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1 - INTRODUÇÃO

Salve Deus, meus irmãos. Que a paz de Jesus esteja


em nossos corações.

Para uma melhor compreensão do que aqui vai


exposto, faz-se necessário a explanação de algumas posições e de
alguns fatos ocorridos há cerca de 25 anos na Doutrina do
Amanhecer. São fatos vivenciados pela alta hierarquia, que
justificam nossa posição.

Em 27 de abril de 1983 tia Neiva escreve uma de suas


últimas cartas aos seus filhos jaguares. Tal mensagem, publicada
em 5 de abril de 1985 pelo então Primeiro Mestre Sol, Trino
Tumuchy, Mário Sássi, num curso denominado ‘Partida Evangélica’
mostrava uma tia Neiva preocupada, desejosa de promover
mudanças estruturais nos caminhos às consagrações, na escalada
ao mestrado, na formação de mestres instrutores.

Nesta carta, que ficou conhecida extra-oficialmente


como “UM GRITO DE ALERTA”, tia Neiva, tristemente, faz
referência às ninfas missionárias, preocupadas somente com o
exterior, com suas indumentárias, mas sem qualquer compreensão
a respeito do seu sacerdócio, da sua missão.

Anos mais tarde, em 1990, após o desencarne de tia


Neiva, o mestre Tumuchy também lança uma mensagem, seu
último recado aos jaguares, intitulada “UM GRITO DE ALERTA”,

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que vinha confirmar o que, em 1983, tia Neiva, em sua visão, de
certa forma nos prenunciava.

Deste modo, baseados no acervo de koatay 108, suas


cartas, mensagens e aulas, escritas e gravadas; baseados,
sobretudo, em sua vida, ensinamentos e exemplos; inspirados nas
mensagens, nos livros e folhetos do Primeiro Mestre Tumuchy e,
sobretudo respaldados nos fatos que aconteceram depois do
desencarne de tia Neiva até os dias atuais, nos sentimos obrigados
à realização deste trabalho, chamado “O CISMA DE KOATAY 108”.

Esses fatos, aos quais nos referimos, demonstram


claramente grandes rupturas e graves problemas na diretoria
administrativa do Vale do Amanhecer, composta, hoje,
basicamente pelos filhos de tia Neiva – Gilberto Zelaya e Raul
Zelaya. Tais mestres são responsáveis por uma política doutrinária
desigual, confusa, personalista, sectarista e improcedente, que dia
a dia, compromete todo o Poder Evangélico-Iniciático-Decrescente,
trazido e deixado por tia Neiva.

Ressalta-se, sobretudo, no presente trabalho, que não


há nenhum vínculo, compromisso ou subordinação de nossa parte
em relação à diretoria da entidade Vale do Amanhecer. O mesmo
se dá em relação ao Templo Mãe e a OSOEC - Obras Sociais da
Ordem Espiritualista Cristã – Vale do Amanhecer – Brasília DF.
Assim como fazemos questão de salientar que não concordamos
com sua política doutrinária e suas diretrizes administrativas.

Esclarecemos e salientamos mais uma vez, muito


respeitosamente aos senhores deste mestrado:

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 Trinos;
 Trinos Regentes;
 Adjuntos Arcanos;
 Adjuntos Regentes;
 Adjuntos Rama 2000;
 Adjuntos Koatay 108;
 Presidentes de templos externos;
 Sétimos Raios e demais componentes.

Devido a muitos fatos ocorridos com relação à gestão


da Doutrina do Amanhecer, somos obrigados, por questão de
compromisso junto à Doutrina de Jesus, a assumir esta posição.

Tais fatos nos revelam com bastante clareza e enorme


tristeza, uma crise institucional, ocasionando um total desgoverno
e desmonte de toda a estrutura da instituição Vale do Amanhecer
– Templo Mãe, tanto no sentido administrativo, quanto executivo e
doutrinário.

Referimo-nos a uma regência injusta, uma política de


desenvolvimento doutrinário contraditória, incoerente e confusa;
uma diretriz equivocada e deturpada ofendendo e ameaçando toda
a estruturara crística estabelecida por Tia Neiva.

Esclarecemos também, desde já, que a Doutrina foi


recebida pela médium responsável pela fundação da entidade Vale
do Amanhecer. Entendemos, assim, que tia Neiva, embora seja
fundadora da instituição Vale do Amanhecer, não é sua
proprietária, assim como também não é a fundadora da Doutrina

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do Amanhecer, pois essa pertencente a Jesus. O seu regente é o
Pai Seta Branca, a não ser quando confundimos essa ordem de
valores. Afigura-se lamentável esse engano.

Desassociamos assim, por uma evidência lógica, dois


pontos fundamentais para a compreensão da nossa posição:
primeiro: ‘instituição Vale do Amanhecer’ e ‘Doutrina do
Amanhecer’. Segundo: ‘tia Neiva fundadora’ e não ‘tia Neiva
proprietária’ do Vale do Amanhecer.

Nem todos que se consideram do Vale do Amanhecer


praticam a Doutrina do Amanhecer. Para essa definição não basta
somente estar usando o mesmo uniforme e participar dos rituais
do Vale do Amanhecer. Não basta compor a mais alta hierarquia,
ter esta ou aquela consagração, mas sim, estar vivendo
comprometido com a essência da Doutrina de Jesus, em
obediência aos seus princípios, como funcionário do sistema
crístico. Pertencer à entidade, à ordem, não significa viver a
Doutrina do Amanhecer. Outro lamentável engano...

Entendemos assim, que toda a estruturação deixada


por Tia Neiva está sendo destruída. A Doutrina perdeu sua
finalidade, sua função, a sua verdadeira identidade e objetivo,
sendo assaltada e deturpada pelo personalismo de uma minoria
que, por fatores genéticos, baseados num sobrenome, se intitulam
pretensiosamente proprietários da Doutrina do Amanhecer, a
Doutrina de Jesus. Esta mesma minoria, em nome de funções,
IMPERIOSAMENTE impõe a todo corpo mediúnico suas ordens,
oprimido, perseguindo e punindo arbitrariamente como se fossem
deuses, usando ideologicamente o discurso de ‘manter tudo como

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tia Neiva deixou’. Esse é um nobre discurso. Contudo, pelas
conseqüências de suas atitudes sabemos que ele não é
verdadeiro.

Assumimos essa posição e decisão por uma série de


motivos, entre os quais:

 Compromisso e consciência, de
responsabilidade e dever moral para com a
Doutrina de Jesus;

 Em respeito à vida sacerdotal de Tia Neiva, a


médium, a mãe, de todos os Jaguares, que se
colocava como um simples instrumento a
serviço do Pai Seta Branca, e que somente
ensinou o “amai-vos uns aos outros”, o perdão,
a compreensão e a humildade.

 Em respeito e lealdade aos ensinamentos de tia


Neiva, nos ensinando a não tolerar o
intolerável: padrões inferiores de orgulho,
vaidade e egocentrismo, mergulhando a prática
mediúnica num plano de mediocridades, como o
que temos assistido, bastando para isso uma
ligeira visita aos vários ‘sites oficiais’ do Vale do
Amanhecer.

 Em respeito a todo mestre ou ninfa do corpo


mediúnico, que desconhecedor da atual

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situação sofre as conseqüências dos desmandos
e imposições de uma minoria personalista.

 Em respeito a todos aqueles que buscam nessa


Doutrina auxílio e esperança.

Não temos como, e não nos permitimos ser co-


responsáveis com tais atitudes e incoerências cometidas pela
diretoria hierárquica do Templo Mãe, que se impõe pelo
autoritarismo e por uma administração que denominamos de anti-
doutrina.

Não reconhecemos assim, autoridade, confiabilidade


nesses senhores e senhoras que se definem pelas suas próprias
atitudes, como pessoas ineficientes nas funções que ocupam; que
não atendem as necessidades e os compromissos elevados e
exigidos a tão nobre tarefa, de comandar todo esse sistema
doutrinário na terra.

Assim sendo, anunciamos, a todos os jaguares, a


realização deste trabalho e a fundação de uma entidade que
denominamos ASSTEN – Associação dos Templos Independentes
do Nordeste. Trata-se de uma associação independente que nasce
com a finalidade e objetivos que se seguem:

 Reestruturar o poder descrente da Doutrina,


trazendo de volta a irrigação e alimentação
espiritual, através da recomposição do quadro
hierárquico e funcional.

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 Reunificar a prática doutrinária mediúnica.

 Restabelecer as linhas Crísticas da Doutrina do


Amanhecer.

