Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - Comente Como Se Processava A Educação Das Mulheres No Período Colonial No Brasil - II
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - Comente Como Se Processava A Educação Das Mulheres No Período Colonial No Brasil - II
De acordo com Silva (2004) na época colonial, a educação das mulheres era
voltada para os afazeres domésticos, com o intuito de zelar pelo lar, criação
dos filhos e marido, não era lhes permitido o aprendizado em leitura e escrita,
por diversos motivos culturais. O que não procedia para os meninos, haja visto
que eram eles quem mantinham o prestigio patriarcal da família.
A situação na colônia não era diferente. Segundo Silva (2004), a maioria das
mulheres que aqui viviam nesse período eram incapazes de assinar o próprio
nome, o que não significa que elas não soubessem ler algumas frases, já que
leitura e escrita não eram aprendidas simultaneamente e não possuíam o
mesmo grau de dificuldade. “Até 1627, somente duas mulheres de São Paulo
sabiam assinar o nome. Eram Leonor de Siqueira, viúva de Luiz Pedroso e
sogra do Capitão-Mor Pedro Taques de Almeida, e Madalena Holsquor, viúva
de Manuel Varanda, de origem flamenga”. Tanto é, que de 1578 a 1700, foram
levantados 450 inventários e neles foi constatado que apenas duas mulheres
sabiam ler e escrever (RIBEIRO, 2000, p. 81 e 86).
A esta petição, Silva (2010) diz, que D. João V atendeu a esta preocupação,
determinando assim, que antes de ser concedida autorização para a viagem
das jovens, era necessário que se averiguasse efetivamente se as moças
possuíam verdadeira vocação pela vida religiosa. No entanto, após a petição, o
fluxo ainda se manteve intenso, mesmo após serem fundados conventos no
Rio de Janeiro e na Bahia. Mas foi somente no final do século XVIII, que foram
criados recolhimentos que tinham realmente objetivos educativos.
De acordo com Faria Filho (2000), com base em pesquisa histórica realizada
sobre a educação primária na cidade de Belo Horizonte no princípio do século
XX, ao mesmo tempo em que a nova forma escolar refletia o imaginário social
e o momento concreto de racionalização e urbanização, ela se destacava como
uma importante produtora e conformadora do novo tipo de racionalidade
mental, econômica e urbanística que se desejava. Quiçá por isso, esse novo
modelo escolar fosse visto como uma poderosa arma que combatia: os
resquícios deixados pelo período imperial, assim como “a apatia do povo frente
à vida pública (e à república de uma maneira geral), a aversão ao trabalho
manual, dentre outras” (Idem, p.27). Adicionalmente, é preciso reconhecer que
o consenso compartilhado entre educadores e políticos acerca da criação dos
grupos escolares e de sua capacidade de instaurar uma racionalidade
progressista, estava intrinsecamente relacionado com os novos imperativos
colocados pela dinâmica capitalista no país e seus requisitos básicos. A ênfase
na disciplina, na organização, no controle dos corpos e na aquisição de
competências técnicas, perceptíveis em vários relatórios educacionais
encontrados pelo autor, evidencia a aproximação entre escola e o mundo do
trabalho, sobretudo o fabril.
Boa Avaliação.
Referências: