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Funções

Funções Trigonométricas
Razões trigonométricas
• Considere o triângulo retângulo ilustrado a seguir.
𝐶
𝛼 = 𝐴𝐵 𝐶
𝛽 𝛽 = 𝐴𝐶 𝐵
𝑎 𝑏 𝛼 + 𝛽 = 90°
𝑎 = med(𝐵𝐶)
𝛼 𝑏 = med(𝐴𝐶)
𝑐 = med(𝐴𝐵)
𝐵 𝑐 𝐴

• Os lados e do triângulo retângulo que formam o ângulo reto são


chamados de catetos.
• O lado oposto ao ângulo reto é chamado de hipotenusa.
• No triângulo retângulo vale o Teorema de Pitágoras: .
• O seno de um ângulo é o valor dado pela razão entre as medidas do cateto
oposto a esse ângulo e da hipotenusa.
𝐶 𝑏 𝑐
sen 𝛼 = cos 𝛼 =
𝑎 𝑎
𝛽 𝑐 𝑏
sen 𝛽 = cos 𝛽 =
𝑎 𝑏 𝑎 𝑎

𝛼
𝐵 𝑐 𝐴

• O cosseno de um ângulo é o valor dado pela razão entre as medidas do


cateto adjacente a esse ângulo e da hipotenusa.
• Lembrando que e são ângulos complementares temos e
assim podemos escrever .
• Das relações anteriores podemos deduzir que:
𝐶

 𝛽
𝑎 𝑏
• Então temos:

 𝛼
𝐵 𝑐 𝐴
• A relação trigonométrica fundamental é:
 para qualquer ângulo agudo .
 De fato temos .
• A tangente de um ângulo é o valor dado pela razão entre as medidas do
cateto oposto e do cateto adjacente a esse ângulo.
𝐶
𝑏 𝑐
tg 𝛼 = tg 𝛽 =
𝑐 𝑏 𝛽
𝑎 𝑏
• Note que , ou seja,

• . 𝛼
𝐵 𝑐 𝐴

• A cotangente de um ângulo é o inverso da tangente desse ângulo.


• e .
• Então .
• A secante de um ângulo é o inverso do cosseno desse ângulo.
• .
• A cossecante de um ângulo é o inverso do seno desse ângulo.
• .
• Temos então seis razões trigonométricas principais: seno, cosseno, tangente,
cotangente, secante e cossecante.
• Tomando a relação trigonométrica fundamental e
dividindo-a por , obtemos , isto é,
• .
• Se tomarmos a relação fundamental e dividirmos tudo por
obteremos .
• Temos então as seguintes definições e relações para ângulos agudos:

 𝐶

 𝛽
𝑎 𝑏


𝛼
 𝐵 𝑐 𝐴


• Além disso, observando o triângulo retângulo podemos deduzir
que , o mesmo acontecendo para .
• Logo . E consequentemente, .
• Para que se possa estender as definições das razões trigonométricas
elementares a ângulos quaisquer, e em seguida definir as funções
trigonométricas, necessitaremos de dois conceitos auxiliares: o ciclo
trigonométrico e o radiano.
O ciclo trigonométrico
• Considere o plano cartesiano usual com uma circunferência de raio unitário
centrada na origem dos eixos cartesianos.
• Dado um ângulo qualquer, vamos associar a ele o ângulo central no
qual é sempre o ponto da circunferência com coordenadas e éo
ponto da circunferência correspondente ao ângulo que possui a mesma
medida de .

𝛼
𝐴
• O ciclo trigonométrico é esta circunferência, com sentido de percurso
orientado positivamente no sentido anti-horário.

