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Planejamento e Controle da

Manutenção

SENAI CIMATEC®
Planejamento e Controle da Manutenção

Salvador
2009
®
SENAI CIMATEC

Copyright 2009 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados

Área Tecnológica de Desenvolvimento de Produtos Industriais

Elaborador: Robson Carlos Souza Rosário Junior

Revisão Técnica: Osvaldo Barbosa Soares Filho

Catalogação na fonte (NDI – Núcleo de Documentação e Informação)


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SENAI- DR BA.
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SENAI CIMATEC®
Av. Orlando Gomes, 1845 - Piatã
Salvador – Bahia – Brasil
CEP 41650-010
http://www.senai.fieb.org.br

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Planejamento e Controle da Manutenção

APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade
e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação profissional e
superior, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos. Essas atividades, com conteúdos
tecnológicos, são direcionadas para indústrias nos diversos segmentos, através de
programas de educação profissional, consultorias e informação tecnológica, para
profissionais da área industrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando
inserir-se no mercado de trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional, e
apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de
forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do conteúdo apresentado no
módulo.

Por ser um material dinâmico, que merece constante atualização e melhorias, caso o
leitor encontre erros, inconsistências, falhas e omissão de algum conteúdo, favor entrar em
contato com a Área de Manutenção Industrial do SENAI CIMATEC. Estamos sempre
abertos para melhorar o nosso material didático.
Planejamento e Controle da Manutenção

SUMÁRIO

1 Introdução........................................................9
1.1 Histórico da Manutenção .................................10
1.2 Produto da Manutenção...................................11
2 Conceitos Básicos ...........................................13
3 Ciclo de Gestão ...............................................17
3.1 Planejamento...................................................17
3.2 Controle ...........................................................17
4 Confiabilidade / Disponibilidade /
Manutenabilidade ............................................19
4.1 Probabilidade...................................................19
4.2 Confiabilidade ..................................................19
4.2.1 Disponibilidade ................................................20
4.2.2 Manutenabilidade ............................................20
5 Custo do Ciclo de Vida ....................................21
6 Plano de Manutenção ......................................22
6.1 Definição dos Equipamentos Críticos ..............22
6.2 Definição da Periodicidade das Tarefas ..........22
6.3 Princípios da Prevenção de Falhas .................24
6.4 Intervalo das Tarefas de Manutenção..............24
6.5 Definição das Tarefas ......................................25
7 MCC / RCM .....................................................27
8 Plano de Execução ..........................................31
8.1 Planejamento das tarefas ................................31
8.2 Planejamento de Paradas................................31
8.3 Programação de Serviços................................32
9 Sistemas de controle da manutenção..............35
9.1 Ordem de Serviço (OS) ...................................36
9.2 Histórico do equipamento ................................37
9.3 Padronização da Manutenção .........................38
9.4 Controle dos Recursos da Manutenção...........39
9.5 Índices de controle...........................................39
9.6 Índices para Custos da Manutenção................40
9.7 Capacidade Produtiva......................................41
9.8 Evolução dos índices .......................................41
9.9 Outros índices de Desempenho da
Manutenção .....................................................42
9.10 Alguns índices com foco no desempenho do
equipamento ....................................................43
9.11 Auditorias.........................................................47
10 Gerenciamento de Sobressalentes..................48
11 Implantação do PCM .......................................51
Referências......................................................53
Planejamento e Controle da Manutenção

Introdução 1

1 Introdução Muitos têm uma imagem negativa


da manutenção, porque ocasionalmente
A indústria nos dias atuais busca não vêem os profissionais no exercício
eficiência e qualidade em um ambiente das suas atividades, o que pode ocorrer
cada vez mais competitivo. Essa por diversos motivos. Outros
competição é encontrada tanto em nível simplesmente têm na cabeça a idéia de
doméstico, como internacional. No esforço que o pessoal de manutenção leva uma
para manter competitividade, a indústria vida de rei, “não se mata”. Objetivamente,
tem usado muitos métodos para análise e talvez exista um quinhão de verdade
otimização de seus processos, assim nesses pensamentos. Num estudo
como a reengenharia de produtos e publicado há cerca de 15 anos, na
materiais. Todavia, uma área que tem Alemanha, mostrou-se como estavam
assumido grande relevância é a ocupados os operários da manutenção:
manutenção industrial, até pouco tempo
considerada um mal necessário, tem tido Trabalhando 49,9 %
participação significativa na redução dos
custos de diversos processos, seja no Andando 23,5 %
setor público, seja no setor privado.
Tempo perdido 20,1 %
Redução de custo na manutenção
não é necessariamente a redução do Aguardando 5,1 %
serviço ou de sua qualidade, e sim um
Outros 1,5 %
melhor controle da manutenção e das
áreas ligadas a ela.
Estes dados foram extraídos de um
livro alemão e baseiam-se em
Existe uma velha poesia sobre a
levantamentos feitos durante anos. Se
manutenção transcrita a seguir:
considerarmos um setor de manutenção
em uma empresa que ainda não tenha
“Quando tudo vai bem, ninguém
sofrido a pressão por maior produtividade,
lembra que existe.
estes números aproximam-se muito da
Quando algo vai mal, dizem que
realidade. A experiência demonstra que a
não existe. Quando é para gastar,
falta de um planejamento de serviços leva
acham que não é preciso que
a um aproveitamento de apenas 50% dos
exista.
recursos disponíveis (mão de obra).
Mas quando realmente não existe,
Portanto, as principais causas para o
todos concordam que deveria
baixo aproveitamento dos recursos são:
existir.”
• Falta de pedido, orientação ou
esclarecimento por parte do emitente
O conceito nessa poesia já não é
da solicitação de serviço ou do gestor
mais válido, embora ainda existam
da manutenção.
empresários com essa visão.

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SENAI CIMATEC

• Planejamento deficiente para • As exigências geradas pela aplicação


execução, orientação insuficiente de normas reguladoras.
quanto aos trabalhos necessários e
normas de segurança a respeitar. Esta nova situação impôs alguns
desafios e exigências no desenvolvimento
• Falta de material, indisponibilidade de e aplicação de novos sistemas de
peças de reposição e/ou tempo de gerenciamento da manutenção. Além
reposição longo. disso, as fábricas tornam-se cada vez
mais automatizadas e complexas. Os
• Falta de acertos prévios sobre prazos volumes de produção e as exigências por
e prioridades. maior qualidade são hoje bem maiores
que há algumas décadas. Por isso, até
• Falta de coordenação nas oficinas. mesmo as pequenas interrupções da
produção podem causar grandes
• Indefinição quanto à amplitude dos prejuízos. A manutenção é indispensável
trabalhos, antes de iniciá-los. à produção, e pode ser considerada como
parte da produção e como conseqüência a
• Programação deficiente dos trabalhos, base de toda atividade industrial.
principalmente quanto à seqüência de
atividades. No seu Documento Nacional, a
ABRAMAN publicou em 1998 uma
• Falta total ou deficiência de controle pesquisa relativa a 1997 sobre os tipos de
do andamento dos trabalhos, sua manutenção utilizados pelas empresas.
realização efetiva e entrega final. De um universo de 140 empresas que
responderam aos questionários, resultou
• Falta de registro dos custos. que usavam:

1.1 Histórico da Manutenção Tabela 1 - Resultados da pesquisa ABRAMAN

Tradicionalmente, várias pessoas


em diversas empresas consideravam as (%)
Tipos de Manutenção Variação
Aplicação
atividades de manutenção como um mal
Manutenção Corretiva 25,5 7 – 40%
necessário. Mais recentemente, esta
Manutenção Preditiva 18,5 5 - 50%
atitude em relação à manutenção
Manutenção Preventiva 28,8 12 - 50%
começou a mudar e hoje já é reconhecida
Outros 27,1 6 – 50%
como uma função estratégica. Os
principais agentes e oportunidades que
Os dados informam ainda que, na
propiciaram esta mudança de imagem
variação:
foram:
• Manutenção corretiva:
• A maior preocupação com a qualidade
e produtividade. O valor menor corresponde à indústria do
cimento e o valor maior ao ramo
• A ênfase cada vez maior nos assuntos hospitalar.
relacionados à segurança.
• Manutenção preventiva:
• As crescentes preocupações
ambientais. O valor menor discrimina a
industria de papel e o valor mais
• O envelhecimento dos equipamentos e considerável pertence a área de
instalações. transporte.

• A necessidade de reduzir custos. • Manutenção preditiva:

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Planejamento e Controle da Manutenção

O valor menor = hospitalar. anomalias ou falhas detectadas nos


equipamentos.
O valor maior = papel
• Atividades de Melhoria: visam a
• Outros: melhoria das condições originais de
operação, desempenho e
O valor menor = Têxtil. confiabilidade intrínseca, através de
incorporação de modificações ou
O valor maior = plástico.
alterações no seu projeto ou
configuração original. O objetivo
O aspecto importante é observar,
destas atividades é atingir novos
por exemplo, que no ramo hospitalar a
patamares de produtividade para os
manutenção corretiva ainda é a mais
equipamentos
aplicada e a preditiva a de menor
aplicação. Isto pode ser um indício de alto
custo na manutenção hospitalar:
Equipamentos mal monitorados, com
pouco aproveitamento, acabam onerando
o sistema. Por outro lado a indústria de
papel tem a maior aplicação de
manutenção preditiva e a menor de
preventiva - o que é fácil de explicar: As
máquinas deste ramo industrial trabalham
normalmente 24 horas, só podendo parar
para manutenções bem dirigidas.

