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Neste bloco serão tratados os conceitos de estabilidade estrutural, versando sobre es-
tática dos pontos e dos corpos rígidos. Serão apresentados sistemas de forças equiva-
lentes e verificadas as condições de equilíbrio das estruturas.
As estruturas são projetadas para suportar cargas, mantendo o equilíbrio com deforma-
ções controladas, a estética e a funcionalidade do sistema. Para garantir estas condi-
ções, torna-se necessário criar modelos físico-matemáticos para resolver estas estrutu-
ras simples, quanto ao equilíbrio, às tensões e às deformações.
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Quadro 1.1 – Normas brasileiras de referência para o projeto de estruturas
Ela deve ser feita não somente para a estrutura final, que será entregue ao cliente, mas
também para as fases intermediárias da construção, período no qual a estrutura, incom-
pleta, não está submetida a todos os esforços de trabalho, mas precisará resistir às soli-
citações que, estando presentes somente nesta fase, às vezes são mais críticas que as
de serviço.
A análise do estado limite de serviço trata das situações em que a estrutura, mesmo
ainda não tendo atingido o estado de pré-ruptura, perde as condições estéticas e funci-
onais que permitiam o uso adequado da construção. Um exemplo disso ocorre quando
deflexões excessivas nas vigas, mesmo estando longe do estado limite último, geram
grande comprometimento estético da estrutura.
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especificações da construção. Após aprovação junto à prefeitura, as obras poderão, fi-
nalmente, ser iniciadas.
De acordo com Martha (2010), a gênese das teorias que descrevem o comportamento
estrutural está na análise de estruturas reticuladas, aquelas formadas por barras, que
são um tipo de estrutura com um eixo claramente definido. Trata-se de sólidos que pos-
suem uma dimensão (denominada comprimento) significativamente maior que as ou-
tras duas (que compõem a seção transversal).
A Imagem 1.1 contém barras de seção transversal maciça circular, quadrada e hexago-
nal. A Imagem 1.2 contém barras de seção de paredes finas, aberta tipo I ou H, tipo C ou
U e tipo cantoneira ou tubular fechada circular ou quadrangular.
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Imagem 1.2 – Barras com seções delgadas de paredes finas
As estruturas são classificadas conforme o tipo de esforço predominante a que são sub-
metidas.
Os cabos são um exemplo de estrutura de barras tracionadas que são utilizadas em pon-
tes estaiadas, como as da Imagem 1.3 da ponte Vasco da Gama que passa sobre o rio
Tangus em Lisboa.
Os tirantes são utilizados em estruturas de contenção, como as da Imagem 1.4 das cor-
tinas de contenção formada por perfis metálicos cravados preenchidas com pranchas
horizontais de madeira. Na fotografia, temos a fase da construção correspondente às
fundações e contenções da obra de construção do edifício Mackgrafe, na região central
do município de São Paulo.
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Imagem 1.3 – Ponte estaiada
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1.2.3 Estruturas comprimidas
Pilares (Imagem 1.5) são exemplos de barras comprimidas. Os arcos mostrados na Ima-
gem 1.6 são exemplos de estruturas que, pela forma de montagem dos blocos de pedra,
estão sujeitas exclusivamente à compressão.
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1.2.4 Estruturas de placas
As lajes são estruturas de placas em que uma das dimensões, denominada espessura, é
bem menor que as outras duas (comprimento e largura); vigas e pilares são estruturas
de barras, e possuem duas dimensões (largura e altura) bem menores que a terceira
(comprimento).
Na Imagem 1.7(a) são mostradas placas de aço que podem ser montadas deitadas, for-
mando o piso de passarelas metálicas. Na Imagem 1.7(b) são mostradas placas de con-
creto armado que, montadas deitadas sobre vigas pré-moldadas, constituem parte da
laje destas estruturas, sendo o restante consolidado com concreto moldado no local.
Na Imagem 1.8 é apresentada a vista, no piso térreo, do local para estacionamento sob
uma laje de concreto armado com capitéis na região dos pilares. Trata-se de enrijecedo-
res necessários na construção de estruturas sem vigas, com os pilares ligados direta-
mente às lajes.
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Imagem 1.8 – Laje de concreto armado com capitéis
Depois que o piso do edifício foi construído, os tirantes, desnecessários, são cortados
próximo à cabeça. As pranchas de madeira servem, posteriormente, como fôrmas per-
didas para a concretagem das paredes do edifício. Uma vez prontas, as peças de con-
creto armado funcionam como paredes, suportando também as cargas das partes da
estrutura acima delas.
