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Apostila 03 - PCM - Senai Cimatec
Apostila 03 - PCM - Senai Cimatec
Manutenção
SENAI CIMATEC®
Planejamento e Controle da Manutenção
Salvador
2009
®
SENAI CIMATEC
SENAI- DR BA.
______________________________________________________________
SENAI CIMATEC®
Av. Orlando Gomes, 1845 - Piatã
Salvador – Bahia – Brasil
CEP 41650-010
http://www.senai.fieb.org.br
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Planejamento e Controle da Manutenção
APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade
e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação profissional e
superior, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos. Essas atividades, com conteúdos
tecnológicos, são direcionadas para indústrias nos diversos segmentos, através de
programas de educação profissional, consultorias e informação tecnológica, para
profissionais da área industrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando
inserir-se no mercado de trabalho.
Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional, e
apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de
forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do conteúdo apresentado no
módulo.
Por ser um material dinâmico, que merece constante atualização e melhorias, caso o
leitor encontre erros, inconsistências, falhas e omissão de algum conteúdo, favor entrar em
contato com a Área de Manutenção Industrial do SENAI CIMATEC. Estamos sempre
abertos para melhorar o nosso material didático.
Planejamento e Controle da Manutenção
SUMÁRIO
1 Introdução........................................................9
1.1 Histórico da Manutenção .................................10
1.2 Produto da Manutenção...................................11
2 Conceitos Básicos ...........................................13
3 Ciclo de Gestão ...............................................17
3.1 Planejamento...................................................17
3.2 Controle ...........................................................17
4 Confiabilidade / Disponibilidade /
Manutenabilidade ............................................19
4.1 Probabilidade...................................................19
4.2 Confiabilidade ..................................................19
4.2.1 Disponibilidade ................................................20
4.2.2 Manutenabilidade ............................................20
5 Custo do Ciclo de Vida ....................................21
6 Plano de Manutenção ......................................22
6.1 Definição dos Equipamentos Críticos ..............22
6.2 Definição da Periodicidade das Tarefas ..........22
6.3 Princípios da Prevenção de Falhas .................24
6.4 Intervalo das Tarefas de Manutenção..............24
6.5 Definição das Tarefas ......................................25
7 MCC / RCM .....................................................27
8 Plano de Execução ..........................................31
8.1 Planejamento das tarefas ................................31
8.2 Planejamento de Paradas................................31
8.3 Programação de Serviços................................32
9 Sistemas de controle da manutenção..............35
9.1 Ordem de Serviço (OS) ...................................36
9.2 Histórico do equipamento ................................37
9.3 Padronização da Manutenção .........................38
9.4 Controle dos Recursos da Manutenção...........39
9.5 Índices de controle...........................................39
9.6 Índices para Custos da Manutenção................40
9.7 Capacidade Produtiva......................................41
9.8 Evolução dos índices .......................................41
9.9 Outros índices de Desempenho da
Manutenção .....................................................42
9.10 Alguns índices com foco no desempenho do
equipamento ....................................................43
9.11 Auditorias.........................................................47
10 Gerenciamento de Sobressalentes..................48
11 Implantação do PCM .......................................51
Referências......................................................53
Planejamento e Controle da Manutenção
Introdução 1
9
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SENAI CIMATEC
10
Planejamento e Controle da Manutenção
As atividades de manutenção
devem ter um escopo muito mais
abrangente do que simplesmente manter
as condições originais dos equipamentos.
Muitas vezes, somente manter estas
condições é insuficiente e a introdução de
melhorias que visam aumentar a
produtividade também deve fazer parte do
trabalho dos departamentos de
manutenção. Assim, as atividades de
manutenção de equipamentos em
qualquer empresa podem ser divididas em
dois tipos:
Conceitos Básicos 2
competitividade e custo.
