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PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE

Ao viver em sociedade o ser humano vai construindo laços, laços esses, que
podem ser pautados pela presença de afeto. É possível existir laços afetivos entre
amigos, pais e filhos, padrastos e enteados, tios e sobrinhos, avós e netos etc. Os
vínculos afetivos que construímos ao longo da vida são importantes e contribuem para
o nosso convívio em sociedade, sobretudo, quando são vínculos familiares e, sendo a
família a base da sociedade, é natural que os vínculos criados no meio familiar sejam de
total importância para o Direito.
A afetividade constitui um princípio jurídico aplicado ao âmbito familiar, está
implícito na Constituição Federal, no Código Civil e em diversas outras regras do
ordenamento jurídico brasileiro. Para Tartuce, em seu artigo publicado na Revista
Consulex nº. 378, “O afeto não se confunde necessariamente com o amor. Afeto quer
dizer interação ou ligação entre pessoas, podendo ter carga positiva ou negativa. O
afeto positivo, por excelência, é o amor; O negativo é o ódio. Obviamente, ambas as
cargas estão presentes nas relações familiares”.
A afetividade contribuiu para mudanças e avanços significativos em nossa
sociedade. Prova disso, é que após anos de lutas e movimentos sociais, tivemos a união
homoafetiva sendo reconhecida e equiparada juridicamente a união estável.
Conforme decisão do STF de 5 de maio de 2011, publicada no seu Informativo n. 625.
Outra consequência da afetividade que podemos pontuar, é o reconhecimento da
parentalidade socioafetiva como nova forma de parentesco, enquadrada conforme o
art. 1.593 do CC/2002 e reconhecida pelo STF. Vejamos:
MULTIPARENTALIDADE reconhecida pelo STF:
Repercussão Geral 622 – Recurso Extraordinário
898.060 (2016) a corte decidiu, por maioria, que “a
paternidade socioafetiva, ‘declarada ou não em
registro’, não impede o reconhecimento do vínculo de
filiação concomitante, baseada na origem biológica,
com os efeitos jurídicos próprios”. (Disponível em >
file:///C:/Users/rafael/Desktop/MATERIAS%20DE%20D
IREITO/9º%20PERÍODO/TCC/BIBLIOGRAFIA%20PARA%
20ESTUDO/MATERIAL%20-
%20PROFESSORA%20ANA%20FLAVIA.pdf > Acesso em
03 de outubro de 2018?)
Sendo o afeto algo que está ligado e relacionado a vida das pessoas e ao convívio
social, nada mais justo que o Direito e suas normas se preocupem em estudar e respeitar
os laços afetivos construídos ao longo da vida. Sendo assim, é nítido a total importância
que o princípio da afetividade deve ter perante o ordenamento jurídico.

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