61.078/67).
Causas trabalhistas: Causas trabalhistas:
Trata-se de imunidade relativa. Assim, os Gozam de imunidade absoluta. Os organismos
Estados estrangeiros não gozam de imunidade internacionais (com base neste precedente da
de jurisdição (são atos de gestão), mas ONU) gozam tanto de imunidade de jurisdição
possuem imunidade de execução. como de execução.
Segundo anota Portela (2015), as regras referentes à imunidade de jurisdição do Estado são,
até agora, predominantemente COSTUMEIRAS, não havendo ainda tratados firmados na matéria
válidos para Brasil, ao passo que a imunidade das organizações internacionais tem fundamento
CONVENCIONAL.
A possibilidade de execução sobre bens não afetos aos serviços diplomáticos e consulares tem
sido objeto de divergência dentro do STF. Há decisões que não reconhecem a imunidade de execução
do Estado estrangeiro quando há, em território nacional, bens não afetos às atividades diplomáticas e
consulares, permitindo que os atos executórios recaiam sobre tais haveres. Entretanto, há também
julgados que atribuem “imunidade absoluta do Estado estrangeiro à jurisdição executória, salvo
renúncia do Estado”.
#JÁCAIUEMPROVA:
A renúncia de imunidade de jurisdição por um Estado estrangeiro implica a impossibilidade de se
invocar a impenhorabilidade de bens desse Estado por ocasião do processo de execução. A renúncia a
jurisdição permite que corra a fase cognitiva (processo de conhecimento), mas atos executórios
exigem uma nova renúncia. (LEMBRAR QUE A IMUNIDADE DE EXECUÇÃO É AUTONOMA EM RELAÇÃO
À IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO).
Em todo caso, o STF tem mantido a imunidade de execução em matéria de execução fiscal.
O TST conserva o entendimento relativo à proteção dos bens do Estado estrangeiro, desde
que estejam afetos às atividades diplomáticas e consulares. Do contrário, poderão ser objeto de
execução.
Não há óbice a que um Estado acione o Judiciário de outro Estado. Nesse caso, ficam afastadas
todas as questões pertinentes à imunidade de jurisdição, eis que o Estado estrangeiro, ao acionar o
Judiciário de outro Estado, se submete voluntariamente à jurisdição deste (mesmo estatuto jurídico
aplicável às partes em geral).
7. Competência para o exame de litígio envolvendo pessoas jurídicas de direito público externo no
Brasil:
4
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Execução fiscal contra estado estrangeiro: imunidades tributária, de jurisdição e de
execução. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d4b40e6113d6268363e7a93d4cbe6875>. Acesso em:
08/05/2017
Duas observações finais:
· Apesar do inciso II não fazer esta ressalva, se a lide versar sobre relação de trabalho, a competência
será da Justiça do Trabalho (e não da Justiça Federal comum), por força do art. 114, I, da CF/88. É o
caso, por exemplo, de uma reclamação trabalhista proposta por uma pessoa residente em Brasília e
que trabalhava na Embaixada da Colômbia.
· Quem julga as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o
Distrito Federal ou o Território? Trata-se de competência do STF, nos termos do art. 102, I, e, da CF/88.
2) RECURSO
O recurso cabível contra essa sentença do juiz federal é o recurso ordinário constitucional,
interposto diretamente no STJ. Trata-se de peculiar caso em que o recurso contra a decisão do juiz
federal não passará pelo TRF. É o que determina o art. 105, II, “c”, da CF/88:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II — julgar, em recurso ordinário:
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
3) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA E ESTADOS ESTRANGEIROS
Os Estados estrangeiros pagam impostos e taxas no Brasil?
Em regra NÃO. Os Estados estrangeiros gozam de imunidade tributária. Isso está previsto no:
· Art. 23 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas assinada em 1961 (Decreto 56.435/65); e
· Art. 32 da Convenção de Viena sobre Relações Consulares assinada em 1963 (Decreto 61.078/67).
Assim, por exemplo, o município não pode cobrar IPTU de Estado estrangeiro.
Vale ressaltar que o STJ classifica essa prerrogativa como sendo “imunidade tributária”, mas no texto
das Convenções, a terminologia utilizada é “isenção fiscal”.
Existe alguma exceção?
SIM. A imunidade não abrange taxas que são cobradas por conta de serviços individualizados e
específicos que sejam prestados ao Estado estrangeiro. Sendo esse o caso, o país estrangeiro terá que
pagar o valor da taxa, não gozando de isenção.