 Abrir espaço para o diálogo a respeito dos


perigos pelos quais passa a missão dos
jaguares. E mais do que isso, buscando
conscientizar todos os jaguares da atual
situação, bem como da urgente necessidade de
se mudar os rumos doutrinários.

Acima de tudo, reafirmamos mais uma vez nossos


juramentos – de cuidar e manter as linhas evangélicas que tia
Neiva sempre ensinou: as linhas do Evangelho primitivo, o
Evangelho sem retoques de Nosso Senhor Jesus Cristo – sua
essência, sua pureza, sua energia, bem como as linhas evolutivas
de uma verdadeira transformação, pois o jaguar se perdeu e hoje
somos como qualquer instituição religiosa, vivendo somente os
aspectos exteriores da vida.

Não há outro objetivo em nossas intenções. Nossa


única missão é trabalhar para manter e dar continuação ao que
Tia Neiva deixou; desenvolver e zelar pelas linhas doutrinárias e
evangélicas que formam os fundamentos dessa ordem
espiritualista; o Evangelho de Jesus, a alma da Corrente Indiana
do Espaço, a corrente iniciática.

Que a paz de Jesus esteja entre nós. Salve Deus.

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2 – A ERA DO JAGUAR

Em 1959 Nasce a UESB – União Espiritualista Seta


Branca. Inicia-se a nova jornada do Jaguar. Daí em diante tem
início a formação da Corrente Mestra ou Doutrina do Jaguar; a
Doutrina do Amanhecer e todo o conjunto doutrinário ritualístico,
agora tendo como meta o desenvolvimento do Sistema Crístico,
tendo a frente como mentor espiritual um veterano e experiente
espírito, acostumado e empenhado às grandes lutas e conquistas
dos ciclos civilizatórios do homem.

A missão do jaguar abrange muito além dos limites da


terra. Trata-se de uma jornada de contexto planetário, onde a
nova ordem é trabalhar na limpeza psíquica moral coletiva de
vários planos do sistema solar. Para isso Capela se move e
comanda, sob a regência de um príncipe arcano, o Simiromba de
Deus.

Seta Branca, Agora, do plano espiritual dirige a terceira


e última etapa de implantação do sistema crístico de Jesus na
terra. Para isso, manda seus filhos e suas tribos para o Brasil – a
pátria mãe do Evangelho - com o objetivo de protegê-lo, prepará-
lo e desenvolvê-lo para ser a estrela guia, Estrela Sublimação do
mundo. A estrela testemunha sob a luz do Evangelho. Se no
mundo espiritual esse excelso espírito, comanda e determina suas
legiões para ajudar a terra no processo de transição do III milênio,
Tia Neiva, no plano físico, teve a responsabilidade de preparar os
Jaguares encarnados para recepcionar e representar os grandes
arcanos e suas falanges numa conjunção planetária, simétrica e

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assimétrica de dois planos, pois Jesus não quer que o homem
sofra.

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4 - O DESENLACE

Os acontecimentos daquele distante quinze de


novembro de 1985 ficaram gravados em nossa mente e em nossos
corações, de forma indelével. Vivíamos, em verdade, nos
deslumbrando, nos alimentando do mundo espiritual que se
manifestava na figura de tia Neiva. Estar perto de Koatay 108 era
respirar o aroma das matas, o mundo dos encantos, os mundos
civilizados, dos grandes iniciados; ela, magistral e majestosamente
nos perfumava; emanava-nos na luz do seu amor. Nós então
respirávamos a atmosfera que ela nos proporcionava, a atmosfera
dos encantados, dos iluminados...

Mas isso não era uma sensação provocada pela sua


mediunidade. Vidência, clarividência, audiência ou qualquer outro
tipo de mediunidade não tem a capacidade produzir nos corações,
nas almas de todos que ali se encontravam, o que tia Neiva
produzia. Esse fenômeno é extraído somente do amor
incondicional, o amor ensinado e vivido por Jesus. O que sentia-
se era, na verdade, a materialização do amor crístico

Após o desencarne, nos primeiros momentos as

sensações de orfandade e perda foram os sentimentos que nos

caracterizaram durante os rituais necessários, de vigília e

sepultamento. O templo escuro, iluminado a velas; as lágrimas, o

choro convulso, a dor, estampada na face de todos que ali

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chegavam denunciava o tamanho e a importância que Tia Neiva

havia conquistado ao longo dos seus quase trinta anos de uma

vida entregue incondicionalmente à sua missão. A todo instante,

pessoas de todos os pontos do país chegavam, em diversas

caravanas, derramando seu pranto, e, numa atitude contraditória,

ansiosas por se despedir da ‘mãezona’.

Tia Neiva desencarnou em 15 de novembro de 1985,


vítima de complicações respiratórias, deixando uma comunidade
de milhares de pessoas – seus filhos jaguares, que agora, aos
olhos de todos pareciam órfãos, do carinho da mãe em Cristo
Jesus.

Mas, os sucessos daquela madrugada já eram por nós


esperados. O desencarne de tia Neiva – todos nós sabíamos – não
tardaria. Havia já algum tempo que ela sofria dores atrozes,
devido à água que se acumulava nos seus pulmões, minando-lhe a
resistência orgânica, levando-a com certa regularidade a
internamentos que a todos colocavam em estado de alerta.

O ritual que se iniciou numa sexta-feira, 15, terminou


no domingo, 17, quando o caixão desceu ao túmulo escuro,
enquanto o Mantra de Simiromba era solenemente envergado,
entre lágrimas e soluços.

Entretanto, passada a consternação do momento e a


tristeza de uma breve despedida, havia chegado a hora dos
continuadores da missão de koatay 108... Os herdeiros assumiriam

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a plena condução da Doutrina do Amanhecer na terra. Tia Neiva
havia desencarnado e em seu lugar ficariam os Trinos, como
continuadores de todas as suas diretrizes e determinações. Seriam
eles os pilares que manteriam toda a estruturação.

Hoje, vinte e três anos depois da partida de tia Neiva,


deveríamos nos questionar, de forma incisiva:

1. SERÁ QUE O JAGUAR APRENDEU E


ASSIMILOU O QUE PRECISAVA PARA O
CUMPRIMENTO DE SUA MISSÃO?

2. QUAL FOI A VERDADEIRA MENSAGEM


QUE TIA NEIVA QUIS NOS TRANSMITIR?

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FORÇA DECRESCENTE

Ao longo de toda sua vida missionária, tia Neiva se


encarregou e se empenhou na estruturação da Doutrina do
Amanhecer - um compêndio tão antigo, nessa terra, quanto o
homem, vindo das Escolas do Oriente Maior, plantado no ocidente
para contribuir ou influenciar no pensamento ocidental, cumprindo
assim, a determinação do espaço, de promover a paz entre o
pensamento oriental e o pensamento ocidental, e desse
casamento, a união da religião e da ciência.

Ao desencarnar, Tia Neiva deixou toda a infra-estrutura


de funcionamento no plano físico em perfeita sintonia e sincronia
com o plano espiritual, o que poderíamos resumir de “Poder
Evangélico-Iniciático-Decrescente”.

Poder: união de várias forças individuais, que se


empenham num mesmo propósito, num mesmo objetivo e com
mesmo sentido. Cada mestre, cada ninfa traz sua força, que
isoladamente pouco pode realizar. Entretanto, quando unidos, uns
dispondo da força dos outros, formamos uma coroa de forças;
somos um poder – forças unidas para um objetivo comum;

Evangélico: porque se baseia exclusivamente no


Evangelho de Jesus, não se admitindo qualquer tipo de demanda
em relação a essa verdade. Amor, humildade e tolerância são seus
pontos básicos e fundamentais;

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Iniciático: livre de superstições, dogmas e crendices,
sem falsos conceitos e preconceitos. É o homem do terceiro
milênio, objetivo, claro, direto. Seu pensamento é reto, prático,
simples, livre de sentimentalismos e falsas idéias. Não se prende a
dogmas, nem a falsos preceitos. Analisa e responde a tudo pela
luz da razão maior, a ciência espiritual – o conhecimento
transcendente, da vida eterna. É o ser metafísico, que
compreendeu o ilusório, venceu o estado maya e vê além das
densas barreiras materiais. Suas intenções são claras, límpidas;
seus gestos nobres; é polido sem ser artificial. Não causa
ansiedade por suas atitudes e olhares; procura pensar antes nos
outros e depois em si mesmo; suas ações são a confirmação suas
palavras; é, em suma, um verdadeiro cavalheiro.

Decrescente: porque depende de uma estrutura


hierárquica constituída, de perfeita harmonia entre os seus
constituintes ou regentes, desde o seu mais alto nível até a base
do corpo mediúnico, sendo esta condição indispensável para a
perfeita e segura comunicação interplanos.

