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Curso Técnico

em Edificações
Matéria: Organização Empresarial
e Segurança do Trabalho
Professor: Eng. Rafael Foly
1. ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL

 A organização empresarial é um composto de funções e cargos hierárquicos


aos quais todos os membros da empresa estão sujeitos. Ela deve ser pautada
pela lógica e pela racionalidade, garantindo que os processos de gestão
ocorram com clareza e transparência.
 A construção civil possui uma organização própria básica, utilizada como base
para diferentes tipos de obra, onde ocorrem adaptações mínimas de acordo
com a sua característica.
 Tipos de Obra:
1. Residencial; 2. Comercial; 3. Industrial; 4. Hospitalar;
5. Infraestrutura (viadutos, pontes, estradas);
6. Hidráulica (barragens, tubulações canais).
1.1 Organograma - Parte 01
1.1 Organograma - Parte 02
1.2 Hierarquia de Capacetes
1.3 Funções dentro da Obra
• Mestre-de-obras: profissional experiente em obras que detém o
conhecimento de todas as atividades e sequência executiva da obra.
Sua função é distribuir as frentes de serviço para os encarregados com o
objetivo de cumprir as metas de produção da semana estipuladas pelo
engenheiro (chefe imediato).

• Encarregados: são os profissionais líderes das equipes. Sua função é


colocar em prática as metas determinadas pelo mestre-de-obras para
que consigam cumprir no prazo. Ele deve direcionar os profissionais nas
frentes de serviço e acompanhar a execução verificando se está
conforme projeto.
1.3 Funções dentro da Obra
• Pedreiros: são os profissionais que fazem os serviços da parte civil
como alvenarias, chapisco, emboço, reboco, contrapiso,
reenquadramento de portas e janelas. Bons pedreiros são os que tem
habilidades com nível, prumo, esquadro. Os pedreiros também atuam
nos serviços de concretagem de pisos, lajes, pilares e vigas.

• Pedreiro de acabamento: são os profissionais que fazem os serviços de


assentamento de cerâmicas, azulejos, porcelanatos, bancadas de
banheiro e cozinha, etc. O serviço deles deve ser bem feito, com calma
e qualidade porque é o resultado final de obra. É o que vai ficar a
mostra na casa.
1.3 Funções dentro da Obra
• Carpinteiro: profissional que planeja trabalhos de carpintaria, prepara
canteiro de obras e monta formas metálicas. Confecciona formas de
madeira e forro de laje (painéis). Constrói andaimes e proteção de
estruturas de madeira para telhado, portas e esquadrias.

• Armador: é responsável pela montagem de toda a estrutura de ferro


que mais tarde receberá os materiais da obra, como, por exemplo,
concreto e cimento. ... Ele é responsável não apenas pela estrutura das
lajes, mas de vigas, pilares e outros tipos de fundação de todo o
projeto.

• Eletricista: é o profissional responsável pela implementação,


manutenção e reparação de instalações elétricas, tanto residenciais
quanto industriais. Além disso, o eletricista realiza a instalação,
vistoria e reparo de aparelhos elétricos, eletrônicos e de redes de
distribuição de energia.
1.3 Funções dentro da Obra
• Bombeiro: é o profissional que operacionaliza projetos de instalações
de tubulações, define traçados e dimensiona tubulações; especifica,
quantifica e inspeciona materiais; prepara locais para instalações,
realiza pré-montagem e instala tubulações. Realiza testes operacionais
de pressão de fluidos e testes de estanqueidade. Protege instalações e
faz manutenções em equipamentos e acessórios.

• Gesseiro: é o profissional que aplica tanto o gesso de parede como o


gesso de teto. Esse profissional geralmente trabalha, também, com dry-
wall.

• Ajudantes: é a mão-de-obra que não tem qualificação na carteira.


Geralmente são mais jovens e começam na construção civil ajudando
algum profissional com o objetivo de ir aprendendo a função para, no
futuro, também vir a ser um profissional.
2. Introdução à Segurança do Trabalho
O Que é a Segurança do Trabalho?