𝛼
𝐴
• Vamos associar ao ângulo central o arco .
• Os ângulos são medidos em graus .
• Precisamos de uma medida para o comprimento do arco que seja
compatível com a medida do ângulo correspondente.
• Por exemplo, na figura ao lado, o ângulo re-
presentado compreende três arcos distintos
𝐵
nas três circunferências dadas. 𝐵
• Precisamos de uma única medida para o com- 𝐵

primento do arco correspondente, independen-


temente da circunferência utilizada. 𝐴 𝐴 𝐴
• Para resolver esse problema foi criado o
radiano.
• O radiano equivale à medida do comprimento do raio da circunferência
considerada. Representamos a unidade de medida radiano por .
• Sabemos que o comprimento de uma circunferência cujo raio mede é
dado por .
• Então um ângulo de corresponde a um arco de comprimento .
• Logo . E isso independe da medida do raio considerado.
• Através da correspondência podemos determinar
equivalências para quaisquer ângulos considerados.
• Basta resolvermos a regra de três simples .
• Então .
• Por exemplo, os ângulos notáveis de e correspondem,
respectivamente, aos arcos de e radianos.

• A representação no ciclo trigonométrico nos permite considerar arcos e


ângulos orientados e ainda arcos e ângulos que ultrapassam uma volta
completa .

• Note que a origem de qualquer arco considerado no ciclo trigonométrico


será sempre o ponto .

• Então, a extremidade é que caracteriza o arco considerado.


• Observe a figura a seguir.
• O ponto pode ser a extremidade do arco
correspondente ao ângulo , mas também 𝐵
pode ser a extremidade do arco correspon-
dente ao ângulo ou ao ângulo 𝛼
𝐴
ou ainda e assim
sucessivamente.
• De modo geral, todos os arcos e ângulos que
possuem a mesma extremidade determinada
por são chamados côngruos a e possuem
a representação ou radianos, com .
Seno, Cosseno e Tangente dos Ângulos Notáveis
𝐷 𝐶

• Considere o quadrado ao lado.


• A diagonal divide esse quadrado em dois
triângulos retângulos congruentes e .
• Então os ângulos e são congruentes e
medem ambos .
• Se a medida do lado for , podemos aplicar o 𝐴 𝐵

Teorema de Pitágoras e determinar a medida da


diagonal . Observe:
• Então .
• Observando o triângulo retângulo podemos calcular:
𝐷 𝐶

ℓ 2 ℓ
.

45°
. 𝐴 ℓ 𝐵
• Considere o triângulo equilátero com sua altura relativa à base.
𝐴
• A altura divide esse triângulo equilátero em dois triângulos
congruentes e .
• Então os ângulos e são congruentes e medem
ambos
• E os ângulos e medem ambos .
• Suponhamos que o lado mede .
• Pela congruência dos triângulos temos que

. 𝐵 𝐻 𝐶

• Aplicando o Teorema de Pitágoras podemos determinar a medida de :


ℓ ℓ


.
• Observando o triângulo retângulo podemos calcular:
𝐴


30°


ℓ ℓ 3
ℓ 2


60°
ℓ 𝐵 ℓ 𝐻 𝐶
ℓ 2



• Podemos reunir os resultados anteriores em uma tabela:

𝑥 sen 𝑥 cos 𝑥 tg 𝑥
30° 1 3 3
2 2 3
45° 2 2 1
2 2
60° 3 1 3
2 2
Estendendo Seno e Cosseno a outros ângulos
• Observe o ciclo trigonométrico a seguir.
• No triângulo retângulo temos as seguintes razões:
 , pois .
 pelo mesmo motivo. 𝑄 𝐵

• Note que pois é um retângulo.


• Desse modo vamos definir, para qualquer ângu- 𝛼
lo ou arco : 𝑃 𝐴
 o seno de é a medida orientada da projeção de
sobre o eixo das ordenadas, ou seja, .
 o cosseno de é a medida orientada da projeção de
sobre o eixo das abscissas, ou seja, .
c1

• As definições anteriores nos permitem estender as razões seno e cosseno


para qualquer ângulo.
• Por exemplo, temos e .
• Do mesmo modo, temos e .
Slide 21

c1 ver desmos ciclo trigonométrico


casa; 28/02/2021
• Dessa forma é possível estender seno e cosseno para ângulos e arcos do
segundo quadrante .

1
 2

3 5𝜋

2 6
• E também do terceiro
e quarto quadrantes .