As mesmas placas da Imagem 1.7(b) podem ser montadas de pé, como na Imagem 1.9,
entre perfis metálicos previamente cravados. Primeiramente, funcionarão como lajes
verticais e, posteriormente, como paredes.
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Imagem 1.9 – Cortinas com perfis metálicos e pranchas de concreto armado
Na Imagem 1.10 é mostrada uma vista sob o tabuleiro de uma ponte, construído com
concreto pré-moldado. Esse tabuleiro é uma estrutura de placa, montada na horizontal,
dando origem a uma laje.
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Imagem 1.10 – Ponte de concreto armado em rodovia
1.2.7 Pórticos
São estruturas formadas por duas colunas verticais e uma barra horizontal, como mos-
trado na Imagem 1.10. Isto significa que o conjunto formado por uma transversina e dois
pilares se constitui um pórtico, que é a célula básica utilizada na concepção de edifícios.
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Imagem 1.11 – Edifício de estrutura metálica em construção
Um modelo matemático precisa ser construído para avaliar o efeito das ações e das re-
ações sobre a estrutura. Uma viga pode ser simplificadamente representada por uma
estrutura de barra que esteja adequadamente vinculada para garantir o equilíbrio. Cada
vínculo corresponde a uma restrição ao movimento de parte da estrutura que é imposta
por um tipo de apoio. Os apoios são dispositivos que ligam os pontos do sistema a outros
pontos a fim de impedir determinados movimentos.
Cada ponto da estrutura pode executar movimentos que podem ser considerados como
a combinação de uma translação com uma rotação. Por isto, para garantir a estabilidade,
a resultante de todas as forças externas a estrutura é nula e o momento destas forças
em relação a qualquer ponto da estrutura é nulo.
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Quadro 1.2 – Vínculos em estruturas de barras
TIPOS REPRESENTAÇÃO
(a) Simplesmente
apoiada
(b) Engastada
(c) Engastada-
apoiada
(d) Bi-engastada
Fonte: O autor.
A estrutura (a) possui, à esquerda, uma articulação fixa e, à direita, uma articulação mó-
vel. Deslocamentos transversais à viga são verticais e, com relação aos vínculos apresen-
tados, são impedidos por ambos. Deslocamentos longitudinais à viga são controlados
apenas pela articulação fixa. Rotações são permitidas por ambos os apoios.
Fonte: O autor.
A estrutura (b) possui apenas um engastamento, vínculo suficiente para garantir o equi-
líbrio da estrutura. Este vínculo, no ponto de aplicação, impede movimentos tanto de
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translações quanto de rotações. Por isso, as reações de apoio são uma força e um mo-
mento. No restante da barra, ocorrem deflexões verticais e rotações, mas não ocorre
movimento da barra como corpo rígido.
Fonte: O autor.
A estrutura (c) possui, além do engastamento, um apoio simples, que restringirá deslo-
camentos transversais nesta extremidade.
Fonte: O autor.
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Desenho 1.4 – Viga duplamente engastada com carregamento uniforme
Fonte: O autor.
As estruturas que, mantidas em equilíbrio, possuem outros vínculos adicionais, são de-
nominadas hiperestáticas. Com relação ao Quadro 1.2, as estruturas {(a); (b)} são isos-
táticas e as estruturas {(c); (d)} são hiperestáticas.
Estruturas hipostáticas são aquelas que possuem vínculos em quantidade inferior à ne-
cessária para o próprio equilíbrio ou que, mesmo com vínculos em excesso, permitem
movimentação de partes dela como corpo rígido. Exemplos de estruturas hipostáticas
são apresentadas no Quadro 1.3.
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Quadro 1.3 – Exemplo de vigas hipostáticas
TIPO DE REPRESENTAÇÃO
VÍNCULO
(e) Apoios
móveis
(f) Apoios
móveis
(g) Engastada-
apoiada
(h) Bi-engas-
tada
Fonte: O autor.
A estrutura deve ser construída para suportar os esforços externos ativos a ela, que são
gerados pelos carregamentos que surgem devido ao uso da estrutura. Como exemplo,
temos: o peso da própria estrutura, o peso de pessoas e de objetos sobre a estrutura,
além de pressões externas ao sistema.
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1.4.1 Lajes
A laje é uma estrutura de placa, que possui uma das dimensões (denominada espessura)
muito menor que as outras duas (que são a largura e o comprimento). Na Imagem 1.12
é mostrado o tráfego de veículos sobre o pavimento asfáltico colocado acima do tabu-
leiro da ponte.
