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Curso Técnico

em Edificações
Matéria: Organização Empresarial
e Segurança do Trabalho
Professor: Eng. Rafael Foly
1. ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL

 A organização empresarial é um composto de funções e cargos hierárquicos


aos quais todos os membros da empresa estão sujeitos. Ela deve ser pautada
pela lógica e pela racionalidade, garantindo que os processos de gestão
ocorram com clareza e transparência.
 A construção civil possui uma organização própria básica, utilizada como base
para diferentes tipos de obra, onde ocorrem adaptações mínimas de acordo
com a sua característica.
 Tipos de Obra:
1. Residencial; 2. Comercial; 3. Industrial; 4. Hospitalar;
5. Infraestrutura (viadutos, pontes, estradas);
6. Hidráulica (barragens, tubulações canais).
1.1 Organograma - Parte 01
1.1 Organograma - Parte 02
1.2 Hierarquia de Capacetes
1.3 Funções dentro da Obra
• Mestre-de-obras: profissional experiente em obras que detém o
conhecimento de todas as atividades e sequência executiva da obra.
Sua função é distribuir as frentes de serviço para os encarregados com o
objetivo de cumprir as metas de produção da semana estipuladas pelo
engenheiro (chefe imediato).

• Encarregados: são os profissionais líderes das equipes. Sua função é


colocar em prática as metas determinadas pelo mestre-de-obras para
que consigam cumprir no prazo. Ele deve direcionar os profissionais nas
frentes de serviço e acompanhar a execução verificando se está
conforme projeto.
1.3 Funções dentro da Obra
• Pedreiros: são os profissionais que fazem os serviços da parte civil
como alvenarias, chapisco, emboço, reboco, contrapiso,
reenquadramento de portas e janelas. Bons pedreiros são os que tem
habilidades com nível, prumo, esquadro. Os pedreiros também atuam
nos serviços de concretagem de pisos, lajes, pilares e vigas.

• Pedreiro de acabamento: são os profissionais que fazem os serviços de


assentamento de cerâmicas, azulejos, porcelanatos, bancadas de
banheiro e cozinha, etc. O serviço deles deve ser bem feito, com calma
e qualidade porque é o resultado final de obra. É o que vai ficar a
mostra na casa.
1.3 Funções dentro da Obra
• Carpinteiro: profissional que planeja trabalhos de carpintaria, prepara
canteiro de obras e monta formas metálicas. Confecciona formas de
madeira e forro de laje (painéis). Constrói andaimes e proteção de
estruturas de madeira para telhado, portas e esquadrias.

• Armador: é responsável pela montagem de toda a estrutura de ferro


que mais tarde receberá os materiais da obra, como, por exemplo,
concreto e cimento. ... Ele é responsável não apenas pela estrutura das
lajes, mas de vigas, pilares e outros tipos de fundação de todo o
projeto.

• Eletricista: é o profissional responsável pela implementação,


manutenção e reparação de instalações elétricas, tanto residenciais
quanto industriais. Além disso, o eletricista realiza a instalação,
vistoria e reparo de aparelhos elétricos, eletrônicos e de redes de
distribuição de energia.
1.3 Funções dentro da Obra
• Bombeiro: é o profissional que operacionaliza projetos de instalações
de tubulações, define traçados e dimensiona tubulações; especifica,
quantifica e inspeciona materiais; prepara locais para instalações,
realiza pré-montagem e instala tubulações. Realiza testes operacionais
de pressão de fluidos e testes de estanqueidade. Protege instalações e
faz manutenções em equipamentos e acessórios.

• Gesseiro: é o profissional que aplica tanto o gesso de parede como o


gesso de teto. Esse profissional geralmente trabalha, também, com dry-
wall.

• Ajudantes: é a mão-de-obra que não tem qualificação na carteira.


Geralmente são mais jovens e começam na construção civil ajudando
algum profissional com o objetivo de ir aprendendo a função para, no
futuro, também vir a ser um profissional.
2. Introdução à Segurança do Trabalho
O Que é a Segurança do Trabalho?