2 Conceitos Básicos
Manutenção Preventiva - é a
Quando hoje se falam em diversos
manutenção na qual são acompanhados
tipos de manutenção, não podemos
os tempos de uso como indicador da
esquecer como historicamente foram
condição de desgaste do componente ou
aparecendo, de acordo a figura abaixo:
equipamento. Somente é retirado o
Figura 1 - Evolução da manutenção no
equipamento de operação quando tiver
Japão
próximo dos limites (tempo de uso)
definidos pelo fabricante ou pela
Manutenção Corretiva - era o
experiência da empresa.
que se conhecia no mundo industrial do
pós 2ª guerra mundial, sem falar no
Manutenção Preditiva
próprio período de guerra, quando
(monitoramento da condição) - A
ninguém se preocupara em consertar, só
manutenção preditiva permite aperfeiçoar
em utilizar até quebrar. Infelizmente esta
a troca das peças ou reforma dos
forma de pensar ainda é muito difundida
componentes e estender o intervalo de
até mesmo em nossos dias, pelo menos
manutenção, pois permite prever, através
nas cabeças daqueles que nunca tiveram
de inspeções periódicas, quando a peça
uma real preocupação com produtividade,
ou componente estarão próximos do seu
Manutenção Corretiva
Manutenção Preventiva/Planejada
TPM
Man. Preditiva
Man. Autônoma
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limite de vida. É importante saber que a segurança. Ex.: Se numa fábrica existir
manutenção Preditiva usa conceitos da apenas um compressor e esse falhar a
manutenção preventiva. fábrica para a sua produção. Um
equipamento é considerado “B” quando há
Manutenção por melhoria - tipo outro que possa entrar em operação, mas
de manutenção que não foca apenas o que gera uma perda na produção. Ex.: Se
retorno dos equipamentos às suas numa fábrica houver dois compressores
condições originais, após a ocorrência das ou mais e se um falhar, os outros
falhas. O seu objetivo é melhorar continuam funcionando mesmo que com
continuamente os equipamentos, produção insuficiente para o processo,
alterando, conforme necessário, seu ocasionando redução da produção. Um
projeto, seus padrões de operação e equipamento é considerado “C” quando
manutenção. ele não trás perda na produção, danos ao
meio ambiente e segurança. São
Manutenção detectiva - é a equipamentos de apoio que a sua falha
atuação efetuada em sistemas de causa efeitos menores no processo. Ex.:
proteção buscando detectar falhas ocultas Se um aparelho de ar condicionado da
ou não perceptíveis ao pessoal de cantina falhar, não vai interferir no
operação e manutenção. processo da fábrica.
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Planejamento e Controle da Manutenção
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Planejamento e Controle da Manutenção
Ciclo de Gestão 3
3.2 Controle
Figura 2: PDCA
A atividade de manutenção é um
destes subprocessos, que podem chegar
até o nível de tarefa individual. Exceto no
caso de uma empresa prestadora de
serviços de manutenção, esta atividade
tem no cliente interno a razão de sua
existência.
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Planejamento e Controle da Manutenção
Confiabilidade/Disponibilidade/
Manutenibilidade 4
Figura 3 - Confiabilidade
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4.2.1 Disponibilidade
A disponibilidade é a probabilidade
do sistema ou equipamento operar com
sucesso (quando requerido). A
disponibilidade é definida como a razão
entre o período de tempo que o sistema
ou equipamento opera com sucesso e o
tempo total de observação. Portanto, a
disponibilidade de um sistema pode ser
expressa pela equação:
TOPT
DISP = 100
TOPT + TRPT
4.2.2 Manutenabilidade
É a característica de um
equipamento ou conjunto de
equipamentos que permite, em maior ou
menor grau de facilidade, a execução dos
serviços de manutenção.
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Planejamento e Controle da Manutenção
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Plano de Manutenção 6
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Planejamento e Controle da Manutenção
!"
!
!
'
# "( )
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Causa
Fundamental
FALHA
Causas fundamentais da
Causa falha não são investigadas
Fundamental
FALHA
REINCIDENTE
Causa
Fundamental
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Planejamento e Controle da Manutenção
Taxa de Taxa de
Falha Momento para Intervenção de Falha
Caso 1 Manutenção Caso 2
Neste caso, não vale a
pena estabelecer uma
ação de manutenção.
Tempo Tempo
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Planejamento e Controle da Manutenção
MCC/RCM 7
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Planejamento e Controle da Manutenção
Contínuo processo de
monitoramento com registro de
informação no histórico.
