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ERROS MAIS FREQUENTES

1. Fugir do tema:
Esta é uma falha constante que pode fazer com o que o aluno tire nota zero na redação, segundo os
educadores. Para não correr o risco de cometê-la, a dica é ler a proposta e grifar as palavras mais
importantes.

2. Errar o gênero do texto solicitado:


Este é o tipo de erro que também pode fazer com que o estudante zere na prova. Na tentativa de ser
original, segundo Célia Passoni, o candidato chega a escrever uma poesia ou uma narração, quando o que
se pede é uma dissertação. Prosa, não significa escrever em forma de versos ou diálogos, e sim em
parágrafos.
A principal característica da dissertação é a argumentação, ou seja, a defesa de uma tese. Já na narração,
conta-se uma história sem ter a necessidade de apresentar explicações.

3. Usar um estilo de texto autoajuda:


“A dissertação não é um bate papo com o leitor e não pode ser interativa”. O candidato costuma
utilizar uma estrutura linguística presente em livros ou e-mails com mensagens de autoajuda que incluem, por
exemplo, a palavra “você.”

4. Apresentar argumentos frágeis, chavões e do senso comum (no caso das dissertações):
Uma boa dissertação – gênero de texto pedido na maioria dos vestibulares – exige argumentos e explicação
sólidas e originais. Falsas generalizações como “lugar de mulher é na coisa”, “antes só do que mal
acompanhado” ou "loiras são burras" não são considerados argumentos e só empobrecem o texto.

5. ‘Esquecer’ coesão e coerência:


As informações não podem aparecer jogadas no texto e têm de estar unidas. Também é fundamental
não utilizar elementos contraditórios.

6. Errar a grafia ou concordância das palavras:


Frases desestruturadas podem comprometer a redação porque a leitura não flui. Em casos de erros
crassos, há perda de pontos.

7. Usar verbos no imperativo:


Expressões de ordem ou que representam conversa com o leitor, como “faça sua parte” não devem
ser usadas. Desta forma, o vestibulando foge da discussão exigida na dissertação e joga para o leitor a
responsabilidade de refletir.

8. Mesclar pessoas gramaticais:


Começar o texto usando ‘nós’, mudar para a terceira pessoa, e encerrar usando ‘eu’, é outro erro
comum. Isto mostra que o aluno não segue uma ideia em uma linha única.

9. Usar coloquialismo, gírias ou clichês:


Evite-os, até mesmo, entre aspas. “Usar aspas como dizer ao leitor que o aluno sabe que é uma gíria,
por exemplo, mas desconhece a norma culta”.

10. Escrever de forma ilegível:


Seja cursiva ou de forma, letra legível é fundamental para a limpeza e compreensão total do texto. Ao
errar uma palavra, a dica é para riscá-la e continuar escrevendo depois.
ENTENDENDO AS COMPETÊNCIAS

Não considerada: 0 pontos


Precário: 40 pontos
Insuficiente: 80 pontos
Mediano: 120 pontos
Bom: 160 pontos
Ótimo: 200 pontos

