Você está na página 1de 5

Organizei o texto para ser fácil de consultar quando for necessário rever

algum argumento.

Os tópicos principais estão todos enumerados abaixo e mesmo podendo

ser lidos individualmente, pode perder um pouco do significado sem a

referência de tópicos anteriores.

. Qual o real problema da COVID-19

. Como funciona o crescimento exponencial

. O que faz o coronavírus diferente das outras causas de morte

. Numa pandemia não é só o vírus que mata

. Como a ciência funciona

. A ciência está sempre errada

. Mas então, por que confiar na ciência?

. Mas por que estudos não se concretizaram?

. O que fazer quando faltam evidências?

. O princípio da precaução

. E a economia, como fica?

. Não sei mais no que acreditar

. Em quem confiar?

. O que você vê não é tudo o que existe


Como um texto extenso e repleto de informações, erros podem surgir e

serão ajustados pontualmente.

No dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial de Saúde anunciou

que a COVID-19 havia se tornado, oficialmente, uma pandemia. Uma

crise epidêmica fora de controle e presente em diversos países.

A principal característica da COVID-19 e que torna o problema grande,

não é sua taxa de letalidade, mas sua relativa facilidade de transmissão.

Não à toa, em 4 meses, o vírus se espalhou completamente pelo mundo

todo.

No momento em que escrevo, existem apenas 15 países no mundo sem

nenhum caso de coronavírus confirmado, todos eles muito pequenos.

A tendência é que em pouco tempo estes 15 países deixem de ser

exceção. A capacidade de transmissão do vírus é alta o suficiente para

sabermos que, ao primeiro caso identificado, existe a certeza de que

outros casos também surgirão.

Desde então o que vimos no mundo foi uma rápida escalada de três

pontos fundamentais:

. O número de infectados e mortos aumentou exponencialmente


. Adoção de medidas de contenção para evitar a transmissão

. Uma guerra de informação foi iniciada para tentar reduzir a

impressão pública sobre os reais riscos do coronavírus.

Estes três tópicos principais reúnem tudo o que existe de mais

importante no mundo neste momento. Nada que está acontecendo agora

é mais fundamental do que compreender muito bem essa crise e navegar

entre essas três questões fundamentais.

Toda confusão na compreensão destes três pontos fundamentais que o

mundo está vivendo, é reflexo da falta das mesmas bases teóricas, e para

isso é necessário estressar um pouco esses assuntos, que são:

. Como lidar com riscos desconhecidos

. Como a ciência trabalha

. Como saber em quais informações confiar

Podem parecer questões bobas olhando isoladamente, mas em meio ao

medo e tensões levantadas pelo caos da pandemia, pode acabar sendo

muito difícil navegar por esses assuntos.

Qual o real problema da COVID-19?

Eu sei que alguns dos pontos aqui serão óbvios ou repetitivos, mas é

necessário colocar todos na mesma página antes de abordar questões

mais específicas.
É pela falta do termo comum que discussões não chegam à lugar algum.

Para discutir um assunto tão sério como este, não podemos correr o risco

de confundir questões ou falar de problemas diferentes. Estar na

mesma página é essencial para toda parte mais complicada.

Quando os primeiros casos de coronavírus chegaram ao Brasil, a

primeira dúvida que surgiu era a taxa de letalidade em relação ao

número de casos identificados. No início, estimava-se que a mortalidade

poderia variar entre 0,8 e 3%.

Hoje sabemos que essa taxa pode variar muito dependendo de detalhes

como faixa-etária e condições de saúde preliminares. Mais ainda,

entendemos que o ambiente e a cultura dos próprios países também

influenciam na divergência desse percentual.

No momento em que escrevo este texto, a taxa de letalidade no Brasil

está em 6,3%, mas existem diversos problemas neste número. Vamos

falar sobre isso um pouco mais adiante.

Quando pensamos em doenças e percentual de risco, o natural é abordar

a informação do ponto de vista individual.

se dentro dos casos de coronavírus, apenas hipotéticos 1,5% morrerem,

qual é a chance de, logo eu, morrer disso?


Ao pensar individualmente a questão parece ser muito menor do que

quando olhamos para o país inteiro, ou melhor, para o mundo inteiro.

E para isso precisamos entender algo que a maioria das pessoas não

consegue perceber com clareza, mesmo utilizando palavras como

exponencial e escalável o tempo todo.

Você também pode gostar