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Destinatários: condenados à PPL; Execução da pena: não tem início no sursis; para o livramento
condicional é necessário o cumprimento de parte da pena
Existência de requisitos legais;
imposta;
Sujeitam-se ao cumprimento de
Duração do período de prova: 2 a 4 anos, em regra, no sursis;
condições;
o restante da pena, no livramento condicional;
Egresso: nomenclatura dispensada pela LEP ao condenado beneficiado pelo livramento condicional,
durante o período de prova.
4. REQUISITOS
4.1 Objetivos
Art. 84, CP: "As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do
livramento".
Entretanto, em conformidade com o STJ, não há que somar a pena aplicada em sentença ainda não
transitada em julgado.
Não for reincidente em crime doloso e apresentar bons antecedentes: mais de um terço da pena
(CP, art. 83, I) = livramento condicional simples;
b) esse tratamento a ele não se aplica, pois um reincidente em crime culposo não pode ser
considerado possuidor de bons antecedentes.
Reincidente em crime doloso: mais de metade da pena (CP, art. 83, II) = livramento condicional
qualificado. Diversos crimes: mais da metade do total das penas unificadas.
b) em face da ausência de expressa previsão legal, deve ser adotada a posição mais favorável ao
condenado (art. 83, I). É a posição do STJ.
Prática de crime hediondo ou equiparado: mais de dois terços da pena, desde que não seja
Art. 83, V, CP, c/c art. 44, parágrafo único, Lei de Drogas: proibição do livramento condicional
para o reincidente específico em crime hediondo ou equiparado.
a) execução conjunta de penas por crime hediondo (ou equiparado) e crime comum: a concessão
do livramento condicional deve ser analisada separadamente, computando-se por primeiro o
percentual de 2/3 referente à condenação pelo delito hediondo (ou equiparado) e, em
segundamente o percentual de 1/3 concernente ao delito comum.
a) aquele que, condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, pratica novamente qualquer
um desses delitos, ainda que tipificados por dispositivos distintos. Dominante.
b) agente que, depois de condenado por crime hediondo ou equiparado, comete idêntico delito.
Reparação do dano
Requisito acrescentado pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime). É irretroativo, uma vez que
limita a obtenção de um benefício que reflete diretamente no cumprimento da pena. O art.50 da LEP
Obs: Não obstante o cometimento de falta grave interrompa o prazo para a progressão de regime,
conforme enuncia a súmula 534 do STJ, não o faz para fins de concessão do livramento condicional,
pois não há previsão legal nesse sentido. A Súmula 441 do STJ proclama que “a falta grave não
interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional”, e esse entendimento é compatível com
o novo requisito introduzido pela Lei 13.964/2019. Assim, embora o condenado não possa obter o
livramento condicional se houver cometido falta grave nos últimos dozes meses anteriores à sua
pretensão, o prazo para o benefício não volta a correr do início quando cometida a falta grave. Praticada
infração dessa natureza, nos 12 meses seguintes o reeducando não pode ser beneficiado com o
livramento condicional, ainda que preencha o requisito temporal. O prazo de doze meses coincide,
inclusive, com o prazo da reabilitação da falta grave, hoje previsto em boa parte dos regimentos
internos das unidades prisionais dos estados brasileiros.
4.2 Subjetivos
Súmula 441 STJ: "A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional".
No caso concreto, entretanto, a prática de falta grave pode inviabilizar o benefício, em face da ausência
de um dos seus requisitos subjetivos.
O preso não é forçado a trabalhar (proibição do trabalho forçado - CF, art. 5.º, XLVII, "c"), mas se
não o fizer será vedado o benefício da liberdade antecipada.
Esse requisito deve ser desprezado quando, em face de problemas do estabelecimento prisional,
nenhum trabalho foi atribuído ao condenado.
Exige-se unicamente prova da aptidão, e não de emprego certo e garantido após a saída da prisão.
Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa:
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir
(art. 83, p. ún, CP)
Deve ser constatado pela Comissão Técnica de Classificação, responsável pela elaboração e
fiscalização do programa de individualização da execução penal (LEP, arts. 5.º a 9.º). Faz-se um juízo
de prognose, direcionado ao futuro.
Esse requisito é facultativo para delitos não cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa.
Pode ser inclusive realizado exame criminológico para elaboração desse prognóstico. Esse
procedimento, entretanto, encontra resistência em parte da jurisprudência, em face da ausência de
previsão legal.
5. RITO - O pedido de livramento condicional deve ser endereçado ao juízo da execução (LEP, arts.
66, III, "e", e 131) e não precisa ser subscrito por advogado:
Art. 712, caput, CPP: O livramento condicional poderá ser concedido mediante requerimento do
sentenciado, de seu cônjuge ou de parente em linha reta, ou por proposta do diretor do estabelecimento
penal, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário.
Antes de sua decisão, o juiz deve ouvir o MP, sob pena de nulidade (LEP, arts. 67 e 131).
