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ARTIGO TÉCNICO

INIBIÇÃO DE LODO BIOLÓGICO ANAERÓBIO POR CONSTITUINTES


DE EFLUENTE DE LABORATÓRIO DE CONTROLE DE POLUIÇÃO

INHIBITION OF ANAEROBIC BIOLOGICAL SLUDGE BY EFFLUENT CONSTITUENTS


OF POLLUTION CONTROL LABORATORY

LARISSA DE CARVALHO ALVES


Engenheira Civil. M.Sc. em Engenharia Química. Doutoranda em Tecnologia de Processos Químicos e
Bioquímicos, Escola de Química, UFRJ

MAGALI CHRISTE CAMMAROTA


Engenheira Química. D.Sc. em Bioquímica. Professora Adjunta do Departamento de Engenharia
Bioquímica, Escola de Química, UFRJ

FRANCISCA PESSÔA DE FRANÇA


Farmacêutica Química. D.Sc. em Microbiologia. Professora Adjunta do Departamento de Engenharia
Bioquímica, Escola de Química, UFRJ

Recebido: 16/12/04 Aceito: 12/07/05

RESUMO ABSTRACT
Nos laboratórios de controle de poluição, análises de rotina para In the pollution control laboratories, routine analyses for the
a caracterização de efluentes e monitoramento dos reatores de characterization of effluents and reactors monitoring use concentrated
tratamento empregam soluções concentradas de H2SO4, con- solutions of H2SO4, containing heavy metals such as chromium, silver
tendo metais pesados como cromo, prata e mercúrio, e compos- and mercury and organic compounds as phenol. The presence of these
tos orgânicos como fenol. Embora os microrganismos elements in the laboratory effluent can cause inhibition of the biological
metanogênicos possam tolerar a presença de algumas substâncias activity, especially in the anaerobic treatment processes due to the
ou elementos tóxicos presentes em efluentes, os mesmos podem sensitivity of the methanogens to some chemical compounds. This work
apresentar sensibilidade a determinados compostos químicos. had as objective to characterize the effluent from the Federal University
O trabalho teve como objetivo caracterizar o efluente do Labora- of Rio de Janeiro Chemistry School Environmental Technology
tório de Tecnologia Ambiental da Escola de Química da Univer- Laboratory (LTA/UFRJ) and to determine which constituents of the
sidade Federal do Rio de Janeiro (LTA/UFRJ) e determinar quais effluent one would be inhibitors for anaerobic microorganisms in the
constituintes desse efluente seriam inibitórios para microrganis- treatment of the sewage generated in the campus. The effluent
mos anaeróbios no tratamento do esgoto gerado no campus. one presents a weekly average production of 43.4 L, with pH = 0.7,
O efluente apresenta uma produção média semanal de 43,4 L, COD = 1350 mg/L, sulfate = 33500 mg/L; 28.2 mg Hg/L;
com pH 0,7, 1350 mg/L de DQO, 33500 mg SO42-/L; 82.1 mg Crtotal/L; 30.8 mg Cu/L; 57.4 mg Fetotal/L; 16.2 mg Al/L
28,2 mg Hg/L; 82,1 mg Cr total /L; 30,8 mg Cu/L; and 2.44 g Na/L. The parameters analyzed presented high variability
57,4 mg Fetotal/L; 16,2 mg Al/L e 2,44 g Na/L. Os parâmetros as the study was conducted in function of the analyses and researches
analisados apresentaram elevada variabilidade ao longo do estu- carried out in that period. In experimental design performed, the
do, em função das análises e pesquisas realizadas naquele perío- elements sodium, chromium, phenol and sulfate, as well as the
do. No planejamento experimental realizado, observou-se que interactions sulfate-mercury and sulfate-sodium, were significantly
os principais efeitos sobre o percentual de inibição da atividade more effective on the inhibition of the specific methanogenic activity
metanogênica específica (AME) foram os elementos sódio, cro- (SMA). The effects of the other elements (cupper, mercury, aluminum
mo, fenol e sulfato e as interações sulfato-mercúrio e sulfato- and iron), analyzed alone and their interactions were not significant
sódio. Os efeitos dos demais elementos (cobre, mercúrio, alumí- for a confidence level of 95% in the t-Student distribution. The results
nio e ferro), analisados separadamente e em interações, não fo- indicate the necessity of a specific treatment for the laboratory effluent,
ram significativos para um nível de confiança de 95% na distri- since universities must be examples of combating pollution and
buição t de Student. Os resultados apontam para a necessidade encouraging the environmental control.
de um tratamento específico para os efluentes de laboratório, já
que as Universidades devem ser exemplos de combate à poluição
e de incentivo ao controle ambiental.

