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Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os principais tipos de resistores e de po-
tenciômetros, além de ver para qual situação cada um é mais apropriado.
Também aprenderá sobre a Lei de Ohm — a qual se relaciona diretamente
à corrente elétrica —, a tensão e a resistência elétrica, conhecimentos
aplicados aos resistores. Por fim, você verá algumas formas de aplicar a
Lei de Ohm para circuitos resistivos.
Resistores e potenciômetros
Os resistores elétricos são componentes vastamente empregados em circuitos
elétricos e eletrônicos, com a finalidade fundamental de oferecer certa resis-
tência para a corrente elétrica (GUSSOW, 2009). São componentes simples
e muito versáteis, muitas vezes indispensáveis para o funcionamento desses
circuitos. Apesar de simples, estão disponíveis em uma grande variedade,
cada um voltado a uma aplicação e situação específicas.
Nesta seção, veremos os principais tipos de resistores, suas características,
aplicações e limitações. Também veremos os potenciômetros e os reostatos,
que nada mais são do que resistores cujo valor nominal pode ser alterado de
forma mecânica (movimentando um cursor, por exemplo) dentro de uma faixa
de valores. Por fim, discutiremos brevemente os resistores cujo valor nominal
pode ser alterado por meio da luz incidente e da variação de temperatura.
2 Eletricidade básica I
Resistores fixos
Os principais tipos de resistores fixos são os seguintes:
(a) (b)
Figura 2. (a) Símbolos utilizados para resistores fixos; (b) símbolos utilizados para resistores
variáveis.
Fonte: Adaptada de Gussow (2009).
Potenciômetros e reostatos
Os potenciômetros e os reostatos são resistores com capacidade de alterar
seu valor de resistência de forma mecânica. Em outras palavras, tratam-se de
resistores variáveis, que se comportam como um divisor de tensão — veja
na Figura 2b os símbolos utilizados para representar os resistores variáveis.
4 Eletricidade básica I
Outros resistores
Além dos resistores fixos e dos resistores variáveis, existem ainda os resis-
tores que são variáveis mediante algum fenômeno físico. Os fotorresistores
(Figura 5), também conhecidos como LDR (light dependent resistor ou
resistor dependente de luz), têm uma resistência elétrica que depende
da intensidade de luz incidente sobre eles. Existem modelos sensíveis a
vários comprimentos de onda. Esse tipo de resistor é muito empregado em
fotocélulas, como as que fazem as lâmpadas dos postes acenderem quando
anoitece, por exemplo.
6 Eletricidade básica I
E12 10% 10, 12, 15, 18, 22, 27, 33, 39, 47, 56, 68, 82
E24 1% 10, 11, 12, 13, 15, 16, 18, 20, 22, 24, 27, 30, 33,
5% 36, 39, 43, 47, 51, 56, 62, 68, 75, 82, 91
E48 2% 100, 105, 110, 115, 121, 127, 133, 140, 147, 154,
162, 169, 178, 187, 196, 205, 215, 226, 237, 249,
261, 274, 287, 301, 316, 332, 348, 365, 383, 402,
422, 442, 464, 487, 511, 536, 562, 590, 619,
649, 681, 715, 750, 787, 825, 866, 909, 953
E96 1% 100, 102, 105, 107, 110, 113, 115, 118, 121, 124, 127,
130, 133, 137, 140, 143, 147, 150, 154, 158, 162, 165,
169, 174, 178, 182, 187, 191, 196, 200, 205, 210, 215,
221, 226, 232, 237, 243, 249, 255, 261, 267, 274, 280,
287, 294, 301, 309, 316, 324, 332, 340, 348, 357, 365,
374, 383, 392, 402, 412, 422, 432, 442, 453, 464,
475, 487, 499, 511, 523, 536, 549, 562, 576, 590, 604,
619, 634, 649, 665, 681, 698, 715, 732, 750, 768,
787, 806, 825, 845, 866, 887, 909, 931, 953, 976
(Continua)
8 Eletricidade básica I
(Continuação)
E192 0,1% 100, 101, 102, 104, 105, 106, 107, 109, 110, 111, 113,
0,25% 114, 115, 117, 118, 120, 121, 123, 124, 126, 127, 129,
0,5% 130, 132, 133, 135, 137, 138, 140, 142, 143, 145, 147,
149, 150, 152, 154, 156, 158, 160, 162, 164, 165, 167,
169, 172, 174, 176, 178, 180, 182, 184, 187, 189, 191,
193, 196, 198, 200, 203, 205, 208, 210, 213, 215, 218,
221, 223, 226, 229, 232, 234, 237, 240, 243, 246,
249, 252, 255, 258, 261, 264, 267, 271, 274, 277, 280,
284, 287, 291, 294, 298, 301, 305, 309, 312, 316,
320, 324, 328, 332, 336, 340, 344, 348, 352, 357,
361, 365, 370, 374, 379, 383, 388, 392, 397, 402, 407,
412, 417, 422, 427, 432, 437, 442, 448, 453, 459, 464,
470, 475, 481, 487, 493, 499, 505, 511, 517, 523, 530,
536, 542, 549, 556, 562, 569, 576, 583, 590, 597,
604, 612, 619, 626, 634, 642, 649, 657, 665, 673, 681,
690, 698, 706, 715, 723, 732, 741, 750, 759, 768, 777,
787, 796, 806, 816, 825, 835, 845, 856, 866, 876,
887, 898, 909, 920, 931, 942, 953, 965, 976, 988
Os resistores para uso geral e para precisão têm um código de cores que
indica seu valor nominal e sua tolerância para o valor nominal. Para as séries
E6, E12 e E24, esse código de cor tem quatro faixas (ou três em regime op-
cional para a série E6). Já para as séries E48, E96 e E192, os resistores têm
cinco ou seis faixas.
Nesse código, quando o resistor for indicado por até quatro faixas, as três
primeiras serão separadas da quarta faixa por um espaço, para indicar a ordem
de leitura. A última faixa a ser lida deve ser a que está separada pelo espaço.
Quando o resistor for indicado por cinco ou seis faixas, o espaço separa a
quarta da quinta faixa.
O valor nominal, conforme o padrão do Quadro 1, é indicado pelas duas
primeiras faixas, quando o resistor pertencer às séries E6, E12 e E24, e pelas
três primeiras faixas, quando ele for das outras séries. A faixa subsequente é
dita faixa multiplicadora, que representa a década de valor à qual o resistor
Eletricidade básica I 9
Coef. de
Tolerância
Cor Valor Multiplicador temp.
(%)
(ppp/K)
Cor ausente 20
https://goo.gl/kqWMb9
Eletricidade básica I 11
Outros modelos de resistores, quando seu valor nominal não é indicado pelo código
de cores, têm seu valor inscrito de alguma forma em seu corpo.
V R
V = R · I (1)
V
I= (2)
R
V
R= (3)
I
Onde:
R = resistência elétrica do resistor
V = tensão medida diretamente sobre o resistor
I = corrente elétrica que passa pelo resistor
P = V · I (4)
V2
P= (5)
R
P = R · I2 (6)
Onde:
R = resistência elétrica do resistor
V = tensão medida diretamente sobre o resistor
I = corrente elétrica que passa pelo resistor
P = potência elétrica do resistor
Eletricidade básica I 13
V
I=
R
220V
≅ 9,17A
24Ω
14 Eletricidade básica I
Para determinar a potência, vamos usar a Lei de Ohm para potência, con-
forme as Equações 4, 5 ou 6 — aqui utilizaremos a Equação 5, em que
V2
P=
R
220V 2
≅ 2016W ≅ 2kW
24Ω
Resistores em série
Quando temos dois ou mais resistores ligados, conforme a Figura 7, dizemos
que eles estão associados em série. Nesse caso, a corrente elétrica que circula
por R1 é a mesma que circula por R2 e, por isso, para podermos aplicar a Lei de
Ohm nesse circuito, devemos primeiro imaginar que os dois resistores serão
substituídos por um resistor equivalente, cuja resistência total será Req = R1 +
R2. Ao fazermos essa substituição imaginária, o circuito da Figura 7 se torna
idêntico ao circuito da Figura 6, e a aplicação da Lei de Ohm se torna possível
conforme já foi demonstrado. A resistência equivalente para circuitos desse
tipo deve ser determinada de forma genérica conforme a Equação 7, na qual a
resistência equivalente é dada pelo somatório de cada resistência Rn em série
(GUSSOW, 2009).
Req = ∑ Rn (7)
R1 R2
Req = ∑Rn
R1 + R2 = 50Ω + 750Ω
800 Ω
V
I=
R
6V 6V
=
Req 800Ω
0,0075 A = 7,5mA
R2
V2 = V1
R1 + R2
R1
V1
R2 V2
a b c b
Ra Rb
a c
Resistores em paralelo
Uma associação de resistores em paralelo ocorre quando a corrente elétrica que
passa por eles precisa se dividir, como a bifurcação de um caminho, conforme
ilustrado na Figura 10. Nesse caso, a grandeza que é comum aos resistores em
paralelo é a queda de tensão entre cada um deles.
V R1 R2
1 1
= ∑ (8)
Req Rn
R
Req = n (10)
Se um circuito com dois resistores for associado conforme ilustrado na Figura 10, em
que R1 = R2 = 100Ω está ligado a uma bateria de 12V, qual deve ser a corrente que a
bateria terá de disponibilizar para os resistores?
Para solucionar esse problema, devemos substituir os resistores que estão em paralelo
por um resistor equivalente. A forma genérica de determinar o resistor equivalente
é por meio da Equação 8, porém, como temos apenas dois resistores em paralelo,
podemos usar também a regra do produto pela soma, conforme a Equação 9. Mas
os resistores são todos iguais, o que também permite que utilizemos a Equação 10.
Vamos conferir se as três equações fornecem o mesmo resultado:
A resistência equivalente Req segundo a equação genérica 8:
1 =∑ 1
Req Rn
1 1 1 1
+ = +
R1 R2 100Ω 100Ω
1
0,01 + 0,01 → Req = Ω = 50Ω
0,02
R1 · R2
Req =
R1 + R2
100Ω · 100Ω
100Ω + 100Ω
10000Ω
= 50Ω
200Ω
Eletricidade básica I 19
R
Req =
n
100Ω
= 50Ω
2
Como foi demonstrado, cada uma das relações, forneceram a mesma Req = 50Ω.
Agora podemos aplicar a Lei de Ohm por meio da relação descrita na Equação 7
para obter a corrente elétrica que a bateria irá fornecer:
V
I=
R
12V 12V
=
Req 50Ω
0,24 A = 240 mA
GUSSOW, M. Eletricidade básica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. (Coleção Schaum).
RESISTOR GUIDE. [S. l.], 2019. Disponível em: http://www.resistorguide.com/. Acesso
em: 5 abr. 2019.
Leituras recomendadas
BALBINOT, A.; BRUSAMARELLO, V. J. Instrumentação e fundamentos de medidas. 2. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2010. v. 1.
20 Eletricidade básica I