Mas o caráter decrescente, no sentido doutrinário, não


se restringe ao conceito de decrescência, somente, mas diz
respeito a cada regente em perfeita sintonia com o seu mentor,
desde os trinos, passando pelos adjuntos de toda ordem, os
sétimos raios até a base da pirâmide mediúnica. Significa cada
mestre, em sintonia com os seus mentores e dentro da sua
missão, dispondo do que transcedentalmente lhe pertence.

A força decrescente é o principio que sustenta toda a


Corrente Indiana do Espaço, em perfeita sintonia com este plano

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vibratório. É o fator disciplinante, gerando ordem e progresso.
Propicia administração de toda energia acumulada, passando pela
absorção, captação, gestão e distribuição de todas as energias
absorvidas nos rituais e nos intercâmbios com o mundo da luz
para todo corpo mediúnico. É a força decrescente, na gestão de
todo este sistema doutrinário chamado Vale do Amanhecer que
ordena perfeitamente todo o princípio de trabalho e administração
das energias de toda ordem. Então, há forças maiores e outras
que delas dependem, decrescem, para que possam coexistir em
perfeita ordem e lei. Força decrescente é força positiva, concreta,
de caráter vibrador e dominante que não tem caráter individual,
mas participativo nos seus níveis bem definidos. Significa dizer que
não se manifesta na figura de um presidente, mas de um conselho
administrador de políticas doutrinárias.

Sem esta força ordenadora e distributiva a


desorganização nos levaria à impossibilidade de administração
desse sistema doutrinário, pela ausência da harmonia entre suas
partes constituintes; pelo desentendimento entre seus regentes e
representantes. Fica-se sem a decrescência da força que gerencia
todo o princípio existente.

Ao desencarnar, tia Neiva deixa todo o sistema definido


e, na figura dos trinos os guardiões maiores dessa magnífica
estrutura. Cabia ao conselho trinário, somente a administração do
que já estava erguido, da seguinte forma:

1. Manter a natureza EVANGÉLICA,


INICIÁTICA E DECRESCENTE em todo

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sistema doutrinário. A ausência de
qualquer uma dessas ‘propriedades’
descaracteriza todo o sistema,
impedindo a assistência da Corrente
do Amanhecer, impedindo a ação da
Corrente Mestra. Estruturar todo este
sistema doutrinário foi a missão de
Koatay 108.

2. Tia Neiva cumpriu sua missão.


Trouxe do mundo espiritual todas as
ordens e estruturou, edificou o sistema
doutrinário, o poder evangélico-
iniciático-decrescente.

3. Em 1985 toda a magnífica


estrutura de correspondência com os
planos iluminados estava funcionando.
Estávamos numa sintonia vertical com
o mundo espiritual. Tia Neiva
desencarna e entrega aos seus
herdeiros a missão de preservar a sua
obra.

4. Os herdeiros no nível
hierárquico mais alto são: 1º Mestre
Sol Trino Tumuchy – Mário Sassi; 1º
Mestre Jaguar Trino Arakem – Nestor
Sabatovicz; 1º Mestre Sol Trino

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Sumanã – Michel Hanna; Força
auxiliar: Mestre Sol Trino Ajarã –
Gilberto Zelaya. A estes homens cabe
a missão de zelar e preservar toda
essa magnífica estrutura.

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OS TRINOS

Ao morrer tia Neiva deixa cada regente, em sintonia


com seus mentores, em suas funções claramente definidas.
Estávamos alinhados – em perfeita sintonia com o mundo
espiritual.

Eles deveriam então assumir e continuar exercendo


suas funções, preservando a força decrescente em perfeita
obediência ao Evangelho Crístico, em sintonia com a Corrente
Indiana do Espaço. Na harmonia e sintonia entre os trinos estaria
toda a nossa segurança e toda a manutenção do poder ao qual já
nos referimos.

Trino é a força que constrói os canais espirituais por


onde navegam todas as emissões do corpo mediúnico, garantindo
suas passagens não somente pelo nêutron, mas, sobretudo, pelo
mundo etérico, sem ameaças de o médium não ser ouvido,
escutado e atendido.

Os trinos formam a tríade onde todo o sistema


doutrinário e ritualístico está edificado; são eles que representam
as raízes espirituais que formam o poder decrescente-evangélico-
iniciático que desce para assistir toda essa corrente, propiciando a
todos, condições de uma transformação e evolução no sistema
crístico. Os trinos são formados por três raízes espirituais, que
partem do oráculo de simiromba. São eles:

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Trino Tumuchy – Legião que existe na linha
intelectual onde estão se comprometendo com as grandes
conquistas científicas... É um poder absoluto, de amplo
desenvolvimento. Tem grandes dificuldades com seu povo, em
razão da pouca receptividade na terra. Como Koatay 108, sua
força não tem meio termo. Tumarã, que é o reino dos Tumuchys
se coloca em seu mestre formando três atons... Os tumuchys se
elevam às grandes pesquisas científicas. Seu representante era o
Trino Mário Sássi. É o intérprete da Doutrina, o responsável pelas
edições gravadas ou escritas pela clarividente: aulas...

Tumuchy é uma força objetiva, prática e positiva.


É uma força que se expande e alcança todo o corpo mediúnico,
propiciando a todos um desenvolvimento igual. Ela é válido para
todos, e não apenas para um indivíduo. Quando se desloca vai
atingindo o seu ponto máximo, impregnando e despertando a
consciência para um estado científico.

É fenômeno natural, que se impõe sempre agindo


conforme rígidos critérios científicos e doutrinários, esclarecendo e
explicando, pela razão lógica, todos os fenômenos espontâneos.
sua projeção é direta preparando o médium para ser um
missionário do Cristo. Possui Tumarã, povo, a força de um
idealismo, como também da força de inovação, conversão,
transformação e ascensão.

No método interativo, tecnológico, o poder Tumuchy se


desloca em sua raiz no propiciando todos os meios científicos para
o desenvolvimento intelectual do médium, sempre renovando
suas projeções que se deslocam através de amacês que

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continuamente vêm trazendo o seu povo e as energias para o
aperfeiçoamento dos chakras. Possui seu próprio sistema de
procedimentos. Para isso trabalha com uma programação, em que
o médium pode (e, por vezes, necessita) continuamente intervir e
controlar o curso das suas atividades mediúnicas para o seu
aperfeiçoamento, fornecendo sempre novos canais que são
entradas nos planos espirituais. Diz-se do meio de comunicação,
que permite o médium interagir, de forma dinâmica, com a fonte
ou o emissor.

Tumuchy é uma instituição espiritual com poderes de


realização de certos processos doutrinários, como adaptação,
integração, comando administrativo. È o Trino Regente com a
função de dar continuidade às normas de organização da
Doutrina, como também agir na relação de interdependência entre
os poderes e fatos doutrinários. É o responsável pelo
desenvolvimento mediúnico. Por ser a raiz científica, trabalha na
formação dos instrutores.

Trino Arakem ou jaguar – Trino Arakem é o poder


executivo da Doutrina, que se impõe rigidamente, segundo as leis
que regem nossos conceitos, expandindo-se a todo corpo
mediúnico, no sentido realizador, de execução das leis, normas e
rituais. É força objetiva, prática, direta e positiva. Seu perfil é
disciplinador, mesmo austero, grave, rígido. É por isso, força
vibradora, no sentido de promover a desagregação e substituição
de conceitos, imprimindo fortemente novos padrões psíquicos.
Arakem é força neutralizadora, força neutrônica, abrindo os
campos gravitacionais, alterando os focos de todos os sistemas

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humanos. Seu representante era o Primeiro Mestre Jaguar Trino
Arakem, Nestor Sabatovicz.

Representa a raiz espiritual na execução das leis que


formam o 3º 7º, ou seja, governa desde o primeiro plano até o
sétimo plano existencial da humanidade. Força mística, governada
pelos impulsos de uma religiosidade equilibrada pelos tumuchys,
que trazem a manifestação pela ciência e pela razão. A união
destes dois trinos propicia a prática de um misticismo equilibrado,
sadio, desde uma simples manifestação ao mais alto grau de
elevação de um ritual.

O Ministro Arakem viveu na terra como José de


Arimatéia, espírito que conduziu Jesus ao Tibet aos doze anos de
idade, para que lá ele fosse iniciado. Tem na Doutrina, entre
outras incumbências, a de zelar e promover o perfeito
funcionamento dos rituais. É o comandante maior e força
acionadora no templo, suas escalas e seus trabalhos. Em sua força
absoluta, vibradora e positiva, dispõe as linhas estruturais do
mestrado – força ritualística, iniciática, trazendo a todos os
mantras de forças necessários para essa realização. Traz e fornece
ao corpo mediúnico a força mística. Trabalha no desenvolvimento
mediúnico, e formação de novos instrutores, juntamente com o
representante Tumuchy. São também de sua responsabilidade os
trabalhos de Contagem.