Ex.: o Estado estrangeiro terá que pagar a chamada “taxa de coleta domiciliar de lixo” uma vez
que decorre da prestação de um serviço específico prestado a ele.
Veja, a título de curiosidade (não precisa decorar), o texto das Convenções:
Artigo 23
1. O Estado acreditante e o Chefe da Missão estão isentos de todos os impostos e taxas, nacionais,
regionais ou municipais, sobre os locais da Missão de que sejam proprietários ou
inquilinos, excetuados os que representem o pagamento de serviços específicos que lhes sejam
prestados.
2. A isenção fiscal a que se refere este artigo não se aplica aos impostos e taxas cujo pagamento, na
conformidade da legislação do Estado acreditado, incumbir as pessoas que contratem com o Estado
acreditante ou com o Chefe da Missão.
Artigo 32
Isenção fiscal dos locais consulares
1. Os locais consulares e a residência do chefe da repartição consular de carreira de que for
proprietário o Estado que envia ou pessoa que atue em seu nome, estarão isentos de quaisquer
impostos e taxas nacionais, regionais e municipais, excetuadas as taxas cobradas em pagamento de
serviços específicos prestados.
2. A isenção fiscal prevista no parágrafo 1 do presente artigo não se aplica aos mesmos impostos e
taxas que, de acordo com as leis e regulamentos do Estado receptor, devam ser pagos pela pessoa que
contratou com o Estado que envia ou com a pessoa que atue em seu nome.
Logo, no caso concreto, a executada (República da Argentina) gozava de isenção quanto ao
IPTU, mas não no que se refere à taxa de lixo.
4) IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO
Imunidade de jurisdição é a impossibilidade de que Estados estrangeiros, organizações
internacionais e órgãos de Estados estrangeiros sejam julgados por outros Estados contra a sua
vontade (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Salvador:
Juspodivm, 2010, p. 166).
TEORIAS SOBRE A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO
Existem duas teorias principais sobre a imunidade de jurisdição:
a) Teoria clássica: imunidade absoluta
Para esta teoria, o Estado estrangeiro goza de imunidade total e absoluta, somente podendo
ser julgado por outro Estado caso renuncie a imunidade.
O Estado estrangeiro não poderia ser julgado pelas autoridades de outro Estado contra a sua
vontade porque não haveria superioridade de um Estado sobre o outro. Logo, o Estado somente
poderia se submeter ao julgamento de outro se consentisse com isso. Baseia-se no princípio de que
“iguais não podem julgar iguais” (par in parem non habet jurisdictionem).
Foi a teoria que prevaleceu até os anos 60.
b) Teoria moderna: atos de império e atos de gestão
Com o passar dos anos, as relações entre os Estados, principalmente comerciais, foram se
tornando mais frequentes e intensas. Esse fato fez com que a teoria clássica passasse a ser
questionada. Diante disso, foi idealizada a chamada teoria dos atos de império e atos de gestão, que
preconiza o seguinte:
No presente caso, a petição inicial foi extinta de plano, antes mesmo de ter sido dada ciência
ao Estado estrangeiro acerca da propositura da demanda, de modo que não lhe fora oportunizada
eventual renúncia à jurisdição.
Logo, o STJ decidiu que a decisão do juiz não foi correta considerando que ele deveria ter
determinado a citação da Argentina e esta teria oportunidade de escolher se desejaria ou não ser
executada:
· se ela renunciasse expressamente a imunidade, a execução poderia prosseguir normalmente;
· se ela invocasse a imunidade ou ficasse silente: a execução deveria ser extinta sem resolução do
mérito.
#DEOLHONAJURIS
#STJ (Informativo por ramo 2014):
1: HÁ IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, EXCETO PARA TAXAS CONTRAPRESTATIVAS
Segunda Turma
DIREITO TRIBUTÁRIO E INTERNACIONAL PÚBLICO. COBRANÇA DE TRIBUTO DE ESTADO
ESTRANGEIRO.
O Município NO pode cobrar IPTU de Estado estrangeiro, embora possa cobrar taxa de coleta
domiciliar de lixo. Encontra-se pacificado na jurisprudência do ST) o entendimento de que os Estados
estrangeiros POSSUEM IMUNIDADE TRIBUTÁRIA e de JURISDIÇÃO, segundo os preceitos das
Convenções de Viena de 1961 (art. 23) e de 1963 (art. 32), que concedem isenção sobre impostos e
taxas, ressalvadas aquelas decorrentes da prestaçåo de serviços IndIvidualizados e especificos que lhes
sejam prestados.