1.2 Produto da Manutenção

Buscar a maior disponibilidade dos


ativos, nos padrões de confiabilidade
aceitos, com cada vez menos recursos.
Três parâmetros são evidenciados nesta
definição: Disponibilidade, Confiabilidade
e Recursos (associados à
Manutenabilidade).

As atividades de manutenção
devem ter um escopo muito mais
abrangente do que simplesmente manter
as condições originais dos equipamentos.
Muitas vezes, somente manter estas
condições é insuficiente e a introdução de
melhorias que visam aumentar a
produtividade também deve fazer parte do
trabalho dos departamentos de
manutenção. Assim, as atividades de
manutenção de equipamentos em
qualquer empresa podem ser divididas em
dois tipos:

• Atividades de Manutenção: resultam


nas ações tomadas no dia-a-dia para
prevenir ou corrigir eventuais
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Planejamento e Controle da Manutenção

Conceitos Básicos 2

competitividade e custo.
2 Conceitos Básicos
Manutenção Preventiva - é a
Quando hoje se falam em diversos
manutenção na qual são acompanhados
tipos de manutenção, não podemos
os tempos de uso como indicador da
esquecer como historicamente foram
condição de desgaste do componente ou
aparecendo, de acordo a figura abaixo:
equipamento. Somente é retirado o
Figura 1 - Evolução da manutenção no
equipamento de operação quando tiver
Japão
próximo dos limites (tempo de uso)
definidos pelo fabricante ou pela
Manutenção Corretiva - era o
experiência da empresa.
que se conhecia no mundo industrial do
pós 2ª guerra mundial, sem falar no
Manutenção Preditiva
próprio período de guerra, quando
(monitoramento da condição) - A
ninguém se preocupara em consertar, só
manutenção preditiva permite aperfeiçoar
em utilizar até quebrar. Infelizmente esta
a troca das peças ou reforma dos
forma de pensar ainda é muito difundida
componentes e estender o intervalo de
até mesmo em nossos dias, pelo menos
manutenção, pois permite prever, através
nas cabeças daqueles que nunca tiveram
de inspeções periódicas, quando a peça
uma real preocupação com produtividade,
ou componente estarão próximos do seu

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Manutenção Corretiva

Manutenção Preventiva/Planejada

TPM

Man. Preditiva

Man. Autônoma

Figura 1 - Evolução da manutenção no Japão

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limite de vida. É importante saber que a segurança. Ex.: Se numa fábrica existir
manutenção Preditiva usa conceitos da apenas um compressor e esse falhar a
manutenção preventiva. fábrica para a sua produção. Um
equipamento é considerado “B” quando há
Manutenção por melhoria - tipo outro que possa entrar em operação, mas
de manutenção que não foca apenas o que gera uma perda na produção. Ex.: Se
retorno dos equipamentos às suas numa fábrica houver dois compressores
condições originais, após a ocorrência das ou mais e se um falhar, os outros
falhas. O seu objetivo é melhorar continuam funcionando mesmo que com
continuamente os equipamentos, produção insuficiente para o processo,
alterando, conforme necessário, seu ocasionando redução da produção. Um
projeto, seus padrões de operação e equipamento é considerado “C” quando
manutenção. ele não trás perda na produção, danos ao
meio ambiente e segurança. São
Manutenção detectiva - é a equipamentos de apoio que a sua falha
atuação efetuada em sistemas de causa efeitos menores no processo. Ex.:
proteção buscando detectar falhas ocultas Se um aparelho de ar condicionado da
ou não perceptíveis ao pessoal de cantina falhar, não vai interferir no
operação e manutenção. processo da fábrica.

Criticidade dos equipamentos TPM – Total Productive


-Para que tenhamos um melhor Maintenance - é uma filosofia criada pelos
desempenho num plano de manutenção, japoneses no início dos anos 80, muito
precisamos determinar quais são os incentivada pelo Japan Institute of
equipamentos críticos da empresa. Productive Maintenance e que tem como
Equipamentos críticos são aqueles que, pai o Dr. Yoshikazu Takahashi. Mas, daí
sem a sua disponibilidade, podem causar para esta ferramenta de gestão da
paradas total ou parciais da produção ou manutenção consolidar-se, foi - ou ainda
danos ao meio ambiente e segurança. continua sendo – um longo caminho, pelo
Para esses equipamentos normalmente menos no Ocidente.
existe outro que serve de substituto (stand
by) que na falha do equipamento principal Manutenção autônoma - é um
entra em operação. Nem sempre existe dos pilares da TPM, cada vez mais
um equipamento redundante, isto exige evidente nos últimos anos, e pode ser
um planejamento mais rigoroso. aplicada mesmo sem TPM. Basta
entender que o homem que trabalha na
Existem alguns critérios para máquina pode perfeitamente ter
determinarmos a criticidade dos conhecimentos básicos que lhe permitam
equipamentos. Eles são geralmente fazer pequenas manutenções. Veremos
classificados da seguinte forma: que este é um caminho sem retorno.
Aliás, todos nós estamos passando por
A – Equipamento criticidade máxima esta fase: se já fazíamos pequenas
manutenções em nossos automóveis, a
B – Equipamento criticidade média
própria situação econômica está nos
obrigando cada vez mais a também fazer
C – Equipamento criticidade baixa
muita coisa em casa, onde antes se
Um equipamento é considerado “A” chamava alguém.
quando não há outro que possa entrar em
operação quando houver uma falha e no Reliability Centered
caso de sua falha, existir uma grande Maintenance – RCM – Metodologia
perda de produção, afetar o produto final, usada para estabelecer o Plano de
danos ao meio ambiente ou afetar a Manutenção de um sistema, desenvolvida

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Planejamento e Controle da Manutenção

inicialmente para a aviação, para os tecnologia ou nas restrições operacionais.


aviões de grande porte desenvolvidos na Um tipo de política pode ser definida pela
década de 70. Baseado na falha funcional escolha de trabalhar apenas com
do sistema, o método permite manter equipamentos novos, estabelecendo um
registros sobre todos os passos para tempo máximo de operação. Após este
definição do plano. período em vez de submetê-lo a grandes
revisões, simplesmente trocá-o. Um outro
Política de Manutenção - Toda aspecto fundamental definido na política
empresa necessita definir uma política e de manutenção é quanto à terceirização.
estratégias para a manutenção de seus A execução das tarefas de manutenção
ativos, pois disto dependem os resultados pode ser transferida totalmente para uma
globais da empresa. A política pode ser empresa especializada. Pode-se também
definida para um determinado transferir-se parcialmente, mantendo uma
equipamento, baseado no fabricante deste equipe fixa reduzida para realização das
equipamento, ou pela empresa que o rotinas; ou podem-se terceirizar apenas os
opera, sendo neste caso baseadas nas serviços especializados (como soldagem,
estratégias de uso deste equipamento, caldeiraria, ensaios não destrutivos)
fundamentada no período de uso desta

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Planejamento e Controle da Manutenção

Ciclo de Gestão 3

3 Ciclo de Gestão 3.1 Planejamento

Uma empresa é um grande Planejar é organizar idéias e ações


processo que se divide em subprocessos para atingir um objetivo definido. Podemos
menores. Um processo só se justifica se identificar o planejamento em dois níveis
estiver atendendo ao cliente (interno ou de atuação:
externo). Gerenciar processos é planejar,
acompanhar a execução, verificar se há • Planejamento para definição da
desvios e, quando necessário, fazer as estratégia com objetivos macros
devidas correções e revisar o plano em (como a definição da Política de
um círculo eterno de Planejar, Executar, Manutenção).
Controlar e Melhorar os desvios.
• Planejamento para definição de ações
É o conhecido PDCA: (como um Plano de Lubrificação)

3.2 Controle

(A) PLANEJE, Controlar é uma atividade


REVISE E
DOCUMENTE fundamental do processo, e precisa ser
AÇÃO CORRETIVA - O QUÊ, POR entendida em sua plenitude, não apenas
QUÊ, QUEM,
AÇÃO QUANDO, ONDE, com o senso de censura e restrição das
PREVENTIVA QUANTO atividades, mas como a forma de
NÃO reconhecer se o caminho traçado no
OK (MELHOR?) (P)
plano está correto. A atividade de
OK TREINE ENVOLVIDOS, controlar requer um grande trabalho
VERIFIQUE OS DISPONIBILIZE OS
RESULTADOS CONTRA PROCEDIMENTOS, burocrático, pelo menos no modelo que
OS CRITÉRIOS DE REGISTRE conhecemos atualmente, devido ao
ACEITAÇÃO, REGISTRE. EXECUTE O
PROCEDIMEN grande número de informações que
TO, precisamos deter. Algumas atividades e
(C) REGISTRE.
funções do controle estão abordadas na
(D) seção

Figura 2: PDCA

A atividade de manutenção é um
destes subprocessos, que podem chegar
até o nível de tarefa individual. Exceto no
caso de uma empresa prestadora de
serviços de manutenção, esta atividade
tem no cliente interno a razão de sua
existência.