Trino Sumanã – O Trino Sumanã é na Doutrina, o 1º


Mestre Curador, agindo na linha do Cavaleiro da Lança Vermelha,
da cura desobsessiva, a verdadeira cura do espírito. É a força dos
grandes iniciados que se movem em suas manifestações para a

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cura do espírito. Age silenciosamente, entre todo o corpo
mediúnico, bastando ao seu representante somente circular no
interior do templo. Sumanã não é força dominante-vibradora como
Arakem e Tumuchy, porém de igual poder realizador. Na terra, foi
Lucas, o médico apóstolo de Jesus. Trabalha na linha da
complacência, brandura, tolerância, e por isso, acomoda em vez
de desagregar. Age nos três reinos de nossa natureza, cura do
plexo físico, da alma e do espírito.

É de sua incumbência o teste mediúnico, para os


aspirantes ingressantes na Doutrina. No desenvolvimento, atua
junto aos doutrinadores, em suas formações e técnicas. Está
ligado às grandes estruturações junto ao mestrado e ao corpo
espiritual, que se unificam na força de Sumanã.

Trino Ajarã – trino ligado à coordenação dos templos


externos. É a força ligada às grandes amacês, que entram em
ação no plano etérico e interpenetram no plano físico, trazendo as
ordens dos mundos de Simiromba para serem distribuídas e
executadas na linha dos regentes que compõem na terra os
grandes canais receptores dessas energias. Ajarã é o mestre
responsável pela grande força de harmonia e equilíbrio físico-
psíquico-espiritual de toda tribo jaguar.

É importante ressaltar que ao contrário do que acontece


no sistema físico, a herança ou o processo de sucessão nessa
Doutrina do Amanhecer não se dá pelos laços consangüíneos. Não
há a lógica familiar, ditada pelo sobrenome herdado. Na corrente
do Amanhecer, a sucessão acontece por uma conjuntura

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espiritual, de homens e mulheres, espíritos que antes de nascerem
assumiram compromissos missionários junto a Jesus. A sucessão
se dá na lógica da regência, ou seja, quando alguém desencarna,
o regente assume.

O governo doutrinário, no que diz respeito às diretrizes


e políticas após o desencarne de tia Neiva não ficaria a cargo de
seus filhos, nem de suas filhas, como foi fartamente especulado na
época, mas sob o governo de uma junta administrativa. O trino
constituído pelos mestres Mário Sássi, o Tumuchy; Nestor
Sabatovicz, o Arakem; Michel Hanna, o Sumanã e, como força
auxiliar, na coordenação dos templos externos, Gilberto Zelaya, o
trino Ajarã.

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A DENSA BARREIRA ETÉRICA

Estes representantes compunham a hierarquia no mais


alto nível, dessa doutrina na terra. Mas para que entendamos
ainda mais claramente a incumbência destes homens, outras
explicações são necessárias.

O homem encarnado vive na terra, possibilitado por seu


equipamento constituído. Após receber a permissão para encarnar,
o homem abre os olhos neste mundo e nele passa a interagir.
Assim vai acumulando experiências, construindo e moldando seu
psiquismo, registrando e interagindo aqui através do seu sistema
sensorial – mente física, ou simplesmente cérebro. Esse é o
universo palpável a todos nós; é o mundo conceituado, físico.
Todos os nossos sentidos estão ajustados vibratoriamente para
captar as impressões deste plano denso.

Sobre esse mundo material, está o mundo etérico, ou


simplesmente etérico. Trata-se de uma região que não é visível
aos olhos físicos, onde atualmente cerca de vinte e quatro bilhões
de espíritos desencarnados e in-luz vivem e interagem, de acordo
com as suas necessidades.

Toda essa comunidade etérica, por motivos diversos,


que fogem ao escopo deste trabalho, exerce uma enorme pressão
sobre o mundo dos encarnados, com ele interagindo a todo
instante e em diversos níveis, que vão de uma simples atuação até
casos de avançada obsessão.

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O Cisma de Koatay 108 24
Mas o mais importante aqui, a se observar, é que ele
funciona como uma barreira densa, impedindo o contato do
homem físico com o mundo espiritual. Isso significa que ele se
interpõe entre a terra e os mundos civilizados, os mundos
iluminados dos grandes iniciados.

Assim o homem encarnado não tem como se comunicar


com o astral superior. Ele pede e não é escutado; reza e os seus
ais não têm eco no mundo espiritual, porque a sua voz e o seu
chamado se perde na escuridão etérica, não ultrapassando o
nêutron, não havendo meios para seu pensamento atingir os
planos luminosos, pois há uma distância e um mundo a serem
vencidos, superados.

Uma das incumbências desse conselho trinário é,


através de uma vivência irrepreensível no Evangelho Redivivo de
Jesus, em respeito à força decrescente, sustentar determinados
canais, por onde se realiza o intercâmbio dos encarnados com o
mundo espiritual. São grandes tubos luminosos, por onde
navegam as emissões, que assim, vencem a escuridão etérica e
alcançam os grandes ministros, fazendo repercutir as vozes deste
plano nos mundos civilizados.

Então dessa forma o homem é escutado, pois suas


preces navegam com segurança, vencendo esse grande espaço
habitado denominado etérico. O homem conversa com seus
ancestrais, pois uma vez mantidos esses canais, não há
empecilhos para o contato do mundo espiritual.

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O Cisma de Koatay 108 25
Essa é a única forma possível de sustentação da
estrutura trazida por tia Neiva, sem a qual todos os órgãos e
setores da Doutrina começam a não ser irrigados pelas energias
espirituais.

Fica claro que uma das atribuições dos trinos é a


manutenção destes canais para que o mundo espiritual possa aqui
se manifestar seguramente e todo corpo possa receber a irrigação
espiritual e promover as reformas necessárias, possibilitando a
evolução dos conceitos, a iluminação do corpo mediúnico...

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O Cisma de Koatay 108 26
AS EMISSÕES

A emissão é a sublime canção composta por energias


hieros. Hieros são energias extraídas de um desenvolvimento
humano que atingiu um estado de sentimentos nobres, sublime,
elevado. Seres Hierofantes, são entidades iluminadas, iniciados
renascidos que possuem uma condição doutrinária, e devido a esse
estado evolutivo exemplificam numa vivência crística, o caminho
dos Devas, ou Dharmon-Oxinto. Ela é uma conquista de um ser
hierático. Estado de consciência espiritual que possui um Iniciado.
O ser iniciado é aquele que possui condição de manipular,
recepcionar e emitir energias planetárias. Esse ser, torna-se uma
grande usina de energias e substâncias especiais.

Ela é uma linguagem evoluída do ser espiritual. É a


linguagem do ser em evolução, que já se desprendeu, se libertou
de estágios que compreendem “estados de inconsciência”, estado
Religioso de superstições, preconceitos, fanatismo, da vida
conceituada. Esse ser iniciado já possui uma consciência de si
mesmo. Atingiu um grau de maturidade e desenvolvimento
espiritual, humano e mediúnico, assumindo e se ajustando a uma
outra realidade da vida. A vida na eternidade.

Ela é um poema que foi escrito pelas árduas lutas


evolutivas, dores seculares, realizações e conquistas na caminhada
milenar, representando a conquista de um estado interior; ela é um
fenômeno científico que se dá pela formação de um processo em

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O Cisma de Koatay 108 27
atividade, distante de um simples comportamento religioso
exteriorizado.

Quando realizada, atinge os canais de navegação


sustentados pelos trinos e ultrapassa a barreira do nêutron,
atravessando os planos etéricos e penetrando nas regiões
vibracionais dos espíritos iluminados. Ela é uma composição do ser
evangelizado que se entrelaça no autoconhecimento que possui um
iniciado, constituído pela visão tridimensional da vida.

Num sentido mais técnico, é a ação de pôr em circulação


a energia do médium para uma finalidade específica. É a cura
física, psíquica e espiritual. É uma arma doutrinária, possibilitando
o reequilíbrio daqueles que dela recebem os mantras e fluidos, na
faixa do amor incondicional. É a emissão, a arma que atende aos
enfermos, promovendo a desobsessão. Através dela, manipula-se a
energia vital, energia ectoplasmática, mística, energia vibracional,
energias extra-físicas, energia psíquica e mental. Todas essas
energias formam o que na Doutrina do Amanhecer conhecemos por
força universal.