3 7𝜋 3
11𝜋
− 6
2 6 2

1 1
− −
2 2
• Com isso podemos construir tabelas para seno:
𝛼 sen 𝛼 𝛼 sen 𝛼
0 0 𝜋 0
𝜋 1 7𝜋 1
6 −
2 6 2
𝜋 2 5𝜋 2
4 4 −
2 2
𝜋 3 4𝜋 3
3 3 −
2 2
𝜋 1 3𝜋 −1
2 2
2𝜋 3 5𝜋 3
3 2 3 −
2
3𝜋 2 7𝜋 2
4 2 4 −
2
5𝜋 1 11𝜋 1
6 2 −
6 2
• E cosseno:
𝛼 cos 𝛼 𝛼 cos 𝛼
0 1 𝜋 −1
𝜋 3 7𝜋 3
6 6 −
2 2
𝜋 2 5𝜋 2
4 4 −
2 2
𝜋 1 4𝜋 1
3 −
2 3 2
𝜋 0 3𝜋 0
2 2
2𝜋 1 5𝜋 1

3 2 3 2
3𝜋 2 7𝜋
− 2
4 2 4 2
5𝜋 3 11𝜋
− 3
6 2 6 2
• Observe que arcos côngruos possuem valores iguais para cada uma dessas
razões trigonométricas consideradas, isto é, e
também , quaisquer que sejam e .

• Esse fato nos permite estender as tabelas anteriores, definindo assim as


funções seno e cosseno.

• A função seno , tem domínio real pelo que acabamos de ver.

• O mesmo acontece para a função cosseno .

• E as imagens dessas duas funções variam no intervalo fechado .


• A seguir temos o gráfico da função .

1
𝜋
− 𝜋
2
−𝜋 𝜋
2
−1
• O gráfico da função cosseno é semelhante.

1
3𝜋 3𝜋
− −𝜋
2 𝜋 2
𝜋 𝜋

2 2
−1
• Observando os gráficos das funções seno e cosseno, podemos notar que:
 A função seno é ímpar.
 A função cosseno é par.

• Uma função real é dita periódica se existe um número real positivo tal
que para todo . O menor real positivo que satisfaz
essa igualdade é chamado o período da função .

• As funções seno e cosseno são periódicas de período , isto é,


 , para todo .
 , para todo .
Transformações gráficas
• De acordo com as propriedades vistas na primeira aula é possível esboçar os
gráficos de funções do tipo , e para o mesmo
tipo de função envolvendo cosseno, ambas com e .
• A expressão presente na lei de formação da função, modifica o
posicionamento do gráfico horizontalmente.
• De fato, fazendo teremos e assim quando fizermos
, teremos .
• E como o período de é , sabemos que
qualquer que seja .
• Em particular, fazendo , temos e para ,
teremos .
• Calculando obteremos o período de ,
uma vez que é igual a:

.
• Logo o período será dado por no caso em
que .
• Se teremos .
• Então .
• A multiplicação por , causa uma deformação vertical que pode ser uma
dilatação ou contração , seguida de uma reflexão
com relação ao eixo das abscissas, se tivermos .
• E a adição de provoca uma translação vertical em unidades.
• Isso significa que o conjunto imagem da função considerada é o intervalo
fechado .

Exemplo 1: Esboce o gráfico da função .


• Façamos . Então .
• Utilizando os resultados da função podemos montar uma tabela como
a seguinte.
𝑥 𝑦 sen 𝑦 𝑥 𝑦 sen 𝑦
𝜋 0 0 3𝜋 𝜋 0
4 4
𝜋 𝜋 1 5𝜋 7𝜋 1

3 6 2 6 6 2
3𝜋 𝜋 2 7𝜋 5𝜋 2
8 4 8 4 −
2 2
5𝜋 𝜋 3 11𝜋 4𝜋 3
12 3 12 3 −
2 2
𝜋 𝜋 1 𝜋 3𝜋 −1
2 2 2
7𝜋 2𝜋 3 13𝜋 5𝜋 3
12 3 12 3 −
2 2
5𝜋 3𝜋 2 9𝜋 7𝜋 2
8 4 8 4 −
2 2
2𝜋 5𝜋 1 7𝜋 11𝜋 1

3 6 2 6 6 2
• Então obtemos o gráfico de .