PALAVRAS-CHAVES: Efluentes de laboratório, sulfatos, me- KEYWORDS: Laboratory effluents, sulfate, heavy metals,
tais pesados, controle de poluição. environmental control.

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Caracterização e toxicidade de efluente do LTA/UFRJ

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INTRODUÇÃO Outro exemplo é a gestão de resíduos em Dentro deste contexto, o presente
uma instituição acadêmica através de uma trabalho teve como objetivo caracterizar,
Com as exigências do mercado e da adequada minimização e destino dos em termos de volume produzido e com-
comunidade para que as indústrias te- materiais gerados por cada departamen- posição química, o efluente oriundo de
nham comportamentos transparentes em to. Para atingir este objetivo, é necessário determinações analíticas diversas e da
relação às questões ambientais, as Uni- avaliar os aspectos econômicos e científi- operação de reatores biológicos no Labo-
versidades passaram a ser solicitadas para cos, conscientizar e educar ambiental- ratório de Tecnologia Ambiental da Es-
o desenvolvimento de pesquisas ligadas mente os alunos (Barbosa et al, 2003). cola de Química da Universidade Fede-
ao tratamento de resíduos industriais, à Entretanto, pode ocorrer de, apesar ral do Rio de Janeiro (LTA/UFRJ). Com
descontaminação de solos e águas subter- da redução na fonte ser altamente desejá- base na caracterização obtida, determinou-
râneas e à redução de emissões atmosféri- vel, nem sempre esta alternativa é técnica se quais constituintes desse efluente seri-
cas. Porém, ao conduzir tais pesquisas, as e economicamente viável. Um segundo am inibitórios para microrganismos
instituições tornaram-se potencialmente passo seria a “reciclagem/reuso/recupera- anaeróbios no tratamento do esgoto ge-
poluidoras, pois a gestão dos resíduos ge- ção” de materiais presentes nos resíduos rado no campus. A finalidade deste estu-
rados nas Universidades e Centros de (NRC, 1995). Este processo requer adi- do preliminar é obter informações sobre
pesquisa praticamente inexiste, sendo os ção de energia como, por exemplo, a des- tais efluentes para avaliar, posteriormen-
mesmos descartados inadequadamente tilação ou a rotoevaporação de solventes te, o efeito de sua descarga na rede de
(Jardim, 1998). Assim, surgiu a preocu- orgânicos que podem ser reutilizados. O esgoto e, consequentemente, na eficiên-
pação com o destino dado aos efluentes terceiro passo seria o “tratamento”, alter- cia da estação de tratamento da Universi-
gerados nos laboratórios das universida- nativa recomendada para materiais que dade ou do município.
des, já que as mesmas devem ser exem- não apresentam potencial para recupera-
plos de combate à poluição e de incenti- ção e quando não existe a possibilidade METODOLOGIA
vo ao controle ambiental (Benatti et al, de redução na fonte. Alguns tipos de téc-
2004; Alves, 2002). nicas de tratamento são: neutralização, Coleta e caracterização do
Praticamente todo experimento de separação, fixação, oxidação, precipitação, efluente
laboratório emprega reagentes químicos degradação ou troca iônica (Freeman,
e gera algum tipo de resíduo como, por 1997). Diversas análises para a caracteriza-
exemplo, materiais de filtração, soluções A última alternativa seria a “disposi- ção de efluentes industriais e monito-
ácidas e alcalinas, solventes orgânicos e ção no solo”. Alguns resíduos perigosos, ramento de reatores biológicos são
substâncias químicas perigosas (como especialmente aqueles que contêm me- efetuadas no LTA/UFRJ, utilizando uma
metais pesados). Além disso, a manipula- tais pesados, não podem tornar-se com- grande variedade de reagentes, tais como