Deste modo, no momento do desencarne de tia Neiva,


toda a tribo Jaguar dispunha de toda estrutura que lhe permitia o
contato com a Corrente Indiana do Espaço. Observe:

1. A força evangélico-iniciática
estava estruturada em Tia Neiva. A
força decrescente funcionava no seu
nível mais alto nos Trinos Tumuchy,

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O Cisma de Koatay 108 28
Arakem e Sumanã. Os trinos em
sintonia vertical mantinham os canais
de emissão e recepção através do
nêutron e do plano etérico.

2. O médium tem sua emissão, que é


a sua composição, o seu canto universal,
capaz, naquele momento, de navegar
nos canais sustentados pelos trinos
anteriormente citados, pois estes
estavam em sintonia. O intercâmbio com
o mundo espiritual acontecia.

FORÇA DECRESCENTE

CANAIS DE EMISSÃO
E RECEPÇÃO DOS
TRINOS TUMUCHY,
ARAKEM E SUMANA.

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O Cisma de Koatay 108 29
CISMA DE IRESHIM

Mas, se, por algum motivo os trinos se desentendem, se


separam, então o poder está fragmentado e a alimentação
espiritual, comprometida. Não demora e os setores constituintes
desse sistema, dessa organização se tornarão enfraquecidos e
sofreremos uma espécie de falência múltipla dos órgãos da
Doutrina.

É, entretanto interessante observar que tanto esse


conhecimento a respeito do poder tríade-decrescente quanto o
rompimento dele não nos é novidade. Todas as grandes escolas
filosóficas, iniciáticas, que passaram por esta terra conheciam e
manipulavam energias através do trino constituído. O hinduísmo e
os essênios são exemplos clássicos conhecidos por suas
realizações e capacidade que tinham; fruto do poder trinário. O
cristianismo nascente, na escola do caminho se estruturara da
mesma forma, na singela figura dos apóstolos. O universo em si
apóia-se no conceito trinário: PAI-FILHO-ESPIRITO; CORPO-ALMA-
ESPÍRITO, AMOR-HUMILDADE-TOLERANCIA.

Vivemos também essa conjuntura diversas vezes em


eras remotas, sempre guiados pelo Pai Seta Branca. Numa delas,
há milênios atrás um grupo de espíritos estava encarnado na
África, e de lá emitiam para toda terra, as luzes de um poder
supremo, divino. Entretanto, a vaidade, o orgulho e o egoísmo – o
triângulo invertido – tomou conta de tudo, nos orientando e nos
determinando nas práticas ritualísticas, nas condutas de nossas

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O Cisma de Koatay 108 30
vidas. Aqueles sacerdotes, gradativamente foram se afastando de
Deus. Tudo ali tomou dimensões tão distantes dos propósitos
iniciais que aquela rica raiz foi recolhida pela espiritualidade maior.
Todas aquelas luzes se retiraram e as forças manipuladas ali já
não vinham da Cabala de Ariano, das raízes do céu. Os grandes
iniciados se afastaram e com eles o éon crístico também se
retirou, nos deixando sozinhos.

Naquela era distante, passou-se a gerar simplesmente o


que se conhece, ou se deveria conhecer por correntes neutras
nativas. Essas correntes são formadas por forças etéricas e
telúricas de elementos rudes, sendo caracterizadas pela grande
capacidade eletromagnética possuem. No templo, ou melhor, na
prática mediúnica, esta corrente está sempre submetida ao
governo de um comandante, que age movido pela natureza dos
seus sentimentos. Eis o perigo. São energias disponíveis em seu
estado natural, que pela reunião homens e mulheres – médiuns
começam a se movimentar, formando um circuito de forças, uma
corrente magnética. Então, de acordo com esse governo, de
acordo com as intenções de quem a maneja, essa corrente se
movimenta. Caso haja o haver Crísitco essa corrente é iluminada.
Caso não haja, essa mesma corrente agirá de acordo com as
intenções de quem a comanda, em desobediência a uma ética
superior, agindo sempre de acordo com as intenções de quem a
comanda. Sobre a formação dessas correntes, tia Neiva fala:

“Magia neutra ou nativa é capaz de


engrandecer o trabalho ou provocar o
desastre, dependendo isso daqueles que
manejam o seu magnetismo. Em si o

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O Cisma de Koatay 108 31
magnetismo não é bom nem mau; ele
apenas existe, dependendo sua ação do
agente nativo neutro, que é capaz de
gerar o bem ou produzir o mal. Por
exemplo: abre-se um trabalho de magia
neutra nativa, capaz de produzir correntes
magnéticas com todos os seus perigos.
Nele não há aperfeiçoamento da alma,
além de correr o perigo do acrisolamento
no baixo astral, dos vales negros. Porém,
nada há nas leis etéricas que impeçam a
realização desses trabalhos, que não
passam de correntes eletromagnéticas
sem a luz do éon.”
Tia Neiva, 04/10/1977

Em outras palavras, naquela era distante,


transgredimos a lei, fazendo com que todo aquele manancial de
forças ficasse atado ao nosso personalismo, sem uma ética que
nos ditasse o caminho a seguir. Tanto agíamos na magia branca
de nosso senhor, como agíamos movidos por nossas próprias
intenções. Fazíamos assim o bem e o mal.

Acontece, que no mundo real, onde as razões se


distanciam e um ideal superior existe, não há meio termo,
havendo somente uma filosofia. É uma lei que não admite
qualquer tipo de transigência.

Nasce aí o baixo mediunismo; o trabalho sem lei,


atendendo indistintamente ao bem e ao mal, sem um código ético

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O Cisma de Koatay 108 32
que pudesse orientar e disciplinar toda aquela prática e que até
hoje causa dor e sofrimento. O cisma de Ireshim, a respeito do
qual aqui nos reportamos e a respeito do qual nos ensinava tia
Neiva, foi uma dura experiência que nos fez voltar. Vivíamos essa
conjuntura e não soubemos nos conduzir de acordo com as leis
imutáveis, e principalmente com a lei maior de todas: a do amor
incondicional. Ela se torna então uma faca de dois gumes. O
resultado foi o recolhimento da corrente, feita pelo Pai Seta
Branca. A história dos Equitumãns, de certa forma, se repetia...

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O Cisma de Koatay 108 33
A CISÃO TRINÁRIA

O homem encarnado, no contexto geral da palavra tem


a tendência natural de conservar seus hábitos e costumes. Num
sentido mais amplo e doutrinário, estaremos sempre expostos ao
risco do passado, ou seja, teremos chances consideráveis de
seguirmos os caminhos transcendentais anteriormente tomados. É
a famosa indução transcendental, sobre a qual tantas vezes
ouvimos, falamos e sob à qual estamos todos, sem exceção,
sujeitos. Portanto, não é difícil supor, por menos conhecimento
que se tenha, que corremos o risco do baixo mediunismo – da
linha cruzada. Do feiticismo. Foi assim com os Equitumãns; foi
assim na África – o cisma de Ireshim. E o caminho mais curto para
isso está na separação, no sectarismo, no personalismo.

Segundo Mário Sássi, o 1.º Mestre Sol Trino Tumuchy,


há algum tempo que os trinos passavam por essa situação, com a
separação e cisão trinária. Ela ocorreu onde justamente nunca
poderia acontecer: no quadro hierárquico em seu nível mais alto,
constituído na figura dele, trino Tumuchy, do Trino Arakém e do
trino Sumanã.

Coloque-se aí uma quarta figura: a do trino Ajarã, força


auxiliar na coordenação dos templos externos e teremos os quatro
homens responsáveis por toda assistência espiritual do Vale do
Amanhecer. Os quatro responsáveis por toda a irrigação,
administração e manejo dessa estrutura. Tumuchy, Arakem e

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O Cisma de Koatay 108 34
Sumanã, como raízes do Amanhecer e uma quarta força de caráter
auxiliar.

Segundo seu Mário, a separação dos trinos começou


com o abandono e demolição parcial da Casa Grande, ocorrida na
seqüência do desencarne de tia Neiva. Principal ponto de
irradiação no Vale do Amanhecer, a Casa Grande representa todo
o esteio familiar onde o Evangelho de Jesus pode ser
exemplificado. É o coração da Doutrina, onde o auxílio se faz a
quem por ali aportar. Representa e exemplifica o amor
incondicional de nosso senhor Jesus Cristo.

