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AULA 5
Abordagens metodológicas em avaliação
Módulo 2
Conceitos e métodos da avaliação
MÓDULO 2
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Programa de Apoio Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde
(PROADI-SUS)
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Projeto de Institucionalização de Práticas Avaliativas: A Gestão Estratégica da
Vigilância Sanitária Baseada em Evidências
Curso Introdutório de Avaliação em Saúde com Foco em Vigilância Sanitária
EQUIPE TÉCNICA
Equipe Técnica do Projeto – Conteúdo e Texto
Ana Coelho de Albuquerque
Bruno Lopes Zanetta
Danila Augusta Accioly Varella Barca
Denise Ferreira Leite
Eronildo Felisberto
Gabriella de Almeida Raschke Medeiros
Isabella Chagas Samico
Luciana Santos Dubeux
Mônica Baeta Silveira Santos
Patrícia Fernanda Toledo Barbosa
Sumário
1. Conceitos Iniciais 09
Síntese da aula 19
Referências 20
Leitura Complementar 20
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Aula 5 – Abordagens
metodológicas em avaliação
Ementa da aula
Objetivos de aprendizagem
Introdução
Na aula anterior você aprendeu os principais conceitos do campo da avaliação em
saúde, os objetivos e tipos de estudos avaliativos, bem como conheceu os atributos da
qualidade em avaliação. Assim, foi possível compreender sua importância como
ferramenta-chave na tomada de decisões no complexo contexto da saúde.
Como avaliar?
Todos nós, em grande parte do Quando decidimos realizar um estudo
tempo, emitimos algum juízo de valor sobre formal para avaliar alguma intervenção,
fatos, pessoas ou objetos que nos rodeiam. É provavelmente esse interesse surge da
essa capacidade que nos permite tomar constatação da insuficiência de
decisões rápidas sem precisarmos realizar informações nas avaliações informais que
grandes investigações sobre causas, fazemos.
determinações, consequências, efeitos
indesejados, entre outros, toda vez que
precisamos decidir algo. Essas opiniões que
formamos são resultados dos nossos
aprendizados diários, baseados na
experiência vivida ou transmitida por
alguém.
08
1. Conceitos iniciais
Antes de mais nada, vamos esclarecer, em poucas palavras, o que entendemos por
método e metodologia. Quase todas as definições que se encontram para a palavra método
derivam do grego antigo methodos, que significava “caminho para chegar a um fim”.
Buscando algumas definições, verifica-se que o termo vai se modificando, como mostrado
na figura abaixo 2:
Métodos
2. Quantitativo, qualitativo ou
ambos?
Sem uma definição sofisticada, há um senso comum de que a principal distinção
entre a abordagem qualitativa e a quantitativa é: os estudos quantitativos lidam com
números, enquanto que os qualitativos tratam com palavras. Podemos acrescentar a essa
definição que os estudos quantitativos coletam dados que se traduzem em números, que
sua análise pode ser estatística, e as conclusões são fundamentalmente baseadas na
intensidade dos efeitos e na significância das relações estatísticas. Já os estudos qualitativos
tendem a usar técnicas de entrevista e observação, nas quais as análises e registros tomam
a forma de narrativas7.
11
Glossário
*Caso-controle: estudo retroanalítico, pois para se produzirem evidências científicas nesse tipo de
estudo, deve-se considerar grupos de casos seguramente diagnosticados e de controle
“comparável” aos casos, retroagindo-se na história de ambos os grupos para investigar possível
exposição a fatores de risco no passado que possam ser imputados como causais.
QUANTITATIVOS QUALITATIVOS
USOS
Para medir numericamente “quem, o que, Para analisar qualitativamente “como
quando, onde, quanto, com que frequência”.
e por que”.
DESENHOS DE ESTUDO
- Experimental - Estudo de caso
- Quase-experimental - Estimativa rápida
- Observacionais - Etnografia
- Descritivos - Histórica
- Análise de séries temporais - Pesquisa-ação
- Pesquisa participante
- Já existem muitos
modelos de
questionário
- Pode influenciar o
comportamento dos
participantes do
programa
2. Dessas informações, quanto pode ser coletado e analisado de forma prática e com
baixo custo (questionários, inquéritos, checklists)?
5. Que outros métodos poderiam ser utilizados, caso informações adicionais sejam
necessárias?
Como afirma Patton8, a questão não é usar um ou outro, mas sim escolher entre o
adequado e relevante. Tratando-se de objetos complexos, como são muitos dos programas de
saúde, provavelmente é preciso utilizar múltiplos métodos. Atualmente, é consenso entre a
maioria dos estudiosos da avaliação que o uso de métodos quantitativos e qualitativos em um
mesmo estudo avaliativo pode torná-lo mais consistente. Entretanto, é fundamental estar
atento para que não haja justaposição ou somatório de métodos, abordagens ou
instrumentos, e sim uma integração coerente com as questões, objetos e propósitos do
estudo avaliativo11.
Dica!
Síntese da aula
Por fim, no caso da avaliação em saúde, tudo o que se faz dependerá sempre do
nível de interesse dos envolvidos na intervenção a ser avaliada. E para mensurar esses
interesses de forma mais assertiva, é necessário saber: quais perguntas sobre o programa
os interessados querem ver respondidas? Quem são os usuários e que usos pretendem
fazer dos resultados da avaliação? E quais as condições concretas que se têm para buscar
as respostas? A discussão sobre como apreender melhor a intervenção objeto da avaliação
e as perguntas avaliativas que se podem dirigir a ela é tema de módulos seguintes.
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Referências
1. Worthen BR, Sanders JR, Fitzpatrick JL. Avaliação de Programas: concepções e práticas. São Paulo:
Editora Gente; 2004.
2. Galliano AG. O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo: Harbra; 1986.
4. Figueiredo C. Novo dicionário da língua portuguesa. 3ª ed. Lisboa: Ed. Portugal-Brasil, s.d., 2v.
5. Ferreira ABH. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s.d.
6. Minayo MCS. Introdução à metodologia de pesquisa social – Primeira parte. In: Minayo MCS. O
desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro:
ABRASCO; 1992. p.19-36.
8. Patton MQ. Utilization-focused Evaluation. 4ª ed. Thousand Oaks: Sage Publications; 2008.
9. Samico I, Figueiró AC, Frias PG. Abordagens metodológicas na avaliação em Saúde. In: Samico I,
Felisberto E, Figueiró AC, Frias PG, organizadores. Avaliação em Saúde: bases conceituais e
operacionais. Rio de Janeiro: Medbook; 2010. p. 15-28.
10. McNamara C. Basic Guide to Program Evaluation (including outcomes evaluation) [homepage na
internet]. [Acesso em 28 jan 2019]. Disponível em:
http://www.managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm.
11. Hartz ZMA. Avaliação dos programas de saúde: perspectivas teórico-metodológicas e políticas
institucionais. Ciênc. Saúde Colet. 1999;4(2):341-53.
12. Taylor-Powell E, Steele S, Douglah M. Planning a Program Evaluation. Program Development and
Evaluation, University of Wisconsin-Extension, 1996.
13. Almeida Filho N, Rouquayrol MZ. Introdução à Epidemiologia. Rio de janeiro: Guanabara Koogan;
2006.
Leitura Complementar
Hartz ZMA. Avaliação dos programas de saúde: perspectivas teórico-metodológicas e
políticas institucionais. Ciênc Saúde Colet. 1999;4(2):341-53.