Competência 1: Demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa

Em linhas gerais, esse item avalia se o candidato tem noções claras sobre a distinção da modalidade escrita
e a oral. Com a internet, os estudantes têm trocado mensagens de texto com frequência, é verdade. O
desafio é que nestas plataformas o uso da língua portuguesa é empregado de maneira mais coloquial do que
o modo formal, que é o exigido em avaliações como a do ENEM. Fazer os alunos compreenderem essa
diferença e, principalmente, do peso que isso tem na prova de redação vai ajudá-los bastante a ter uma
pontuação melhor neste item específico.
O candidato tem essa competência desconsiderada (ou seja, tira nota zero neste item), quando mostra total
falta de conhecimento da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. O desempenho é
considerado precário quando são notados desvios gramaticais graves e recorrentes, que passam pela
ortografia, pontuação, concordância, acentuação e assim por diante. Além disso, o candidato que recebe
essa qualificação apresenta no texto muitas gírias e marcas de oralidade.
É insuficiente o desempenho do candidato nesta competência quando são notados muitos desvios
gramaticais, como escolha de registro e de convenções de escrita e ainda muito traço de oralidade e algumas
gírias ao longo da construção textual. A avaliação mediana considera que o aluno teve alguns desvios da
Língua Portuguesa — mesmo que sejam poucos erros considerados graves ou gravíssimos, ou, ainda, vários
deslizes leves. O fato de não haver uso adequado da concordância verbal ou nominal não impede o
candidato de enquadrar-se nesse nível na referida competência, desde que não sejam configuradas falta de
domínio da norma culta.
O candidato que possui um bom nível nessa competência traz no texto poucos desvios gramaticais leves. Até
por isso se há uma falha ou outra de concordância verbal ou nominal na prova de redação, é dado um peso
menor, por entender que o aluno compreendeu o conteúdo e trata-se de uma falha eventual. No caso de um
desempenho ótimo, o estudante demonstra um excelente domínio da Língua Portuguesa, com pouco ou
nenhum desvio gramatical (são aceitos em caso de excepcionalidade, ou seja, quando não há reincidência do
erro no mesmo texto).

Competência II — Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de


conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-
argumentativo.

Falha bastante frequente nas redações do ENEM, essa competência é outro desafio que tem tomado
bastante atenção do professor em sala de aula. Esse critério avalia bem a capacidade de interpretação do
texto que o candidato possui, pois ao fugir do tema ele demonstra um indício de não ter conseguido
compreender a proposta da prova. Pelo fato de terem textos de apoio na exposição do tema, mesmo que não
tenha domínio sobre o assunto, o aluno em tese tem condições de atender a esse pré-requisito.
O desempenho é desconsiderado completamente (nota zero) quando o autor do texto foge completamente
ao tema e não apresenta a estrutura completa da dissertação argumentativa, tipo de texto exigido para a
prova do ENEM. O desempenho precário é percebido pelos avaliadores quando o inscrito apresenta o tema,
mas tangencia o assunto. Trocando em miúdos: fica numa superficialidade que beira o desconhecimento do
tema (um forte indício de que faltaram condições de interpretação). Outra característica da redação
enquadrada nesse nível é apresentar traços constantes de outros tipos textuais (tais como narração ou
descrição, por exemplo).
A avaliação é considerada insuficiente nesta competência quando o candidato reproduz cópia de trechos do
material de apoio (também conhecidos como textos motivadores). Outra percepção dos examinadores é a
ausência da estrutura textual dissertativa-argumentativa, sem ter claros os aspectos de introdução,
argumentação e conclusão. Mediana é a qualificação atribuída aos candidatos com argumentação óbvia ou
previsível e com mais clareza sobre a estrutura de redação exigida na prova do ENEM, embora ainda não
apresente com propriedade os componentes desse tipo textual.
O desempenho é considerado bom quando o inscrito possui uma argumentação consistente, com linha de
raciocínio que atende ao formato do texto dissertativo-argumentativo, passando pela proposição,
argumentação e conclusão. O desempenho máximo, ou ótimo, é atribuído pelos avaliadores quando há
argumentação consistente, notada a partir de um repertório sociocultural e com zelo e domínio das etapas
que compõem o tipo de texto da prova do ENEM.

Competência III – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e


argumentos em defesa de um ponto de vista.