Com relação à laje da ponte, existem carregamentos permanentes, que são o peso pró-
prio da camada de asfalto e da laje de concreto sobre ela. Estas cargas atuantes são
determinadas conforme a espessura da camada. Nas bordas da laje há guarda corpos,
que exercem um carregamento que consiste em várias forças concentradas, distribuídas
conforme o seu peso próprio.
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1.4.2 Vigas
Quando há veículos somente em uma das direções de tráfego, como mostrado na Ima-
gem 1.12, a assimetria do carregamento sobre a laje produz, nas longarinas da Imagem
1.10, esforços de torção.
Os pilares da Imagem 1.10 receberão, como carga de compressão, o próprio peso, além
das reações de apoio das transversinas. Considerando a assimetria do carregamento
sobre a laje, que ocorre quando há veículos somente em uma das direções de tráfego,
os pilares estarão submetidos também à flexão (de pequena excentricidade).
As fundações são transmitidas às cargas provenientes dos pilares. A flexão existente ne-
les serão absorvidos por armaduras montadas nos blocos de fundação. Estes blocos ab-
sorverão estes esforços que são distribuídos no conjunto de estacas cravadas.
A conclusão é que os esforços caminham das lajes, que são as últimas a serem monta-
das, passando para as vigas, pilares e fundações, que são as primeiras a serem executa-
das. Portanto, não há maneiras de a construção ser iniciada antes de todo o projeto
estar pronto sem que isto implique em riscos à segurança estrutural.
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1.4.4 Ventos em edificações
Os pontos materiais são corpos cujas dimensões são muito menores comparativamente
com as do ambiente em que estão localizados, de modo que, neste contexto, podem ser
considerados como pontos dotados de massa corporal.
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Considerando uma imagem feita por satélite de uma rodovia, um veículo que nela tran-
sita é representado no mapa como um ponto que, fisicamente, é o centro de massa do
veículo com seus ocupantes. A massa total do sistema é colocada neste ponto, estabe-
lecendo um corpo pontual dotado de massa 𝑚 > 0, como mostrado no Desenho 1.5,
que contém um ponto material em repouso sobre uma superfície horizontal.
Fonte: O autor.
Considerando a análise estática deste ponto, isto é, a condição de repouso, o peso pró-
prio do corpo, que corresponde à ação do corpo sobre a superfície de apoio, é equili-
brado pela reação normal do plano, que incide sobre o corpo. O Desenho 1.6 contém as
forças que atuam no corpo equilibrado; trata-se do diagrama de corpo livre.
Fonte: O autor.
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Caso este ponto esteja sobre um plano inclinado, as condições de equilíbrio mudam bas-
tante. O peso próprio continua (como sempre) apontando para baixo, mas a reação nor-
mal é normal à direção do plano inclinado.
Fonte: O autor.
O que mantém o corpo em equilíbrio é a força de atrito entre a superfície do plano in-
clinado, considerando o contato dela com o corpo. Sendo 𝜇𝑒 o coeficiente de atrito es-
tático entre as superfícies, a força de atrito vale:
𝑓 = 𝜇𝑒 ⋅ 𝑁
Fonte: O autor.
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A análise do equilíbrio é realizada ao decompor a força peso em componentes normal e
tangencial ao plano que define a tendência de movimento. Assim:
𝑃𝑡 = 𝑃 ⋅ sin 𝜃
𝑃𝑛 = 𝑃 ⋅ cos 𝜃
𝑁 = 𝑃𝑛 ⟹ 𝑁 = 𝑃 ⋅ cos 𝜃
𝑓 = 𝜇𝑒 ⋅ 𝑃 ⋅ cos 𝜃
𝑓 = 𝑃𝑡 ⟹ 𝜇𝑒 ⋅ 𝑃 ⋅ cos 𝜃 = 𝑃 ⋅ sin 𝜃
tan 𝜃 = 𝜇𝑒
Os corpos rígidos são aqueles que, mediante os carregamentos aos quais estão subme-
tidos, não sofrem deformações, mas apenas movimentos de translação e de rotação,
que ocorrem em virtude de haver forças nele aplicadas e que modificam o estado iner-
cial de repouso.