• A segurança do trabalho é uma ciência que


tem o objetivo de promover a proteção do
trabalhador em seu local de trabalho,
visando a redução de acidentes de trabalho
e doenças ocupacionais.
2.1 Diferença entre incidente, quase
acidente e acidente
Vamos para um exemplo prático: Você cumpriu suas oito horas
de trabalho e foi embora descansar. Ao retornar no dia
seguinte, há uma marreta que caiu de um armário bem no seu
posto de trabalho. Considerando que não houve dano pessoal
algum e não teria a possibilidade de te atingir, pois você não
estava no local, então dizemos que isso foi um incidente.
2.1 Diferença entre incidente, quase
acidente e acidente
No quase acidente, a mesma cena acima se repete, porém,
desta vez você estava ao lado de seu posto de trabalho. Por
questões de segundos ou de centímetros, a marreta não te
acertou. O evento foi o mesmo, mas neste caso, havia alguém
próximo da ocorrência e que poderia ser atingido.
2.1 Diferença entre incidente, quase
acidente e acidente
O evento se repete, mas desta vez você estava em seu posto
de trabalho e, obviamente foi atingido pela marreta.
Seguindo este raciocínio, chegamos à conclusão que, mesmo
que não haja lesão, o acidente aconteceu.
2.2 Comunicação de Acidente de
Trabalho – CAT

É que uma espécie de formulário em que a empresa


contratante deverá preencher para comunicar algum acidente
de trabalho envolvendo o seu funcionário, à autoridade
competente. Essa comunicação deve ser feita no prazo de um
dia útil após ocorrer o acidente, havendo ou não
afastamento. Em caso de morte, devido ao acidente de
trabalho, a empresa sofrerá uma pena de multa e pagará
indenização.
2.2.1 Recomendações no preenchimento da CAT :

A CAT não pode ser assinada em branco;


Verificar se os campos de identificação foram preenchidos
corretamente;
Preencher o formulário em máquina ou em letra de forma,
com caneta esferográfica;
Não rasurar o formulário ou deixar campos em branco;
Apresentar ao INSS, a CAT impressa em papel, em duas
vias, já que uma ficará com o INSS;
A Comunicação de Acidente de Trabalho deve ser
preenchida e ser entregue ao posto do INSS após a ocorrência
do acidente no prazo máximo de 24 horas.
2.2.2 Ocorrências que deverão ser comunicadas, no CAT ao INSS:

CAT inicial: acidente de trabalho, de trajeto ou típico, ou


ainda doença do trabalho ou profissional;

CAT de reabertura: tratamento reiniciado ou afastamento


devido a agravamento de lesão ocorrida em acidente do
trabalho, assim como doença do trabalho ou profissional que
já foi comunicada antes ao INSS;

CAT comunicação de óbito: falecimento decorrente tanto


de acidente de trabalho, como doença profissional ou do
trabalho, que tenha ocorrido após ter sido emitida a CAT
inicial.
2.2.3 As 06 (seis) vias do CAT e suas Destinações:

• 1ª via ao INSS;
• 2ª via à empresa;
• 3ª via ao segurado ou dependente;
• 4ª via ao sindicato de classe do trabalhador;
• 5ª via ao Sistema Único de Saúde – SUS
• 6ª via à Superintendência Regional do Trabalho – SRT.
2.3 Equipamentos de Proteção
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)

É todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo


trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
Tipos de EPI’s

 Proteção da Cabeça;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção dos Olhos e Face;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção Auditiva;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção Respiratória;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção do Tronco;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção dos Membros Superiores
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção dos Membros Inferiores;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção do Corpo Inteiro;
2.3.1 EPI (Equipamento de Proteção Individual)
 Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível;
2.3.2 ECPI (Equipamento Conjugado de
Proteção Individual)

Todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante


tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer
simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
2.3.3 EPC (Equipamento de Proteção Coletiva)

São equipamentos instalados no local de trabalho, que servem


para proteger mais de uma pessoa ao mesmo tempo e são
utilizados para prevenir e/ou minimizar acidentes.
2.3.4 Exigência legal para empresa e
empregado com relação à EPI e EPC
De acordo com a Lei nº. 6514, de 22/12/1977, em seus artigos
166 e 167:
• A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados.
• O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou
utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do
Ministério do Trabalho.
2.3.4 Exigência legal para empresa e
empregado com relação à EPI e EPC
Obrigações do empregador. Cabe ao empregador:

• Adquirir o EPI adequado ao risco da atividade;


• Exigir seu uso;
• Fornecer somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente;
• Orientar e treinar o trabalhador quanto a seu uso, guarda e
conservação;
• Substituir imediatamente quando extraviado ou danificado;
• Responsabilizar-se por sua manutenção e higienização.
• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
2.3.4 Exigência legal para empresa e
empregado com relação à EPI e EPC
Obrigações do empregado. Cabe ao empregado:

• Usar o EPI, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;


• Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
• Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
• Cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado.
2.3.5 CA - Certificado de Aprovação

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

• Do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do


SINMETRO ou de 5 (cinco) anos, para equipamentos com laudos de
ensaio que não foram avaliados no âmbito do SINMETRO;

• De 2 (dois) anos, renováveis por igual período, quando não existirem


normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente
reconhecidas, caso em que os EPIs serão aprovados pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade
Técnica e da especificação técnica de fabricação.
2.3.5 CA - Certificado de Aprovação
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção

A recomendação do EPI adequado cabe ao SESMT ou a CIPA ou


ao empregador.
Um dos grandes problemas enfrentados pelas empresas, de
modo geral, é fazer com que os empregados utilizem os EPI de
forma habitual, pois estes, demonstram sentimentos
contrários ao uso dos EPI, por considerá-los incômodo,
principalmente, durante o período de adaptação.
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
A recomendação do EPI adequado cabe ao SESMT ou a CIPA ou ao empregador.

Identificação do risco: Verificar a existência ou inexistência de elementos


das operações, de produtos, de condições do ambiente, que sejam ou que
possam vir a ser agressivos ao trabalhador;

Avaliação do risco existente: Determinar a intensidade e extensão do risco,


quanto às possíveis consequências para o trabalhador; verificar com que
frequência ele se expõe ao risco e quantos trabalhadores estão sujeitos aos
mesmos perigos;

Indicação do EPI apropriado: Escolher, entre vários EPI, o mais adequado


para solucionar o problema que se tem pela frente, contando, para isto a
assistência dos fabricantes e com instruções apropriadas e claras.
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Para fornecer o equipamento adequado, devemos conhecer:

• Intensidade, extensão e forma de contato.


• Efeitos causados pelo agente de risco
• Consequências para o trabalhador
• Frequência e tempo de exposição
• Grau de proteção necessário (extensão a ser protegida)
• Grau de sensibilidade necessária
• Condições de umidade e de temperatura
• Grau de proteção oferecido pelo EPI
• EPI deve ser confortável e anatômico
• EPI deve fornecer liberdade de movimentos, sem tensão ou compressão
• Eficiência global do EPI
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Responsabilidade do Fabricante e Importador

 Foi extinto a obrigatoriedade do Certificado de Registro do Fabricante;


 Solicitar a emissão do CA ou a sua renovação:
1.Quando vencido o prazo de validade;
2.Quando houver alteração das especificações do equipamento;
 Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI;
 Providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso de inovação.
 Comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao
seu uso.
 Fazer constar do EPI o número do lote de fabricação;
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego

 Cadastro do Fabricante;
 Estabelecer regulamentos técnicos para ensaios;
 Emitir e renovar o CA;
 Fiscalizar a qualidade do EPI;
 Cancelar o CA;
 Requisitar amostras e fiscalizar o devido cumprimento da NR-6.
2.3.6 Implantação do Equipamento de
Proteção
Responsabilidade da SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego)

 Fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;


 Recolher amostras de EPI;
 Aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento da NR6.
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço

A Permissão de Trabalho (PT) ou de Serviço (PS) é um


documento que deve ser preenchido por profissionais da área
de Segurança do Trabalho antes da execução de alguma
atividade operacional. A PT tem como objetivo analisar fatores
que podem ocasionar acidentes durante a execução dos
trabalhos, contendo informações sobre medidas de controle dos
fatores de risco. Ela não leva em consideração a “qualidade” do
trabalho, mas sim a “segurança”, além de conter instruções
para situações de emergência ou resgate.
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.4 Permissão de Trabalho ou Serviço
2.5 PCMSO, PPRA e PCMAT

2.5.1 PCMSO

O Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional - PCMSO é um procedimento legal
estabelecido pela Consolidação das Leis do
Trabalho, no Brasil, mediante a Norma
Regulamentadora 7, visando proteger a Saúde
Ocupacional dos trabalhadores.
2.5.2 PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA) é um conjunto de ações visando à
preservação da saúde e da integridade/segurança
dos trabalhadores, através de etapas que visam a
antecipação, reconhecimento, avaliação
(qualitativa / quantitativa) e consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais existentes ou
que venham a existir no ambiente de trabalho,
tendo em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.
2.5.3 PCMAT