• A segurança do trabalho é uma ciência que


tem o objetivo de promover a proteção do
trabalhador em seu local de trabalho,
visando a redução de acidentes de trabalho
e doenças ocupacionais.
2.1 Diferença entre incidente, quase
acidente e acidente
Vamos para um exemplo prático: Você cumpriu suas oito horas
de trabalho e foi embora descansar. Ao retornar no dia
seguinte, há uma marreta que caiu de um armário bem no seu
posto de trabalho. Considerando que não houve dano pessoal
algum e não teria a possibilidade de te atingir, pois você não
estava no local, então dizemos que isso foi um incidente.
2.1 Diferença entre incidente, quase
acidente e acidente
No quase acidente, a mesma cena acima se repete, porém,
desta vez você estava ao lado de seu posto de trabalho. Por
questões de segundos ou de centímetros, a marreta não te
acertou. O evento foi o mesmo, mas neste caso, havia alguém
próximo da ocorrência e que poderia ser atingido.
2.1 Diferença entre incidente, quase
acidente e acidente
O evento se repete, mas desta vez você estava em seu posto
de trabalho e, obviamente foi atingido pela marreta.
Seguindo este raciocínio, chegamos à conclusão que, mesmo
que não haja lesão, o acidente aconteceu.
2.2 Comunicação de Acidente de
Trabalho – CAT

É que uma espécie de formulário em que a empresa


contratante deverá preencher para comunicar algum acidente
de trabalho envolvendo o seu funcionário, à autoridade
competente. Essa comunicação deve ser feita no prazo de um
dia útil após ocorrer o acidente, havendo ou não
afastamento. Em caso de morte, devido ao acidente de
trabalho, a empresa sofrerá uma pena de multa e pagará
indenização.
2.2.1 Recomendações no preenchimento da CAT :

 A CAT não pode ser assinada em branco;


 Verificar se os campos de identificação foram preenchidos
corretamente;
 Preencher o formulário em máquina ou em letra de forma,
com caneta esferográfica;
 Não rasurar o formulário ou deixar campos em branco;
 Apresentar ao INSS, a CAT impressa em papel, em duas
vias, já que uma ficará com o INSS;
 A Comunicação de Acidente de Trabalho deve ser
preenchida e ser entregue ao posto do INSS após a ocorrência
do acidente no prazo máximo de 24 horas.
2.2.2 Ocorrências que deverão ser comunicadas, no CAT ao INSS:

 CAT inicial: acidente de trabalho, de trajeto ou típico, ou


ainda doença do trabalho ou profissional;

 CAT de reabertura: tratamento reiniciado ou afastamento


devido a agravamento de lesão ocorrida em acidente do
trabalho, assim como doença do trabalho ou profissional que
já foi comunicada antes ao INSS;

 CAT comunicação de óbito: falecimento decorrente tanto


de acidente de trabalho, como doença profissional ou do
trabalho, que tenha ocorrido após ter sido emitida a CAT
inicial.
2.2.3 As 06 (seis) vias do CAT e suas Destinações:

• 1ª via ao INSS;
• 2ª via à empresa;
• 3ª via ao segurado ou dependente;
• 4ª via ao sindicato de classe do trabalhador;
• 5ª via ao Sistema Único de Saúde – SUS
• 6ª via à Superintendência Regional do Trabalho – SRT.
2.3 Equipamentos de Proteção
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)

É todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo


trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
Tipos de EPI’s

 Proteção da Cabeça;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção dos Olhos e Face;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção Auditiva;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção Respiratória;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção do Tronco;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção dos Membros Superiores
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção dos Membros Inferiores;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção do Corpo Inteiro;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível;
2.3.2 ECPI (Equipamento Conjugado de
Proteção Individual)

Todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante


tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer
simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
2.3.3 EPC (Equipamento de Proteção Coletiva)

São equipamentos instalados no local de trabalho, que servem


para proteger mais de uma pessoa ao mesmo tempo e são
utilizados para prevenir e/ou minimizar acidentes.
2.3.4 Exigência legal para empresa e
empregado com relação à EPI e EPC
De acordo com a Lei nº. 6514, de 22/12/1977, em seus artigos
166 e 167:
• A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados.
• O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou
utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do
Ministério do Trabalho.
2.3.4 Exigência legal para empresa e
empregado com relação à EPI e EPC
Obrigações do empregador. Cabe ao empregador:

• Adquirir o EPI adequado ao risco da atividade;


• Exigir seu uso;
• Fornecer somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente;
• Orientar e treinar o trabalhador quanto a seu uso, guarda e
conservação;
• Substituir imediatamente quando extraviado ou danificado;
• Responsabilizar-se por sua manutenção e higienização.
• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
2.3.4 Exigência legal para empresa e
empregado com relação à EPI e EPC
Obrigações do empregado. Cabe ao empregado:

• Usar o EPI, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;


• Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
• Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
• Cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado.
2.3.5 CA - Certificado de Aprovação

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

• Do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do


SINMETRO ou de 5 (cinco) anos, para equipamentos com laudos de
ensaio que não foram avaliados no âmbito do SINMETRO;

• De 2 (dois) anos, renováveis por igual período, quando não existirem


normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente
reconhecidas, caso em que os EPIs serão aprovados pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade
Técnica e da especificação técnica de fabricação.
2.3.5 CA - Certificado de Aprovação
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção

A recomendação do EPI adequado cabe ao SESMT ou a CIPA ou


ao empregador.
Um dos grandes problemas enfrentados pelas empresas, de
modo geral, é fazer com que os empregados utilizem os EPI de
forma habitual, pois estes, demonstram sentimentos
contrários ao uso dos EPI, por considerá-los incômodo,
principalmente, durante o período de adaptação.
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
A recomendação do EPI adequado cabe ao SESMT ou a CIPA ou ao empregador.

Identificação do risco: Verificar a existência ou inexistência de elementos


das operações, de produtos, de condições do ambiente, que sejam ou que
possam vir a ser agressivos ao trabalhador;

Avaliação do risco existente: Determinar a intensidade e extensão do risco,


quanto às possíveis consequências para o trabalhador; verificar com que
frequência ele se expõe ao risco e quantos trabalhadores estão sujeitos aos
mesmos perigos;

Indicação do EPI apropriado: Escolher, entre vários EPI, o mais adequado


para solucionar o problema que se tem pela frente, contando, para isto a
assistência dos fabricantes e com instruções apropriadas e claras.
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Para fornecer o equipamento adequado, devemos conhecer:

• Intensidade, extensão e forma de contato.


• Efeitos causados pelo agente de risco
• Consequências para o trabalhador
• Frequência e tempo de exposição
• Grau de proteção necessário (extensão a ser protegida)
• Grau de sensibilidade necessária
• Condições de umidade e de temperatura
• Grau de proteção oferecido pelo EPI
• EPI deve ser confortável e anatômico
• EPI deve fornecer liberdade de movimentos, sem tensão ou compressão
• Eficiência global do EPI
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Responsabilidade do Fabricante e Importador

 Foi extinto a obrigatoriedade do Certificado de Registro do Fabricante;


 Solicitar a emissão do CA ou a sua renovação:
1.Quando vencido o prazo de validade;
2.Quando houver alteração das especificações do equipamento;
 Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI;
 Providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso de inovação.
 Comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao
seu uso.
 Fazer constar do EPI o número do lote de fabricação;
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego

 Cadastro do Fabricante;
 Estabelecer regulamentos técnicos para ensaios;
 Emitir e renovar o CA;
 Fiscalizar a qualidade do EPI;
 Cancelar o CA;
 Requisitar amostras e fiscalizar o devido cumprimento da NR-6.
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Responsabilidade da SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego)

 Fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;


 Recolher amostras de EPI;
 Aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento da NR6.
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço

A Permissão de Trabalho (PT) ou de Serviço (PS) é um


documento que deve ser preenchido por profissionais da área
de Segurança do Trabalho antes da execução de alguma
atividade operacional. A PT tem como objetivo analisar fatores
que podem ocasionar acidentes durante a execução dos
trabalhos, contendo informações sobre medidas de controle dos
fatores de risco. Ela não leva em consideração a “qualidade” do
trabalho, mas sim a “segurança”, além de conter instruções
para situações de emergência ou resgate.
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço

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