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Planejamento e Controle da Manutenção

Confiabilidade/Disponibilidade/
Manutenibilidade 4

4 Confiabilidade / Disponibilidade / estabelecido, sob condições definidas de


Manutenabilidade uso. Por ser uma probabilidade, a
Confiabilidade é uma medida numérica
que varia entre ZERO e UM, ou de 0 a
Para entendermos como definir o 100%. Zero para ausência total de
período entre intervenções de confiabilidade e UM para totalmente
manutenção, precisamos compreender confiável ou confiabilidade total. Portanto,
alguns conceitos: confiabilidade é a probabilidade de um
equipamento, conforme Figura 3,
4.1 Probabilidade operando dentro de condições
especificadas cumprir a sua missão sem
É a razão entre o número de casos
uma única falha.
favoráveis e o número de casos possíveis
(exemplo: no dado existe a probabilidade Exemplo de Confiabilidade:
de 1/6 de cair uma das faces). É
primordial sabermos as probabilidades de Em uma indústria são fabricadas 1000
eventos indesejados acontecerem nos peças por uma determinada máquina.
equipamentos, pois através destas
probabilidades, podemos traçar as nossas Em 200 horas de uso => 100
estratégias de manutenção. É importante peças falharam logo a Confiabilidade =
lembrar que sempre haverá a 100% -100/1000 x 100 = 90%.
probabilidade de ocorrer uma falha no
equipamento, independente das ações da Em 100 horas de uso => 20 peças
manutenção. É fundamental registrar os falharam logo a Confiabilidade = 100% -
eventos para podermos estabelecer uma 20/1000 x 100 = 98%.
freqüência de ocorrência e com isso a
probabilidade de ocorrer os eventos Observando os dados acima, se
indesejados. Uma falha pode ocorrer a não aceitarmos confiabilidade menor que
qualquer momento, sem aviso, o que 98%, podemos definir que o período
precisamos é tentar prever sua freqüência adequado para realização da tarefa de
manutenção preventiva será antes das
4.2 Confiabilidade 100h. É importante observar, neste caso,
que à medida que aumentamos a
É a probabilidade de que um item confiabilidade diminuímos a
possa desempenhar a sua função disponibilidade da máquina, pois
requerida, por um intervalo de tempo realizamos uma quantidade maior de

Probabilidade de chegar aqui sem Em t = 0 está


cair. aqui.

Figura 3 - Confiabilidade

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tarefas de manutenção diminuindo


conseqüentemente a disponibilidade do
equipamento. Em alguns casos não é
possível definirmos o momento para
realização da tarefa de manutenção, como
é o caso dos aparelhos eletrônicos.

4.2.1 Disponibilidade

A disponibilidade é a probabilidade
do sistema ou equipamento operar com
sucesso (quando requerido). A
disponibilidade é definida como a razão
entre o período de tempo que o sistema
ou equipamento opera com sucesso e o
tempo total de observação. Portanto, a
disponibilidade de um sistema pode ser
expressa pela equação:

TOPT
DISP = 100
TOPT + TRPT

Onde: TOPT = (soma) dos


tempos de disponibilidade e/ou operação.

TRPT = (soma) dos


tempos de indisponibilidade.

4.2.2 Manutenabilidade

É a característica de um
equipamento ou conjunto de
equipamentos que permite, em maior ou
menor grau de facilidade, a execução dos
serviços de manutenção.

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Planejamento e Controle da Manutenção

Custo do Ciclo de Vida - Life Cycle


Costs e Gestão de Ativos 5

5 Custo do Ciclo de Vida teremos:

Todo patrimônio físico que • No projeto;


participa da produção de um produto,
• Na fabricação
gerando receita, é considerado
contabilmente um Ativo. As empresas
• No Transporte
precisam dimensionar os seus
resultados baseados na capacidade • Na montagem
dos seus ativos, os quais possuem um
tempo de vida, afetado por fatores • De manutenção
como o tempo as condições de
trabalho / ambiente, pelo estágio • De operação
tecnológico existente, ou por novas leis
ambientais. • De descarte

Escolher os Ativos para atender • De capital (Despesas)


as demandas e mantê-los em sua
capacidade produtiva é atividade Quando o ativo é de uma
fundamental para as empresas. Esta fabricação em série os custos iniciais já
visão de equipamentos como Ativos estão incorporados no preço de
geradores de Receita leva-nos a uma compra.
percepção diferente da manutenção,
pois os equipamentos devem estar Para estabelecer os custos de
sempre disponíveis para atender as manutenção é necessário saber, ou
demandas, e não com momentos estimar a confiabilidade e
definidos para Operação e para a disponibilidade, quando vai falhar, e
Manutenção, ao mesmo em que se qual vai ser o plano de intervenção
entende da limitação de capacidade do para prevenir as falhas em cada ciclo
equipamento, não podendo operar de vida. Cada intervenção possui
indefinidamente. custos associados, podendo usar como
política fazer várias pequenas
Para definir os possíveis intervenções, poucas intervenções de
resultados e estabelecer uma grande porte, ou nenhuma intervenção
estratégia de gerenciar o ativo, é definindo um curto ciclo de vida.
necessário estimar o ciclo de vida
deste ativo, e os custos envolvidos Logo, é importante durante a
durante este ciclo. Os custos devem escolha de um determinado ativo que
ser considerados desde a concepção seja avaliada as diversas opções para
de projeto deste ativo, pois é neste as diversas ações de manutenção, e
momento que boa parte das definições comparar o total dos custos em cada
que afetaram o desempenho do ativo ciclo de vida para definir qual a que
estarão sendo decididas. oferece o melhor resultado econômico
financeiro. Exemplos nas paginas a
Listando os custos envolvidos seguir

21
®
SENAI CIMATEC

Plano de Manutenção 6

6 Plano de Manutenção O objetivo de eliminar a FALHA, ou


seja, evitar que a mesma ocorra
O plano ou programa de prejudicando o fluxo do processo no
manutenção de uma planta, equipamento momento indesejado. O estudo mostrado
ou sistema será fruto de três importantes na Figura 4 se refere a aviões, mas é
decisões, baseadas na política / estratégia perfeitamente válido em outros produtos.
de manutenção:

• Quais equipamentos / componentes


são críticos (implicam em uma parada
de fluxo de operação, ou causam
acidentes ou tem impacto sobre a
imagem da empresa)?

• Quais tarefas são efetivas para evitar


a falha?

• Qual a periodicidade para as


intervenções de manutenção?

6.1 Definição dos Equipamentos


Críticos

São vários os métodos para definir


a criticidade de um equipamento, entre Figura 4: Modelos de probabilidade de falha
eles a FMEA (análise dos modos de (Número de falhas em função do tempo)
falhas e seus efeitos).
Interessante observar que em
6.2 Definição da Periodicidade aviões a curva comumente considerada
das Tarefas para componentes mecânicos só abrange
4% das ocorrências. Observando-se a
Para a definição dos períodos curva com o maior índice de ocorrências
entre tarefas apresentaremos o conceito (68%), passado o período de falhas
sobre falhas. prematuras, verifica-se que existe uma
tendência de estabilidade no número de
Falha: segundo a Norma NBR ocorrências de falhas, essa curva
5462-1994, “a falha é o término da representa as falhas nos componentes
capacidade de um item desempenhar a eletrônicos. Não é por acaso que
função requerida. É a diminuição total ou televisores são oferecidos no mercado
parcial da capacidade de uma peça, com garantia "até a copa seguinte!". É que
componente ou máquina de desempenhar os riscos para o fabricante são realmente
a sua função durante um período de mínimos.
tempo, quando o item deverá ser reparado
ou substituído. A falha leva o item a um
estado de indisponibilidade".

22
Planejamento e Controle da Manutenção

Modo de Falha: é a descrição de como através destes documentos teremos uma


a falha se apresenta num contexto base para elaborar as ações preventivas.
geral.

Para um maior controle devemos


registrar as falhas em relatórios, pois

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Figura 5 - Modelo de relatório de falhas

23
®
SENAI CIMATEC

6.3 Princípios da Prevenção de mecânicos.


Falhas
Como vemos na figura 7, quando o
As ações para evitar a ocorrência modelo enquadra-se na “Curva da
de falhas nos equipamentos são a razão Banheira” (Caso 1), podemos estabelecer
da existência dos departamentos de uma intervenção no equipamento quando
manutenção em qualquer empresa. As a taxa de falha começa a subir, definindo
atitudes e maneira de pensar das equipes assim o intervalo entre serviços.
de manutenção devem ser um reflexo
disso. As equipes de manutenção devem No caso de taxa de falha constante
trabalhar com determinação para evitar com o tempo, apresentado no Caso 2,
que as falhas não ocorram, uma vez que o comum nos equipamentos eletrônicos,
seu trabalho não é o de viver reparando não há um melhor momento para definir
falhas. O trabalho das equipes de uma tarefa. Quando não se conhece o
manutenção não pode se resumir a modelo e a freqüência de ocorrência da
"remover sintomas”, ao contrário do que falha, a definição é baseada na
acontece atualmente em várias empresas. experiência e no fabricante.
Estas equipes precisam ter todo cuidado
para não se aprisionarem no círculo Agora que já entendemos como
vicioso de falhas. definir a periodicidade e o que é uma
falha, precisamos selecionar as ações de
6.4 Intervalo das Tarefas de prevenção da mesma.
Manutenção

O intervalo das tarefas de manutenção


depende do modelo de falha de cada
componente / sistema

Um dos modelos de falha mais


conhecidos é a “Curva da Banheira”
(Figura 7, Caso 01) que vem de um
modelo matemático desenvolvido por
Weibull na década de 60, e que é
aplicável principalmente à componentes

Causa
Fundamental

Causa Ação corretiva


Fundamental somente para a
remoção do sintoma

FALHA
Causas fundamentais da
Causa falha não são investigadas
Fundamental

FALHA
REINCIDENTE
Causa
Fundamental

Não são tomadas ações


Mesmas causas para bloquear as causas
fundamentais fundamentais da falha
atuam novamente.

Figura 6 - Circulo vicioso de falhas

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Planejamento e Controle da Manutenção

Taxa de Taxa de
Falha Momento para Intervenção de Falha
Caso 1 Manutenção Caso 2
Neste caso, não vale a
pena estabelecer uma
ação de manutenção.