Essa competência está intimamente ligada à capacidade de compreensão do tema e a relação dele com o
repertório sociocultural do inscrito. A preparação do aluno para esse item passa, acima de tudo, pela vivência
e experiências adquiridas ao longo de sua vida escolar. Mas sempre pode ser potencializada essa qualidade
a partir de exercícios de leitura, debates e outras estratégias (como a do cinema na escola, que tratamos por
aqui). Nessa competência é esperado do aluno que ele organize o conhecimento que possui em defesa de
um ponto de vista pessoal dentro do tema estipulado.
A nota zero é atribuída à prova de redação do candidato que apresenta informações, fatos e opiniões não
relacionados ao tema, sem que haja defesa de ponto de vista. O desempenho precário do inscrito é
percebido quando há pouca relação dos dados apresentados com o tema e, ainda, opiniões incoerentes, que
levam o autor a não defender um ponto de vista. O nível insuficiente é entendido pelos examinadores
quando há exposição de informações e fatos sobre o tema, mas de maneira desorganizada e contraditória.
Outro elemento percebido é que o conhecimento apresentado restringem-se aos dados trazidos nos textos
motivadores.
É considerado mediano o texto que traz informações, fatos e opiniões relacionamentos ao tema, mas ainda
centrados apenas nos argumentos propiciados pelos textos de apoio. O que difere da redação que recebe
uma avaliação boa nesta competência. Nela, o inscrito traz o conteúdo dentro do tema, de maneira
organizada, e com indícios de autoria e defesa de ponto de vista. O ótimo desempenho é notado quando o
candidato traz os dados todos totalmente relacionados ao assunto proposto, de modo organizado e
consistente.

Competência IV – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a


construção da argumentação.
Um dos pontos fortes do texto dissertativo, a argumentação recebe uma atenção especial nessa
competência. Os 200 pontos desse item são destinados aos candidatos que apresentam uma excelente
capacidade de estruturar o texto e apresentar, de maneira coesa e fundamentada, os argumentos. Esses
requisitos facilitarão no processo de defesa de ponto de vista.
A nota zero é atribuída ao texto que não dispõe de marcas de articulação e com ideias totalmente
fragmentadas, sem apresentar uma ordem lógica e clara. O desempenho precário é percebido nas redações
cujos autores apresentam as informações um pouco mais coesas, mas ainda bem fragmentadas. Já o
nível insuficiente desta competência é notado em textos que apresentam inadequações na formatação e
pouco conhecimento de recursos de coesivos (conjunto de mecanismos linguísticos que ajudam a
estabelecer relações de sentido no texto).
Os examinadores qualificam como mediana, nesta competência, a redação que apresenta articulação das
partes do texto abaixo do adequado, cujo repertório do autor é pouco diversificado dos recursos que dão
lógica e clareza. Diferentemente do candidato que tem um desempenho bom neste item. Eles reproduzem no
texto poucas inadequações de argumentação e trazem, com clareza, as informações e repertório
diversificado. No quesito, é enquadrado como ótimo o inscrito que consegue articular muito bem o texto,
utilizando-se de conhecimento diversificado sobre o assunto e com vários recursos que garantem a lógica e
clareza.

Competência V – Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores
humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Essa proposta é a que tem, nas últimas edições do ENEM, apresentado o pior desempenho na média dos
inscritos. A expectativa é a de que o candidato proponha alguma ideia para solucionar um problema
relacionado do tema. Nesse quesito, os examinadores redobram as exigências para fazer com que as
propostas estejam em concordância com os direitos humanos, considerando valores universais de cidadania,
liberdade e diversidade sociocultural.
Os textos que têm nota zero nessa competência não apresentam proposta de intervenção ou a que é trazida
pelo autor não faz relação nenhuma ao tema tratado. É encaixada no nível precário a redação que apresenta
uma proposta de intervenção vaga ou muito abrangente, relacionada apenas ao assunto central. Já no
item insuficiente, o candidato traz uma proposta que não está articulada com a discussão desenvolvida no
texto.
O desempenho mediano é atribuído ao aluno que traz ao texto uma proposta de intervenção mais conectada
ao tema e à argumentação trazida. O que difere dos que se enquadram na avaliação boa, cuja redação
dispõe de uma proposta ligada ao tema e é mais sintonizada ao que foi relacionado nas linhas anteriores. E,
por fim, o desempenho ótimo é atribuído aos estudantes que apresentam uma proposta de intervenção
detalhada e com total relação ao assunto central, alinhavando aquilo que foi trazido pelo autor ao longo de
seu texto.

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