PASSO G - Consolidação da
MCC / RCM – Para obter sucesso com um
programa de MCC/RCM, ele precisa ter
etapas definidas e sofrer melhoria
constante. Alguns fatores de sucesso são:
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Planejamento e Controle da Manutenção
Plano de Execução 8
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AB - atividades ou tarefas.
ta, tb - tempo necessário para
1 2 3 execução da tarefa
ta tb
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Planejamento e Controle da Manutenção
reuniões de acompanhamento da
programação, que podem ter até
periodicidade diária, em função das
necessidades de tomadas de decisões.
Uma das técnicas de priorização de
tarefas é o GUTO (Gravidade, Urgência,
Tendência, Operacionalidade). Essa é
uma ferramenta bastante usada na área
administrativa. A técnica estabelece
valores (exemplo: 1 a 5) para cada um
dos critérios em cada atividade,
multiplicando-se estes valores, podemos
estabelecer uma escala de prioridades.
• Tendência: Conseqüências da
postergação da execução desta
atividade
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Planejamento e Controle da Manutenção
Sistema de Controle da
Manutenção 9
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Instrução de Trabalho Documentos que descrevem como uma tarefa específica deve ser
executada
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• O ICM deve cair, em função das Este índice além de ser referencial
intervenções. para análise do equipamento, também é
usado para avaliação das equipes de
No quadro a seguir (ref [7]) manutenção, pois a identificação do
retratamos um destes exemplos, referente tempo para retorno ao serviço é composta
a uma unidade de produção de CO2 a pelo desempenho das equipes de
partir da combustão de óleo pesado, manutenção. Um acompanhamento deste
pertencente a Liquid Carbonic e indicador em conjunto com a avaliação
localizada próximo a Recife -PE dos resultados fora de um desempenho
médio (levantamento usando a
Tabela 2 - Evolução dos índices de manutenção distribuição de probabilidades Lognormal)
em uma planta Petroquímica
auxilia na avaliação das dimensões das
ANO IMC IMP ICO ICM
equipes de manutenção.
1991 0.4% 11.9% 86.9% 4.3%
• BackLog:
1992 0.1% 14.9% 84.7% 3.0%
É o tempo necessário para concluir
1993 0.0% 7.8% 92.2% 2.3% todos os serviços pendentes com os
mesmos recursos. Este índice
normalmente é a soma dos tempos das
Esta era uma planta já antiga e “OS” divididos pelo homem-hora-dia (ou
que encerrou sua atividade em 1994 do período em análise) disponível.
devido a entrada em operação de um
nova unidade da região, com tecnologia Exemplo: Para se lavar um carro,
mais avançada e menor custo de duas pessoas gastam 1 hora, e supondo
produção, razão pela qual os dados do que elas tenham que lavar seis carros
quadro vão até 1993. A planta já aplicava ainda pendentes, elas então, levariam 6
um programa de manutenção preventiva horas para concluir todas as atividades, e
sistemática anteriormente a 1990, porém, estas pessoas estão disponíveis 8
a partir de 1991, iniciou um programa de horas/dia. Neste caso o resultado seria
monitoramento preditivo dos Backlog = 0.75
equipamentos críticos para a produção.
Os resultados mostrados no quadro Este índice é usado para mensurar
indicam claramente os efeitos e os acerto e controlar para que possamos avaliar se
da sistemática adotada, pela redução, no os planos de manutenção estão
terceiro ano, de todos os índices de adequados e se a quantidade de
interferências e custos de manutenção, e “homens” que dispomos estão
pelo aumento do ICO. compatíveis com a nossa necessidade. É
importante observar que sempre devemos
42
Planejamento e Controle da Manutenção
Já definidos anteriormente.