ção de diferentes tipos de resíduos acarre- pletamente não perigosos nem ser recu- ácidos, bases, sais na forma de cloretos,
ta elevadas concentrações de matéria or- perados. Entretanto, eles precisam ser es- sulfatos e fosfatos, cromatos e dicromatos,
gânica nos efluentes dos laboratórios. tabilizados, para reduzir a probabilidade solventes orgânicos, surfactantes aniô-
Como conseqüência, tais efluentes pos- de dispersão no ambiente, antes da dis- nicos, fenol e outros (indicadores ácido-
suem características bastante agressivas, posição no solo ser permitida. Atualmen- base e de oxi-redução). Estes compostos
como pH extremamente baixo, altos va- te, este processo é utilizado somente em provavelmente são os principais constitu-
lores de Demanda Química de Oxigênio situações e locais especializados e em raras intes dos efluentes gerados, juntamente
(DQO), metais pesados e sulfato. ocasiões (NRC, 1995). com os derivados formados nas análises.
Um novo conceito de prevenção e Das quatro alternativas apresen- Durante cinco meses, o efluente
controle de poluição, que afeta o traba- tadas, a “redução na fonte” e a “recicla- gerado a cada semana no LTA/UFRJ foi
lho em laboratório, é baseado no geren- gem/reuso/recuperação” são as mais utili- armazenado em um recipiente de 50 L,
ciamento de resíduos o qual incorpora zadas nos laboratórios de controle de po- juntamente com a água residual da tríplice
uma hierarquia de técnicas de controle luição. O “tratamento” quase não é apli- lavagem das vidrarias utilizadas nos ex-
de poluição (NRC, 1995). Uma primei- cado pelos responsáveis pela gerência dos perimentos do laboratório. Ao final de
ra forma de controle é a “redução na fon- resíduos gerados, sendo estes segregados, cada semana, media-se o volume de
te”, utilizando uma quantidade menor armazenados e transportados para fora do efluente e coletavam-se alíquotas para re-
de material, materiais menos perigosos ou local de trabalho, não havendo muita pre- alização de análises físico-químicas. Todas
tornando o processo mais eficiente. Des- ocupação com a forma de tratamento ou as alíquotas foram adequadamente pre-
sa forma, a substituição de um reagente disposição dos mesmos. Cabe ressaltar que servadas, de acordo com as análises a se-
químico perigoso por um não-perigoso na grande maioria das instituições, ainda rem realizadas. Em um tanque com capa-
(ou, no mínimo, menos perigoso) pode não existe uma consciência ambiental por cidade de 1000 L, foram acumulados os
ser feita em conjunto com quantidades parte dos pesquisadores, predominando efluentes gerados durante 12 semanas,
reduzidas do material necessário para a o descarte dos resíduos no lixo comum sendo caracterizada também esta mistura
realização do experimento. Um exemplo ou na rede de esgoto local, sem qualquer final.
de redução da quantidade de reagentes é tratamento prévio. Tal procedimento A caracterização do efluente gerado
a utilização de equipamentos analíticos pode afetar seriamente a eficiência das a cada semana e da mistura final foi reali-
como cromatógrafos, espectrofotômetros estações de tratamento de esgoto, tendo zada através das determinações de: pH,
e sistemas de ressonância magnética nu- em vista que muitos constituintes desses Demanda Química de Oxigênio (DQO),
clear, que requerem quantidades de ma- resíduos são potencialmente tóxicos para Demanda Bioquímica de Oxigênio
terial extremamente pequenas para se a flora microbiana atuante nos sistemas (DBO), turbidez, fenóis totais, óleos e
conduzir as análises (DPPEA, 2003). biológicos. graxas, sólidos suspensos totais (STS),

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Alves, L. C; Cammarota, M. C; França, F. P.