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Imagem 1.13 – Esferas sobre uma mesa
Na Imagem 1.13 são mostradas várias bolas de bilhar descendo sobre uma canaleta em
direção à mesa de pano verde. Cada esfera tem seu próprio centro de massa, e o movi-
mento dele representa a translação de todo o corpo rígido. Também há o movimento
de rotação de cada esfera em torno de um eixo diametral. Naturalmente, este eixo de
rotação muda continuamente, o que explica a dificuldade de representar estes movi-
mentos.
Na Imagem 1.10 é mostrado um corpo que não é rígido. Mas, na situação de projeto
para uso regular, em que obviamente não há intenção de causar colisões, o veículo pode
ser considerado como um corpo rígido sob certas condições.
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Tudo muda após uma colisão. O veículo sofre deformações, de modo que a distância
entre dois pontos seus deixa de ser constante, como mostrado na Imagem 1.10.
O problema é que nem toda energia da colisão é convertida em deformação dos veícu-
los; infelizmente parte dela é passada para os ocupantes e é por isso que as colisões
frontais são muitas vezes fatais. O resultado é diferente quando há apenas o motorista
ou mais ocupantes no veículo, incluindo bagagens, pois o centro de massa do conjunto
é alterado, e isto muda a dinâmica dos movimentos.
∑ ⃗⃗𝐹𝑗 = ⃗0
𝑗=1
Nesta equação, cada ⃗⃗𝐹𝑗 é uma das (𝑁) forças atuantes sobre o corpo rígido, e o equilíbrio
irá garantir que o centro de massa do corpo mantenha seu estado inercial. No espaço
euclidiano, são três as coordenadas espaciais, o que significa que, em cada direção, há
uma equação de equilíbrio.
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Os momentos de todas as forças que incidem sobre o corpo também precisam ter soma
vetorial nula:
𝑁
⃗⃗𝑗 ) = ⃗0
∑ ℳ(𝐹
𝑗=1
Os momentos podem ser decompostos nas três direções, no sentido em que fica esta-
belecido que o momento de todas as forças, em torno de cada eixo deve ser nulo. Ma-
tematicamente, este resultado é obtido pelo produto escalar entre o momento da força
EQUILÍBRIOS DE FORÇAS
𝑁 𝑁 𝑁
EQUILÍBRIOS DE MOMENTOS
𝑁 𝑁 𝑁
⃗⃗𝑗 )|𝑒𝑥 ⟩ = 0
∑⟨ℳ(𝐹 ⃗⃗𝑗 )|𝑒𝑦 ⟩ = 0
∑⟨ℳ(𝐹 ⃗⃗𝑗 )|𝑒𝑧 ⟩ = 0
∑⟨ℳ(𝐹
𝑗=1 𝑗=1 𝑗=1
Fonte: O autor.
Resultam as equações de equilíbrio do Quadro 1.4, e que serão utilizadas nas aplicações
nos outros capítulos.
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS PARA ENGENHARIA CIVIL
Assim, qualquer carregamento que nela for colocado será equilibrado pelos apoios colocados
nas extremidades. Se um carregamento uniformemente distribuído de intensidade ! for colocado
sobre a viga de comprimento
Desenho ℓ , a duplamente
1.9 – Viga representação do modelo
apoiada da estrutura passa
com carregamento a ser o seguinte:
uniforme
Desenho 2 – Viga duplamente apoiada com carregamento uniformemente distribuído
ℓ
! ∙ℓ ! ∙ℓ
2 2
Fonte: O autor. Fonte: Autor
! ∙ℓ ℓ ! ∙ℓ
2 2
Fonte: Autor
As reações de apoio, uma em cada lado, garantem o equilíbrio da estrutura, de modo que a
soma vetorial de forças é nula, e o momento de rotação, em relação a qualquer ponto da estrutura,
também será nulo. É importante observar que, apesar de serem estaticamente equivalentes, as es-
truturas acima deformam-se de maneiras diferentes.
Fonte: O autor.
Nesta nova configuração, a mesma viga de comprimento ℓ, apoiada sobre um apoio fixo
à esquerda e sobre um apoio móvel à direita, recebe uma carga concentrada igual a
resultante do carregamento distribuído, produzindo iguais reações de apoio.
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Cabe observar que, mesmo sendo estaticamente equivalentes, os dois sistemas estru-
turais apresentam distribuições de esforços internos e deflexões bastante diferentes. Os
esforços solicitantes do modelo com carregamento distribuídos são mostrados no
Desenho 1.11.
Fonte: O autor.