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Planejamento e Controle da Manutenção
Cálculo do OEE
Equipamento: 6-OE Prensa de Estampagem Data: 17/10/99
Peça : OP10 Turno : 2
ÍNDICE DE DISPONIBILIDADE
A- Tempo Programado Total: 480 min
B- Parada Planejada 60 min
C- Tempo Disponível (A-B) 420 min
(Total – Planejado)
D- Atrasos:
Copiados do Relatório de Atrasos
• Paradas 4
• Ajustes e Preparação 2 175 min
• Pequenas Paradas 5 Minutos Perdidos
80 min
30 min
E- Tempo de Operação 65 min
(Tempo Disponível – Atrasos)
ÍNDICE DE PERFORMANCE
G- Total de Peças Produzidas: 265
(Boas e Ruins)
H- Tempo de Ciclo ideal :
0,80 min/ peça
I- Índice de Performance
(Tempo de Ciclo Ideal x Total de Peças Produzidas/ (H x G/E x 100) 86%
Tempo de Operação x 100)
ÍNDICE DE QUALIDADE
J- Total de Defeitos (Scraps e Peças Retrabalhadas) ’10 peças
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Planejamento e Controle da Manutenção
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Gerenciamento de Sobressalentes 10
está associado à probabilidade de um
10 Gerenciamento de equipamento falhar, exceto quando usado
Sobressalentes exclusivamente para planos de
manutenção preventiva, que trabalha com
O dimensionamento das peças de
tempo fixo de intervenção. Algumas
reposição da manutenção influencia
etapas geralmente são seguidas:
fortemente os custos de manutenção e a
lucratividade da empresa. Por isso, o
• PRIMEIRA DECISÃO – Estocar ou
gerenciamento deste recurso é uma das
não o material?
tarefas mais críticas dos departamentos
de manutenção. O dimensionamento Metodologias como a
incorreto pode causar grandes prejuízos. categorização por curva ABC, auxiliam na
Junto com o gerenciamento dos recursos decisão inicial de estocar ou não o item, e
humanos, o gerenciamento das peças de principalmente após obter uma
reposição é essencial para garantir uma experiência registrada. Baseado no
manutenção eficiente. Para dimensionar o Princípio de Pareto que nos diz que
estoque de componentes de reposição poucos itens possuem grande efeito sobre
deve-se levar em consideração fatores o sistema. Logo baseado no perfil de
como: potencial de falha, custo da quebra consumo médio e no valor do item,
x valor do componente, rotatividade do podemos estabelecer que os itens com
componente, tempo de reposição em maior consumo e maior valor devem ser
estoque (setup) e Turn Around Time priorizados na listagem em estoque. Não
(tempo de retorno revisão). Não podemos podemos esquecer, mais uma vez, a
esquecer que um componente em preocupação com a história de trabalho,
estoque não está produzindo e que por para estabelecer uma freqüência de uso/
isso não é um ativo, significando em saída de estoque, pois estamos
perda. O dimensionamento do estoque é trabalhando com probabilidade e
uma avaliação de risco, financeira, pois
Redução de Consumo
A B C
Redução do
X
valor
imobilizado Y
Z
Figura 12 - Tabela de referência por “curvas ABC de estoque”
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Planejamento e Controle da Manutenção
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Planejamento e Controle da Manutenção
Implantação do PCM 11
planejada, como é o natural supor ser a
de melhor resultado.
11 Implantação do PCM
Em geral o que encontramos são
Você viu várias técnicas aplicadas empresas já estabelecidas que precisam
num planejamento e no controle da dos seus resultados, no menor tempo
manutenção, sendo a ideal aquela que lhe possível. Para obter uma fotografia do que
der um retorno satisfatório à sua está acontecendo é necessário um
necessidade visando: Disponibilidade X levantamento dos índices, ou
Confiabilidade X Custo X Segurança. estabelecimento destes, o que permite
Tendo sempre em mente que a concluir que os índices serão sempre um
manutenção é para manter o fluxo de dos pontos de partida.
produção com a sua disponibilidade mais
alta possível, confiabilidade alta e com os É importante nestes casos
menores custos, a escolha do marco perceber que estamos falando sempre de
fundamental de início do PCM em um processo contínuo de Planejamento,
qualquer é sempre uma grande incógnita. Execução, Controle, Avaliação e Ações de
Melhoria e, portanto, precisamos iniciar
Se estivermos falando de uma rodando o processo, esteja ele onde
empresa que está iniciando as suas estiver. Se possuirmos uma base de
operações, é natural que possamos iniciar controle, iniciaremos por ela. Se tivermos
pela política da manutenção, e por um plano de manutenção preventiva
avaliação do Ciclo de vida de Ativo a ser acontecendo, passemos a avaliá-lo.
comprado. Desta forma, estaríamos
começando o processo de forma O fundamental é iniciar o Ciclo de
Gestão.
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Referências 12
12. Referências
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