Nos tempos em que tia Neiva estava encarnada era


assim que funcionava. E isso também não nos é novidade; no
cristianismo nascente, os apóstolos da escola do caminho viviam
numa grande hospedaria onde prestavam socorro aos chegantes,
doentes e desesperados. Assim viveram também os nagôs na era
dos oito. O que eram os congás, senão a casa dos pretos velhos
funcionando como grandes templos a beira da estrada a servir aos
viajantes e precisados? Essa é a exata definição da casa grande de
Pai João e Pai Zé Pedro; é a definição da nossa casa grande.
Desativá-la representou a desativação do coração do Vale do
Amanhecer. Abandonou-se o sentimento de família, condição
primordial para a vivência crística.

Pontuando a desativação da casa grande, seu Mário


segue sua narrativa nos falando sobre as reuniões trinárias, que
deveriam acontecer regularmente e em ambiente apropriado.
Segundo ele, estas passaram, primeiramente, a acontecer em
lugar impróprio e depois a simplesmente não acontecer. Em sua

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O Cisma de Koatay 108 35
narrativa, entretanto, o Tumuchy não menciona o que se deve
entender por “ambiente impróprio”. Menciona sim, grande
preocupação e contrariedade e segue afirmando que as decisões
de toda ordem passaram a se polarizar em duas figuras básicas: o
trino Ajarã, e seu trabalho junto aos templos externos e o trino
Arakem, voltado para o templo mãe. Frisa, porém, que todo o
cuidado dos trinos atuantes passou a ser com a parte esotérica da
doutrina. Explicando melhor: com seus aspectos físicos e
funcionais. A essência filosófica – o Evangelho Crístico ficou
relegado a um segundo plano.

Todo esse processo vivido continuamente desde o


desencarne de Koatay 108 até meados de 1990 culminou com o
afastamento do Tumuchy de suas atividades, fato este por todos
acompanhado com muita tristeza e espanto. Tristeza por seu
Mário, o irmão. Espanto pelo Tumuchy, o Trino. Porque ninguém,
com certeza nunca imaginou o Vale do Amanhecer sem esses dois
universos.

Sobretudo porque pelo andar da carruagem, ou seja, na


seqüência hierárquica natural a ser seguida seria ele o presidente,
da ordem quando Koatay 108 desencarnasse; o mais velho, o mais
experiente, o pai da tribo encarnada. Sem uma lógica aparente,
sobretudo do ponto de vista espiritual, logo após aquele 15/nov/85
a presidência passou às mãos do trino Ajarã, assumindo o
Tumuchy função muito mais decorativa do que participativa.

Não estaria aí a razão de todo o atual desmonte


doutrinário pelo qual passamos? Teria o trino Ajarã essa
incumbência? Teria o trino Ajarã força espiritual para essa

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O Cisma de Koatay 108 36
atribuição? Ou estaria o mestre Gilberto Zelaya ocupando o espaço
e a função que naturalmente pertenceriam ao trino Tumuchy, e
por isso mesmo provocando a quebra da força decrescente?

Longe de qualquer julgamento, em entrevista realizada


ainda durante o velório de tia Neiva, no Turigano, na presença dos
Trinos Arakem, Sumanã e Ajarã, nos idos de 1985, seu Mário fala
sobre documentos e instruções que ele somente naquela ocasião
havia tomado conhecimento. Deixa-nos entrever que determinadas
decisões somente naquele momento lhe eram participadas. A
entrevista, entretanto nos parece confusa. Seu Mário também
parece confuso; além do desencarne de tia Neiva, ele nos parece
desamparado, surpreso, como alguém que foi, na última hora,
surpreendido por grave notícia. Que documentos seriam esses?
Que instruções seriam essas? Por que motivo o Tumuchy não
saberia de todas as instruções deixadas por tia Neiva?

Mesmo porque, todos no Amanhecer sabem que são


três as nossas raízes: Tumuchy, Arakem e Sumanã. Ajarã, em toda
sua força, não constitui uma raiz do Amanhecer. É força auxiliar,
que se destacou na figura do mestre Gilberto a partir do momento
em que os templos externos se avolumaram. Mas, num outro
questionamento, e se não tivéssemos tantos templos externos,
teria o trino Ajarã tanto destaque nessa estrutura?

O que, realmente, motivou uma mudança neste nível no


quadro hierárquico da doutrina? E, se um motivo maior impedisse
seu Mário de exercer sua função, por que então o seu regente não
assumiu o seu lugar? Afinal, é ou não é essa a função do regente?

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O Cisma de Koatay 108 37
Perguntas como essas ainda permanecem sem respostas diante do
corpo mediúnico. Sobretudo, quando a proposta era a de manter
tudo como Koatay 108 deixou. Não seria incoerente uma alteração
tão profunda? Qual seriam as reais atribuições do mestre Gilberto
Zelaya à frente dos templos externos?

O mesmo questionamento pode-se fazer em relação ao


trino Ypoarã – mestre Raul Zelaya, que atualmente é o imediato
do trino Ajarã, e presidente do templo mãe.

Será que não viveríamos uma espécie de bipolarização


da Doutrina, nas figuras do mestre Gilberto e do mestre Raul?
Será que não estaríamos vivendo um monopólio familiar na
Doutrina?

Seriam os filhos de tia Neiva, mestre Raul e mestre


Gilberto, os trinos maiores, a frente de corpo mediúnico? Será que
eles estão nas suas verdadeiras funções? Não teriam eles, outras
incumbências? Por que tia Neiva não os fez trinos maiores,
Tumuchy e Arakem, por exemplo?

Na mensagem que Koatay 108 destina ao mestre


Gilberto, ela é categórica no que diz respeito às funções de seu
filho físico: trabalhar em acordo com a força decrescente, força
essa que ela mesma nos descreve:

“Em acordo com o Primeiro Mestre


Sol Trino Tumuchy, com o Primeiro
Mestre Jaguar Trino Arakem e com o
Primeiro Mestre Sol Trino Sumanã, e

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O Cisma de Koatay 108 38
em acordo com a regência dos
mestres Adjuntos, GILBERTO
ZELAYA, Ministro Ajarã, força
decrescente, meu Filho Herdeiro
desta Doutrina, será Coordenador
dos Templos Externos e tem a minha
LEI para executar qualquer
CONSAGRAÇÃO nesta Doutrina.”

Por que razão tia Neiva escreveria dessa forma


“TUMUCHY – ARAKEM – SUMANA – MESTRES ADJUNTOS –
MINISTRO AJARÔ? Por que razão ela mencionaria força
decrescente? Em seguida, continua sua mensagem:

“Mestre GILBERTO, a sua missão é


caminhar paralelo, ombro a ombro.”

Salve Deus meus irmãos. O que tia Neiva quer dizer


com ‘caminhar paralelo, ombro a ombro’? Nesse ponto, tia nos
deixa bem definida a função do trino Ajarã.

Voltando ao Tumuchy, em sua narrativa, ele não nos


elucida muito bem a questão; percorre conosco o ambiente do
templo mãe naquela época. Descreve-nos a forma como os tronos
estavam funcionando. Fala em “robôs místicos”, “fiscais” e
“chefes” referindo-se diretamente aos doutrinadores e
comandantes. Indo além, nos relata a forma mecanizada e
excessivamente padronizada com que os trabalhos acontecem no
templo, bem como referencia uma disciplina exageradamente
rígida e quase punitiva, que inibe os aparás em suas

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O Cisma de Koatay 108 39
manifestações. Não apontaria essa narrativa para um ataque
etérico em massa?

Num sentido mais amplo, traça um perfil do corpo


mediúnico que tanto serviu para aquela época quanto para hoje.
Tristeza, falta de vibração, moral frouxa, desarmonia, corpo
mediúnico doente são expressões saídas de seu próprio punho; o
abandono do Evangelho também. Em seguida, numa
demonstração de absoluta lucidez e coerência, atribui toda a
responsabilidade deste processo aos trinos, que estão
desarmonizados e isolados, uns dos outros.

Entretanto, até esse ponto de sua narrativa o leitor


pode pensar que isso não seria motivo para depois de tantos anos
de trabalho ao lado de Koatay 108, que ele, o Tumuchy,
renunciasse sua missão, o seu sacerdócio, abandonando a
Doutrina. Ou ainda, que embora o quadro fosse grave, a
recondução seria certa. A não ser que motivos maiores o
impedissem de continuar na sua função.

Na seqüência da narrativa, tais motivos aparecem muito


mais claros. Há registros de represálias, repressões e ameaças,
tanto a ele, seu Mário, quanto ao adjunto Yuricy, ninfa sol Edelves.
Seguindo a carta de seu Mário, havia o trabalho de incorporação
do Pai Seta Branca, realizado no templo, que acontecia segundo a
regência e comando desta ninfa. Não citando os nomes dos
aparás, seu Mário fala que os grandes iniciados, os comandantes
espirituais de todo o conjunto doutrinário-ritualístico começaram
ali a se manifestar, realizando diversas curas.