A sigla PCMAT significa Programa de Condições e


Meio Ambiente de Trabalho, ela é utilizada como
uma forma de prevenir acidentes no âmbito da
construção civil, além disso, ela é responsável por
elaborar ações que visam garantir a segurança
dos trabalhadores durante todo o processo de
construção.
2.6 SESMT
No Brasil, os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
- SESMT são desempenhados por equipe de
profissionais, contratados pelas empresas, com a
finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade física dos trabalhadores.
2.7 Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA
2.7.1 Objetivos da CIPA

A CIPA tem como objetivo, desenvolver atividades


voltadas para a prevenção de doenças, acidentes
do trabalho e qualidade de vida dos
trabalhadores, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a presença da
vida e a promoção da saúde do trabalhador.
2.7.2 Organização da CIPA
A CIPA é composta por representantes do
empregador (indicados) e dos empregados
(eleitos), em igual número, sendo composta de
Titulares e Suplentes e sua quantidade é definida
pelo grau de risco de sua atividade, que é
definido pelo CNAE (Classificação Nacional de
Atividades Econômicas) e pelo número de
funcionários da empresa. Haverá também um
secretário e seu substituto.
2.7.2 Organização da CIPA
Os representantes dos empregadores, titulares
e suplentes serão por eles designados. Os
representantes dos empregados, titulares e
suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do
qual participem, independentemente de filiação
sindical, exclusivamente os empregados
interessados.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a
duração de um ano, permitida uma reeleição.
2.7.2 Organização da CIPA
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa
causa do empregado eleito para cargo de direção
de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
desde o registro de sua candidatura até um ano
após o final de seu mandato.
O empregador designará entre seus
representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre
os titulares o vice-presidente.
2.7.3 Atribuições da CIPA
 Identificar os riscos do processo de trabalho;
 Elaborar Plano de Trabalho;
 Realizar periodicamente verificação nos ambientes
e condições de trabalho;
 Realizar após cada reunião, a verificação do
cumprimento das metas fixadas;
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do
PCMSO, PPRA bem como de outros programas de
segurança e saúde desenvolvidos pela empresa;
2.7.3 Atribuições da CIPA
 Divulgar e promover o cumprimento das Normas
Regulamentadoras, bem como cláusulas de
acordos e convenções coletivas de trabalho e
normas internas de segurança relativas à
segurança no trabalho;
 Participar em conjunto com o SESMT da análise
das causas das doenças e acidentes do trabalho e
propor medidas de solução dos problemas
identificados;
2.7.3 Atribuições da CIPA
 Promover, anualmente, em conjunto com o
SESMT, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho - SIPAT;
 Participar, anualmente, em conjunto com a
empresa, de Campanhas de Prevenção à AIDS e
outros programas de saúde.
2.7.4 Constituição da CIPA
 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e
mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta,
instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores como empregados.
2.7.4 Constituição da CIPA
 As empresas instaladas em centro comercial ou
industrial estabelecerão, através de membros da
CIPA ou designados, mecanismos de integração
com objetivo de promover o desenvolvimento de
ações de prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do ambiente e instalações de uso
coletivo, podendo contar com a participação da
administração do mesmo.
2.7.5 Atribuições do Presidente
 Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
 Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao
empregador e ao SESMT, as decisões da
comissão;
 Manter o empregador informado sobre os trabalhos
da CIPA;
 Coordenar e supervisionar as atividades de
secretária;
 Delegar atribuições ao Vice-Presidente.
2.7.6 Atribuições do Vice-Presidente

 Executar as atribuições que lhe forem delegadas


pelo Presidente;
 Substituir o Presidente nos seus impedimentos
eventuais ou nos afastamentos temporários.
2.7.7 Atribuições do Presidente e Vice-Presidente em Conjunto
 Cuidar para que a CIPA disponha de condições
necessárias para o desenvolvimento de seus
trabalhos;
 Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA,
zelando para que os objetivos propostos sejam
alcançados;
 Delegar atribuições aos membros da CIPA;
 Promover o relacionamento da CIPA com o
SESMT;
 Divulgar as decisões da CIPA a todos os
trabalhadores da empresa;
 Constituir a Comissão Eleitoral.
2.7.8 Atribuições do (a) Secretário (a)

 Acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas


apresentando-as para aprovação e assinatura dos
membros presentes;
 Preparar as correspondências;
 Executar as atribuições que lhe forem atribuídas.
2.7.9 Campanhas de Segurança

Os eventos mais comuns e que envolvem a CIPA são:

• Semana Interna de Prevenção de Acidentes do


Trabalho - SIPAT;
• Campanha Interna de Prevenção da AIDS - CIPAS;
• Antitabagismo - cabe também à CIPA, recomendar
que em todos os locais de trabalhos e adotem
medidas restritivas ao hábito de fumar.
2.7.10 Treinamento
A empresa deverá promover treinamento para todos os
membros, titulares e suplentes, inclusive a secretária e
sua substituta, antes da posse.