Tempo Tempo

Figura 7 - Gráficos Taxa de Falha x Tempo de uso

6.5 Definição das Tarefas

Para definirmos as tarefas de


manutenção, precisamos conhecer bem o
equipamento.

O fabricante preocupado com a


fidelização de seus clientes é a primeira
fonte para auxílio nesta fase. As
recomendações e o acompanhamento
constante da operação é um suporte
técnico responsável que o fabricante pode
fornecer.

A fonte mais usada ainda é a


própria experiência do usuário, criando os
seus métodos de estabelecimento de
tarefas. A Metodologia do RCM possui o
chamado diagrama de decisão que auxilia
na definição do tipo de tarefas.

25
Planejamento e Controle da Manutenção

MCC/RCM 7

7 MCC / RCM Quais são as funções e


expectativas de desempenho de um bem
A MCC (Manutenção Centrada na escolhido?
Confiabilidade) ou RCM (Reliability
Centered Maintenance) tiveram sua De que forma ele pode falhar para
origem no MSG3 (Maintenance Steering cumprir suas funções?
Group 3) da ATA (Air Transport World) e
foram aplicadas nos E.U.A a partir dos O que leva a falha?
anos 60, quando começou a ser
pesquisada uma forma de baratear os Quais são as conseqüências de
custos de manutenção nas novas cada falha?
aeronaves projetadas que logo entrariam
O que deveria ser feito para
em operação (Boeing 747). Alguns
prevenir cada falha e que passos
autores chegam a considerar a MCC /
deveriam ser assumidos se medidas
RCM (terminologia mais usual, mesmo preventivas não puderem ser
nos textos em português) tão importante encontradas?
para a indústria como a TPM. Esta
Estas questões devem ser
colocação parece razoável, quando
respondidas por um processo que
consideramos alguns resultados obtidos
denominaremos de passos:
em sua implantação para manutenção de
aeronaves. Enquanto no DC-8 se aplicava
PASSO A – Selecionar áreas
aprox. 4,0 milhões de horas de inspeção
adequadas da fábrica – Identifique e
antes da primeira grande inspeção com
priorize recursos físicos possuídos ou
20.000 horas voadas, no 747 este volume
operados pelo empreendimento. Isto
caiu para somente 66.000 horas. No DC-
envolve:
10, usando-se MCC / RCM, apenas 7
itens passaram a ser inspecionados numa
Estabelecimento de uma lista de
revisão planejada, enquanto que no DC-8
todos os bens que necessitam de alguma
eram inspecionados 339 itens. A
forma de manutenção.
MCC/RCM baseia-se numa filosofia que
considera a manutenção uma atividade Avaliação do impacto que os
chave para a empresa, e, portanto, recursos físicos têm nas diversas áreas de
considerada crucial para o desempenho desempenho do negócio. Aqui podem ser
funcional e para atingirem-se as metas de incluídas a disponibilidade e a
produtividade estabelecidas. Para ser confiabilidade do processo, a qualidade,
desenvolvida, a MCC / RCM deve ser os custos, a segurança e o risco para o
baseada nas respostas às seguintes meio ambiente.
perguntas:
Estabelecimento dos limites entre
Que bens a empresa possui e sistemas de equipamentos – aqui
opera, e para quais deles a MCC / RCM considerado tudo o que possa garantir ao
deveria ser aplicado? recurso físico sua atividade.

27
®
SENAI CIMATEC

PASSO B – Determinação das por uma companhia podem variar de


possíveis falhas funcionais– Essa forma sensível. Para gerenciar de forma
determinação deve conter as diversas adequada possibilidade de ocorrência da
formas de falha: falha, a estratégia de manutenção tem
que ser tecnicamente viável e efetiva nos
Perda total da função custos. A estratégia de manutenção a ser
adotada deve levar em consideração:
Perda parcial da função. Aqui
devem ser considerados os diversos As condições físicas do local.
níveis de performance possíveis de
ocorrência em uma função individual, não A possibilidade de detecção de
considerada somente a falha total. Isto uma degradação física.
freqüentemente pode causar debates
entre os diversos departamentos A existência de um indicador de
envolvidos na aplicação da MCC / RCM. desempenho.
Ex.: avaliação da conseqüência da falha
numa tubulação por gotejamento, por um A existência de um indicador da
pequeno vazamento, por um grande evolução da falha.
vazamento ou por sua falha física.
O tempo de mobilização dos
recursos para correção da falha.
PASSO C – Determinação de
prováveis modos de falha e seus efeitos -
O tempo entre a falha incipiente e
Determinar os prováveis modos de falha e
funcional.
suas causas e efeitos. Um modo de falha
descreve o que pode acontecer ou A possibilidade de detecção de um
aconteceu, ao contrário do que causou a ponto de sensível aumento do gradiente
ocorrência. Um modo de falha de uma na curva de severidade da falha x tempo
bomba pode ser um mancal preso que de uso.
impede o fluxo. Os modos de falha estão
relacionados porque o processo de O risco da ocorrência da falha.
antecipar, prevenir, detectar e corrigir uma
falha pode ser aplicado a inúmeras O nível de restauração do bem
ocorrências diferentes. Devem ser após a correção da falha.
registrados:
PASSO E – Implementar
Modos de falha ocorridos no estratégia selecionada – Ao iniciar o RCM
mesmo equipamento ou em similar. é conveniente comparar as
Identificados através dos registros do recomendações com as atividades já
histórico de manutenção ou da existentes no programa de manutenção. A
experiência do grupo de operação / questão então é decidir se devem ser
manutenção. adicionadas novas atividades, mudar as
existentes ou até mesmo eliminar
Modos de falha que já são objeto algumas. O próximo passo é a definição
de atividade de manutenção preventiva. das ações necessárias para que as
estratégias de manutenção se tornem
Outros modos de falha que não efetivas. Isto pode significar:
ocorreram, mas são considerados
possíveis em função da experiência e / ou Questionar os cronogramas de
recomendações do fabricante. manutenção.

PASSO D – Escolha de uma Desenvolver ou revisar o


estratégia de manutenção possível e detalhamento das atividades.
efetiva - As falhas dos recursos usados

28
Planejamento e Controle da Manutenção

Especificar peças ou ajustar níveis Bom entendimento da MCC / RCM


de estoque. por parte das chefias da fábrica.

Adquirir equipamentos de diagnose Aplicação da MCC / RCM piloto


ou teste. para melhor entendimento e apoio futuro;

Revisar procedimentos e a própria Recursos suficientes para revisão


operação de manutenção. e subseqüente implantação de
recomendações.
Especificar procedimentos de
reparos ou restauração. Documentação transparente dos
resultados para facilitar a aceitação das
Proceder ao treinamento nos recomendações.
novos procedimentos.

PASSO F – Otimizar estratégias e


o programa de manutenção – Uma vez
implantado o MCC / RCM e identificados
os trabalhos de manutenção, as revisões
periódicas são mandatárias. O processo
deve responder a mudanças em lay-out,
condições de operação e histórico de
manutenção. O objetivo desta revisão
contínua é a redução das falhas, o
aumento da qualidade da manutenção e
aumento da disponibilidade dos recursos,
a identificação da necessidade de
expansão do programa, agilidade na
resposta às mudanças de demanda e às
alterações nas condições econômicas.
Para alcançar estes objetivos, duas
atividades estão integradas ao programa.

Reavaliação e revisão contínua


dos resultados da MCC / RCM;

Contínuo processo de
monitoramento com registro de
informação no histórico.

PASSO G - Consolidação da
MCC / RCM – Para obter sucesso com um
programa de MCC/RCM, ele precisa ter
etapas definidas e sofrer melhoria
constante. Alguns fatores de sucesso são:

Metas de projeto claras.

Apoio gerencial e compromisso


para a introdução de um ambiente de
manutenção controlada.

29
Planejamento e Controle da Manutenção

Plano de Execução 8

8 Plano de Execução que compõem o trabalho, os recursos


necessários e qual o tempo estimado para
Para conciliar todos os processos cada uma delas.
que interagem na manutenção, é
fundamental a existência de um Micro detalhamento: no micro
planejamento. Um plano de ação detalhamento são incluídas ferramentas,
possibilitará, entre outras coisas, máquinas de carga e máquinas
identificar claramente: operatrizes, que podem se constituir em
gargalos ou caminhos críticos na cadeia
• Que serviços serão executados; da programação. Para que isso seja
possível, devem-se cadastrar, no módulo
• Quando os serviços serão executados; correspondente do sistema (software), as
máquinas, equipamentos, ferramentas e
• Que recursos serão necessários para dispositivos.
a execução dos serviços;
Orçamento dos serviços:
• Quanto tempo será gasto em cada Normalmente os sistemas possuem um
serviço; módulo para orçamento e apropriação de
custos. O usuário fornece as tabelas com
• Qual será o custo de cada serviço, os valores de custo de recursos humanos,
custo por unidade e custo global; hora/máquina e materiais, e o sistema
fornece o orçamento do serviço a partir do
• Que materiais serão aplicados; detalhamento, ou custo do serviço a partir
da apropriação. O custo, além de ser
• Que máquinas, dispositivas e
utilizado na área contábil da empresa,
ferramentas serão necessárias.
realimenta o módulo de planejamento de
serviço, ficando disponível para utilizações
8.1 Planejamento das Tarefas
futuras.
O planejamento das tarefas deve
ser expresso em um plano de ação e é Eficácia das tarefas: é uma
uma etapa importantíssima, independente sistemática que visa aumentar a
do tamanho e complexidade do serviço. O produtividade nos serviços de
planejamento pode ser feito em um tempo manutenção. Consiste na análise prévia
muito curto (quando existe padrão definido do serviço a ser executado, fornecendo
informações básicas aos executantes, de
pela própria repetição de tarefas
modo que eles não percam tempo indo e
rotineiras), ou demandar meses de
trabalho de uma equipe (planejamento de vindo do local de trabalho para buscar
uma parada). ferramentas, analisar desenhos ou
consultar catálogos.
Normalmente o planejamento
executa as seguintes atividades: 8.2 Planejamento de Paradas

