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Vários autores
está geral-
Em contexto escolar brasileiro, a produção de texto s escritos
r responsável
mente associada às de Língua Materna, cabe ndo ao professo
de de "esc reve r
pela disciplina Português desenvolver no alun o a capacida
rre, com fre-
bem". Para preparar suas aulas de escrita, o professor reco
ticos.
qüência, às atividades de redação propostas pelo s livros didá
ita em ou-
Se examinarmos o que ocorre em termos de produção escr
fund amental e
tras disciplinas que fazem parte do programa do ensino
pedagógico. O
médio, observaremos que há uma diferença de enfoque
emá tica, His-
senso comum acredita que disciplinas com o Ciências, Mat
transmissão de
tória e Geografia deve m se ocupar, fundamentalmente, da
conhecimento de natureza quase sempre complexa.
ente trab a-
Adotando uma perspectiva discursiva da linguagem, o pres
, Mat emática,
lho buscará disc utir a concepção de escrita em Ciências
e manuais do
História e Geografia, a partir de análise de livros didáticos
s investiga r em
professor para o ensino dessas disciplinas. Interessa-no
relação aluno-
que medida o livro didático contribui para estabelecer uma
.
conhecimento que contemple a produção de textos escritos
de ordens
A percepção do sistema escolar como lugar de conflitos
com o um todo e
diversas é indispensável para refletirmos sobre o ensino
a problemática do material didático.
abordada, o
Independente do livro didático adotado ou da disciplina
ortante na cor-
que se constata é que o livro didático constitui um elo imp
nido, pronto,
rente do disc urso da competê ncia: é o luga r do sabe r defi
única) de refe-
acabado, correto e, dess a forma, fonte últim a e, às vezes,
rênc ia (cf. Souza, 1996 ; Vesentini, 1995).
enqu anto
A autoridade do livro didático estende-se à visão do livro
res da tran smis-
form a de crité rio do saber, criando paradi gmas norteado
tico parece ter
são de conh ecim ento em cont exto esco lar. O livro didá
forma no sen-
como fu nção primordial dar cert a form a ao conh ec imen to;
tido de sele ção e hierarquizaç ão do chamado "saber".
comum tra-
Não parece haver dúvida quanto à autoridade que o senso
lar: ele é um
dicionalmente confere ao livro didático em contexto esco
elemento constitutivo do processo educacional brasileiro.
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Cabe, então, ao professor, condu zir a produ ção escrit a do aluno, va-
lendo-se, para isso, de recurs os peda~ógico_s ~;ie ~ossa m, ao mesm o tem-
po, facilit ar a apren dizage m e garan ttr a ~f1c1enc1a do result ado.
o livro didático, nesse contexto, funciona para o professor de língua
portug uesa4 como fonte propa gador a de padrõ es defini dores do que deva
ser a ativid ade escrita . O profes sor procu ra aprese ntar ao aluno modelos
de textos consid erado s "bem escrit os" e os segme nta na tentati va de
explic itar seu funcio namen to .
Em sua dissertação de mestrado, Claudia Pfeife r ( 1995) exami na a ques-
tão da conce pção sujeito-autor em seu contex to escola r e observa que
0
aluno que tem a palavr a (pois a escola dá-lhe o direito à palavra escrita,
mesm o que aparentemente) procu ra produ zir seus textos observ ando/ obe-
decen do/ seguindo modelos de boa escrita aprese ntado s pelo professor. Em
outras palavras, o aluno-autor vai buscar construir uma argumentação que
lhe permi ta ser aceito pelo professor e, em conse qüênc ia, pela escola .
Com relaçã o a outras disciplinas do curríc ulo dos cursos de ensino
funda menta l e médio , a produ ção escrita é quase nunca discut ida em sala
de aula e muito pouco elabor ada nos livros didáti cos.
A partir de análise realiz ada após exame de livros didáticos para o
ensino de Ciênc ias, História, Geogr afia e Matem ática, foi possível obser-
var que a habilidade escrita está pressuposta no mater ial através das ati-
vidade s elabor adas para abord ar o conteú do.
Nos livros analisados, não há atividades que estimu lem/p ropon ham a
produ ção mais elabor ada de um texto escrito.
As ativid ades propo stas que exigem do aluno algum a forma de ex-
pressão escrita estão voltadas para o que parece se tratar de uma concep-
ção de escrita, segun do a qual, escrev er signif ica:
Vale a pena c itar algu ns trec hos dos prefác ios dos livros analisados,
quant o aos seus objeti vos gerai s:
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Nossa intenção é dar a você (aluno) a oportunidade de usar sua obser-
vação e sua capacidade criativa para melhor compreender os modelos
matemáticos.
A) RESPONDA; DÊ EXEMPLOS
CALCULE;DESCREVA
CITE
ENUMERE
CLASSIFIQUE
doras":
C) Alg um as atividades se dizem "inova
us)
(i) PE NS E E RE SP ON DA (sobre os vír
o o pró pri o livr o did átic o, ao rea liza r essas atividades, o aluno
Seg und
e, depois , sistematizar sua s refle-
é instigado a pen sar sobre um assunto
.
xões ao res pon der às questões propostas
ros)
(ii) VAMOS PE NS AR (sobre cachor
(iii) CO NV ITE AO RACIOCÍNIO
(sobre os golfinhos)
CO NC LU SÕ ES
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