Você está na página 1de 46

FACULDADE DE TECNOLOGIA FUNDETEC

Projeto
Tecnologia e Gestão em Telecomunicações

TECNOLOGIA G4

Unidade – UF
2013
FACULDADE DE TECNOLOGIA FUNDETEC
Projeto
Tecnologia e Gestão em Telecomunicações

TECNOLOGIA G4

Nome: Junior

RA:

Unidade - UF
2013
RESUMO

A Tecnologia G4 aparece como outro grande salto na evolução das comunicações.


A nossa necessidade de mais velocidade, mais espaço, maior cobertura de sinal
aumenta na proporção da percepção do que é possível sonhar. E estas são algumas
das promessas que essa nova tecnologia sinaliza cumprir.

Os grandes benefícios que as novas tecnologias trazem são reconhecidos e


inegáveis. Porém, cabe aos seres humanos entender a melhor forma de
balanceamento entre a utilização destas inúmeras possibilidades disponíveis e a
manutenção da saúde e das interações pessoais.

O objeto deste trabalho é trazer à discussão como o rápido desenvolvimento das


tecnologias influencia o comportamento, levando muitas vezes a uma necessidade
extremada de consumo de novos equipamentos e aplicativos e muitas vezes se
manifestando através de dependência psicológica.

É tema de discussão entre os analistas de comportamento o aumento da dificuldade


de interações diretas, principalmente nas novas gerações, com a substituição pelas
interações virtuais com o crescimento do uso de meios de comunicação eletrônica.

Alguns casos extremos mostram membros da mesma família ou mesmo casais de


namorados em um restaurante sem conversar, cada um usando seu aparelho
celular. Outro exemplo é a substituição das conversas por troca de mensagens via
celular entre pessoas que estão na mesma casa.

Palavras-chave: G4, Celular, Tecnologia, Comportamento.


ABSTRACT

The G4 technology appears as another great leap in the evolution of


communications. Our need for more speed, space and signal coverage increases in
direct proportion to the perception of what is possible to dream. These are some of
the promises that this new technology intends to achieve.

The great benefits that new technologies bring are recognized and undeniable.
However, it belongs to the humans to understand the best balance between the use
of these many available possibilities and the maintenance of health and personal
interactions.

The object of this paper is to bring the discussion about the rapid development of
technologies influences behavior, many times leading to a need for extreme
consumption of new equipment and applications, often manifesting through
psychological dependence.

It is a subject of discussion among analysts of behavior the increase in the difficulty


of direct interactions, especially in the new generations, with replacement by virtual
interactions with the growing use of electronic communication means.

Some extreme cases show members of the same family or even dating couples in a
restaurant without talking each other. Each one using his mobile device. Another
example is the replacement of conversations by exchanging messages via mobile
phone between people who are in the same house.

Keywords : G4, Mobile, Technology, Behavior.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................7

O que tornou a raça humana diferente..................................................................7

História da comunicação.........................................................................................8

Uma curiosidade histórica....................................................................................11

A grande invenção.................................................................................................13

TELEFONIA CELULAR...........................................................................................16

Tecnologia 1G – Sistemas celulares analógicos................................................16

Os primeiros aparelhos celulares........................................................................23

Tecnologia 2G – Sistemas celulares digitais......................................................24

Tecnologia 2G – Método FDMA............................................................................25

Tecnologia 2G – Método TDMA............................................................................25

Tecnologia 2G – Método CDMA...........................................................................25

Tecnologia 2,5G – Uma geração intermediária...................................................26

Tecnologia 3G – Os celulares inteligentes..........................................................26

Tecnologia 4G – A ficção científica vira realidade.............................................27

A Tecnologia 4G no Brasil....................................................................................29

EVOLUÇÃO DO USO DA TELEFONIA CELULAR................................................31

O OUTRO LADO DA TECNOLOGIA......................................................................32

Problemas técnicos com telefones celulares.....................................................32

Impactos financeiros.............................................................................................32

Risco de acidente de trânsito...............................................................................33

Saúde.......................................................................................................................33

Comportamento......................................................................................................35

CONCLUSÃO.............................................................................................................37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................38

GLOSSÁRIO...............................................................................................................40
6

INTRODUÇÃO

O que tornou a raça humana diferente

Todos os animais se comunicam, mas apenas o homem fala e escreve.

O nível de desenvolvimento das sociedades humanas tem ligação direta com a


capacidade de comunicação entre o povo, do ponto de vista de intensidade,
variedade e riqueza da comunicação.

Assim que os homens passaram a viver em sociedade, a comunicação tornou-se


fator obrigatório, uma vez que apenas a comunicação possibilita a troca de ideias e
experiências. A experiência é um fator fundamental de sobrevivência e evolução. O
modelo atual de sociedade que conhecemos pode ser entendido como uma
consequência do constante aperfeiçoamento dos processos de comunicação que
são muito complexos, envolvendo linguagem verbal e não verbal, emoções e
expressões e até mesmo o disfarce de emoções.

Palavras bem escolhidas e ditas no momento certo podem transformar a vida de


uma pessoa. A comunicação é um relacionamento e não uma transferência
unilateral de informação. Ninguém pode ser professor sem alunos, ou vendedor sem
clientes, ou terapeuta sem pacientes.

A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, sua


vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado. É
a base mais profunda da sociedade humana.

Comunicação é convivência; está na raiz da comunidade, que significa um


agrupamento caracterizado por forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos
indivíduos. Consenso, quer dizer acordo, consentimento e pressupõe a existência de
um fator decisivo na Comunidade Humana: a compreensão que ela exige, para que
se possam colocar, em "comum", ideias, imagens e experiências.
7

Podemos dizer, portanto, que é através da "compreensão" que a Comunicação


Humana, põe ideias em comum. Seu objetivo é o entendimento entre os homens.
Para que exista entendimento é necessário que os indivíduos que se comunicam
compreendam-se mutuamente.

Essa capacidade de registrar as ideias e experiências, gerando conhecimento que


pode ser transmitido é o fator decisivo de diferença entre a espécie humana e as
demais.

Os seres humanos são em essência uma espécie altamente social que se educam
mutuamente por meio da fala.

Atualmente, gastam-se fortunas nas empresas, em cursos de comunicação. Na era


das mídias é obrigatório se comunicar. Esta "vontade de se comunicar" exprime-se
não apenas no desenvolvimento das redes de comunicação, mas também em um
número expressivo de publicações especializadas no assunto.

As relações entre seres humanos são muito complexas, já que muitas coisas
acontecem simultaneamente. Não se pode prever exatamente o que vai ocorrer,
porque a reação de uma pessoa influencia a comunicação de outra. O
relacionamento é um ciclo, no qual estamos reagindo a feedbacks para saber o que
devemos fazer em seguida. Concentrar-se em apenas um lado do ciclo é o mesmo
que querer entender um jogo de tênis analisando apenas um dos lados da quadra.

História da comunicação

No gráfico abaixo são demonstrados alguns fatos importantes no desenvolvimento


da comunicação humana.
8

Figura 01 – Os primórdios da comunicação

Pode-se dizer que sempre o homem sentiu a necessidade de registrar as


informações como forma de transmitir o conhecimento. Desde a pré-história
podemos encontrar registros em pinturas em rochas e mais tarde em instrumentos
como ossos, pedras e madeiras.

Um grande salto no desenvolvimento da comunicação foi a padronização dos


códigos com o surgimento da escrita por volta de 4.000 AC. Desta forma, pela
primeira vez, poderia se garantir que a informação que se desejava transmitir seria
interpretada e entendida de maneira uniforme.

A partir do surgimento da escrita, observou-se um grande desenvolvimento das


sociedades em todas as áreas do conhecimento.

Salto similar só foi observado muito tempo depois, com o descobrimento da


eletrônica e suas muitas possibilidades de utilização.
9

Figura 02 – O avanço da comunicação a partir da tecnologia

Com o descobrimento da modulação do som e sua codificação em impulsos


elétricos, foi possível transmitir a voz através de um cabo e esse fato pode ser
considerado o grande impulsionador da tecnologia das comunicações. O mundo
globalizado como conhecemos hoje se deve, em grande parte, a esta descoberta,
pois pela primeira vez era fácil a aproximação entre os seres humanos de diferentes
regiões.

A descoberta de Hertz, que conseguiu transmitir códigos pelo ar foi outro fator
importantíssimo neste caminho. Desta forma, a humanidade não estava mais
limitada fisicamente por cabos. As possibilidades eram infinitas.

Começou-se a se pensar então em uma forma de utilização do telefone sem a


necessidade de estar conectado por cabos. O sonho dos teóricos da época era
poder se comunicar a qualquer hora, de qualquer lugar, sem limitações físicas.
10

Uma curiosidade histórica

A atriz de Hollywood Hedy Lamarr (Áustria 1913 – Estados Unidos 2000) é


considerada a “mãe do telefone celular”. Mais conhecida como uma das mais belas
e talentosas atrizes de todos os tempos, também é reconhecida no mundo científico,
por ter inventado, na época da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), um sistema
que produzia interferência em sinais de rádio e que tornava aos inimigos
(Alemanha, Itália e Japão) impossível a decodificação e interferência nas
mensagens dos aliados.

Este sistema que foi inventado por Lamarr se tornou a base para o funcionamento
da telefonia celular. Lammar teve esta idéia enquanto tocava piano junto com o
compositor George Antheil. Quando eles tocavam em dueto, só que ela repetindo
em outra escala as notas tocadas por ele, percebeu que duas pessoas poderiam
conversar mudando frequentemente a escala, ou seja, o canal de Comunicação,
desde que fizessem isso correspondentemente.

Eles elaboraram juntos um projeto e submeteram em 1941 ao Departamento de


Guerra dos Estados Unidos. O projeto a princípio foi recusado, pois foi considerado
muito difícil de implementar na época. Lamarr e Antheil então patentearam a
invenção em 1942.

Até 1962 a ideia não foi utilizada. Só então, quando a patente já havia expirado, a
empresa Sylvania fez uma adaptação na invenção que passou a ser utilizada por
tropas americanas em Cuba.

O trabalho de Lamarr e Antheil permaneceu desconhecido até 1997. Neste ano, a


EFF - Electronic Frontier Foundation (que é uma organização norte-americana sem
fins lucrativos que tem como objetivo defender a liberdade de expressão sob a
perspective digital) concedeu a Lammar um prêmio pela sua contribuição com a
ciência. Antheil já havia morrido em 1959.
11

Por esta invenção, Hedy Lammar passou a ser considerada a "mãe da telefonia
celular". Ela havia sido casada com um alemão que fabricava armas. Quando
Lamarr percebeu o envolvimento do marido com o nazismo decidiu se separar dele.
Porém, durante o casamento, ela observou e aprendeu muitas coisas. Entre elas,
percebeu que era fácil bloquear um sinal contínuo usado no controle de mísseis. A
partir desta observação e da idéia que teve com Antheil, Lammar desenvolveu o que
até hoje é utilizado na base das comunicações via celular.

Como se ter inventado a base do sistema de telefonia celular não bastasse:

 Atuou em mais de 30 filmes e tem uma estrela na calçada da fama por sua
contribuição cinema.
 Foi considerada a mulher mais bela da Europa no início dos anos 1930.
 Walt Disney se inspirou nela para criar os desenhos originais da Branca de
Neve para seu desenho animado de longa-metragem em 1937.
 Um personagem do jogo de computador Half-Life 2 chamado Doutor Isaac
Kleiner tem um headcrab de estimação que batizou de Lamarr.

 Na Alemanha o Dia do inventor é celebrado em 09 de novembro (desde


2005). Este é o dia do aniversário de Lammar.

Figura 03 – Hedy Lamarr em Conspirators (1944)


12

A grande invenção

Na época da Segunda Guerra Mundial, um grande desafio que se colocava era a


proteção das transmissões de rádio.

Lamarr que tinha sólidos conhecimentos em eletrônica e física havia projetado um


conceito que era uma inovação na época. Esse conceito se baseava em uma
alternância de freqüências que significa que, a fim de evitar que o inimigo pudesse
interceptar a mensagem, o transmissor e o receptor poderiam mudar de frequência
repetidamente, ao mesmo tempo.

Para entender esse conceito, nós podemos usar como base o funcionamento dos
rádios de frequência modulada (FM). Só é possível para nossos aparelhos
receptores sintonizarem uma determinada estação de rádio porque a frequência na
qual o emissor transmite é conhecida e nunca muda. Do ponto de vista do
proprietário de uma estação de rádio comercial este fato é altamente favorável, já
que a rádio existe pela audiência.

Por outro lado, durante uma guerra, o que se deseja é exatamente o contrário, ou
seja, a audiência de uma transmissão deve ser a menor possível, limitada apenas ao
receptor específico. Caso se consiga mudar a frequência de transmissão de maneira
constante e em sigilo, será impossível ao inimigo descobrir qual é a frequência que
deve procurar. Se esse procedimento pudesse ser executado de forma sincronizada
entre receptor e transmissor, apenas estes dois aparelhos teriam acesso às
informações. Para a idéia ser perfeita faltava apenas descobrir uma forma de
sincronizar os dois lados.

É neste ponto que entra o conhecimento de Antheil. Ele havia aplicado uma solução
para sincronizar os 16 pianos que utilizou em sua música Ballet Mécanique. A
solução técnica foi utilizar rolos perfurados de pianos automáticos que é uma técnica
muito utilizada em muitos filmes de época. O sistema utilizava o mesmo número de
frequências que a quantidade de teclas do piano, ou seja, 88.
13

Figura 04 – Parte do diagrama eletromecânico do projeto de Lamarr e Antheil


14

O avanço dessa ideia foi a sincronização eletrônica e a utilização de uma grande


faixa de frequências. Esta tecnologia ficou conhecida como Spread Spectrum
ou espalhamento espectral e se tornou a base da tecnologia de telefonia celular.

Após o final da Segunda Guerra Mundial, ficou evidenciado que a tecnologia Spread
Spectrum impedia que os inimigos ouvissem as transmissões. Porém, com o avanço
do conhecimento em eletrônica e com a maior disponibilidade de recursos passou-
se a utilizar um número muito maior de frequências do que as 88 inicias. Com este
número muito de grande de freqüências, o nível de sinal passa a ser muito baixo que
a transmissão passa a ser ouvida como um ruído de fundo.

Com o avanço das pesquisas, outras características foram adicionadas à lista de


vantagens da utilização da tecnologia Spread Spectrum:

1. A comunicação é segura, uma vez que o inimigo não consegue localizar a


mensagem.
2. Mesmo que o inimigo consiga identificar a frequência de transmissão e o
sincronismo, o nível muito baixo de sinal impede a interferência e alteração na
mensagem.
3. O sistema é mais resistente a interferências naturais, como fenômenos climáticos
sofrendo menos interrupções.

4. A mesma faixa de frequência pode ser utilizada por mais de um canal de


comunicação.

Se a alternância de freqüências entre os canais não coincidir, é possível colocar


muitos canais dentro da mesma faixa e frequência. Este é o princípio fundamental
das principais tecnologias de telefonia celular. Outra tecnologia que se baseia
neste princípio é o Bluetooth.
15

TELEFONIA CELULAR

Tecnologia 1G – Sistemas celulares analógicos

A telefonia celular usa o princípio da transmissão por rádio, unindo a tecnologia do


telefone criada por Alexander Graham Bell em 1876 e a tecnologia da comunicação
sem fio a partir da invenção do rádio por Nikola Tesla em 1880 (apesar de esta
invenção ter sido formalmente apresentado apenas em 1894 por Marconi).

Antes da invenção dos telefones celulares, havia um sistema conhecido como


radiotelefonia. Neste sistema, as pessoas que dependiam da comunicação móvel
tinham que instalar rádio-telefones nos carros. Este sistema, conhecido como
radiotelefonia, baseava-se na existência de uma torre de antena central por cidade e
por volta de 25 canais disponíveis nesta torre. Nesta tecnologia, era necessária a
existência de um transmissor de alta potência no carro que conseguisse alcançar
por volta de 70 km. Além disso, o uso era muito restrito, poucas pessoas podiam
usar devido ao número limitado de canais.

A evolução deste sistema para o sistema celular se deu a partiu de uma engenharia
de divisão de uma cidade em pequenas células. Isso possibilita uma grande taxa de
reutilização de frequência ao longo de uma cidade e, desta forma, milhões de
pessoas podem utilizar os telefones celulares ao mesmo tempo.

Podemos entender melhor o funcionamento do celular fazendo uma comparação


com um walkie-talkie.

Os walkie-talkies e os rádios da faixa do cidadão são dispositivos conhecidos como


half-duplex, ou seja, as duas pessoas que se comunicam tem que usar a mesma
frequência. Deste modo, apenas uma pessoa consegue falar por vez.

No telefone celular é diferente. Ele é conhecido como full-duplex. Neste tipo de


equipamento, utiliza-se uma frequência para falar e outra para ouvir. As pessoas
podem falar ao mesmo tempo.
16

 Canais - um aparelho walkie-talkie só possui um canal. Um rádio faixa do


cidadão tem 40 canais. Um telefone celular pode se comunicar em 1.664
canais ou mais.

 Alcance – por possuir baixa potência (0,25 Watt) um equipamento walkie-


talkie tem alcance limitado a cerca de 1,6 km. O rádio faixa do cidadão, com
potência de transmissão de 5 Watts pode alcançar até 8 km. Já os celulares
operam dentro de células e, como tem a possibilidade de trocar de células
durante a movimentação, podem conseguir um alcance quase ilimitado.

Figura 05 – Comunicação via rádio entre caminhões

Figura 06 –
17

Figura 07 – Comunicação celular x torre de antena

Em um sistema de telefonia celular analógico, a operadora de telefonia celular


recebe uma faixa de frequências para distribuir ao longo da cidade. A operadora faz
a divisão da cidade em uma estrutura de células. Podemos imaginar a organização
em células como mostrado a seguir:

Figura 08 – Estrutura de células


18

Cada célula possui uma torre com uma estrutura onde estão os equipamentos de
rádio. O conjunto da torre e a construção é chamado de ERB (Estação-rádio-base).
Tanto os equipamentos da estação-rádio-base quanto os celulares transmitem em
baixa potência. Desta forma, células não adjacentes podem reutilizar as mesmas
frequências. Na figura anterior, por exemplo, as duas células roxas podem reutilizar
as mesmas frequências.

Os sistemas de telefonia celular que usam a forma de transmissão analógica


constituem Primeira Geração ou 1G de tecnologia móvel. A evolução para a
segunda geração (2G) se deu pela utilização da forma de transmissão digital, o que
possibilitou um aumento significativo no número de canais disponíveis.

Os celulares e as estações-rádio-base usam transmissores de baixa potência. A


transmissão em baixa potência provê os seguintes benefícios:
 O alcance das transmissões originadas a partir de celulares e ERBs dentro de
uma determinada célula, não excede muito os limites desta célula. Assim, na
figura anterior, ambas as células roxas podem reutilizar as mesmas
frequências e esta reutilização pode se repetir pela cidade, potencializando o
número de usuários concorrentes.
 O baixo consumo de energia pelos celulares possibilitou fabricar baterias
muito pequenas permitindo o lançamento de aparelhos celulares cada vez
menores, o que é um fator de conforto importante para os usuários.

Cada operadora de telefonia celular, em cada cidade, também é responsável pela


operação de uma MTSO - Mobile Telephone Switching Office - central de
comutação de telefonia móvel. A função desta central é a manipulação das
conexões de telefonia para o sistema, além de controlar todas as torres da região.

Cada aparelho celular possui uma série de códigos especiais associados a ele que
servem como uma forma de identificação do aparelho, do proprietário (conta) e da
operadora. Esses códigos são gerados no momento da fabricação do aparelho ou
de ativação da conta do proprietário. Os códigos associados ao celular são os
seguintes:
19

 ESN - Número serial eletrônico: é um número individual de 32 bits gravado


dentro do telefone quando ele é produzido.
 MIN - Número de identificação móvel: é um número de 10 dígitos derivado
de seu número de telefone.
 SID - Código de Identificação do Sistema: é um número de 5 dígitos
exclusivo designado a cada operadora pelo órgão que regulamenta as
telecomunicações.

O código ESN fica associado ao aparelho permanentemente. Porém os outros


códigos são programados no telefone no momento da ativação do aparelho ou
aquisição de um plano de serviços.

Na coordenação de uma chamada, uma série de eventos ocorre desde o momento


em que o celular é ligado pela primeira vez, a fim de que a central MTSO possa
identificar a célula na qual o celular está e desta forma poder localizá-lo quando do
recebimento de uma chamada e também identificar quando o aparelho se encontra
fora de alcance para que possa comunicar o usuário originador da chamada
enviando a mensagem adequada.

Quando estamos em uma chamada e em movimento, muitas vezes mudamos de


uma célula para outra. Esta mudança ocorre de forma transparente para o usuário
do serviço de telefonia celular. A comutação entre as células é feita de forma
automática. Cada estação-rádio-base monitora continuamente todas as frequências.
Desta forma ela é capaz de identificar que a intensidade do sinal de um celular está
diminuindo (ele está deixando a célula) e de outro aparelho está aumentando (ele
está se aproximando da célula).

O fluxo a seguir demonstra a sequência de eventos que ocorre durante uma


chamada de celular.
20
21
22

como roaming. Nesta modalidade, a central MTSO da célula na qual você entra em
serviço de roaming acessa a central MTSO da sua operadora. Esta faz a validação
do SID e a chamada continua de forma transparente para o usuário.

Os primeiros aparelhos celulares

O primeiro aparelho que utilizou a tecnologia celular de que se tem notícia foi
desenvolvido pela empresa sueca de telecomunicações Ericsson em 1956. Esse
aparelho, chamado de Ericsson MTA (Mobilie Telephony A), contudo não era
portátil. Pesava por volta de 40 quilos e foi desenhado para ser instalado em porta
malas de carros.

Figura 11 – Aparelho celular Ericsson MTA

Apenas 17 anos depois, em 1973, a Motorola apresentou seu primeiro aparelho.


Este sim portátil (para os padrões da época) pesava cerca de 1 quilo, tinha 25 cm de
comprimento e 7 cm de largura. O aparelho
DynaTAC era um protótipo e não
estava à venda. No Japão e na Suécia a
comercialização se iniciou em 1979. Em 1983,
23

surgiu o primeiro modelo que foi comercializado nos Estados Unidos, o Motorola
DynaTAC 8000x, dez anos após o primeiro teste realizado.

Figura 12 – DynaTac 8000x em 2007com Martin Cooper (diretor de operações da


Motorola)

Tecnologia 2G – Sistemas celulares digitais

A partir do lançamento comercial dos primeiros celulares, o avanço tecnológico foi, e


continua sendo, extremamente rápido. Já no começo da década de 90, as empresas
estavam lançando aparelhos com tamanho e peso aceitáveis. Além da mudança no
desenho dos aparelhos, ocorreu também uma inovação tecnológica fundamental.

Os sistemas, agora digitais, executam a conversão da voz em informação binária (1s


e 0s). Após a conversão, a informação é comprimida o que permite que até 10
chamadas em um sistema digital ocupem o espaço de apenas uma chamada
utilizando a tecnologia analógica.

A maior parte dos sistemas de tecnologia de telefonia digital se baseia na


modulação por chaveamento da frequência (FSK, em inglês). Esta técnica utiliza
uma frequência para transmitir os 1s e outra para transmitir os 0s, alternando entre
as duas de forma muito rápida para realizar a troca de informações entre o aparelho
celular e a torre. Nesta tecnologia, os aparelhos necessitam possuir uma capacidade
de processamento muito elevada para atender às tarefas de modulação, codificação,
compressão e conversão da informação analógica em digital e vice-versa, mantendo
um nível aceitável de qualidade de voz.

Três tecnologias foram aplicadas nesta geração de sistemas de telefonia celular.


São elas:
24

 FDMA – acesso múltiplo por divisão de frequência. Esta tecnologia coloca


cada chamada em uma frequência separada.
 TDMA – acesso múltiplo por divisão de tempo. Esta tecnologia reserva um
certo tempo para cada chamada em uma frequência específica.
 CDMA – acesso múltiplo por divisão de código. Esta tecnologia associa um
código exclusivo a cada chamada e depois a distribui ao longo das
frequências disponíveis.
25

Tecnologia 2G – Método FDMA

O método aplicado aqui é a divisão dos dados em partes uniformes de largura de


banda de frequência. Podemos comparar esse método à transmissão de rádio, onde
cada estação faz a transmissão de seu sinal em uma frequência diferente,
respeitando a faixa disponível. Apesar também de poder transportar informação
digital, este método não é muito eficiente, sendo mais aplicado na telefonia celular
analógica.

Tecnologia 2G – Método TDMA

Este método se apoia na divisão de uma banda (canais) de frequência em 3 janelas


de tempo. Como os dados de voz, convertidos em informação digital, são
comprimidos, eles ocupam um espaço de transmissão menor. Desta forma é
possível fazer a conversa chegar ao rádio por um terço do tempo. Portanto, a
tecnologia TDMA tem uma capacidade três vezes superior a de um sistema
analógico, mantendo a mesma quantidade de canais.

Tecnologia 2G – Método CDMA

Neste método a abordagem é muito diferente dos anteriores. Após ser feita a
conversão da voz em informação digital, os dados são distribuídos ao longo de toda
a faixa de frequências disponível. A cada chamada é associado um código único que
a identifica. Desta forma, as chamadas podem ser sobrepostas. Os dados são
enviados divididos em pequenos pedaços, distribuídos pela faixa de frequências
definida.

Todos os usuários realizam a transmissão na mesma faixa de frequências. No


recebimento da mensagem, o código é usado para recuperar os dados.

Além das inovações tecnológicas, a segunda geração de telefonia celular trouxe


novas facilidades para os usuários, como por exemplo:

1. Serviço de envio de mensagens (SMS): a primeira mensagem de texto foi


enviada no ano de 1993, através de uma operadora da Finlândia.
26

2. Ringtones: possibilidade de personalizar os tons de chamada.


3. Introdução de cores: no início eram apenas escalas de cinza. Mais tarde,
evoluíram para aparelhos com 4 mil cores e logo em seguida 256 mil cores.
4. Mensagens multimídia (MMS): envio de imagens para outros usuários.
5. Internet: ainda muito rudimentar e necessitava da criação de páginas próprias
para celular (páginas WAP). O conteúdo era muito limitado e pouco
detalhado.

Tecnologia 2,5G – Uma geração intermediária

Esta geração se caracterizou por um significativo aumento na velocidade de acesso


à internet e novas funcionalidades. Adicionalmente, esta geração trouxe um novo
conceito de celular. Os aparelhos deixavam de ser apenas uma forma de fazer e
receber chamadas e se tornavam uma espécie de central multimídia, com a
introdução de câmeras de foto e vídeo e suporte a reprodução de músicas.

Esta geração também ficou marcada pelo aparecimento dos primeiros aparelhos
chamados inteligentes, os smartphones. Essa denominação foi adotada devido à
introdução de sistema operacional nos celulares.

Tecnologia 3G – Os celulares inteligentes

Com a tecnologia 3G se desenvolvem os verdadeiros telefones celulares multimídia.


São telefones inteligentes, chamados de smartphones. A principal característica
tecnológica é a ampliação da largura de banda e das velocidades de comunicação
para atender principalmente o suporte ao acesso à internet e troca de arquivos cada
vez mais pesados de áudio e vídeo.

A tecnologia 3G utilizava os seguintes métodos:

 CDMA2000: Baseado no método CDMA da tecnologia 2G.


 WCDMA (Wideband Code Division Multiple Access) - acesso múltiplo por
divisão de código de banda larga.
 TD-SCDMA (Time-division Synchronous Code-division Multiple Access) -
acesso múltiplo por divisão de código síncrono por divisão de tempo.
27

Assim como ocorreu na geração 2G, novos serviços revolucionários também se


tornaram disponíveis. Alguns exemplos dessas inovações são:

 Vídeochamada.
 Conexão de internet de alta velocidade.
 Economia de energia nos aparelhos.
 Funcionalidade de internet via modem.

Tecnologia 4G – A ficção científica vira realidade

A primeira grande diferença vem da infra-estrutura utilizada. Apesar de uma parte da


estrutura das redes novas de quarta geração ser similar à geração anterior, uma
diferença fundamental foi implementada na última fase do sistema. O sinal entre os
backbones e as operadoras e entre as operadoras e as centrais de distribuição
passa a ser transmitido via cabos de fibra óptica. Das centrais de distribuição até as
antenas foram instalados equipamentos de alto desempenho e o sinal também é
transmitido por fibras ópticas.

É nas antenas que ocorre a grande diferença entre a tecnologia 4G e a anterior. A


maior parte das antenas utilizadas na tecnologia 3G são redistribuidoras. Isso
significa dizer que as antenas recebem o sinal a partir de uma antena principal e
então fazem o compartilhamento da frequência com os equipamentos que estiverem
dentro do seu alcance. As antenas utilizadas na tecnologia 4G são distribuidoras,
ou seja, elas recebem diretamente o sinal por cabo de fibra óptica e enviam aos
equipamentos que estiverem ao seu alcance. Esta diferença garante por si só a
economia de uma etapa no processo de transmissão.

Adicionalmente existem diferenças nos equipamentos e na faixa de frequências


utilizadas. Como os equipamentos de conversão, controle e compressão são mais
avançados, eles fazem com o que o sinal seja enviado de maneira mais rápida e
mais fácil e possibilitam a troca de uma quantidade maior de informações.

Além disso, os sistemas de distribuição dos pacotes de dados são mais inteligentes.
Existe uma programação nos equipamentos que fazem o roteamento dos dados
para que as redes sejam capazes de identificar picos de utilização e executem uma
reorganização automática evitando queda do sistema devido a sobrecargas.
28

Em termos de velocidade a diferença é extrema entre a tecnologia 4G e as


anteriores.

Enquanto na tecnologia anterior, o máximo alcançado no método mais avançado


(3G Plus) era 21 Mbps (mega bits por segundo), na tecnologia 4G pode chegar entre
50 Mbps e 100 Mbps.

Dois métodos de transmissão tem sido desenvolvidos com sucesso para a quarta
geração da telefonia móvel.

1. WiMax (Worldwide Interoperability for Microwave Access/Interoperabilidade


Mundial para Acesso de Micro-ondas).

A tecnologia WiMAX é um padrão aberto de conexão sem fio, certificado pelo


Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). Isso significa que não
existe uma empresa que é dona da tecnologia. As empresas ganham dinheiro
com a criação e comercialização de equipamentos que atendem aos padrões da
tecnologia.

O funcionamento da transmissão WiMAX é similar a de um aparelho celular. Uma


torre principal realize o envio de sinal para outras torres que redistribuem o sinal
até os receptores finais.

O cliente necessita ter uma pequena antena receptora que se conecta na placa
de rede do computador. Essa antena pode tanto ficar no alto de um prédio e
desta forma ser utilizada por todo o condomínio quanto ao lado do computador
como se fosse um modem.

Existem duas grandes vantagens da utilização da tecnologia WiMax com relação


à tecnologia Wi-Fi:

 Número de pontos de conexão que no WiMax é muito maior.

 Alcance do sinal que no caso do WiMax pode chegar a um raio de 50 km.


29

2. LTE (Long Term Evolution)

LTE é um padrão para a tecnologia de comunicação de dados sem fio. O


principal objetivo do LTE é prover capacidade e velocidade maiores de redes de
dados sem fio. Outro é a apresentação de uma arquitetura de rede simplificada,
baseada em IP. O padrão LTE dá prioridade ao tráfego de dados ao invés do
tráfego de voz como nas gerações anteriores. Isso proporciona uma rede de
dados muito mais veloz e com maior estabilidade.

A ideia da tecnologia LTE surgiu no Japão em 2004 e os estudos começaram em


2005. Em maio de 2007 foi criada uma associação global de fornecedores e
operadoras para a promoção do novo padrão. A definição do padrão foi finalizada
em 2008.

A primeira disponibilização de serviço LTE ao público foi feita em Oslo (Noruega)


e Estocolmo (Suécia) em 14 de Dezembro de 2009 pela operadora TeliaSonera.
O lançamento em larga escala ocorreu no final de 2010. A evolução do LTE é o
LTE Advanced, padronizado em março de 2011.

Pela sua característica de permitir o acesso a dados em qualquer dispositivo que


opera em rede IP (Internet Protocol), a quarta geração é mais abrangente que uma
evolução apenas da telefonia celular.

A Tecnologia 4G no Brasil

A fim de conseguir atingir a meta de concluir a implantação da tecnologia 4G em


todas as cidades que sediarão a copa do mundo de futebol da FIFA em 2014, as
operadoras de serviços de telefonia e as concessionárias de fornecimento de
eletricidade estão utilizando postes de luz convencionais para transformá-los em
antenas 4G. Desta forma, evita-se a construção de novas torres além de reduzir a
poluição visual.

A primeira capital brasileira a implantar a tecnologia 4G foi Recife no final do ano de


2012. Curitiba veio logo em seguida, em fevereiro de 2013.
30

Figura 13 – Cidades sede da copa do mundo de futebol FIFA 2014

No quadro abaixo podemos ver uma comparação entre as diferentes tecnologias das
velocidades (teóricas) de transmissão de dados.

