Resenha: Politicas globais do Controle de Drogas Ilícitas
O capítulo I da monografia de SOUZA, Ana Clara disserta sobre as
políticas globais de Controle de Drogas Ilícitas. Nesse primeiro capitulo a autora divide em três tópicos: Trajetória internacional dos movimentos de criminalização de drogas, medicalização e militarização no controle de substâncias psicoativas e efeitos primários e secundários da criminalização das drogas. Ela destaca que a obrigação mundial para controlar o uso, porte e o comércio das drogas ilícitas resulta de três convenções elaboradas pela ONU que a partir da segunda metade do século XX, começou a fiscalizar, uniformizar e responsabilizar em domínio doméstico e global. As três convenções da ONU transmitem a proibição de determinadas drogas, difusão de valores e conhecimento dessas substâncias. Porém, a discussão e a aplicabilidade da medicina nas questões relacionadas ao uso de drogas é recente. A tempos atrás a droga era utilizada pelos médicos com o objetivo investigativo, como busca de cura para malefícios e doenças humanas. Somente no início do século XX que poucas substâncias psicoativas começam a ser vistas como um maleficio. A partir do século XX a dependência química começa a ser classificada como entidade nosológica especifica, dessa maneira a medicina deixa de categorizar a pessoa que consome a droga como o problema e começa a identificar a droga como o vetor da doença, ganhando legalidade para tratar em nome do Estado, saúde e população. Porém é o estado que fiscaliza e controla as práticas sanitárias ilegais pela ciência médica. A descrição da medicalização das drogas ilícitas relaciona-se com o fato da criminalização e não pode ser entendido de forma isolada. O conhecimento da medicina é essencial para a definição do que é licito e do que é ilícito e também para escolha sobre quais tipos podem ser utilizados e quais não devem. Porém a própria atividade da criminalização de quem utiliza drogas, o questionamento sobre o uso problemático e a exibição a drogas mais pesadas e à violência contribuem para a sua existência. Para a autora, esse sistema de criminalização está direcionado ao controle e a disciplina dos marginalizados e é ineficiente e gera diversos efeitos colaterais. Tendo em vista a monografia lida é possível constatar que a autora crítica a criminalização das drogas, que leva muitos efeitos colaterais e é ineficiente. Realmente, percebemos que esse sistema não é eficiente por isso há necessidade de implementar e investigar outros possíveis sistemas. Que levem em conta não somente o tratamento mas também procure meios de evitar o consumo e a venda de drogas. Perguntas que podem ser respondidas antes de implementar o sistema: O que leva uma pessoa a utilizar drogas? Porque pessoas preferem vender drogas ao invés de ter um outro ofício? Porque as pessoas preferem permanecer no vicio? As respostas dessas questões devem ser investigadas a fim de implementar um sistema realmente eficaz contra as drogas.