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Licenciatura em História
Aluno: Lazaro Luciano Di Franco Lima e Souza
Prof. Dr. Murilo Borges
História de Goiás
Atividade 2
Considerando o texto:
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. O objeto em fuga: algumas reflexões em torno do
conceito de região. Fronteiras, Dourados, MS, v. 10, n. 17, p. 55-67, jan./jun. 2008.
Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/62
Albuquerque Junior apresenta um rol de ideias acerca da historia regional, que nos remete a
pensar e refletir sobre a presente questão. O autor problematiza acerca do risco de um recorte
regional se tornar um saber a serviço das forças ou poderes políticos.
A chamada história regional corre o risco permanente de se constituir em instância
de veiculação e legitimação de um dado recorte regional, de se tornar um saber a
serviço das forças, dos interesses e projetos políticos que deram forma ou que
sustentam um dado espaço dito e visto como regional. A história regional pode
facilmente ser aprisionada pelo dispositivo da identidade, pelo discurso da
identidade.
Conforme o autor, tudo isso são produtos de elaborações poéticas, de elaborações que
chamaríamos de ficcionais, não no sentido de que não teriam compromisso com a verdade, que
seriam mentirosas, mas de que são produtos das operações de dotação de sentido com que os
homens procuram dominar o caos das coisas à sua volta.
Para Albuquerque Junior “a melhor forma do historiador lidar com a noção de região, a
maneira de trabalhar com o regional, é através do procedimento da desconstrução.” Suspeitar de sua
existência naturalizada. Colocar no tempo os espaços ditos e vistos como regionais, implica em
pensar relações de poder e as distintas camadas de saber que vieram a se cristalizar e dar contorno e
realidade a um dado recorte regional. Deve-se pensar que práticas discursivas e não-discursivas
fizeram emergir em uma dada configuração histórica uma dada identidade regional.
O autor defende uma prática historiográfica feita para produzir o distanciamento daquilo que
está muito próximo de nós, aquilo que nos constitui, que nos define e nos inventa. Na busca de
afastar a imagem da região que habita a sociedade, a produção cultural, artística e acadêmica: é
conseguir se afastar da região que constitui o corpo e a subjetividade do historiador que a escreve.
Que mesmo sendo “sua” região, deve dela se afastar, tratá-los como algo estranho, nunca visto,
nunca conhecido. Com as devidas cautelas para não se tornar uma historia regional banal, mais do
mesmo. Deve evitar qualquer discurso regionalista e questionar permanentemente o próprio papel
desempenhado pela historiografia, pelo seu discurso, por suas práticas, na reafirmação de uma dada
identidade regional.
Dentre as várias reflexões apontadas pelo autor em torno do conceito de região, vejo como
importantes principalmente porque refuta a historia globalizante, geralmente vinculada a relações de
poder, forças de dominação, que influenciaram a historiografia, e, principalmente que nomearam,
escolheram e instituíram manifestações culturais tradicionais “forjadas”, costumes, hábitos, etc.