−1
• Multiplicando por obtemos :

−3
• Finalmente adicionando encontramos o gráfico de .

−2
Funções Tangente, Secante, Cotangente e Cossecante
• Utilizando as razões trigonométricas originais podemos definir as funções:
𝑦 = tg 𝑥


5𝜋 3𝜋 𝜋 𝜋 3𝜋 5𝜋
− − −
2 2 2 2 2 2


𝑦 = sec 𝑥

5𝜋 3𝜋 𝜋 𝜋 3𝜋 5𝜋
− − −
2 2 2 2 2 2
𝑦 = cotg 𝑥

−3𝜋 −2𝜋 −𝜋 𝜋 2𝜋 3𝜋
𝑦 = cossec 𝑥

−3𝜋 −2𝜋 −𝜋 𝜋 2𝜋 3𝜋
• Note que essas quatro funções não possuem domínio real como acontecia
com seno e cosseno.
• O domínio de e é o conjunto , ou seja,
.

• Do mesmo modo, o domínio de e é o conjunto


, isto é, .

• As imagens de e são . Essas funções são periódicas com


período .

• E as imagens de e são , ambas periódicas


de período .
Funções Trigonométricas Inversas

• Existem seis funções trigonométricas inversas: arco seno, arco cosseno, arco
tangente, arco secante, arco cotangente e arco cossecante.
• Abordaremos apenas as três primeiras, pois são suficientes para os nossos
estudos.
• Lembrando que para conseguirmos inverter uma função é necessário que a
mesma seja bijetiva.
• Como todas as funções trigonométricas são periódicas, e consequentemente
não são bijetivas, é necessário restringir seus domínios para a obtenção de
suas inversas.
• Para definirmos a função arco seno, vamos restringir o domínio da
função seno de modo a torná-la bijetiva.
• Definimos
• Desse modo o domínio de
é igual à imagem da função seno, isto é,
.
𝜋
• E a imagem dessa função é igual ao do- −
2
𝜋
mínio restrito do seno, ou seja, 2

• A seguir apresentamos o gráfico dessa


função.
• Por exemplo, para determinarmos
basta fazermos a substitui- 𝜋 𝑦 = arcsin 𝑥
2
ção
.
−1
• Logo . 1

• Do mesmo modo temos:


 𝜋

 2



• Consideremos agora a função cosseno restrita ao domínio ,
como mostra a figura.
• Definimos
• Desse modo o domínio de
é igual à imagem da função cosseno, 𝑦 = cos 𝑥

isto é, .
𝜋
• E a imagem dessa função é igual ao do- 𝜋
2
mínio restrito do cosseno, ou seja,

• A seguir apresentamos o gráfico dessa


função.
• Por exemplo, para determinarmos
basta fazermos a substitui-
ção 𝜋

.
• Logo .
𝑦 = arccos 𝑥
• Do mesmo modo temos:


−1 1


Propriedade: .

• Considere o triângulo retângulo ao lado.


• Temos . β

• Do mesmo modo .
•E . 1 𝑥

• Então .
• Logo . 𝛼
• Para definirmos a função arco tangente, vamos restringir o domínio da
função tangente de modo a torná-la bijetiva.
• Definimos
𝑦 = tg 𝑥
• Desse modo o domínio de
é igual à imagem da função tangente,
isto é, .
• E a imagem dessa função é igual ao do-
𝜋 𝜋
mínio restrito da tangente, ou seja, −
2 2
.
• A seguir apresentamos o gráfico dessa
função.
• Por exemplo, para determinarmos
basta fazermos a substitui-

ção 𝜋

. 2

𝑦 = arctg 𝑥
• Logo .
• Do mesmo modo temos: 𝜋
 −
2



Fórmulas de Transformação






• e

• e

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