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Giovan Kronenberger
Bolsista de Inic. Científica, Eng. Química, UFRJ
Gildo de Araújo Sá Cavalcanti de Albuquerque
Orientador, Engo. de Minas, M. Sc.
RESUMO
Neste estudo foi analisada a indústria apesar de poderem ser aqui fabricados.
brasileira de fertilizantes, dentro de uma Quanto ao potássio, as reservas
visão prospectiva, tanto a partir de nacionais não permitem grandes
dados históricos quanto utilizando ampliações da produção, o que obriga à
dados atuais. À luz dos resultados continuação da dependência externa. Já
obtidos verifica-se que há uma os nitrogenados se inserem em um
premente necessidade de ampliação da contexto exclusivamente comercial, de
produção nacional de rocha fosfática, cotejo de preços com produtos
objetivando diminuir nossa dependência importados, sem problemas com o
de importações de fosfatados, que suprimento de matérias-primas.
oneram o balanço de pagamentos,
1. INTRODUÇÃO
Assim como os demais seres vivos, os vegetais necessitam de alimentação.
As substâncias e/ou produtos que fornecem aos vegetais os nutrientes
imprescindíveis ao seu crescimento e à sua produtividade são chamados de
fertilizantes.
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proporções, da ordem de quilos por hectare, os micronutrientes, como o
nome indica, são medidos em gramas por hectare.
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expressas por 3 números, como por exemplo: 4:14:8; o primeiro número
fornece o teor de nitrogênio do fertilizante, medido em N, o segundo dá o teor
de fósforo, medido em P2O5 e o terceiro equivale ao teor de potássio, medido
em K2O.
GÁS NATURAL
PETRÓLEO ENXOFRE NATURAL ROCHA FOSFÁTICA ROCHA POTÁSSICA
RESÍDUOS PESADOS PIRITAS “IN SITU”
NAFTA
MATÉRIAS-PRIMAS
ROCHA
AMÔNIA ENXOFRE
FOSFÁTICA
PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS
ÁCIDO ÁCIDO
NÍTRICO SULFÚRICO
ÁCIDO
FOSFÓRICO
FERTILIZANTES BÁSICOS
NITRATO DE SULFATO DE
URÉIA TERMOFOSFATO
AMÔNIO AMÔNIO
SUPERFOSFATO ROCHA
TRIPLO PARCIALMENTE
ACIDULADA
SUPERFOSFATO
NITROCÁLCIO MAP
SIMPLES
CLORETO
DE
DAP POTÁSSIO
DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
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2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é demonstrar como a indústria brasileira de
fertilizantes está inserida no mercado mundial, bem como realçar sua
importância para o desenvolvimento agrícola nacional.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia adotada foi a consulta de anuários e bibliografias específicas
sobre o assunto, levantando-se dados de reservas, produção, comércio
exterior e consumo de produtos da indústria de ferilizantes no Brasil. Em
posse destes valores, foram feitas diversas análises a fim de estabelecer as
perspecitivas, no que se refere às oportunidades de produção e comércio
ainda não exploradas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos estão apresentados em três etapas. Primeiramente, é
demonstrado o mercado mundial, onde os países mais populosos não são
necessariamente os maiores consumidores, em termos de consumo per
capita e/ou por km2 de território. Em seguida, está expresso um histórico e a
situação atual da indústria brasileira. Por fim, é apresentado o caso dos
nutrientes fosfatados no Brasil, pois este é carente de uma maior discussão.
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Tabela 1 - Participação do Brasil na Produção Mundial de Matérias-primas e
Produtos Intermediários para a Produção de Fertilizantes.
PRODUTORES Produção Mundial Produção Brasil
PRODUTOS Em 103 t % Em 103 t %
Amônia (em t de N) 104.943 100 949 0,9
Enxofre Elementar (em t de S) 39.815 100 - -
Ácido Sulfúrico (em t de H 2SO 4) 155.108 100 4.506 2,9
Rocha Fosfática (em t de conc.) 137.895 100 4.421 3,2
Potássio (em t de K2O) 25.470 100 315 1,2
Fonte: IFA apud ANDA.
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Segundo diversos especialistas, e dentro de uma apreciação de caráter muito
geral, o consumo de cada tonelada de nutrientes é responsável pela
produção de pelo menos dez toneladas de grãos.
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Com o programa de substituição de importações, a indústria brasileira de
fertilizantes se amoldou ao seguinte perfil de produtores: matérias-primas
básicas (principalmente rocha fosfática e amônia); intermediários (ácidos
sulfúrico, fosfórico e nítrico); fertilizantes simples (nitrogenados, fosfatados e
potássicos) e formulações NPK.
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Tabela 3 - Fertilizantes Entregues ao Consumidor Final.