ATENÇÃO!!! Entre as incumbências do Conselho Penitenciário não mais se inclui emitir parecer sobre
livramento condicional, eliminada do art. 70, I, LEP pela Lei 10.792/03. Entretanto, essa mesma lei não
modificou o art. 131 LEP, que reclama a oitiva. Afinal, prescinde-se ou não do parecer do Conselho
Penitenciário?
1ª posição: é necessário, uma vez que remanesce no art. 131 da LEP a necessidade dessa manifestação
no procedimento da liberdade antecipada.
2ª posição: com a edição da Lei 10.792/2003, dispensa-se o parecer do Conselho Penitenciário, ficando
à discricionariedade do juiz, se reputar necessário, determinar sua realização. ASSIM ENTENDE O
STF. Ressalte-se, porém, qualquer que seja a posição adotada, que a manifestação do Conselho
Penitenciário, tipicamente de índole administrativa, não vincula o juízo da execução:
Concedido o benefício, será expedida carta de livramento com cópia integral da decisão judicial em duas
vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da sua execução e outra ao Conselho
Penitenciário (LEP, art. 136). Após, em dia marcado pelo presidente do Conselho Penitenciário será
realizada audiência admonitória, consistente em cerimônia solene no estabelecimento onde o condenado
cumpre a PPL observando-se o seguinte procedimento:
I- a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
Se aceitar as condições, o liberado, ao sair do estabelecimento penal, receberá uma caderneta, que exibirá
à autoridade judiciária ou administrativa sempre que lhe for exigida (LEP, art. 138, caput). Da concessão
ou denegação do livramento condicional cabe agravo (LEP, art. 197).
LEGAIS a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho;
(rol taxativo)
obrigatórias b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
O período de prova tem início com a cerimônia realizada no estabelecimento prisional em que o
condenado cumpre a pena, realizada após a concessão do benefício pelo juízo da execução. Na cerimônia,
com suas etapas definidas pelo art. 137 da Lei de Execução Penal, o condenando declara se aceita ou não
as condições a que fica subordinado o livramento (CP, art. 85).
7. REVOGAÇÃO - O livramento condicional é precário. A revogação deve ser decretada pelo juiz da
execução, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do Conselho
Penitenciário. Em qualquer caso, o juiz deve proceder à prévia oitiva do condenado, sob pena de nulidade
por violação do princípio constitucional da ampla defesa.
7.1. Obrigatória/Legal
CP, Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade,
em sentença irrecorrível:
O liberado deve ser condenado à PPL, por decisão transitada em julgado. Nesse caso, o juiz poderá
ordenar a prisão do liberado, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o
curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final (LEP,
art. 145).
Se a decisão final for condenatória, e transitar em julgado, o juiz deverá revogar o livramento condicional.
De fato, o juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento (CP, art. 89).
Efeitos da revogação são rigorosos (do art. 88 CP, bem como arts. 141 e 142 da LEP):
c) não se pode somar o restante da pena cominada ao crime à nova pena, para fins de concessão de novo
livramento.
O liberado vem a ser condenado a PPL em sentença irrecorrível, por crime anterior. A referência ao art.
84 tem o seguinte significado: somente é possível a revogação quando a nova PPL, somada à anterior,
que ensejou o livramento condicional, resultar na impossibilidade de manutenção do benefício.
Exemplo: condenado a 12 anos de reclusão, o réu, primário e com bons antecedentes, cumpriu mais de
quatro anos da pena e a ele foi concedida a liberdade antecipada. Após dois anos no gozo do benefício,
e, portanto, faltando seis anos para a extinção da PPL, é condenado a 20 anos de reclusão por crime
anterior. Sua pena faltante, somadas as duas, é de 26 anos, razão pela qual é incompatível preservar o
livramento condicional com os seis anos de pena até então cumpridos, que representam menos de um
terço do total.
Os efeitos dessa revogação são mais suaves (art. 88 CP e arts. 141 e 142 da LEP):
b) admite-se a soma do tempo das duas penas para concessão de novo livramento; e
c) permite-se novo livramento condicional, desde que o condenado tenha cumprido mais de um terço ou
mais de metade do total da pena imposta (soma das penas), conforme seja primário e portador de bons
antecedentes ou reincidente em crime doloso.
Art. 87. O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das
condições constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a
pena que não seja privativa de liberdade.
Fica a critério do magistrado eventual manutenção do benefício. E, se decidir não revogá-lo, o juiz deverá
advertir o liberado ou agravar as condições impostas (LEP, art. 140, parágrafo único).
Os efeitos da revogação são rigorosos: não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado, e também não se permite a concessão, no tocante à mesma pena, de novo livramento
condicional (art. 88 CP).
É irrelevante o momento da prática do crime ou da contravenção penal (se antes ou durante o livramento
condicional). Saliente-se, porém, que condenação irrecorrível a PPL induz à revogação obrigatória (CP,
art. 86), e não gera nenhum efeito se decorrente de contravenção penal.
