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A Justiça segundo Aristóteles é a disposição do carácter a partir do qual os homens agem

justamente. E para encontrar uma definição do que deve ser justo, consideramos o que será
injusto. Injusto será pois, todo o indivíduo que transgrida a lei e quem queira ter mais do que
lhe é devido. Logo, pelo contrário, teremos como justo tudo o que o produz e salvaguarda a
felicidade para o indivíduo e para a sua comunidade. Temos assim, portanto, que é nas relações
com os outros, em função delas, e, a partir delas, que encontramos uma noção do que é ou do
que pode ser considerado justo.

Relativamente às formas que a justiça apresenta, Aristóteles procede à distinção de entre justiça
particular, resultante das relações que as pessoas estabelecem entre si, e justiça política, que diz
respeito à comunidade dos homens.

No caso da justiça particular, explica-nos que a justiça se ocupa com a distribuição da riqueza, e
com a punição de quem viola a lei as normas em vigor.

No caso da justiça política, esta visa garantir a presença de linhas de orientação que garantem o
funcionamento harmonioso da comunidade.

A Justiça Particular apresenta-se de duas formas: a Justiça Distributiva, que segue o princípio
da distribuição de acordo com o mérito e é proporcional, porque se as pessoas não forem iguais
não terão partes iguais, e ainda, porque os homens se reuniram em comunidades por causa das
riquezas, estas deveriam ser distrubuídas proporcionalmente entre eles. A Justiça Correctiva,
observa o princípio da igualdade, porque a lei olha apenas para a especificidade do dano, e
trata toda a gente como igual.

A Justiça Política, por sua vez, é também apresentada de duas formas: a Justiça Natural, fixada
por cada povo em relação a si mesmo, tem a mesma validade em todo o lado e ninguém está
em condições de a aceitar ou rejeitar. Relativamente à Justiça Convencional, é indeferente se no
princípio admite diversos modos de formulação, mas uma vez estabelecida o seu conteúdo não
é indiferente.

Os ensinamentos de Aristóteles continuam a acompanhar-nos, ultrapassando épocas e regimes,


superando inclusive novas correntes de pensamento. Ao falar-nos de justiça distributiva e ao
associá-la ao mérito, recorda-nos o situações atuais como a discussão de políticas salariais, nas
quais se verifica o princípio de que cada um deve receber em função do que correctamente
produziu, ou ainda, ao falar de justiça correctiva e ao associá-la aos os desvios que são
cometidos perante as regras estabelecidas , lembra-nos os contratos que celebramos e que
esperamos que venham a ser cumpridos pela parte contrária ou o respeito pela propriedade
privada. Fala-nos também de justiça política, que associa ao bem público, ao qual nos recorda
que a lei é igual para todos no âmbito de planos políticos atuais como o fiscal ou social, na
medida em que estes devem providenciar não só a auto-suficiência do indivíduo mas também
da sua comunidade.

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