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O Cisma de Koatay 108 40
No entanto, a conjuntura de desarmonia entre os trinos
já havia chegado ao templo e já se fazia sentida em todo Vale do
Amanhecer. Informa também que, como prova de que eram eles,
muitas curas foram realizadas.

O trabalho foi reprimido justamente por outros trinos,


aos quais seu Mário não identifica. O ritual, desta forma, não pôde
mais ser realizado no templo, sendo transferido para a casa do
adjunto Yuricy – ninfa Edelves - que naquelas circunstâncias não
havia ainda cedido às pressões, mesmo já sendo considerada ‘fora
da lei’. Aí está justamente o ponto principal da ameaça. Ou
suspendia-se o trabalho, ou teria sua casa invadida.

Quando procurado, o Tumuchy hospeda então a


referida ninfa em sua própria casa, para onde também os
trabalhos são transferidos. A ameaça agora diz respeito à
suspensão do que seu Mário chama “privilégios do adjunto Yuricy”.
Fica clara a intenção, por parte dos que eram contra o trabalho,
de tirar a regência da ninfa Edelves, razão pela qual ela retrocede.
Não há, porém, registro algum de nomes nesse trecho da carta.

Sabe-se, porém, que um dos que eram contra o


trabalho era o trino Ajarã, que instou ainda o Tumuchy a
abandonar essas práticas, dizendo mesmo “não admitir” que isso
acontecesse. Segundo todos, essa era uma prática fora da lei.

Este é um período tenso. Seu Mário demonstra


indignação em suas linhas. Questiona que lei é essa, que impedem
as manifestações do Pai Seta Branca. Demonstra indignação por
ser considerado fora da lei e mesmo ao leitor desatento mostra

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O Cisma de Koatay 108 41
certo grau de revolta por ser retirado arbitrariamente de suas
funções como Tumuchy.
Por outro lado, por que o trino Ajarã era
terminantemente contra a realização desse trabalho? Teria ele
essa autoridade diante do Trino Tumuchy para ‘não admitir’
alguma coisa? E os outros Trinos? Quais eram suas posições? Não
estariam aí, evidências de uma indisposição do Ajarã para com o
Tumuchy? Ataques pessoais no radar, diante do corpo mediúnico,
segundo nos referencia seu Mário, não nos indicaria uma falta
absoluta de ética doutrinária por parte do trino Ajarã?

Mas, mesmo que não se dê crédito de imediato à


narração do Trino Tumuchy, torna-se difícil desaboná-lo,
simplesmente porque os fatos falam por si mesmos. É o mestre
que assina praticamente todos os folhetos, fascículos, livros,
manuais e publicações em geral do Vale do Amanhecer, sempre
com o aval e sob a assinatura da clarividente. Foi a pessoa que
mais próxima esteve de tia Neiva, sendo mesmo o seu porta-voz
direto, o seu intérprete pessoal, sempre à frente de todo processo
doutrinário-instrutivo no Vale do Amanhecer.

Mas o fato é que, sem espaço para continuar seu


trabalho, seu Mário se afasta da Doutrina. Quebra-se a estrutura
trinária. Destroem-se os canais de emissão e recepção de toda
tribo encarnada. O mundo etérico se planta entre o plano físico e o
mundo espiritual. A força cruzada se faz sentir no templo. A
corrente se afasta. Caímos no baixo mediunismo. Então observe. A
seqüência é lógica:

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O Cisma de Koatay 108 42
1. A separação dos trinos, iniciada
com o afastamento do Tumuchy e
regência do Ajarã destrói a força
decrescente. O personalismo expõe
as frágeis bases evangélicas,
demonstrando que a iniciática era
uma condição à qual os trinos não
correspondiam.

2. Os canais de emissão e recepção,


que dependem dos trinos deixaram
de existir. A tribo não se comunica
seguramente com o plano dos
mentores. O etérico fecha os
contatos.

3. As emissões de todos, que


necessitavam dos canais de emissão
e recepção dos trinos, passaram a
não atingir os mundos superiores,
ficando nas teias do etérico.

4. Sem auxílio espiritual, os sintomas


se espalham e aparecem no Vale do
Amanhecer. Força cruzada, baixo
mediunismo; queda da voltagem da

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O Cisma de Koatay 108 43
corrente; perda de capacidade
desobsessiva...

CISMA DE KOATAY 108

Após o rompimento
entre os trinos os
canais não mais
existem. As emissões
não vencem o etérico.
A corrente se afasta.

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O Cisma de Koatay 108 44
UM GRITO DE ALERTA

Diante de tantos fatos ocorridos na diretoria


administrativa do Vale do Amanhecer, voltamos ao ponto inicial
deste trabalho.

Em 27 de abril de l983, Tia Neiva nos escreve uma


mensagem, talvez uma das últimas escritas de seu próprio punho.
A essa carta ela nomeou “UM GRITO DE ALERTA”.

Preocupada com os rumos que a Doutrina estava


tomando por falta de evangelização, tia Neiva descreve um roteiro
novo, uma retomada de posição, ou um reposicionamento
completo nas linhas estruturais da Doutrina.

Ela estava preocupada com a falta de assimilação


evangélica do corpo mediúnico, pois a evangelização é o alicerce
onde todo o conhecimento deve repousar. Mas havia outra
preocupação, esta mais oculta por trás da mensagem intitulada de
83 - a premonição do seu desencarne que se daria no final de
l985.

Não que ela soubesse precisamente do seu desencarne.


Mas certamente tinha conhecimento de que seu tempo estava
terminando na terra e tudo, agora dependeria dos continuadores
da terceira etapa do plano traçado no céu pelo Pai Seta Branca.

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O Cisma de Koatay 108 45
Então tia Neiva informa ao Mestre Tumuchy dos
perigos e riscos que estamos correndo por falta de uma
compreensão evangélica, e pede que inicie um curso que foi
denominado ‘Partida Evangélica’. Nessa carta nossa mãe fala em
reestruturar o desenvolvimento mediúnico, bem como a escalada
ao mestrado e o corpo de instrutores. Transcrevemos aqui, alguns
trechos da referida carta:

“Meu filho, só Deus, o Grande


Deus nos daria afirmações tão
claras nessa missão, neste
sacerdócio. A missão de Koatay
l08 vai brilhar por todo esse
universo.”
Koatay 108. Partida Evangélica,
27/04/1983

Tia Neiva percebe os perigos futuros. Ela analisa e


observa que o corpo mediúnico está decaindo em seu padrão
vibracional. Os elementos de transformações, ou seja, a
evangelização, não está ocorrendo no nível de propiciar as
mudanças personais necessárias ao missionário e que possibilite o
cumprimento de sua missão.

Essa posição fica bastante clara quando ela se refere às


ninfas missionárias:

“Quantas vezes, vendo uma filha


missionária com indumentária

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O Cisma de Koatay 108 46
trazida do céu, bem vestida
fisicamente, porém em seu íntimo,
despida de compreensão e de
qualquer esclarecimento de seu
sacerdócio. Mesmo que ela não
tenha aprendido, fica livre a minha
consciência, pois não deixei de
ensinar”.
Koatay 108. Partida Evangélica,
27/04/1983

Em seguida aponta, em sua fala, as falhas do processo,


tentando corrigi-las:

“Filho, agora eu quero a vida


evangélica; vamos agora fazer
algumas renovações e enfrentar as
coisas que eu nunca tive
oportunidade de fazer. Quero uma
nova distribuição de mestres para o
curso evangélico. Teremos novos
instrutores para o desenvolvimento
de médiuns a caminho das
iniciações. Estes terão que adquirir
conhecimentos evangélicos. E se
tratará de Jesus, ou de sua vida.
Serão conhecimentos de precisão,
com mestres escolhidos com muito
amor. Quero o Jesus caminheiro,

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O Cisma de Koatay 108 47
quero o Jesus nazareno, quero Jesus
redivivo, quero Jesus de Reili e
Dubali...”
Koatay 108. Partida Evangélica,
27/04/1983

O que vem a ser Partida Evangélica? Por que saiu da


Inspiração de uma carta intitulada, “Um Grito de Alerta”? Por que
novos instrutores?

Houve naquela época uma grande movimentação


espiritual, principalmente vinda dos Sandays (estrelas), que se
aproximaram e intensificaram mais as suas projeções nos mestres,
marcando a suas posições, definindo e especificando o nível de
suas atuações.