Assim, em tese, a Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo que decorra da prestação de serviço específico
pode ser cobrada do Estado estrangeiro. Ademais a Súmula Vinculante 19 do STF preconiza que “a taxa
cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, 11, da Constituição
Federal”. RO 138-RJ, ReI. Mm. Herman Benjamin, julgado em 25/2/2014 (Informativo nº 538).
1. Conceito:
#DICAS:
NO TPI NÃO TEM IMUNIDADE;
Os privilégios e imunidades do Chefe de Estado são extensivos a sua FAMÍLIA e COMITIVA,
inclusive em viagens particulares ou FÉRIAS. Abrange também EX-CHEFES DE ESTADO, com o intuito de
permitir que essas autoridades possam exercer suas funções de maneira livre. Dois exemplos trazem
reflexão sobre o caráter absoluto do Princípio da Inviolabilidade do Chefe de Estado e de Governo: 1)
Caso Augusto Pinochet: Pinochet não chegou a ser condenado em vida, mas acumulou 14 perdas de
imunidade e vários julgamentos; 2) O ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic foi indiciado pelo
Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos conflitos da
Croácia (1991-1995), Bósnia (1992-1995) e Kosovo (1998-1999). Morreu antes da sentença, na cela do
estabelecimento prisional do Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, em 2006.
b) Chefe de Governo: Via de regra, suas prerrogativas são semelhantes às do Chefe de Estado.
c) Ministro das Relações Exteriores: É o principal assessor do Chefe de Estado ou do Chefe de Governo
na formação e execução da política externa. No exterior, também gozam de prerrogativas semelhantes
às do Chefe de Estado e de Governo. Geralmente denominado Chanceler na América Latina, é o Chefe
hierárquico dos funcionários diplomáticos e consulares do país. No âmbito internacional possui a
função de: a) manter contatos com governos estrangeiros (através do governo diretamente ou através
de missões diplomáticas que lhes são subordinadas ou com as embaixadas e legações existentes no
país); b) negociar e assinar Tratados Internacionais (pela Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados de l969, ele não é obrigado a apresentar carta de “plenos poderes”). Possui status não
inferior a de um Embaixador, sendo-lhe igualmente conferidas pela Convenção as prerrogativas e
imunidades próprias dos agentes diplomáticos.
d) Agentes diplomáticos: A atividade dos diplomatas é regulada pela Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas de 1961 (Decreto 56.435/1965). Agente diplomático – representante de um
estado em outro, que defende interesses do estado que ele representa. Estado acreditante e
acreditado, que envia e que recebe. Agreement – autorização que o estado acreditado dá para que
determinada pessoa seja considerada um agente diplomático do estado acreditante, dando as
credenciais. Missão: representar os interesses do estado. Obs.: O embaixador é o chefe da missão
diplomática (embaixada). No Brasil, é um cargo de confiança do Chefe do Executivo, sendo necessária
a sua aprovação pelo Senado, por voto secreto, após sabatina. Normalmente, é nomeado pelo chefe
do Estado que representa. Enquanto exerce suas funções, é diplomata. Mas atente: o embaixador não
precisa necessariamente pertencer a um quadro de carreira diplomática, podendo ser indicado entre
pessoas de confiança.
d.1) Agente diplomático e sua família – não há uma carreira pública propriamente dita, podendo ser
indicado por critérios políticos, a depender de cada Estado, a quantidade estará na lista do agréement,
a depender do consenso. Família – tem que estar no agréement.
- Imunidade penal plena – prerrogativa do Estado, que pode renunciar à imunidade penal plena, se o
Estado não renuncia, o Estado acreditado pode declarar persona non grata e fixar prazo razoável para
sua retirada.
- Imunidade pessoal – não pode sequer ser preso em flagrante. A restrição administrativa para a
condução de veículos não está abrangida pelo regime protetivo. Não pode ser conduzido
coercitivamente para ser testemunha. CPI não pode requisitar com condução coercitiva.
- Imunidade cível – quase plena. Exceções: quando é autor, pode existir reconvenção; quando aceita
herança ou compra bens imóveis.
- Imunidade tributária – em relação aos tributos direitos, a convenção de Viena não prevê quanto aos
indiretos. Tanto pessoal quanto real.
d.2) Pessoal técnico e sua família. Mesmo regime protetivo da categoria acima.
d.3) Pessoal do serviço – nacionais do estado acreditado, apoio para a manutenção da missão
diplomática. Tem imunidade somente para atos de ofício. Ex.: CPI requisita motorista para ser
testemunha do que ele ouviu em serviço. Possuem a chamada imunidade real: Bens e espaços físicos
da missão diplomática: inviolabilidade do local da missão, só se entra numa missão diplomática com a
anuência do chefe da missão. Romper os portões de uma missão diplomática é uma violação do DI.
Exceção – estiver ocorrendo um crime de jus cogens dentro da embaixada. Ex.: tortura.
2. Privilégios e imunidades diplomáticas:
(i) EMBAIXADORES OU NÚNCIOS: Acreditados perante Chefes de Estado e outros Chefes de Missão de
Categoria equivalente;
(ii) ENVIADOS, MINISTROS OU INTERNÚNCIOS: Acreditados perante Chefes de Estado;
(iii) ENCARREGADOS DE NEGÓCIOS: Acreditados perante Ministro das Relações Exteriores. São
funcionários que substituem o Embaixador em sua ausência ou que respondem por uma Embaixada
em períodos em que não há Chefe de Missão Diplomática indicado, ou em que estes ainda não
assumiram suas funções.
3. Agentes consulares:
(ii) Cônsul electi/ honorário – via de regra é um próprio nacional do estado acreditado.
No campo penal, os cônsules não poderão ser detidos ou presos preventivamente, exceto em
caso de crime grave e em decorrência de decisão de autoridade judiciaria competente. Poderão ser
presos também em decorrência de sentença definitiva, exceto por atos relacionados ao exercício de
suas funções.
Na condição de testemunha – se não for para ato de ofício, pode ser conduzido
coercitivamente, devendo o juízo organizar a sua oitiva para não prejudicar os trabalhos do consulado.
As imunidades estendem-se à família do agente.
#IMPORTANTE: As imunidades dos cônsules HONORÁRIOS (ou seja, cônsules electi, aqueles que não
são de carreira) não se estenderão às respectivas famílias.
#PERGUNTA: O que se entende por notificação consular? Para facilitar o exercício de suas funções, os
agentes consulares beneficiam-se do instituto da notificação consular. Por esse instituto, os cônsules
têm direito a comunicar-se com os nacionais de seu Estado e de visitá-los, ainda que presos. Em
decorrência da notificação consular as autoridades competentes do Estado receptor deverão, a partir
de solicitação do interessado, informar o quanto antes à repartição consular cabível quando, em sua
jurisdição, um nacional do Estado do consulado for preso. Também é conhecida como o direito à
informação sobre a assistência consular, sendo considerada pelo STF como prerrogativa jurídica de
caráter fundamental, que hoje compõe o universo conceitual do direitos básicos da pessoa humana,
relacionada diretamente com as garantias mínimas do devido processo legal. Segundo o STF, a
notificação consular é uma prerrogativa a ser assegurada ao estrangeiro WITHOUT DELAY, ou seja, sem
demora, no exato momento em que se realizar a prisão e, em qualquer caso, antes que o mesmo
preste a primeira declaração perante a autoridade competente.
A missão diplomática permanente termina por diversas razões: (i) ruptura de relações
diplomáticas; (ii) guerra entre o acreditante e o acreditado; (iii) o não reconhecimento do governo; (iv)
pelo pedido de passaportes feito pela missão ao Estado acreditado (consiste na Embaixada pedir ao
Ministério das Relações Exteriores do Estado que lhe sejam entregues os passaportes – autorização
para o embaixador sair do país).
Cabe registrar que as funções consulares terminam pelas seguintes causas: (i) retirada do
exequatur; (ii) notificação feita pelo Estado de envio de que as funções consulares de determinada
pessoa terminaram; (iii) notificação do Estado de residência ao Estado de envio de que ele não
considera determinada pessoa como fazendo parte do pessoal consular; (iv) pela morte.
4. Diferenças entre cônsules e agentes diplomáticos: Os cônsules e agentes diplomáticos têm várias
diferenças entre si.
DIPLOMA DISPOSITIVOS
Decreto 19.841/1945 Integralmente
(Carta das Nações Unidas)
Decreto 56.435/1965 Integralmente
(Convenção de Viena sobre Relações
Diplomáticas)
Decreto 61.078/1967 Integralmente
(Convenção de Viena sobre Relações
Consulares)
Decreto 27.784/1950 Integralmente
(Convenção sôbre Privilégios e Imunidades das
Nações Unidas)
7. BIBLIOGRAFIA INDICADA
Foca no Resumo
Resumo do TRF5
Anotações Pessoais.