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Nitrogênio Kjeldahl Total (NKT), fósfo- K = DQO correspondente a um mol de 800 mg/L, adotou-se valores mínimo e
ro total, sódio e metais pesados (Hg, Cr, CH4 (64gDQO/mol); máximo de sulfato de 0,5 e 1,5 g/L, de
Cu, Ag, Fe e Al). R =constantedosgases(0,08206atm.L/mol.K); modo que o intervalo obtido para a rela-
t = temperatura de incubação dos frascos ção DQO/sulfato (0,5 – 1,6) abrangesse
Determinação da atividade (35°C). o valor mínimo recomendado na litera-
metanogênica específica As AMEs foram então calculadas a tura (0,67). Os resultados do planejamen-
(AME) do lodo biológico partir das DQOs convertidas a metano to foram analisados através do software
obtidas diariamente durante o período Statistica 5.5 para determinação das va-
O lodo empregado como inóculo de incubação, sendo expressas como riáveis e/ou interações mais significativas.
nos experimentos foi proveniente de um gDQO CH4/gSVS.d.
reator anaeróbio de fluxo ascendente em Determinações
operação numa indústria alimentícia, Atuação do lodo biológico quantitativas
possuindo 8296 mg SVS/L. Os ensaios sobre alguns constituintes
para a determinação da AME deste lodo do efluente do LTA/UFRJ Demanda Química de Oxigênio
biológico foram desenvolvidos utilizan- (DQO), Demanda Bioquímica de Oxi-
do-se frascos tipo penicilina de 100 mL, O substrato foi composto de esgo- gênio (DBO), turbidez, fenóis totais, óleos
contendo 80 mL de meio basal e 10 mL to, soluções nutriente e de ácidos, acresci- e graxas, sólidos suspensos totais (STS),
de lodo. O meio basal adicionado aos fras- do dos elementos constituintes do Nitrogênio Kjeldahl Total (NKT) e fós-
cos foi composto de esgoto doméstico efluente de laboratório em diferentes con- foro total foram determinados de acordo
bruto (coletado na Estação de Tratamen- centrações, sendo tais elementos selecio- com o Standard Methods (Greenberg et
to de Esgoto da Ilha do Governador/RJ), nados com base na caracterização do al, 1992). Os metais pesados (mercúrio,
solução de ácidos orgânicos voláteis efluente. Nestes experimentos, empre- cromo total, cobre, prata, ferro total e alu-
(acético:propiônico:butírico - 1:1:1, em gou-se um planejamento experimental mínio) foram quantificados através de
massa) e solução nutriente composta em fatorial fracionário (2k-4), com dois níveis absorção atômica, utilizando equipamen-
g/L de 3,4 NH4Cl, 0,7 (NH4)2SO4 e e 3 réplicas do ponto central. Com base to marca Micronal, modelo B262 e o ele-
0,6 KH2PO4. Em cada frasco, adicio- na caracterização do efluente, foram mento sódio através de fotometria de cha-
nou-se 79,6 mL de esgoto doméstico bru- selecionadas 8 variáveis independentes, ma, utilizando o equipamento marca
to, 0,2 mL de solução de ácidos e 0,2 mL constando de diferentes concentrações de Perkin-Elmer, modelo 5000. O pH foi
da solução nutriente, baseando-se nas rela- sulfato, cobre, alumínio, prata, ferro, medido por potenciometria em um me-
ções DQO : N = 120 e DQO : P = 852, mercúrio, fenol e sódio, totalizando 19 didor de pH DL - 14 marca Actron, pre-