Posicionando cada um de acordo com a missão que havia


pedido antes de nascer. Esse ajustamento ou reposicionamento se
deu pelas afinidades, pelo traço do perfil espiritual de cada um,
pela natureza de suas forças, definindo suas áreas de atuações,
cumprindo exigência evolutiva, conduta moral, e padrão vibratório.
Seriam os últimos retoques preparativos para o cumprimento da
missão de koatay 108, que teria seu fim de preparação marcado a
partir do seu desencarne.

Pelas dificuldades encontradas, de respostas aos seus


sinais; pela avaliação do grau evolutivo do corpo mediúnico, que
se traduziu em pouca receptividade, devido a pouca assimilação e
vivência evangélica dos componentes no processo das
transformações e evolução de seus corações, nas linhas de

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O Cisma de Koatay 108 48
desenvolvimento do amor, do perdão, da tolerância e da
humildade.

Pela falta desses elementos evangélicos os médiuns não


conseguiam agasalhar as heranças transferidas do plano espiritual,
dos Sandays, estrelas que vinham de Capela para a acoplagem
final, a concretização efetiva e definitiva da sintonia vertical. Não
agasalhando estas estrelas, colocou-se em risco todo o plano de
execução, e metas estabelecidas pelos mentores espirituais.

Não responderam às últimas preparações para que tudo


ficasse no alinhamento perfeito, em sintonia vertical, em perfeita
sintonia com os mentores para que eles pudessem realizar o
grande trabalho de transmigração de energias planetárias para o
socorro da humanidade.

Tia Neiva fala claramente em reposicionamento, ou


retomada de posição. Significa recompor, restabelecer,
reorganização de todo o corpo mediúnico, desde o menor médium,
ao maior hierarquicamente. Como também, rever posições desde o
desenvolvimento mediúnico, ao último nível e grau de formação
do mestrado e linhas evangélicas.

Esse alerta visava um maior aperfeiçoamento da


corrente no nível individual. Um convite para que
compreendêssemos a necessidade do amor incondicional,
alertando para a percepção que a doutrina de Jesus só poderia ser
comandada pelo amor; o amor e a tolerância, condição única para
evitar os riscos e perigos de interferências futuras na infra-

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O Cisma de Koatay 108 49
estrutura, ou seja, no poder decrescente-iniciático deixado,
fundamental para a execução da missão do Pai Seta Branca.

Fica claro pela data da mensagem que ela não teve


condições de empreender o que desejava. O agravamento de seu
estado de saúde trouxe muitas dificuldades e complicações,
impossibilitando-a de levar à frente as renovações de que falava.

Questionamentos então, saltam de nossa mente de


forma involuntária: só se renova ou se altera aquilo que não
atende prontamente as necessidades e objetivos a que se propõe.
Ninguém muda, substitui ou altera aquilo que está funcionando
perfeitamente. Deste modo, o que a levou a pretender tais
renovações? Estaria o desenvolvimento mediúnico cumprindo seu
papel? Os programas, planejamentos e execuções estavam
atingindo os objetivos desejados pelos nossos mentores? O
processo instrutivo-doutrinário estava atingindo suas metas? Os
critérios para a escalada ao mestrado são leis imutáveis ou são
normas que devem estar regularmente passando pela análise dos
instrutores e dos comandantes da Doutrina?

Tia Neiva tinha uma visão muito clara do futuro, seu


senso crístico atingia também os mestres dirigentes que flutuavam
entre a consciência transcendental e a personalidade transitória.
Fatos vividos naquele tempo expunham as fraturas doutrinárias e
morais na regência da Doutrina deixando-a bastante preocupada,
quanto aos rumos que estávamos tomando. Por essa visão,
chamou sua carta de “Um Grito de Alerta”.

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O Cisma de Koatay 108 50
O número de médiuns da Doutrina estava aumentando
gradativamente; o desenvolvimento de antes, sua estrutura,
etapas e funcionamento, não atendia mais as necessidades atuais.
Ele se mostrava deficitário, e o seu modelo obsoleto, ultrapassado.
Eram precárias as instruções evangélicas, o que gerava graves
conseqüências para o futuro do mestre em formação.

Em outra mensagem, também de seu próprio punho,


essa de 17 de maio de 1984, tia Neiva demonstra preocupação em
relação a Iniciação Dharmo-Oxinto. Nessa mensagem fica bem
claro a posição de Koatay 108, e vem somente reforçar a
mensagem de 1983:

“Na continuação do que venho


advertindo, quero explicar a vocês...
vamos falar na INICIAÇÃO DHARMO-
OXINTO: a Iniciação Dharmo-Oxinto
está dentro da lei de uma conduta
doutrinária. É difícil falar sobre a
Iniciação Dharmo-Oxinto, difícil por
ser tão sublime. Uma iniciação mal
conduzida, não sabemos a quem fará
mais mal; a quem recebeu, a mim,
Koatay 108 ou ao indivíduo que o
conduziu até o salão iniciático.”
TIA NEIVA, 17/05/1984.

Em seguida continua noutro trecho da carta:

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O Cisma de Koatay 108 51
“Meu filho, mestre Jaguar, nosso
povo está aumentando e sabemos
pois, que tudo que temos é adquirido
com trabalho e amor... Meus filhos,
sinto dizer que estamos correndo
riscos em nossa vida iniciática se não
formarmos aquele velho critério que
eu sempre digo. A Iniciação, a hora
efetivamente em iniciar o homem,
dando direito de seu trabalho na
linha espiritual.”
TIA NEIVA, 17/05/1984.

Não seria essa uma das razões para determinadas


mudanças? Será que a mensagem de tia Neiva não foi
demasiadamente clara?

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O Cisma de Koatay 108 52
O CISMA DE KOATAY 108

Jesus nos ensina que se conhece a árvore pelos frutos.


Acontece que justamente desde os idos de 1985, passando pelo
afastamento de seu Mário, até os dias de hoje, determinados
acontecimentos nos revelam que não se dispõe mais da
assistência da Corrente Indiana do espaço, da Corrente Mestra e
da força decrescente.

Se for verdade o que nos ensina Jesus: que


conhecemos a árvore pelos frutos, o que dizer do Vale do
Amanhecer hoje?

 Moradores que não são médiuns;


 Comitês políticos;
 Atos de violência; assassinatos como os que hoje
ocorrem dentro do espaço dos médiuns;
 Estupros e comércio de drogas alucinógenas;
 A existência de bares e comércio de bebidas
alcoólicas nas ruas do Vale do Amanhecer;
 Trabalhos que necessitam de escolta policial;
 Rixa com moradores de outras religiões,
chegando a agressões físicas.

A atual situação doutrinária somente nos aponta para o


desmonte total de todo o sistema evangélico-iniciático-decrescente
deixado por tia Neiva, de inteira responsabilidade da atual
diretoria, que, pelos fatos e pelas posições assumidas na sua

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O Cisma de Koatay 108 53
regência, demonstra não ter legitimidade, confiabilidade para as
funções que hoje desempenha.

Mesmo os mestres Gilberto e Raul não se entendem,


bastando para essa fácil comprovação, uma rápida visita aos
diversos ‘sites oficiais’ do Vale do Amanhecer, onde as ordens de
um atropela as ordens do outro, num total desgoverno, tornando-
se Doutrina palco de pequenas disputas familiares.

Paralelamente a isso, devido à doença do Trino Ajarã, já


se especula fartamente sobre o seu sucessor, verificando-se na
porta do templo, serviços de panfletagem medíocre e politiqueira,
onde santinhos de ministros são distribuídos numa propaganda
tola e desrespeitosa a toda a vida de tia Neiva.

Fatos como esses, a cada dia nos levam a uma


conclusão inevitável. Fatos como esses, sobretudo, produzem
sintomas, e esses sintomas não são positivos, distanciando cada
vez mais o homem jaguar do cumprimento da sua missão.

Salve Deus, jaguares de todos os tempos! Mestre


jaguar, espírito espartano! É chegada a hora da conquista final. É
chegada a hora de nos levantarmos contra os padrões inferiores,
de egocentrismo, orgulho e vaidades que tentam prevalecer sobre
as bases do amor que tia Neiva tanto viveu e tanto nos ensinou.

É hora, sobretudo de nos questionarmos


contundentemente, a todo instante:

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O Cisma de Koatay 108 54
1. SERÁ QUE O JAGUAR APRENDEU E
ASSIMILOU O QUE PRECISAVA PARA O
CUMPRIMENTO DE SUA MISSÃO?

2. QUAL FOI A VERDADEIRA MENSAGEM


QUE TIA NEIVA QUIS NOS TRANSMITIR?

Que Jesus nos abençoe. Salve Deus.

______________________________________
TRINO HERDEIRO REGENTE TUMUCHY
MESTRE RODRIGO NÓBREGA.
JUAZEIRO DO NORTE, ___/___/___.

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