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CONCEITO DE ALTERIDADE

A alteridade é o reconhecimento da diferença, tanto no significado linguístico comum


quanto no significado filosófico, pois a alteridade é o que é, por essência e definição,
diferente, é o reconhecimento de que existem pessoas e culturas singulares e subjetivas
que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras. Reconhecer a
alteridade é o primeiro passo para a formação de uma sociedade justa, equilibrada,
democrática e tolerante, onde todas e todos possam expressar-se, desde que respeitem
também a alteridade alheia.

No Inicio de sua fala, o convidado, Prof. Luiz Signates (UFG), jornalista e especialista em
políticas públicas, toma a ideia do “eu” como principal referência do individuo social, como o
contraponto a essência da “alteridade” que é aceitar a diferença do outro como se fosse
sua. Nesse ponto há um paralelo, embora raso, com o trecho infra.

“Esse conceito talvez melhor se traduza na ciência do cuidar, que se constitui, a meu ver, a
razão máxima de ser da ética: amar o próximo, a outridade, como a si próprio.” (GOYA,
Will., 2020, p. 17)

A patir daí, o convidado discorre principalmente sobre reflexos sociológicos, tecnológicos e


culturais do tema, focando no todo e assim, se afastando de certa forma da abordagem
poroposta pelo trecho do livro “A escuta e o silêncio” que estamos analisando, que deposita
nossa atenção sobre o individuo e suas dores, seja o partilhante ou o ouvinte.

Segundo o Dicionário de Filosofia de Abbagnano (2007, p. 35) o termo significa: “Ser outro,
pôr-se ou constituir-se como outro”. (Revista Eletrônica Igarapé- Nº 03, p. 198, 2014)

Ao propor o conceito de Alteridade, Lévinas demonstra o quanto é necessário a


revalorização do sentido ético do humano e do respeito às diferenças; forçando a uma
reflexão sobre a importância do reconhecimento do próximo, e assim, convida a todos a
assumir uma sociedade plural, fraterna e pacífica.

““É nesse sentido que a concepção de “outro” em Filosofia Clínica é melhor traduzida como
“partilhante” – acolhido na qualidade de um amigo, com quem se divide uma caminhada de
diálogos existenciais –, ao invés de cliente (segundo a ênfase financeira) ou paciente
conforme o tratamento psicopatológico).” (GOYA, Will., 2020, p. 22)

A alteridade é a capacidade de reconhecer que o outro é daquele jeito porque ele é,


essencialmente, diferente de você. Além do reconhecimento da diferença, a alteridade O
propõe um respeito ético ao outro como ser singular. É na alteridade que surge a tolerância.

“Aceitar e escutar o outro como ele é (dentro do que se pode percebê-lo), entretanto, nem
sempre significa concordar ou apoiá-lo, pois, mais importante do que cada um de nós será
sempre a liberdade do encontro.” (GOYA, Will., 2020, p. 19)

Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p.
35.

Revista Eletrônica Igarapé- Nº 03, p. 198, Maio de 2014

A ESCUTA E O SILÊNCIO – A HISTÓRIA DE LAURA, GOYA, Will., 2020, Editora Mikelis

Marciano Ricardo da Silva - TAREFA AVALIATIVA 03 - HUMANIDADES - DIREITO 202N

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