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como mediador, mas não repartirá sua glória essencial, assentado em seu “trono” ele “será
maior”.
2. A glória tributada a Deus. A glória que Deus recebe é a que suas criaturas se empenham
para lhe dar. As Escrituras ensinam: “Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome” (1Cr
16.29); e ainda “... glorificai a Deus no vosso corpo” (1Co 6.20). A glória que tributamos a Deus de
nada valerá se não exaltarmos seu nome no mundo e não o magnificarmos diante dos outros: “...
será Cristo engrandecido no meu corpo” (Fp 1.20).
conta-gotas, mas como uma fonte. Ele é superlativo, ou seja, nós oferecemos a Deus o melhor de
nosso amor, “a flor de farinha” do nosso amor.
A esposa diz assim: “... eu te daria a beber vinho aromático e mosto das minhas romãs” (Ct
8.2). Se a esposa tinha um vinho mais saboroso e mais aromático guardado em sua casa, o esposo
deveria usufruir dele. Também Cristo deve participar do melhor de nosso amor. Deve-se amar
intensa e ardentemente. Verdadeiros santos são serafins, pois queimam de santo amor por Deus.
A esposa estava desfalecida de amor, ou “doente de amor” (Ct 2.5). Então, amar a Deus é glorificá-
lo. Deus, a melhor de nossas felicidades, deve ter o melhor de nossas afeições.
4. Sujeição. A sujeição acontece quando nos dedicamos a Deus e nos apresentamos prontos
para seu serviço. É assim que os anjos no céu o glorificam. Eles esperam diante de seu trono e
estão prontos para receber uma missão da parte dele. Por isso, eles são representados pelos
querubins com suas asas abertas para mostrar quão rápidos são para obedecer. Glorificamos a
Deus quando somos devotados ao seu serviço, quando nossa mente estuda para servi-lo, nossa
língua clama por seu serviço e nossas mãos assistem a seus filhos. Os homens sábios que
procuraram Cristo não somente dobraram seus joelhos diante dele, mas levaram a ele ouro e
mirra (Mt 2.11). Assim, devemos não somente dobrar nossos joelhos e adorar a Deus, mas lhe
oferecer o presente de nossa obediência sincera. Glorificamos a Deus quando o servimos
livremente e de boa vontade: “teu servo irá e pelejará contra o filisteu” (1Sm 17.32).
Um bom cristão é como o Sol, que além de irradiar calor circula a Terra. Assim, aquele que
glorifica a Deus não tem somente suas afeições aquecidas com o amor a Deus, mas também
realiza suas obras e se move com vigor na esfera da obediência.
tesouro, todas as suas riquezas residem nela, como disse Mica: “Como, pois, me perguntais: Que é
o que tens?” (Jz 18.24). A glória de Deus é mais valiosa que o céu e mais valiosa que a salvação da
alma de todos os homens. É melhor que os reinos sejam derrubados, os homens e os anjos sejam
aniquilados, do que Deus perder uma joia de sua coroa, um raio de luz de sua glória.
4. Porque todas as criaturas glorificam a Deus. Todas as criaturas inferiores e superiores aos
homens glorificam a Deus. Diante disso, como podemos ficar imóveis? Toda criação glorificará a
Deus, exceto o homem? Se for assim, é uma pena que o homem tenha sido criado.
As criaturas inferiores ao homem glorificam a Deus, isto é, as criaturas inanimadas e os céus
glorificam a Deus: “Os céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19.1). A minuciosa construção do céu
manifesta a glória de seu Criador. É manifesta no belo firmamento, pintado de azul e tons de azul,
no qual o poder e a sabedoria de Deus podem ser vistos claramente. “Os céus proclamam...”, no
qual podemos ver a glória de Deus resplandecendo no Sol e cintilando nas estrelas. Observe a
atmosfera e os pássaros que gorjeiam suas músicas entoando hinos de louvor a Deus. Cada uma
das feras glorifica a Deus: “Os animais do campo me glorificarão” (Is 43.20).
As criaturas superiores aos homens glorificam a Deus. Os anjos “são espíritos ministradores”
(Hb 1.14). Eles permanecem diante do trono de Deus e apresentam riquezas gloriosas ao tesouro
do céu. Certamente, o homem deveria ser muito mais diligente quanto à glória de Deus do que os
anjos, pois Deus o honrou acima deles, haja vista que Cristo tomou sobre si a natureza humana e
não a dos anjos. Embora, quanto à criação, Deus o tenha feito menor que os anjos (Hb 2.7),
quanto à redenção, Deus colocou os homens acima dos anjos. Deus casou o homem consigo
mesmo, porém os anjos são amigos de Cristo, não a sua esposa. Cobriu-nos com uma túnica
púrpura de retidão, que é uma retidão superior à dos anjos (2Co 5.21). Por isso, visto que os anjos
glorificam a Deus, muito mais nós, que somos dignificados com honra superior aos espíritos
angelicais.
5. Porque todas as nossas esperanças dependem dele. Devemos dar glória a Deus porque
todas as nossas esperanças dependem dele. O salmista afirma: “Tu és a minha esperança” (Sl 39.7)
e “... porque dele vem a minha esperança” (Sl 62.5). Esperamos um reino da parte dele. Uma
criança que é de boa natureza honrará seus pais ao esperar tudo o que necessita deles: “Todas as
minhas fontes são em ti” (Sl 87.7). As fontes prateadas da graça e as fontes douradas da glória
estão nele.
A Fé Cristã – Estudos no Breve Catecismo de Westminster, de Thomas Watson, Editora Cultura Cristã