Os efeitos variam conforme o momento de cometimento da infração penal (art. 88, CP):
- Anteriormente ao benefício: desconta-se da pena o tempo em que esteve solto o condenado e também
se permite novo livramento condicional em relação a mesma pena;
8. SUSPENSÃO
Art. 145, LEP. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos
o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
Tal dispositivo se justifica pelo seguinte: a revogação do livramento condicional, quando motivada pela
pratica de infração penal, depende do trânsito em julgado da condenação (arts. 86 e 87 do CP); pode
acontecer, entretanto, de ser moroso o trâmite da ação penal a ponto não haver decisão definitiva ao
tempo do término do período.
O dispositivo legal é aplicável às hipóteses descritas pelo art. 86, I e II, bem como pelo art. 87, ambos do
CP.
Ademais, a condenação por sentença irrecorrível decorrente de crime do qual resulte PPL deve ensejar a
revogação do benefício, enquanto a condenação definitiva por crime ou contravenção penal a pena que
não seja privativa de liberdade pode produzir igual efeito.
Mas não é possível a suspensão do livramento condicional quando o liberado deixa de cumprir qualquer
das obrigações decorrentes da sentença (CP, art. 87, 1ª parte), pois a LEP autoriza essa medida somente
quando praticada outra infração penal.
9. PRORROGAÇÃO
Art. 89, CP - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Em tais situações deve prorrogar o período de prova até o trânsito em julgado da sentença, mas durante
a prorrogação não subsistem as condições do livramento condicional, se já ultrapassado o período de
prova, ou seja, já tenha se esvaído o tempo restante da pena privativa de liberdade.
2ª posição: não é automática e depende de decisão judicial expressa. É a posição do STF e do STJ.
Pouco importa seja o crime doloso ou culposo, punido com reclusão ou detenção. Não se admite,
contudo, a prorrogação do período de prova no caso de contravenção penal cometida durante a vigência
do livramento condicional pois a lei fala somente em "crime".
Com o término da prorrogação em razão de crime cometido durante a vigência do benefício, operando-
se o trânsito em julgado da sentença, podem ocorrer as seguintes situações:
b) o liberado é condenado a PPL: o benefício é obrigatoriamente revogado (CP, art. 86, I e II); e
c) o liberado é condenado a pena que não seja privativa de liberdade: a revogação do livramento
condicional é facultativa (CP, art. 87, in fine ).
Art. 90, CP - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade.
Cuida-se de sentença meramente declaratória com eficácia retroativa (ex tunc) à data em que se encerrou
o período de prova, já que o termo do período de prova é que extingue a PPL. Antes a decretação da
extinção da pena deve o magistrado ouvir o MP (LEP, art. 67).
Súmula 617, STJ: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término
do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.”
Suponha que determinado sujeito, durante o período de prova do livramento condicional, é preso em
flagrante por um novo delito. Após o período de prova, porém, o magistrado a quo entendeu por bem
revogar o benefício, tendo em vista a superveniência da segunda condenação (definitiva). Está correta a
postura? A Súmula 617 do STJ veio dirimir essa questão.
No caso, percebe-se que o magistrado não observou o art. 145 da LEP. Em verdade, durante o período
de provas, manteve-se inerte, revogando-o após o referido período, violando o art. 90 do CPB.
Assim, o que o magistrado deveria ter feito era suspender cautelarmente o benefício, ainda durante o
seu curso, até o trânsito em julgado da sentença condenatória, o que acarretaria a sua revogação.
11.1 Livramento condicional insubsistente - Quando o condenado, a quem foi deferido o livramento
condicional, não comparece por qualquer motivo na cerimônia para aceitação das condições.
11.2 Não cabimento de habeas corpus - De fato, a dilação probatória é indispensável para análise do
preenchimento dos requisitos legais exigidos para concessão do benefício. Exceção: quando a decisão
denegatória for teratológica, isto é, manifestamente ilegal, e todos os requisitos legais estiverem
documentalmente comprovados.
11.4 Livramento condicional cautelar - Cuida-se de criação pretoriana aplicável em duas hipóteses:
(1) em substituição do regime aberto, visando evitar a inócua prisão domiciliar, em face da inexistência
de Casa de Albergado; e
(2) nos casos em que o condenado preenche os requisitos objetivos, mas o juízo aguarda o parecer do
Conselho Penitenciário, para aqueles que acreditam ainda ser essa medida obrigatória. Se o parecer,
posteriormente, for favorável, ratifica-se o livramento condicional, e, se negativo, ordena-se o retomo ao
estabelecimento prisional.
Essa modalidade de livramento condicional deve ser rejeitada. Na primeira hipótese, por constituir-se em
decisão judicial estranha ao pedido: o regime aberto deve ser deferido ou indeferido, não se permitindo
a criação de uma terceira alternativa, automaticamente excluída. E, na segunda hipótese, por ausência de
previsão legal.
Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante
do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
(...)