e 10 mL de lodo, com a finalidade de se experimentos, com 3 réplicas de cada con- viamente calibrado com soluções-padrão
obter uma relação inicial DQO:SVS de dição (Tabela 1). A variável resposta ado- de pH = 4,0 e pH = 7,0.
1:1 (Barbosa, 1988). tada foi o percentual de inibição da AME
Após a preparação do substrato, o do lodo biológico nas diferentes condi- RESULTADOS E
pH foi ajustado para 7,0 com bicarbona- ções analisadas, calculado com base nas DISCUSSÃO
to de sódio e os frascos foram então incu- equações 3 e 4. A cada batelada de expe-
bados a 35 ± 1°C por 8 dias, sendo o rimentos, foi feito o teste controle, con- Caracterização do efluente
volume de biogás produzido monitorado tendo somente esgoto e soluções nutri-
diariamente. O volume de biogás foi ente e de ácidos, para determinação da Durante 12 semanas, foram realiza-
medido por meio de seringas graduadas e respectiva AMEcontrole. das as coletas semanais e caracterização dos
a porcentagem de metano por croma- AME teste efluentes gerados durante as atividades
tografia gasosa com detector de condu- % AME = 100 (3) em andamento no LTA/UFRJ. Na Tabe-
AME controle
tividade térmica (TCD), em equipamen- la 2 estão apresentados os resultados ob-
to Shimadzu, modelo GC – 17A. % INIB = 100 - % AME (4) tidos na caracterização físico-química dos
A conversão de volume de metano A seleção dos níveis para cada variá- efluentes semanais obtidos no período
em massa de DQO foi feita de acordo vel independente analisada foi baseada estudado. Percebe-se pela ampla faixa de
com a equação 1 (Chernicharo, 1997). em dados de toxicidade da literatura variação que o efluente apresentou eleva-
DQO CH 4i (Rinzema & Lettinga, 1988; Spain, da variabilidade ao longo do tempo de
VCH 4i = (1)
2003; Speece, 1996; Vance, 2002) e amostragem, em função das característi-
K(t)
nas concentrações obtidas na caracteri- cas sazonais do laboratório. Esta sazona-
onde: lidade está relacionada com mudanças nas
zação do efluente. No caso do sulfato,
VCH4i = volume de metano produzido linhas de pesquisa e, portanto, nos traba-
as concentrações adotadas não foram ba-
no iésimo dia (L); lhos e análises desenvolvidos nos labora-
seadas no efeito isolado do sulfato, ten-
DQOCH4i = massa de DQO convertida a tórios.
do-se levado em consideração a relação
metano no iésimo dia (gDQO); Os valores de pH dos efluentes se-
DQO/sulfato do meio de cultivo. Em
K(t) = fator de correção para a tempera- manais gerados ao longo do estudo fo-
geral, efluentes com relação DQO/sulfa-
tura de incubação dos frascos (gDQO/L), ram extremamente baixos (<1,0), prova-
to acima de 0,67 contêm matéria orgâni-
calculado pela Equação 2. velmente devido à grande quantidade de
ca suficiente para reduzir completamen-
P∗K (2) te o sulfato e promover uma eficiente re- ácidos utilizados nas análises desenvolvi-
K(t ) =
R ∗ (273 + t ) moção de DQO e sulfato do efluente das no laboratório, principalmente ácido
onde: (Hulshoff et al, 2001). Como a DQO sulfúrico. Além disso, obteve-se altas con-
P = pressão atmosférica (1 atm); inicial nos experimentos era em torno de centrações de sulfato em função de pes-