Downlink = velocidade ao fazer download da rede


Uplink = velocidade ao fazer upload na rede

Figura 14 – Quadro comparativo de velocidades de transmissão nas diferentes


tecnologias – Fonte Teleco

Os valores demonstrados são teóricos e normalmente não são atingidos na prática.


31
32

EVOLUÇÃO DO USO DA TELEFONIA CELULAR

Figura 15 – Crescimento dos celulares no mundo

Fonte: UIT, Wireless Intelligence, GSA/Informa e Teleco

Figura 16 – Crescimento dos celulares por país


33

Fonte: Teleco
34

O OUTRO LADO DA TECNOLOGIA

Problemas técnicos com telefones celulares

Apesar de todos os benefícios trazidos pela introdução destes aparelhos, o telefone


celular, da mesma forma que qualquer outro dispositivo eletrônico, apresenta
problemas e cabe aos usuários identificar a melhor forma de tratá-los e encontrar o
ponto de equilíbrio entre os benefícios e os efeitos colaterais.

Um dos problemas que pode ocorrer é a corrosão de componentes internos, que


acontece quando o telefone fica molhado ou o usuário toca o aparelho com as mãos
úmidas. Uma solução simples é compra de uma película protetora. Caso o telefone
fique molhado, deve-se secá-lo totalmente antes de ligá-lo novamente. Desta forma
o risco de danificar os componentes internos é reduzido.

Além disso, cuidados devem ser tomados com a exposição do aparelho a calor
extremo, que pode causar danos à bateria ou aos componentes eletrônicos do
aparelho, e a frio extremo, que pode fazer com que a visão da tela seja prejudicada
momentaneamente.

Impactos financeiros

Além do cuidado que se deve ter com a necessidade excessiva de consumo de


novos modelos e novas tecnologias, que pode causar um grande impacto na vida
financeira, os telefones celulares ainda estão sujeitos a um problema conhecido
como "clonagem".

Pode se dizer que um telefone foi "clonado" quando alguém rouba os códigos de
identificação do telefone e utiliza estas informações para fazer chamadas na conta
do proprietário.

O processo de clonagem funciona da seguinte forma:

Como já vimos, cada telefone celular possui uma série de códigos (ESN, MIN e SID)
que o identifica na rede de telefonia.
35

No momento da chamada, o telefone transmite o ESN e o MIN para a rede. Esta


dupla MIN/ESN é uma identificação exclusiva do aparelho para que a operadora
possa fazer o processo de bilhetagem, ou seja, identificar de quem deve fazer a
cobrança da conta de serviço de telefonia. Neste momento da transmissão dos
códigos MIN/ESN, uma pessoa má intencionada pode interceptar esta mensagem e
“roubar” esses códigos. Então, utilizando um equipamento adequado, pode-se
alterar outro telefone para que passe a ser identificado com esses códigos. Desta
forma, as chamadas feitas a partir deste aparelho fraudulento passam a ser
debitadas da conta do usuário original.

Além do impacto financeiro esta prática pode acarretar também problemas com
relação à privacidade, uma vez que os bandidos podem receber ligações dos
contatos do proprietário original. Adicionalmente, o proprietário original pode passar
também a receber ligações de origem desconhecida.

Os sistemas de telefonia analógica são os mais vulneráveis à clonagem, porém os


digitais não estão totalmente isentos.

Risco de acidente de trânsito

O uso de celulares ao dirigir aumenta extremamente o risco de acidentes. Existe um


consenso de que a distração provocada ao se conversar ou trocar mensagens é
suficiente para provocar lapsos de concentração que causam muitos acidentes.

Saúde

Não existe nenhum estudo publicado que demonstre que os telefones celulares
apresentem risco para a saúde. O grande temor de impactos à saúde vem do fato de
os celulares, da mesma forma que muitos outros aparelhos eletrônicos que
utilizamos muito como microondas, rádio, televisão e redes de computadores em fio,
emitirem ondas eletromagnéticas de rádio frequência (RF) para comunicação. As
ondas eletromagnéticas de rádio frequência são consideradas radiações não
ionizantes. Isso significa que podem ser consideradas seguras, quando nas
potências utilizadas nestes dispositivos. Existe uma regulamentação para estes
limites de potência de emissão que podem ser utilizados.
36

O órgão regulador é a International Commission on Non-Ionizing Radiation


Protection (ICNIRP). As recomendações deste órgão são adotadas
pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Muitos estudos têm sido realizados em todo o mundo com a finalidade de identificar
possíveis riscos à saúde no longo prazo pela utilização de celulares.

A Organização Mundial da Saúde publicou alguns resultados, ainda preliminares,


de um estudo que sugere a possibilidade de que o uso de aparelhos celulares talvez
possa estar relacionado a uma maior predisposição a diversos tipos de câncer.

Por outro lado, um estudo abrangendo praticamente todos os habitantes da


Escandinávia (um dos berços da telefonia celular) que utilizou dados de 30 anos
descarta totalmente a relação de utilização de celular e câncer cerebral.

Além dos celulares, existe a preocupação com as ondas emitidas pelas torres. A
conclusão que se tem chegado é que os sinais de radiofrequência não são capazes
de provocar qualquer dano ao DNA. Os sinais de radiofrequência são diferentes de
outros tipos mais fortes de radiação, como Raios X, raios gama e raios ultravioleta
(UV), os quais podem causar quebras e mutações no DNA, sendo carcinogênicos.

Com relação ao temor de morar ou trabalhar próximo a torres de celular, também


não existem até o momento evidências clínicas que justifiquem uma maior
preocupação. A American Câncer Society (ACS), que é uma das principais
organizações de combate ao câncer, ressalta alguns pontos a respeito do risco de
câncer associado às torres de celulares:

1. O nível de energia envolvido em uma transmissão de radiofrequência é muito


baixo, principalmente se for comparado a outros tipos de radiação que trazem riscos
conhecidos. A energia liberada é incapaz de causar quebra na molécula do DNA,
que é o princípio de mutação que possa causar doença.

2. O comprimento de onda é longo. Isso significa que é bastante improvável se


conseguir um nível de concentração suficiente para afetar os tecidos do corpo.

Esses fatores levam a maior parte dos cientistas a um consenso de que as torres de
celulares não se configuram como um fator de risco para câncer.
37

Comportamento

Talvez esteja aqui o maior desafio enfrentado pelas sociedades atualmente com
relação ao modo como a humanidade coloca as novas tecnologias em seus hábitos.

Já foi identificado um distúrbio que atinge 20% da população e é mais comumente


observado em jovens. Esse distúrbio, que tem sido chamado de “Nomofobia” (que
vem do temo No-Mobile, ou seja, não mobilidade), está relacionado à extrema
dependência que as pessoas têm dos aparelhos celulares e outros dispositivos de
comunicação e mobilidade.