Nesta situação, as forças cortantes são uma função contínua de primeiro grau nula no
meio do vão, onde os momentos fletores, que são uma função contínua de segundo
grau, atingem o máximo:
ℓ2
𝑀𝑚𝑎𝑥 = 𝑝 ∙
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Os esforços solicitantes do modelo com carregamento concentrado estaticamente equi-
valente são mostrados no Desenho 1.12.
Fonte: O autor.
Nesta situação, as forças cortantes são uma função descontínua na seção 𝐶, em que está
colocada a resultante 𝑃 = 𝑝 ⋅ ℓ. O momento é uma função contínua de primeiro grau
em partes, atingindo o máximo no meio do vão:
𝑃 ⋅ ℓ 𝑝 ⋅ ℓ2 𝑝 ⋅ ℓ2
𝑀𝑚𝑎𝑥 = = =4⋅
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Com relação às deflexões, as do sistema do Desenho 1.9 são mostradas no Desenho 1.1.
A função 𝑣: [0; ℓ] ⟶ ℝ, que representa as deflexões no eixo da barra, foi determinada
pela integração da equação diferencial da linha elástica:
𝑝 ∙ ℓ4 𝑥 3 𝑥 4 𝑥
𝑣(𝑥) = ∙ [−2 ∙ ቀ ቁ + ቀ ቁ + ቀ ቁ]
24 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼 ℓ ℓ ℓ
5 𝑝 ∙ ℓ4
𝑓= ∙
384 𝐸 ∙ 𝐼
Fonte: O autor.
O desenho não ajuda a distinguir as duas situações. Mas, a função 𝑣: [0; ℓ] ⟶ ℝ que
representa as deflexões no eixo da barra é bem diferente:
𝑃 ℓ
∙ (−4𝑥3 + 3 ∙ ℓ2 ∙ 𝑥) ; 𝑥 ∈ [0; [
𝑣(𝑥) = { 48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼 2
𝑃 ℓ
∙ (4 ∙ 𝑥3 − 12 ∙ ℓ ∙ 𝑥2 + 5 ∙ ℓ2 ∙ 𝑥 − ℓ3 ) ; 𝑥 ∈ ] ; ℓ]
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼 2
A flecha para este modelo fora obtida na disciplina de Resistência dos Materiais:
𝑃 ∙ ℓ3 8 𝑝 ∙ ℓ4
𝑓= = ∙
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼 384 𝐸 ∙ 𝐼
A conclusão é que a flecha obtida para o carregamento concentrado é oito vezes a flecha
obtida para o carregamento distribuído, o que prejudicará as condições de serviço.
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1.9 Condições de equilíbrio nas estruturas
De acordo com Kassimali (2016), uma estrutura é considerada em equilíbrio se ela per-
manecer neste estado após a aplicação de um sistema de forças e momentos. Assim,
cada parte da estrutura deverá ser mantida em equilíbrio.
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1.10 Revisão sobre cálculo das reações de apoio
No Desenho 1.14 é apresentado o modelo de uma viga simplesmente apoiada com car-
regamento concentrado em uma posição intermediária 𝑥𝑃 ∈ ]0; ℓ[ .
Fonte: O autor.
As reações de apoio da viga são determinadas por meio de dois equilíbrios de momentos
em relação a dois pontos distintos da estrutura. O equilíbrio de momentos em relação
ao ponto 𝐴 permite obter:
−𝑅𝐵 ⋅ ℓ + 𝑃 ⋅ 𝑥𝑃 = 0 ⟹ 𝑥𝑃
𝑅𝐵 = ∙𝑃
ℓ
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O equilíbrio de momentos em relação ao ponto 𝐵 permite obter:
𝑅𝐴 ⋅ ℓ − 𝑃 ⋅ (ℓ − 𝑥𝑃 ) = 0 ⟹ ℓ − 𝑥𝑃
𝑅𝐴 = ∙𝑃
ℓ
Fonte: O autor.
𝑅𝐴 = 𝑝 ∙ ℓ
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O apoio de engaste reage com um momento de intensidade igual ao momento da resul-
tante em relação ao ponto {𝐴} e sentido oposto:
𝑝 ∙ ℓ2
𝑀𝐴 =
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Conclusão
É parte importante avaliar se a estrutura que está sob carregamento sofre com desloca-
mentos excessivos que podem, por um lado, apenas causar desconforto ao usuário, mas,
por outro lado, prejudicar a estabilidade global e inviabilizar a utilização da estrutura. O
cálculo de deslocamentos precisa ser realizado para estabelecer os limites admissíveis
para a estrutura.
REFERÊNCIAS
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