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Caracterização e toxicidade de efluente do LTA/UFRJ

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quisas conduzidas com efluentes da área Tabela 1 – Concentrações mínima, média e máxima
de petróleo (águas produzidas de plata- adotadas para cada constituinte selecionado e o
formas offshore) e realização de grande respectivo reagente utilizado em cada caso
quantidade de análises de DQO (cujas
soluções reagentes são formuladas com Variáveis Concentração (mg/L)
ácido sulfúrico) e matéria orgânica (que Mínima Média Máxima
empregam sulfato ferroso amoniacal como Sulfato (Na2SO4) 500,0 1000 1500,0
reagente). Neste efluente também foram
encontradas altas concentrações de fenol Fenóis totais (Fenol) 50,0 150 250,0
devido à determinação de NKT por mé- Ferro (FeSO4) 12,0 36 60,0
todo colorimétrico, que emprega fenol
como reagente. Vale ressaltar a baixa rela- Cobre (CuSO4) 0,5 15 29,5
ção DBO5/DQO (< 0,01) obtida para Alumínio (Al2(SO4)3) 0,5 8 15,5
este efluente, o que indica a presença de
compostos persistentes e/ou inibidores do Mercúrio (HgSO4) 2,0 15 28,0
metabolismo microbiano. Os metais pe- Cromo (K2Cr2O7) 20,0 50 80,0
sados (Hg, Cr, Cu, Ag, Fe e Al) e o sódio
Sódio (NaCl) 500,0 2500 4500,0
foram quantificados apenas na mistura
final, apresentando elevadas concentra-
ções, com exceção da prata.
Tabela 2 – Caracterização físico-química dos efluentes gerados
Alves (2002) caracterizou o efluen-
semanalmente no LTA/UFRJ
te do Laboratório de Tratamento de
Efluentes da Universidade Federal Parâmetroa Faixa de variação Valor médio
de Uberlândia (LTE/UFU), obten-
pH 0,6 - 0,9 0,7
do altas concentrações de sólidos
suspensos totais (4208 ± 1311 mg/L), Turbidez (FTU) 80 - 2500 826
DQO (6535 ± 3165 mg/L), óleos Sólidos Suspensos Totais 36 - 1368 502
e graxas (408,9 ± 111,9 mg/L) e
NKT (295,5 ± 38,4 mg/L). Este efluente DQO 1000 - 5900 1908
continha grandes quantidades de soro de DBO5 12 - 40 21
queijo não aproveitado, pois no período
estudado este laboratório realizava várias Sulfato 15300 - 81000 36700
pesquisas com efluentes de laticínio, acar- Cloreto 428 - 26410 3915
retando elevadas concentrações de gor-
dura (óleos e graxas) e proteínas no mes- Óleos e Graxas 0,0 - 220 46
mo. As gorduras, em geral, apresentam- Fenóis totais 0,4 - 326,8 132,1
se como partículas insolúveis, contribu-
Nitrogênio Kjeldahl Total 0,1 - 38,3 17,4
indo também para os altos teores de sóli-
dos suspensos. Já as proteínas, resultavam Fósforo Total 0,0 - 691,8 95,5
em elevados teores de NKT no efluente. Sódio 2440,0b -
Benatti et al. (2004) estudaram o
efluente do Laboratório de Controle Mercúrio 28,2b -
de Poluição da Universidade Esta- Cromo total 82,1b -
dual de Maringá (LCP/UEM) obten-
do altas concentrações de fenóis totais Cobre 30,8b -
(34,2 – 784,6 mg/L), cálcio (4,9 – 112,0 mg/L), Prata 0,1b -
sódio (824,2 – 8237, 8 mg/L) e potássio b
(182,3 – 918,8 mg/L). Com relação aos Ferro total 57,4 -
b
metais analisados, a concentração de cro- Alumínio 16,2 -
mo total neste efluente foi bem maior que Volume Acumulado por Semana (L) 24,7 - 63,0 43,4
nos efluentes gerados no LTE/UFU e no
LTA/UFRJ, variando numa faixa entre Volume Total Acumulado (L) 521,2 -
157,5 e 589,6 mg/L. Tais características a b
todos os parâmetros estão em mg/L, exceto aqueles indicados na tabela; valor relativo à
provavelmente são consequência das di- mistura de todos os efluentes gerados semanalmente.
ferentes tipologias industriais estudadas
neste laboratório, que no período analisa- FTU), e elevadas concentrações de DQO Determinação da atividade
do realizava experimentos com efluentes (>1350 mg/L), sulfato (>10 g/L), sódio metanogênica (AME) do
de manipueiras e indústrias de gelatina. (> 800 mg/L), ferro total (> 57 mg/L) e lodo biológico
Os três efluentes mencionados apre- alumínio (> 16 mg/L).
sentaram algumas características em co- A Figura 1, a título de exemplo,
mum, como pH extremamente baixo mostra uma curva representativa da AME
(<1,0), altos valores de turbidez (>200 do lodo biológico ao longo do tempo.

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Alves, L. C; Cammarota, M. C; França, F. P.

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Neste exemplo é apresentada a curva mé-
dia dos resultados obtidos, de acordo com
metodologia adotada por Barbosa
(1988), para cinco amostragens de esgo-
tos sem adição de nenhum dos consti-
tuintes do efluente selecionados como
potencialmente tóxicos para a flora micro-
biana. Observa-se que a AME aumen-
tou até o 5o dia de incubação, estabili-
zando a partir deste dia. Com base nas
várias curvas obtidas ao longo do estudo,
levantadas para cada batelada de ensaios
realizados, determinou-se a produtivida-
de máxima de metano ou AMEcontrole
máxima, que permaneceu na faixa
de 0,10 – 0,16 gDQO/gSVS.d.
Os valores obtidos no presente estu-
do mostraram-se compatíveis com Figura 1 – Curva média da atividade metanogênica específica
os valores citados na literatura: (AME) do lodo selecionado
0,17 – 0,23g DQO/gSVS.d (Barbosa,
1988), 0,17 – 0,25 gDQO/gSVS.d (Lettinga, Estas análises são melhor visualizadas num Na Figura 2, os valores mostrados
1982) e 0,10 – 0,25 gDQO/gSVS.d Diagrama de Pareto (Figura 2), no qual a nas colunas horizontais correspondem ao
(Schellinkhout, 1985). Os menores va- linha vertical (para p=0,05, o valor de t t de Student calculado para cada variável
lores obtidos provavelmente foram em de Student tabelado) indica a mínima ou interação. Os efeitos positivos indi-
decorrência do maior acúmulo de sólidos magnitude das variáveis estatisticamente cam que as variáveis consideradas apre-
no lodo, originários do esgoto doméstico significativas na análise em questão. sentam efeito tóxico sobre a AME, e que
bruto utilizado. Com base nestas obser-
vações, pode-se concluir que os micror-
ganismos presentes no lodo apresentavam Tabela 3 – Planejamento fatorial fracionário em dois níveis com 3
boa atividade metanogênica, sendo ade- réplicas do ponto central
quados para serem usados no tratamento
do efluente gerado no LTA/UFRJ.

Atuação do lodo biológico


sobre alguns constituintes
do efluente do LTA/UFRJ
O planejamento fatorial fracionário
é apresentado na Tabela 3, juntamente
com os resultados obtidos para o
percentual de inibição. O software usado
gerou uma curva de regressão linear com
coeficiente de correlação de 0,9931 (r2)
para um intervalo de confiança de 95%.
Para se avaliar que variáveis eram signifi-
cativas ou não sobre o percentual de ini-
bição da AME do lodo anaeróbio, foi
empregado o teste t de Student. O valor
do t de Student foi obtido através do
número de graus de liberdade para os
experimentos, sendo fornecido pelo
software. Dessa forma, assumindo-se um
intervalo de confiança de 95% e 3 graus
de liberdade (o erro do grau de liberdade
no planejamento experimental fracionário
28-4 foi 3), tem-se um valor de t tabelado
de 3,182. Com base neste valor, as variá-
veis significativas na inibição do consór-
cio microbiano anaeróbio foram analisa-
das. Para que uma variável ou interação
seja considerada importante, o valor de t
calculado deve ser maior que o tabelado. * (1) = Concentração máxima; (-1) = Concentração mínima; (0) = Concentração média.

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Caracterização e toxicidade de efluente do LTA/UFRJ