A Parada de Manutenção é uma


Detalhamento do serviço: nessa
expressão usada para as grandes
fase são definidas as principais tarefas

31
®
SENAI CIMATEC

intervenções de manutenção na indústria baseada nos intervalos entre tarefas de


de processo contínuo, nas quais, todo o manutenção programada, aproveitando-se
fluxo de produção é parado para que os as ocorrências de manutenções corretivas
componentes críticos do sistema sejam para otimizar o uso de recursos,
inspecionados, restaurados e/ou antecipando-se atividades programadas
melhorados. para realização de reparos, substituições
ou modificações que só poderiam ser
Em virtude do grande número de realizados em um momento de parada.
tarefas e variedade de recursos, uma das
ferramentas fundamentais no Critérios de priorização dos
planejamento e programação de paradas serviços devem ser definidos em conjunto
de manutenção é o chamado PERT - com as diversas áreas envolvidas, como
CPM. produção / operação, compras /
suprimento, segurança, ferramental,
O PERT (Program Evaluation and oficinas. Ë uma atividade de rotina do
Review Technique) ou Técnica de programador a verificação dos serviços a
Avaliação e Revisão de Programa foi serem executados no dia (programação
encomendado pela NASA à Booz Allen manual / mecanizada, distribuição de
and Hamilton e foi usado pela primeira vez serviços ao longo do dia, critérios de
em 1958 pela marinha Americana no alocação de recursos humanos /
programa Polaris. materiais, relatórios / telas dos serviços
programados para um dado dia).
Paralelamente a Dupont
desenvolveu o método conhecido por O relacionamento das informações
CPM (Critical Path Method) ou Método do sobre os recursos disponíveis e as
Caminho Crítico, para controle de suas solicitações de parada de produção são
atividades de manutenção. fundamentais para o planejador/
programador na sua atividade diária.
Pela metodologia PERT-CPM, todo “Softwares” podem ser usados para
e qualquer empreendimento tem uma facilitar o processamento dessas
seqüência ótima para execução das informações. Esses sistemas permitem a
atividades previstas, de tal modo que reserva de recursos “on-line”.
permita um perfeito entrosamento entre o Independente dos “softwares” usados pelo
controle e a execução. O PERT-CPM programador, este não elimina os contatos
pode ser definido como um prognóstico pessoais com os setores envolvidos, pois
para o método de planejamento e controle nem todas as informações conseguem ser
que mostra, graficamente, o melhor lançadas a tempo para tomada da melhor
caminho para se alcançar um objetivo decisão. Ë uma característica importante
predeterminado (otimizando o tempo de do perfil para a função de programador o
execução). bom relacionamento com pessoas, pois
ele é o aglutinador das equipes. Para
8.3 Programação de Serviços realizar os “ajustes finos” da programação,
as equipes devem realizar pequenas
A programação de serviços esta

AB - atividades ou tarefas.
ta, tb - tempo necessário para
1 2 3 execução da tarefa

ta tb

Figura 8: Diagrama PERT

32
Planejamento e Controle da Manutenção

reuniões de acompanhamento da
programação, que podem ter até
periodicidade diária, em função das
necessidades de tomadas de decisões.
Uma das técnicas de priorização de
tarefas é o GUTO (Gravidade, Urgência,
Tendência, Operacionalidade). Essa é
uma ferramenta bastante usada na área
administrativa. A técnica estabelece
valores (exemplo: 1 a 5) para cada um
dos critérios em cada atividade,
multiplicando-se estes valores, podemos
estabelecer uma escala de prioridades.

• Gravidade: Efeitos críticos da não


execução desta atividade

• Urgência: Disponibilidade de tempo


até executar a atividade sem efeitos

• Tendência: Conseqüências da
postergação da execução desta
atividade

• Operacionalidade: Disponibilidade dos


recursos para executar a atividade

33
Planejamento e Controle da Manutenção

Sistema de Controle da
Manutenção 9

9 Sistemas de controle da Não podemos esquecer que


manutenção obtidos os registros é necessário a
disciplina de analisá-los para tomada de
Um sistema de controle de ações, mantendo o ciclo de aprendizado,
manutenção tem o objetivo de verificar se pois não adianta termos um bom sistema
todas as atividades planejadas estão de informações sem uso.
ocorrendo em conformidade com o
previsto, comparando-as e avaliando os Além dos registros de ocorrências,
seus desvios, e também os um sistema de Controle de Manutenção
acontecimentos não planejados, sendo se destina a emissão de OS's (ordens de
assim é de suma importância o registro de serviço) de MC (manutenção corretiva) e
tudo o que se faz dentro da manutenção. MP (manutenção preventiva), ao controle
do cronograma de trabalhos, a avaliação
Um fiel registro de tudo garantirá a e visualização de problemas. Destacamos
possibilidade de montar um quadro geral que um sistema de controle de
do que realmente está acontecendo. Até manutenção deve estar associado ao
mesmo as ocorrências mais insignificantes planejamento da manutenção, pois o
devem ser registradas, elas podem vir a conjunto visa, em última análise, o
ser decisivas na análise de algum aumento da disponibilidade das
problema maior ou na avaliação de uma instalações, a redução dos custos de
tendência. A obrigatoriedade de registrar manutenção, a garantia de um melhor
tudo é uma das tarefas mais difíceis, aproveitamento dos recursos (tanto da
exigindo longos treinamentos de própria manutenção, como também da
conscientização das pessoas envolvidas. produção) e a manutenção dos índices de
Uma forma de conseguir que cada confiabilidade em níveis aceitáveis.
operário da manutenção realmente
registre tudo é fazê-lo participar de Os tipos de relatórios que podem
reuniões regulares de discussão dos ser emitidos através de um sistema de
problemas, assim ele começará a manutenção são quase ilimitados,
entender a importância dos registros, considerando-se principalmente o fato de
mesmo aqueles de fatos aparentemente que os mais completos sistemas
irrelevantes. Manter registros implica em disponíveis no mercado permitem ao
mantermos um plano de arquivamento usuário criar seus próprios relatórios. Essa
que garanta facilidade de acesso às é uma das grandes vantagens da
informações. Um plano de arquivamento informatização. Para dar uma idéia do
requer um sistema de informações potencial de um sistema informatizado,
adequado às necessidades de quem o segue uma lista de alguns relatórios que
utiliza, acompanhado de tabelas de podem ser emitidos:
temporalidade, que definam os prazos
para armazenamento dos registros, Relatórios diários
estejam eles em meios eletrônicos ou em
papel. • Ordens de Serviço em andamento

35
®
SENAI CIMATEC

• Trabalhos em andamento na semana • Histórico de falhas


com situação
• Tempo de reparo / parada /
• Trabalhos emergenciais do último dia impedimento

• OS de MP programadas e em • Tempo médio para reparo e tempo


andamento médio entre falhas

• Mão-de-obra disponível • Análise de falhas

• Ordens de serviço por diversos • Rotas


critérios
• Prazos vencidos
Relatórios Semanais
A lista poderia continuar
• Comparação entre realizado e indefinidamente, pois não há limitações.
programado Os melhores Softwares de Manutenção
existentes na praça já vem com mais de
• MP's em andamento na semana dezenas de opções prontas, dando ao
usuário toda liberdade para configuração
• MP's com prazo vencido de mais relatórios.
• Programação para próxima semana A escolha do sistema mais
adequado para implantação em uma
• Situação geral de OS
empresa depende do tamanho da
• OS's atrasadas empresa, de seus objetivos e de suas
expectativas. Muitos programas oferecem
• Relatório de Mão-de-obra os mais diversos graus de sofisticação no
controle da manutenção, deixando ao
Relatórios Mensais cliente a escolha daquele que mais lhe
convém.
• OS's completadas
9.1 Ordem de Serviço (OS)
• Horas paradas x horas programadas
(OS) A OS (ordem de serviço) é o
documento de entrada do sistema no que
• Variação de orçamento diz respeito às ocorrências diárias, nela é
feito o registro de todas as atividades
• Uso de mão-de-obra executadas. Para um bom sistema de
informações todo serviço, seja de que
Informações gerais dimensões, e independente de sua
origem, devem ser registrados, e o
• Relação de equipamentos
registro mais conhecido é através da
Ordem de Serviço (OS). As informações
• Relação de peças em estoque
básicas como a descrição dos serviços, a
duração prevista, a prioridade e outras,
• Relação de peças usadas
devem ser registradas via OS. O ciclo da
Relatórios de análise e decisão OS compreende todo um ciclo PDCA.
Partindo do momento de registro de uma
• Estatísticas ação programada ou não programada, ao
planejamento da execução, à execução
• Necessidades de recursos para do serviço propriamente dito, ao
atender planejamento recebimento e lançamento da OS em um

36
Planejamento e Controle da Manutenção

sistema até a análise técnica ou financeira planejamento atue "filtrando" os serviços


das tarefas maiores ou de um grupo de solicitados, e somente programe aqueles
OS. Portanto para uma maior eficácia que se justifiquem, mesmo que todos
devem-se ter relacionado nos sistemas as devam ter algum registro. Alguns
informações sobre os recursos disponíveis pequenos serviços podem ter um custo
de material, pessoal, ferramental, etc. mais alto do que uma grande atividade
programada.
A definição da forma de alocação
dos custos é fundamental para a definição Uma OS registrada no sistema
da abrangência que a Ordem de Serviço deve conter:
toma, pois isto irá estabelecer a forma de
lançar as informações. Por exemplo: a OS • um número de identificação;
pode estar relacionada a um ativo
específico e todos os registros referentes • a descrição inicial do modo de falha e
às ações neste ativo devem ser alocados as descrições subseqüentes da falha;
em uma única OS. Se a OS está
relacionada a um período de tempo, todas • o nome dos responsáveis pela
as informações de uma determinada área descrição da falha e data;
serão alocadas até o fim do período,
reiniciando todos os lançamentos logo • sua prioridade;
após. Também é possível alocar os custos
• o detalhamento do serviço;
para cada tarefa. Ë importante que esteja
claro para todos os envolvidos nos
• definição dos recursos necessários
lançamentos como funciona esta
(material de consumo, componentes,
sistemática de alocação de custos.
pessoal, ferramentas especiais,
Muitos serviços são de curta equipamentos, subcontratações,
duração e de alta prioridade, e, equipamentos de segurança);
dependendo da política de manutenção
• registro do centro de custo;
adotada pela empresa, muitas vezes
executados por operadores, não havendo
• um código para fazer ligação com
tempo para abertura de uma OS e nem
equipamento ou posto de serviço,
mesmo tempo para estabelecer uma
objetivando alimentar o histórico de
programação, como por exemplo:
equipamento e fornecer dados para
análise de falha.
• Reajuste de uma gaxeta de bomba -
serviço de curta duração (máximo de
9.2 Histórico do Equipamento
uma hora), fácil de executar e pode ter
várias implicações no processo. O histórico do equipamento
engloba todas as características
• Reajuste de um instrumento. funcionais (capacidade), estruturais e
registros de manutenção durante os
• Troca de um manômetro.
períodos de funcionamento. É primordial
possuir um histórico eficiente para a
Estes tipos de serviços não fecham
realização de um bom planejamento, pois
o ciclo normal da OS, mas necessitam ser
com ele mantemos a rastreabilidade das
registrados, pois a repetição desta
ações executadas. Desta forma podemos:
atividade em um determinado
equipamento pode significar uma perda da
• Buscar entender porque um reparo foi
sua função. Logo o sistema criado para a
executado,
OS deve atender a este tipo de
especificidade. É importante que o

37
®
SENAI CIMATEC

• Podemos monitorar uma falha horas de operação (tempo de uso)


encontrada sem ter que parar o diferente. Logo deve haver um Número de
equipamento, Controle por cada equipamento (o
Número de Série de fabricação ou número
• Ter o ganho de experiência para que de patrimônio da empresa). É importante
soluções já desenvolvidas ou testadas ressalvar que cada máquina tem um
não sejam repetidas ou se adequadas comportamento singular, mesmo quando
novamente utilizadas, produzida em série, a sua impressão
digital, podendo como resultado disso, ter
• Saber quem já teve experiência com a um comportamento diferente. É adequado
manutenção do equipamento. que todo equipamento tenha a sua pasta
de registros, e uma ficha informando todas
• Definir melhorias em função da as ações executadas, com um resumo da
repetição de determinadas falhas história do equipamento/ sistema.

• Controlar a aplicação do Plano de 9.3 Padronização da Manutenção


Manutenção Preventiva
A padronização é um meio para
• Responder a questões jurídicas, melhorar tanto a execução quanto o
quando aplicável. gerenciamento das atividades de
manutenção. Neste contexto, a execução
Todo registro de manutenção da manutenção deve ser entendida como
sobre o equipamento deve ser mantido, o trabalho operacional realizado junto ao
no mínimo até que um registro de um equipamento, enquanto que o
serviço equivalente seja realizado gerenciamento consiste no conjunto de
novamente. Os equipamentos devem ter o tarefas administrativas de planejamento
histórico isoladamente, e não para um da manutenção, dimensionamento do
conjunto em uma planta ou para um estoque, análise do registro de falhas e
sistema completo. Exemplo: para um dos resultados reais das inspeções,
conjunto moto-bomba, se os componentes reformas e trocas, elaboração e revisão
podem ser trocados separadamente, de orçamentos e planos de manutenção,
devemos manter um histórico para o dentre outras tarefas. A padronização é
motor e um para a bomba, pois teremos absolutamente essencial para que o
Padrões Operacionais Documentos que descrevem processos gerais como solicitação
de recursos, programação de serviços.

Instrução de Trabalho Documentos que descrevem como uma tarefa específica deve ser
executada

Padrões de Registros Documentos nos quais devem ser feitos os registros de


execução de serviços

Padrões do Sistema de Documentos estabelecidos para assuntos que dizem respeito a


Manutenção organização da manutenção
(Gerenciais)

Figura 9 - Fluxograma dos padrões de manutenção


38
Planejamento e Controle da Manutenção

trabalho de manutenção seja conduzido informações através de registros e da


de forma eficiente e confiável.Como execução passo a passo do plano de ação
controlar e melhorar o processo se não fecham o ciclo de controle.
conhecemos como ele é executado. A
padronização também nos auxilia nesta 9.5 Índices de controle
ação de busca contínua da melhoria, pois
é o referencial para o avanço. Não existe outra maneira
conhecida de saber o que se passa na
Outra contribuição da manutenção de uma empresa sem um
padronização é quanto se realiza o sistema adequado de informações. Este,
treinamento em novos padrões e a além de registrar todos os dados,
reciclagem no treinamento daqueles necessariamente deve fornecer gráficos,
padrões já estabelecidos. Esses facilitando ao gerenciamento e ao próprio
treinamentos expurgam os “vícios” na pessoal envolvido o controle do que está
passagem da experiência entre os acontecendo e permitindo decisões para
profissionais envolvidos no trabalho e correções de desvios de metas traçadas.
criam oportunidades de revisão dos Mas para comparar as metas/ referenciais
passos essenciais para execução da o homem se habituou a transformá-los em
atividade. valores, podendo comparar os resultados
quantitativos, os Índices de Controle.
9.4 Controle dos Recursos da Existem dezenas de índices, temos que
Manutenção ter o cuidado de escolher o que realmente
importa no controle da manutenção. O
Como uma regra geral, todos os excesso de informação pode atrapalhar
recursos da manutenção devem ser mais do que ajudar. Os índices de
dimensionados a partir de um plano de controle são parâmetros utilizados para
ação preventiva. Infelizmente, não é assim gerenciar a manutenção.
que as coisas têm acontecido num grande
número de empresas. Quando as • Os índices que são classificados
atividades de manutenção não estão conforme o seu enfoque:
baseadas num plano de ação preventiva,
podem surgir problemas, dentre os quais • No equipamento: controla-se a
se destacam as dificuldades de disponibilidade, a manutenibilidade e a
dimensionamento adequado das equipes confiabilidade.
de manutenção e das peças de reposição.
A principal conseqüência disso é a • Na mão de obra: controlar a
impossibilidade de elaborar e cumprir o programação e as pendências da
orçamento da manutenção com precisão. manutenção.
Neste cenário de desorganização, os
recursos da manutenção parecem oscilar • No custo/ financeiro: controlar o custo
entre um extremo de tranqüilidade e outro de mão de obra e material.
de alto estresse. Em outras palavras,
algumas vezes os recursos estarão • No desempenho: avalia o
superdimensionados e em outras serão desempenho global da manutenção
insuficientes.
• Na estratégia: criados para
Um bom plano de ação preventiva acompanhamento das estratégias ou
depende fundamentalmente da políticas definidas pela manutenção
metodologia usada para planejar e na (satisfação dos clientes, nº de
capacidade de prever situações, sendo sugestões apresentadas, nº de OS
resultado das informações obtidas pela realizadas pelos operadores)
experiência de trabalho. O controle destas

39
®
SENAI CIMATEC

A eficácia da manutenção deve intervenções não programadas


medir a relação entre máxima (Corretiva).
disponibilidade e menor taxa de
intervenções, ou de recursos gastos. Para HP – Tempo em Horas, calendário
minimizar o tempo e custos destas ou corridas/ bateladas de parada para
intervenções, é necessário que elas intervenções programadas (Preventiva/
sejam, antes de qualquer coisa, e tanto Preditiva).
quanto possível, planejadas. Parece-nos
importante, para avaliar o desempenho da Assim teremos os seguintes
manutenção, dividir suas intervenções em índices:
pelo menos dois grupos, atribuindo um
Índice de Manutenção corretiva –
índice representativo a cada um deles:
IMC
Grupo 1: Intervenções Programáveis /
IMC = (HC/ (HC+ HP+ HO)) x 100
Planejáveis
Índice DE Manutenção Preventiva/
São intervenções realizadas
Preditiva
sistematicamente, em intervalos fixos de
tempo, independente da condição do
IMC= (HP/ (HP+ HO + HC)) x 100
equipamento, portanto passíveis de
programação/ planejamento com grande Disponibilidade ou Índice de
antecedência (Manutenção preventiva Confiabilidade Operacional
sistemática), bem como aquelas
determinadas pelo monitoramento ICO = (HO/ HO + HP + HC)) x100
preditivo do equipamento, capaz de
projetar – entre a detecção do defeito e a Ressalve-se que, o tempo, nos
ocorrência estimada da falha – o tempo denominadores das fórmulas indicadas
hábil para uma adequada programação/ acima, considera apenas as somas das
planejamento da intervenção. horas efetivas programadas para
operação no período considerado,
Grupo 2: Intervenções Não possibilitando uma validação do
programáveis / Não Planejáveis desempenho mais fiel de plantas que não
(chamadas, em muitas organizações, tenham sido solicitadas em tempo integral
de “Acidentais” ou simplesmente no período sob avaliação, bem como
“Corretivas”). possibilita a comparação do desempenho
entre plantas que não tenham sido
São as intervenções de caráter solicitadas em regimes idênticos de
aleatório, em respostas a falhas já produção.
consumadas que não propicia tempo hábil
para planejamento da intervenção. A fim de que os índices expressem
fidelidade ao real de uma planta, é
Para exprimir os índices capazes necessário que o pessoal de operação e
de avaliar as interferências dos dois manutenção envolvidos na coleta e
grupos de intervenções, necessitamos registro de dados para calculá-los, tenha
caracterizar e levantar os seguintes iminente certos critérios definidos entre
tempos: eles, evitando divergências.
HO (TOPT) – Tempo em Horas,
calendário ou corridas/ bateladas de 9.6 Índices para Custos da
operação produtiva sob avaliação. Manutenção
HC – Tempo em Horas, calendário Este é um aspecto que não pode
ou corridas/ bateladas de parada para ser analisado isoladamente, certamente

40
Planejamento e Controle da Manutenção

refletirá, em médio prazo, a eficácia da Pode-se, portanto, definir um


sistemática de Manutenção praticada. A índice referente à capacidade produtiva e
manutenção em equipamentos, sistemas considerá-lo em conjunto com a avaliação
ou instalações estará intimamente dos demais índices, porém levando-se em
relacionada a seu porte, complexidade, conta as limitações comentadas acima.
sofisticação e valor. Desta forma um Este índice pode ser expresso como
índice adequado para avaliar o aspecto segue:
“Custo da Manutenção” é definido pela
seguinte expressão: ICP = CPR/ CPN x 100

ICM = CM / CR x 100 CPR – Capacidade Produtiva


Realizada no período sob análise
CM – Custo da Manutenção no
período em Análise CPN – Capacidade Produtiva
Nominal no período sob análise
CR – Custo de reposição do
equipamento, sistema, instalação ou 9.8 Evolução dos índices
planta sob análise.
Partindo de uma planta com perfil
Estes valores devem ser sempre de manutenção essencialmente em
atualizados para uma data representativa corretiva, a aplicação de um programa
do Valor Presente Líquido. eficaz de manutenção, traria como
resultado a seguinte evolução dos índices
Outro fator que contribui para uso definidos:
deste índice é o fato de periodicamente
serem divulgados, por revistas • Fase inicial - O IMC deve cair
especializadas de circulação mundial,
relatórios sobre a evolução dos custos da O IMP deve subir
Manutenção com base neste índice.
A Dispon ou ICO deve permanecer
Outros índices que são muito estável ou mesmo cair um pouco, em
usados para avaliação dos custos de função da sobrecarga temporária de
manutenção são índices baseados nas intervenções preventivas, necessárias
unidades de produção controladas, como: para reverter o regime de forma
permanente;
ICM = CM/ ton do produto
O ICM pode subir, em função do
ICM = CM/ Nº de componentes aumento das despesas para atualizar os
fabricados equipamentos e corrigir problemas
crônicos durante as intervenções
9.7 Capacidade Produtiva preventivas.

Se um equipamento, sistema, • Fase Posterior - O IMC deve


instalação não desenvolve sua plena continuar a cair, estabilizando em
capacidade, isto tanto pode ocorrer por níveis aceitáveis
problemas imputáveis à qualidade da
manutenção praticada, quanto por outras O IMP deve estabilizar-se
causas como insuficiência no suprimento
de matéria-prima para o processo ou O ICM deve cair, estabilizando-se
variações atípicas na qualidade da mesma em níveis mais aceitáveis.
(fatores certamente independentes da
qualidade da manutenção). Se implementarmos um programa
de manutenção com base maior em ações

41
®
SENAI CIMATEC

preditivas viáveis economicamente, os 9.9 Outros índices de


índices evoluiriam da seguinte forma: Desempenho da Manutenção

• O IMC deve cair • % Reserviço:

• O IMP deve cair, em função do fato de É a divisão entre número de reserviços e


que as intervenções, embora número de intervenções, que avalia a
programáveis, passam a serem feitas eficácia das intervenções. Critérios devem
somente quando os parâmetros ser definidos claramente sobre o que é
monitorados indicam perspectiva da reserviço, para evitarmos contar
falha. intervenções por motivos diferentes.

• O ICO deve subir • Manutenibilidade

• O ICM deve cair, em função das Este índice além de ser referencial
intervenções. para análise do equipamento, também é
usado para avaliação das equipes de
No quadro a seguir (ref [7]) manutenção, pois a identificação do
retratamos um destes exemplos, referente tempo para retorno ao serviço é composta
a uma unidade de produção de CO2 a pelo desempenho das equipes de
partir da combustão de óleo pesado, manutenção. Um acompanhamento deste
pertencente a Liquid Carbonic e indicador em conjunto com a avaliação
localizada próximo a Recife -PE dos resultados fora de um desempenho
médio (levantamento usando a
Tabela 2 - Evolução dos índices de manutenção distribuição de probabilidades Lognormal)
em uma planta Petroquímica
auxilia na avaliação das dimensões das
ANO IMC IMP ICO ICM
equipes de manutenção.
1991 0.4% 11.9% 86.9% 4.3%
• BackLog:
1992 0.1% 14.9% 84.7% 3.0%
É o tempo necessário para concluir
1993 0.0% 7.8% 92.2% 2.3% todos os serviços pendentes com os
mesmos recursos. Este índice
normalmente é a soma dos tempos das
Esta era uma planta já antiga e “OS” divididos pelo homem-hora-dia (ou
que encerrou sua atividade em 1994 do período em análise) disponível.
devido a entrada em operação de um
nova unidade da região, com tecnologia Exemplo: Para se lavar um carro,
mais avançada e menor custo de duas pessoas gastam 1 hora, e supondo
produção, razão pela qual os dados do que elas tenham que lavar seis carros
quadro vão até 1993. A planta já aplicava ainda pendentes, elas então, levariam 6
um programa de manutenção preventiva horas para concluir todas as atividades, e
sistemática anteriormente a 1990, porém, estas pessoas estão disponíveis 8
a partir de 1991, iniciou um programa de horas/dia. Neste caso o resultado seria
monitoramento preditivo dos Backlog = 0.75
equipamentos críticos para a produção.
Os resultados mostrados no quadro Este índice é usado para mensurar
indicam claramente os efeitos e os acerto e controlar para que possamos avaliar se
da sistemática adotada, pela redução, no os planos de manutenção estão
terceiro ano, de todos os índices de adequados e se a quantidade de
interferências e custos de manutenção, e “homens” que dispomos estão
pelo aumento do ICO. compatíveis com a nossa necessidade. É
importante observar que sempre devemos

42
Planejamento e Controle da Manutenção

ter um backlog adequado para que não Índice de Disponibilidade – Relação


tenhamos nunca ociosidade das equipes. entre o tempo programado pelo tempo
real de operação de desempenho
9.10 Alguns índices com foco no
desempenho do equipamento Índice de Performance – mede o
desempenho do equipamento comparado
• MTBF a um ciclo ideal de operação

É o tempo médio entre falhas. É usado Índice de Qualidade – Este indicador


bastante para determinar se o preocupa-se com a capacidade de fazer
equipamento está falhando antes do certo a primeira vez, pois o mesmo faz a
previsto. Ex.: O amortecedor de um carro relação entre a quantidade de peças boa
tem um MTBF de 50.000km, se falhar e ruins (scraps e peças retrabalhadas).
antes disso, será feito uma investigação
para análise de causa. Pesquisas e Para cálculo do OEE devemos
melhorias são feitas para se aumentar estar bem documentados mostrando o
esse índice. progresso através da eliminação das
grandes perdas, sendo a coleta de dados
• MTTR o fator primordial para fornecimento das
informações referentes ao que realmente
É o tempo médio gasto no reparo. está acontecendo no processo e de onde
Este índice é usado para avaliar o tempo foram feitos os gráficos que compões o
gasto num reparo ou conserto. OEE. A tabela a seguir na Figura 10
apresenta um cálculo típico.
• Disponibilidade e Confiabilidade

Já definidos anteriormente.

• OEE (Overhall Equipment Eficiency) -


Índice de Desempenho Global do
Equipamento

Este índice é bastante usado na


indústria de bens de consumo, de
produção em processos discretos (não
contínuos), para medir nosso progresso
na redução de perdas.

O OEE utiliza o produto de três


índices:

OEE Índice de Índice de Índice de


Disponibilidade Performance Qualidade

Falha do Equipamento Ociosidades Rebarbas


Perda preparação Pequenas paradas Defeitos
Perda por ajuste Perda por Velocidade Qualidade
Perda Desgaste Ferramenta

Figura 10 - Cálculo do OEE

43
Planejamento e Controle da Manutenção

Cálculo do OEE
Equipamento: 6-OE Prensa de Estampagem Data: 17/10/99
Peça : OP10 Turno : 2
ÍNDICE DE DISPONIBILIDADE
A- Tempo Programado Total: 480 min
B- Parada Planejada 60 min
C- Tempo Disponível (A-B) 420 min
(Total – Planejado)
D- Atrasos:
Copiados do Relatório de Atrasos
• Paradas 4
• Ajustes e Preparação 2 175 min
• Pequenas Paradas 5 Minutos Perdidos
80 min
30 min
E- Tempo de Operação 65 min
(Tempo Disponível – Atrasos)

F- Índice de Disponibilidade (C-D) 245 min


(Tempo de Operação/ Tempo Disponível x 100)

(E/C x 100) 58%

ÍNDICE DE PERFORMANCE
G- Total de Peças Produzidas: 265
(Boas e Ruins)
H- Tempo de Ciclo ideal :
0,80 min/ peça
I- Índice de Performance
(Tempo de Ciclo Ideal x Total de Peças Produzidas/ (H x G/E x 100) 86%
Tempo de Operação x 100)
ÍNDICE DE QUALIDADE
J- Total de Defeitos (Scraps e Peças Retrabalhadas) ’10 peças

K- Índice de Qualidade ((Total de peças produzidas – Total de


Defeitos)/ Total de Peças Produzidas x 100)
((G-J)/ G x 100) 96%
L-
ÍNDICE DA EFICIÊNCIA GLOBAL DO EQUIPAMENTO (OEE)
L – Índice da Eficiência Global do Equipamento
(ID x IP x IQ) (F x I x K) 48%

Figura 11 – Tabela de referência por “curvas ABC de estoque

45
Planejamento e Controle da Manutenção

9.11 Auditorias • Plano de auditoria - definição do


objetivo, norma de referência, lista de
A auditoria é um dos pilares de verificação e programação;
qualquer sistema de controle, e tem como
objetivo principal verificar, de forma • Comunicação aos auditados;
comparativa, como esta sendo cumprido o
que foi planejado/ padronizado. A • Reunião inicial com presença dos
auditoria é o braço mais próximo da responsáveis diretos pelo processo a
execução da manutenção, e por isso ser auditado, informando a
indispensável, pois coloca luz sobre programação, áreas e pessoas
pontos nem sempre percebida pelos envolvidas;
registros que são “frios” na sua
informação. • Levantamento de dados e entrevistas;

As auditorias eram percebidas de • Reunião de avaliação dos auditores;


forma pejorativa, pois pela própria
natureza, identificavam falhas no • Reunião de fechamento –
processo, mas que eram interpretadas apresentação das Não-conformidades
como falhas de pessoas. O caminho encontradas e prazos, e avaliação
trilhado pelas auditorias da qualidade nas geral;
empresas transformou esta visão e
fortaleceu a imagem de que a auditoria • Envio de relatório escrito.
permite principalmente perceber
oportunidades de melhoria. Um auditor
precisa passar por treinamento específico
para aprender a lidar com as dificuldades
da relação entre auditores e auditados.

As auditorias podem ser internas,


quando realizadas por profissionais da
própria organização, ou externas, quando
realizada por um organismo de
certificação externo ou auditores
independentes.

Ë importante estar claro para o


auditor, no seu trabalho que, só é possível
auditar quando se tem uma referência,
seja uma norma, um procedimento, uma
prática descrita ou uma instrução de
trabalho. Logo, se a manutenção ainda
não passou por um processo de
padronização das suas atividades não é
possível ser auditada, pois qualquer
norma, em algum nível, exigirá processos
estabelecidos, padronizados.

A auditoria é um processo formal e


precisa ser tratada desta forma para se
obter bons resultados. O processo de
Auditoria é composto pelas seguintes
fases:

47
®
SENAI CIMATEC

Gerenciamento de Sobressalentes 10
está associado à probabilidade de um
10 Gerenciamento de equipamento falhar, exceto quando usado
Sobressalentes exclusivamente para planos de
manutenção preventiva, que trabalha com
O dimensionamento das peças de
tempo fixo de intervenção. Algumas
reposição da manutenção influencia
etapas geralmente são seguidas:
fortemente os custos de manutenção e a
lucratividade da empresa. Por isso, o
• PRIMEIRA DECISÃO – Estocar ou
gerenciamento deste recurso é uma das
não o material?
tarefas mais críticas dos departamentos
de manutenção. O dimensionamento Metodologias como a
incorreto pode causar grandes prejuízos. categorização por curva ABC, auxiliam na
Junto com o gerenciamento dos recursos decisão inicial de estocar ou não o item, e
humanos, o gerenciamento das peças de principalmente após obter uma
reposição é essencial para garantir uma experiência registrada. Baseado no
manutenção eficiente. Para dimensionar o Princípio de Pareto que nos diz que
estoque de componentes de reposição poucos itens possuem grande efeito sobre
deve-se levar em consideração fatores o sistema. Logo baseado no perfil de
como: potencial de falha, custo da quebra consumo médio e no valor do item,
x valor do componente, rotatividade do podemos estabelecer que os itens com
componente, tempo de reposição em maior consumo e maior valor devem ser
estoque (setup) e Turn Around Time priorizados na listagem em estoque. Não
(tempo de retorno revisão). Não podemos podemos esquecer, mais uma vez, a
esquecer que um componente em preocupação com a história de trabalho,
estoque não está produzindo e que por para estabelecer uma freqüência de uso/
isso não é um ativo, significando em saída de estoque, pois estamos
perda. O dimensionamento do estoque é trabalhando com probabilidade e
uma avaliação de risco, financeira, pois

Redução de Consumo
A B C

Redução do
X
valor
imobilizado Y

Z
Figura 12 - Tabela de referência por “curvas ABC de estoque”

48
Planejamento e Controle da Manutenção

estatística. e soma-se a fórmula, garantindo um


trabalho com um risco menor. Como esta
• SEGUNDA DECISÃO – Decidido atribuição é manual ela corre o risco de
estocar? Quando emitir o pedido de aumentar o investimento. Desta forma é
Compra? importante levar em conta a experiência
da empresa nesta decisão.
Estamos decidindo aqui o Ponto de
Ressuprimento ou Estoque Mínimo. Para • TERCEIRA DECISÃO - Que
controlar o estoque de matérias primas Quantidade devo adquirir?
que estão ligadas à produção é possível
estabelecer um padrão de consumo Precisamos considerar agora qual
determinístico, mas no caso de materiais a quantidade a comprar quando
não produtivos, os padrões são precisamos ressuprir. Se comprarmos
probabilísticos. Assim Produtos muito podemos estar fazendo um
administrativos, de limpeza, segurança, investimento desnecessário, e se
consumíveis de manutenção e comprarmos muito pouco poderemos ter
sobressalentes precisam ter um padrão um consumo em um tempo menor que o
com base em uma distribuição de “Lead Time”. Ou seja, qual o lote ‘mais
probabilidades que melhor se ajuste ao ajustado para compra.
seu consumo.
CC TMC
As equações estabelecidas abaixo LEC = 24 * *
HC PMU
que servirão para responder às perguntas
acima, são baseadas na distribuição de
Poisson que governa 85% dos casos que
ocorrem na manutenção, e que para o CC - Custo de Compra – custos
restante dos casos o erro em seu uso esta envolvidos na colocação do pedido
na faixa de 5%. (despesas administrativas, pessoal,
processo)

PR = (TMC * LTIME ) + ( K * TMC * LTIME ) HC – Holding Cost – encargos


envolvidos com a posse de um item
(taxas, estocagem)
TMC = Taxa Média de Consumo,
que no caso da manutenção equivale à PMU - Preço Médio da Unidade
taxa de falhas.
Ressalva-se que o Lote econômico
K = fator de segurança relacionado de compra deve ser ajustado a forma
com o conceito de criticidade do item, como é comercializado o item (Exemplo:
variando os seus valores de 1 a 5 , em em pacotes de 4)
ordem crescente coma criticidade.

LTIME = Lead Time – tempo entre


o reconhecimento da necessidade do item
e o momento em que o item está pronto
para uso.

É importante que seja ressaltado


que os materiais estratégicos quando a
sua taxa de falha é igual a zero (TMC = 0)
no período em análise, cria-se uma
quantidade crítica (geralmente iguala a 1)

49
Planejamento e Controle da Manutenção

Implantação do PCM 11
planejada, como é o natural supor ser a
de melhor resultado.
11 Implantação do PCM
Em geral o que encontramos são
Você viu várias técnicas aplicadas empresas já estabelecidas que precisam
num planejamento e no controle da dos seus resultados, no menor tempo
manutenção, sendo a ideal aquela que lhe possível. Para obter uma fotografia do que
der um retorno satisfatório à sua está acontecendo é necessário um
necessidade visando: Disponibilidade X levantamento dos índices, ou
Confiabilidade X Custo X Segurança. estabelecimento destes, o que permite
Tendo sempre em mente que a concluir que os índices serão sempre um
manutenção é para manter o fluxo de dos pontos de partida.
produção com a sua disponibilidade mais
alta possível, confiabilidade alta e com os É importante nestes casos
menores custos, a escolha do marco perceber que estamos falando sempre de
fundamental de início do PCM em um processo contínuo de Planejamento,
qualquer é sempre uma grande incógnita. Execução, Controle, Avaliação e Ações de
Melhoria e, portanto, precisamos iniciar
Se estivermos falando de uma rodando o processo, esteja ele onde
empresa que está iniciando as suas estiver. Se possuirmos uma base de
operações, é natural que possamos iniciar controle, iniciaremos por ela. Se tivermos
pela política da manutenção, e por um plano de manutenção preventiva
avaliação do Ciclo de vida de Ativo a ser acontecendo, passemos a avaliá-lo.
comprado. Desta forma, estaríamos
começando o processo de forma O fundamental é iniciar o Ciclo de
Gestão.

51
Planejamento e Controle da Manutenção

Referências 12

12. Referências

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