(em toneladas)
NUTRIENTES (em toneladas) Crescimento
ANOS em relação ao
N P2O5 K2O TOTAL ano anterior
1991 781.526 1.217.375 1.205.987 3.204.888 1,8 %
1992 865.466 1.346.087 1.372.814 3.584.367 11,8%
1993 1.014.779 1.546.066 1.589.414 4.150.259 15,8%
1994 1.176.940 1.744.467 1.810.878 4.732.285 14,0%
1995 1.134.645 1.494.953 1.679.201 4.308.799 - 8,9 %
1996 1.197.357 1.707.763 1.941.318 4.846.438 12,5 %
1997 1.305.598 1.942.725 2.242.486 5.490.809 13,3 %
1998 1.455.429 2.128.639 2.261.182 5.845.250 6,4 %
Fonte: IFA apud ANDA.
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Tabela 4 - Reservas de Rocha Fosfática no Brasil. (em toneladas)
ESTADO/ RESERVA P2O5 TEOR %
MUNICÍPIO MEDIDA CONTIDO
BRASIL 1.711.881.966 160.565.605 9,38 100,00
Região Nordeste 124.274.778 16.127.483 12,98 4,5
BA 3.962.603 554.765 14,00 0,4
Irecê 3.962.603 554.765 14,00 0,4
CE 89.178.080 9.809.589 11,00 2,6
Itatira 27.895.000 3.068.450 11,00 0,8
Santa Quitéria 61.283.080 6.741.139 11,00 1,8
PB 9.693.081 1.242.689 12,82 0,6
Alhandra 8.161.441 984.454 12,06 0,5
Pedras de Fogo 1.531.640 258.235 16,86 0,1
PE 21.441.014 4.520.440 21,08 1,0
Goiana 424.456 38.838 9,15 0,1
Igarassu 1.707.581 253.861 14,87 0,1
Paulista 19.308.977 4.227.741 21,90 0,8
Região Centro 1.339.837.188 129.101.159 9,64 88,3
MG 1.101.305.113 108.692.456 9,87 67,7
Araxá 86.188..265 12.372.411 14,36 16,2
Cedro do Abacate 17.915 1.792 10,00 0,0
Coromandel 2.866.392 282.053 9,84 0,4
Lagamar 3.463.339 793.797 22,92 0,3
Patos de Minas 231.246.010 29.599.489 12,80 11,9
Patrocínio 133.860.000 15.126.180 11,30 3,9
Quartel Geral 188.000 28.200 15,00 0,0
Tapira 643.475.192 50.488.534 7,85 34,9
GO 88.679.636 10.992.670 12,40 11,4
Catalão 33.642.396 3.711.354 11 9
Ouvidor 55.037.240 7.281.316 13,23 2,3
SP 149.852.439 9.416.033 6,28 9,2
Iperó 74.863.125 5.118.849 6,84 3,4
Cajati 73.389.027 4.041.138 5,51 5,8
Registro 1.600.287 256.046 16,00 0,0
Região Sul 247.770.000 15.336.963 6,19 7,2
SC 247.770.000 15.336.963 6,19 7,2
Anitápolis 247.770.000 15.336.963 6,19 7,2
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Tabela 5 – Produção e Importação de Produtos Intermediários e
Matérias-Primas Fosfatadas no Brasil
(em toneladas de nutriente P2 O 5 no ano de 1998)
Produto Produção Importação
Superfosfato Simples - SSP 643.849 27.762
Superfosfato Triplo 220.848 167.524
Termofosfato 23.930
Fosfato Monoamônio - MAP 357.217 457.339
Fosfato Diamônio – DAP 11.037 25.055
Fosfato Natural de Aplicação Direta 38.595 79.447
Fosfato Parcialmente Acidulado 2.233 1.664
Complexos 54.081 14.029
Total de Produtos Intermediários 1.368.991 772.820
Rocha Fosfática 1.561.869 190.570
Ácido Fosfórico 778.798 85.867
Total de Matérias-Primas 2.340.667 276.437
Fonte: IFA apud ANDA.
5. CONCLUSÕES
Como as reservas brasileiras de potássio, atualmente conhecidas e em lavra,
são absolutamente insuficientes para abastecer todo o consumo doméstico, o
país tende a continuar sendo um grande importador desse nutriente, para
suprir as necessidades internas. Quanto ao nitrogênio, considerando a
existência de matéria-prima disponível, sua importação ou não vai depender
exclusivamente de oportunidades comerciais, não havendo problemas
estruturais para a sua produção doméstica.
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permite o surgimento de novas minas, desde que haja uma correta política de
utilização dos recursos minerais disponíveis.
BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE, G.A.S.C., GIANNERINI, J.F. (1980). “Outlook of the phosphate rock
industry in Brazil”, 2 ed. São Paulo: IBRAFOS.
ALBUQUERQUE, G.A.S.C. (1995). “A produção de fosfato no Brasil: uma apreciação
histórica das condicionantes envolvidas”, São Paulo, 142 p. Dissertação (Mestrado) -
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
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