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o aumento da concentração resulta em
mais inibição. Os efeitos negativos indi-
cam que o aumento da concentração das
variáveis resulta em menor inibição. As
interações também podem ser positivas
ou negativas. Uma interação sulfato-sódio
negativa (como mostrado na Figura 2)
indica que ao se mudar a variável sulfato
do maior (+1) para o menor nível (-1), o
efeito do sódio aumenta, e ao se mudar a
variável sódio do maior nível para o me-
nor, o efeito do sulfato aumenta. Assim,
o gráfico Pareto mostra que os principais
efeitos sobre o percentual de inibição da
AME foram os elementos sódio, cromo,
fenol e sulfato e as interações sulfato-
mercúrio e sulfato-sódio. Os efeitos dos
demais elementos (cobre, mercúrio, alu-
mínio e ferro), analisados separadamente
e em interações, não foram significativos Figura 2 - Diagrama de Pareto: 1 sulfato; 2 fenol; 3 ferro; 4 cobre;
para um nível de confiança de 95% na 5 alumínio; 6 cromo; 7 mercúrio; 8 sódio
distribuição t de Student.
Os coeficientes de cada variável e
interação do modelo matemático gerado
pelo software para o planejamento expe- Tabela 4 – Efeitos calculados no planejamento experimental ®
rimental fracionário são apresentados na fracionário através do Programa Statistica 5.5, TM, Statsoft ,
Tabela 4, assim como os valores dos efei- e respectivos erros padrões e coeficientes do modelo
tos (t de Student calculado) e seus res- estatístico obtido nos ensaios de determinação percentual
pectivos erros padrões. Os efeitos são cal- de inibição da AME do lodo biológico
culados dividindo-se o coeficiente de cada Variável/Interação Coeficiente Erro padrão Efeito
variável ou interação pelo respectivo erro
padrão fornecido pelo software. Sulfato (1) - 9 ,3 3 7 5 1 ,7 4 0 9 - 5 ,3 6 3 5
Portanto, pode-se dizer que quanto Fenol (2) 1 0 ,0 8 7 5 1 ,7 4 0 9 5 ,7 9 4 3
maior a concentração de sódio, cromo ou
fenol, maior a inibição do lodo biológi- Fe (3) 0 ,6 2 5 0 1 ,7 4 0 9 0 ,3 5 9 0
co. No caso do sulfato, quanto maior a Cu (4) 4 ,1 3 7 5 1 ,7 4 0 9 2 ,3 7 6 6
concentração do mesmo no meio, menor
a inibição do lodo biológico. No entan- A l (5) 1 ,6 5 0 0 1 ,7 4 0 9 0 ,9 4 7 8
to, o valor da porcentagem de inibição Cr (6) 1 0 ,9 5 0 0 1 ,7 4 0 9 6 ,2 8 9 7
para o sulfato é praticamente o mesmo,
H g (7) 4 ,0 2 5 0 1 ,7 4 0 9 2 ,3 1 2 0
tanto no nível mínimo como no máximo
(Figura 3). Além disso, é importante res- Na (8) 2 6 ,9 1 2 5 1 ,7 4 0 9 1 5 ,4 5 8 7
saltar que a concentração de sulfato exis- 1*2 0 ,9 6 2 5 1 ,7 4 0 9 0 ,5 5 2 9
tente no efluente (33500 mg/L) é mui-
to superior aos níveis mínimo (500 mg/L) 1*3 4 ,1 7 5 0 1 ,7 4 0 9 2 ,3 9 8 1
e máximo (1500 mg/L) adotados no pla- 1*4 2 ,9 3 7 5 1 ,7 4 0 9 1 ,6 8 7 3
nejamento experimental, o que não acon-
tece com os outros elementos significati- 1*5 - 0 ,8 2 5 0 1 ,7 4 0 9 - 0 ,4 7 3 9
vos, cujos valores de concentração no 1*6 1 ,9 7 5 0 1 ,7 4 0 9 1 ,1 3 4 5
efluente estão dentro do intervalo de ní-
veis mínimo e máximo estudados. 1*7 1 2 ,8 7 5 0 1 ,7 4 0 9 7 ,3 9 5 5
Deve-se considerar que os resulta- 1*8 - 5 ,6 8 7 5 1 ,7 4 0 9 - 3 ,2 6 6 9
dos obtidos na pesquisa são apenas
indicativos, pois os efeitos do descarte dos
efluentes gerados nos laboratórios na eta- te serão diferentes dos obtidos neste tra- Apesar destas considerações, os re-
pa de tratamento biológico variarão não balho. Isso ocorre devido, principalmente, sultados obtidos apontam para a necessi-
só com as diferentes análises realizadas às diferentes concentrações de organismos dade de uma etapa de pré-tratamento
nos diversos laboratórios como também presentes nos diversos lodos anaeróbios e a anterior a etapa biológica, a fim de redu-
com o lodo e as diluições (do efluente na diferente diversidade microbiana, que é zir as concentrações dos elementos consi-
rede de esgoto) utilizados. No caso do dependente de vários fatores como tipo do derados mais tóxicos para os microrganis-
lodo, dependendo do reator e da água reator, parâmetros operacionais, e tipo de mos. Tal medida permitiria a manuten-
residuária tratada, os resultados certamen- água residuária, entre outros. ção da eficiência das Estações de Trata-

Eng. sanit. ambient. 241 Vol.10 - Nº 3 - jul-set 2005, 236-242


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