Sintomas como ansiedade, angústia, impotência e, muitas vezes, até pânico e


taquicardia, aparecem quando a pessoa está sem o aparelho ou por algum motivo
impossibilitada de usá-lo.

Muitas pessoas precisam que os aparelhos estejam conectados o tempo todo, 24


horas por dia, inclusive durante o período de sono.

Alguns comportamentos podem denotar uma predisposição a nomofobia. São eles:

 Interromper qualquer coisa que está fazendo para atender uma chamada
ou verificar uma mensagem.
 Se preocupar excessivamente em nunca deixar o aparelho com a bateria
descarregada.
 Preferir levar o celular na mão, ao invés de bolso ou bolsa.
 Voltar para casa de qualquer lugar para buscar o celular que esqueceu
 Sentir angústia quando acaba a bateria ou quando está em local sem
coberturas de sinal
 Sentir pânico quando perde ou pensa que perdeu o aparelho.

É importante ressaltar que estas tecnologias são totalmente adequadas à sociedade


moderna e a sua utilização trouxe muitos benefícios e facilidades. O outro lado da
moeda é que também se configuram como um meio de fuga da realidade. O uso em
excesso da tecnologia pode causar o abandono das obrigações familiares e
profissionais.
38

Estudos sugerem que os pais devem colocar limites ao tempo que os filhos
permanecem conectados para que não fiquem viciados. Este tempo, a princípio, não
pode exceder três horas consecutivas.

Um estudo realizado no Reino Unido pelo Instituo YouGov, demonstrou que 53%
dos usuários de celular sofrem de nomofobia. Foram entrevistadas 2.163 pessoas,
das quais 20% disseram que nunca desligam o celular. O estudo identificou também
que as mulheres (48%) são menos afetadas do que os homens (58%).

Um outro estudo, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC),


entrevistou 2.367 pessoas e concluiu que, caso tivessem que ficar fora de casa por
24 horas e pudessem portar apenas um objeto, 38% optariam pelo celular ao invés
de qualquer outro equipamento e até mesmo a carteira.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos pela consultoria “Solutions Research Group”
com 5 mil pessoas entre 12 e 50 anos de idade, demonstrou que 68% das pessoas
entrevistadas disseram sentir ansiedade quando não estão próximas do celular.
Também foram mencionados sentimentos como restrição de liberdade, pânico, vazio
e tensão.

Figura 17 – Dependência de dispositivos eletrônicos de comunicação


39

CONCLUSÃO

É inegável o papel das tecnologias como habilitadoras do desenvolvimento da


sociedade, uma vez que tornam a comunicação mais fácil, mais rápida e mais
disponível, sem restrição de localização.

A proximidade virtual entre as pessoas tem permitido uma grande troca de


conhecimento e experiências, que é o fator primeiro da diferenciação da espécie
humana em relação às demais.

Os avanços entre as gerações tecnológicas tem sido cada vez mais rápidos a ponto
de o indivíduo comum não conseguir acompanhar todas as novidades que são
colocadas no mercado continuamente.

O aparelho celular se tornou muito mais que um equipamento que possibilita a


comunicação falada entre duas pessoas, como na ideia original de Alexander
Graham Bell. Atualmente, o celular substituiu outros equipamentos como câmeras
fotográficas, câmeras de vídeo, reprodutores de música e até o computador para
acesso a internet, além de ser uma importante fonte de entretenimento.

Contudo, como vimos, alguns efeitos colaterais são trazidos pelas novas
tecnologias. Preocupações com a saúde e o comportamento entram agora na pauta
principalmente dos pais de filhos nascidos na era da conectividade total.

Um grande desafio se configura no sentido de manter o foco dos jovens nas


interações humanas reais, em detrimento do excessivo relacionamento virtual.

Cabe à raça humana, mais uma vez aprender a lidar com as novidades e encontrar
o equilíbrio perfeito entre os benefícios e riscos que delas pode vir. A história nos dá
a confiança em que teremos sucesso, pois durante nossa evolução sempre
aprendemos a tratar as novidades, colocando-as a nosso trabalho.
40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DORNAN, Andy. Wireless communication: o guia essencial de comunicação


sem fio. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 

TAURION, Cezar. Internet móvel: tecnologias, aplicações e modelos. Rio de


Janeiro: Ed. Campus, 2002. 

SVERZUT, José Umberto. Redes GSM, GPRS, EDGE e UMTS: evolução a


caminho da terceira geração (3G). São Paulo: Érica, 2005. 

Stefani, S, Obst F. Artigo: Torres de celulares e risco de câncer. 2013. 


Disponível em: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=18518

Alencar, M. Telefonia Celular Digital. São Paulo: Érica, 2013.

Tronco, T. Redes de nova geração. A arquitetura de convergência IP, telefonia e


redes. São Paulo: Érica, 2006.

Bernal, P. Voz sobre protocol IP. A nova realidade da telefonia. São Paulo: Érica,
2007.

Petit, J, David, G. , Olivier, H. Bernal, P. Telefonia IP. Comunicação multimedia


baseada em pacotes. São Paulo: Makron, 2001.

http://tecnoblog.net/88088/lte-4g-como-funciona/

http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/brasil-precisa-de-quase-
10-mil-novas-antenas-de-celular-ate-a-copa 
41

http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/652/1/CT_TELEINFO_XIX_2011_
08.pdf

 
http://www.teleco.com.br/4g_tecnologia.asp

 
http://desafios2.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/radar/120522_radar19.pdf#
page=36

 
http://www.bc.furb.br/docs/MO/2008/331820_1_1.pdf

 
http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/29/sinal-do-4g-no-brasil-
enfrenta-obstaculos-naturais-entenda.htm

http://4gnobrasil.com.br/

 
http://blogs.estadao.com.br/link/limitada-telefonia-4g-chega-ao-brasil/ 

http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-e-internet-4g 

http://www.tecmundo.com.br/4g/39593-4g-conta-com-100-milhoes-de-conexoes-no-
mundo-todo.htm

 
42

GLOSSÁRIO

Alexander Graham Bell - (Edimburgo, 3 de Março de 1847 — Nova Escócia, 2 de


Agosto de 1922) foi um cientista, inventor e fundador da companhia telefónica Bell.

Backbone - designa o esquema de ligações centrais de um sistema de redes de


computadores, tipicamente de elevado desempenho.

Ballet Mécanique - (1923-1924) é um filme de arte concebido, escrito e co-dirigido


pelo artista Fernand Léger , em colaboração com o cineasta Dudley Murphy. Tem
um partitura musical do compositor americano George Antheil.

Bluetooth - é uma especificação industrial para áreas de redes pessoais sem fio. 

CDMA – acesso múltiplo por divisão de código. Esta tecnologia associa um código
exclusivo a cada chamada e depois a distribui ao longo das frequências disponíveis.

CDMA2000 - Baseado no método CDMA da tecnologia 2G.

COFDM – Coded Orthogonal Frequency Division Multiplex – é uma técnica de


modulação.

Comprimento de onda - é a distância entre valores repetidos sucessivos num


padrão de onda. É usualmente representado pela letra grega lambda (λ). Em uma
onda senoidal, o comprimento de onda é a distância entre picos (ou máximos).

DNA - deoxyribonucleic acid - ácido desoxirribonucleico é um


composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam
o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que
transmitem as características hereditárias de cada ser vivo.

Dr. Isaac Kleiner - é um personagem do jogo Half-Life 2.

EDGE - Enhanced Circuit Switched Data.

ESN - Número serial eletrônico - é um número individual de 32 bits gravado dentro


do telefone quando ele é produzido.

Estação Rádio Base (ERB) - é a denominação dada em um sistema de telefonia


celular para a Estação Fixa com que os terminais móveis se comunicam.
43

FDMA – acesso múltiplo por divisão de frequência. Esta tecnologia coloca cada
chamada em uma frequência separada.

FSK - Frequency-shift keying ou Modulação por chaveamento de frequência: é uma


técnica de modulação na qual o sinal digital modulante varia a frequência de
uma onda portadora analógica de acordo com valores pré-determinados.

Georg Carl Johann Antheil - (Trenton, 8 de julho de 1900 – Nova Iorque, 12 de


fevereiro de 1959) foi um compositor,  pianista, escritor e inventor dos Estados
Unidos.

GPRS - General packet radio service - Serviço de Rádio de Pacote Geral é


uma tecnologia que aumenta as taxas de transferência de dados nas redes GSM.

GSM - Global System for Mobile Communications, ou Sistema Global para


Comunicações Móveis é uma tecnologia móvel e o padrão mais popular
para telefones celulares do mundo.

Guglielmo Marconi - (Bolonha, 25 de abril de 1874 — Roma, 20 de julho de 1937),


foi um físico e inventor italiano.

Half-Life 2 - é a sequência de Half-Life, um jogo de tiro em primeira pessoa.

Headcrab - é uma parasitóide alienígena de ficção do jogo Half-Life, vídeo


game criado pela Valve Software. 

Hedy Lamarr - nome artístico de Hedwig Eva Maria Kiesler, (Viena, 9 de


novembro de 1913 — Altamonte Springs, 19 de janeiro de 2000) foi uma atriz norte-
americana nascida na Áustria. Mais conhecida como atriz, também é considerada no
mundo científico, por ter inventado, durante a Segunda Guerra Mundial, um sistema
de comunicações para as Forças Armadas dos Estados Unidos da América, o qual
serviu de base para a atual telefonia celular.

Heinrich Rudolf Hertz -  (Hamburgo, 22 de Fevereiro de 1857 — Bonn, 1 de


Janeiro de 18941 ) foi um físico alemão. Hertz demonstrou a existência da radiação
eletromagnética, criando aparelhos emissores e detectores de ondas de rádio.

IP – Internet Protocol – é o meio que as máquinas utilizam para se comunicarem na


Internet.
44

Jules-Fernand-Henri Léger -  (Argentan, Orne, 4 de fevereiro de 1881 — Gif-sur-


Yvette, 17 de agosto de 1955) foi um pintor francês que se distinguiu como pintor e
desenhador cubista, autor de muitas litografias.

LTE - (Long Term Evolution) - é um padrão para a tecnologia de comunicação de


dados sem fio.

Martin Cooper - (Chicago, 26 de dezembro de 1928) é um engenheiro eletrotécnico


e designer norte-americano, considerado o "pai" do telefone celular. É CEO e
fundador da ArrayComm, empresa que atua na pesquisa tecnológica da antena
inteligente e no aperfeiçoamento de redes wireless. Foi também diretor de Pesquisa
e Desenvolvimento da Motorola

MIN - Número de identificação móvel: é um número de 10 dígitos derivado de seu


número de telefone.

MTSO - Mobile Telephone Switching Office. É uma central que contém os


equipamentos de comutação para o encaminhamento de chamadas de telefone
móvel. 

Multiplex - é uma técnica de cominação de vários sinais em circuito de transmissão.

Nikola Tesla - (Nicola Tesla ou Никола Тесла) (Smiljan, Império Austríaco, 10 de


Julho de 1856 — Nova Iorque, 7 de Janeiro de 1943) foi um inventor nos campos
da engenharia mecânica e eletrotécnica.

Radiações não ionizantes - são as radiações de frequência igual ou menor que a


da luz (abaixo, portanto, de ~8x1014Hz (luz violeta)).

Raios gama – são um tipo de radiação eletromagnética produzida geralmente por


elementos radioativos, processos subatômicos como a aniquilação de um
par pósitron-elétron. Este tipo de radiação tão energética também é produzido em
fenômenos astrofísicos de grande violência. 

Raios X - são emissões eletromagnéticas de natureza semelhante à luz visível. Os


raios X foram descobertos em 8 de novembro de 1895, por um físico alemão
chamado Wilhelm Conrad Röntgen.

Raios ultravioleta (UV) - são emissões eletromagnéticas com um comprimento de


onda menor que a da luz visível e maior que a dos raios X.O termo ultra
45

significa mais alta que (além do) violeta, pelo fato de que o violeta é a cor visível
com comprimento de onda mais curto e maior frequência.

Roaming - termo empregado em telefonia móvel e tecnologias de rede sem fio para
designar a capacidade de obter conectividade em áreas fora da localidade
geográfica onde está registrado.

SID - Código de Identificação do Sistema - é um número exclusivo de 5 dígitos que é


designado para cada operadora pelo órgão que regulamenta as telecomunicações.

Spread Spectrum - é uma técnica de codificação para a transmissão de sinais


desenvolvida pelos militares durante a segunda guerra mundial, com o objetivo de
evitar o monitoramento pelas forças inimigas.

TDMA – acesso múltiplo por divisão de tempo. Esta tecnologia reserva um certo
tempo para cada chamada em uma frequência específica.

TD-SCDMA - Time-division Synchronous Code-division Multiple Access (acesso


múltiplo por divisão de código síncrono por divisão de tempo).

Thomas Augustus Watson -  (18 de Janeiro de 1854 — 13 de Dezembro de 1934)


foi assistente de Alexander Graham Bell e colaborou na invenção e desenvolvimento
do telefone em 1876. Seu nome foi um dos primeiros a serem ditos na história do
telefone.

WAP - Wireless Application Protocol é um padrão internacional para aplicações que


utilizam comunicações de dados digitais sem fio.

WCDMA - Wideband Code Division Multiple Access (acesso múltiplo por divisão de
código de banda larga).

WiMax - Worldwide Interoperability for Microwave Access -Interoperabilidade


Mundial para Acesso de Micro-ondas.

Você também pode gostar