O treinamento deverá conter:

a) Estudo do ambiente e condições de trabalho;


b) Investigação e análise dos acidentes;
c) Noções sobre acidentes do trabalho;
d) Noções sobre AIDS;
e) Noções sobre legislação trabalhista e previdenciária;
f) Princípios gerais de higiene do trabalho;
g) Organização da CIPA.
2.7.11 Processo Eleitoral
Compete ao empregador convocar eleições para
escolha dos representantes dos empregados da CIPA,
até 60 dias antes do término do mandato em curso.

O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão


dentre seus membros, com no mínimo 55 dias do início
do pleito, a Comissão Eleitoral - C.E., que será a
responsável pela organização e acompanhamento do
processo eleitoral.
2.7.11 Processo Eleitoral
Condições:
• Publicação e divulgação de Edital, no mínimo 45 dias antes da data de
eleição;
• Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição
será de 15 dias;
• Liberdade de inscrição para todos os empregados da empresa, com
fornecimento de comprovante;
• Garantia de emprego para todos os empregados da empresa até a eleição;
• Realizar eleição no mínimo 30 dias antes do término do mandato;
• Realizar eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários dos
turnos;
• Voto secreto;
• Apurar os votos em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representantes do empregador, empregados e comissão eleitoral.
2.8 SIPAT - Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho ou SIPAT, deve ser
organizada anualmente pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) com o objetivo de conscientizar os empregados sobre a saúde e
segurança no trabalho além da prevenção de acidentes.
Durante a semana são realizadas várias atividades envolvendo os
empregados com o objetivo de promover a conscientização, em geral com foco
em um tema definido anteriormente. Entre as atividades estão palestras,
treinamentos, avaliações médicas, atividades lúdicas, entre outras.
Obrigatória, item 5.16 da NR-5, Portaria MTE/DSST n° 8/99, ela deve ser
feita uma vez ao ano, devendo ser considerada como uma Campanha de
Segurança e tendo por finalidade a divulgação dos conhecimentos de
Segurança e Saúde no Trabalho.
2.8 SIPAT - Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho
Assuntos para ser abordados em uma SIPAT:

 AIDS-DST;  Drogas;
 Importância da realização de exercícios físicos;  Segurança no lar;
 Alcoolismo;  Estresse;
 LER-DORT;  Tabagismo;
 Alimentação equilibrada;  Higiene pessoal;
 Meio ambiente;  Tirar segunda via de documentos;
 Atividades em altura;  Importância da ginástica laboral;
 Motivação no trabalho;  Entre outros temas.
 Combate a incêndio;
 Concurso de frases e gincana;
 Conscientização de doação de sangue;
2.9 Impactos dos acidentes e doenças
O somatório das perdas, muitas delas
irreparáveis, é avaliado e determinado levando-
se em consideração os danos causados à
integridade física e mental do trabalhador, os
prejuízos da empresa e os demais custos
resultantes para a sociedade.
2.9.1 Danos causados ao trabalhador
As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas
prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho.
Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também
atingidos por danos que se materializam em:

 Sofrimento físico e mental;


 Cirurgias e remédios;
 Próteses e assistência médica;
 Fisioterapia e assistência psicológica;
 Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 Diminuição do poder aquisitivo;
 Desamparo à família;
 Estigmatização do acidentado;
 Desemprego;
 Marginalização;
 Depressão e traumas.
2.9.2 Prejuízos da empresa
As micro e pequenas empresas são fortemente atingidas pelas
consequências dos acidentes e doenças, apesar de nem
sempre os seus dirigentes perceberem este fato.
O custo total de um acidente é dado pela soma de duas
parcelas: uma refere-se ao custo direto (ou custo segurado), a
exemplo do recolhimento mensal feito à Previdência Social,
para pagamento do seguro contra acidentes do trabalho,
visando a garantir uma das modalidades de benefícios
estabelecidos na legislação previdenciária. A outra parcela
refere-se ao custo indireto (custo não segurado). Estudos
informam que a relação entre os custos segurados e os não
segurados é de 1 para 4, ou seja, para cada real gasto com os
custos segurados, são gastos 4 com os custos não segurados.
2.9.2 Prejuízos da empresa
Os custos não segurados impactam a empresa
principalmente nos seguintes itens:

 Salário dos quinze primeiros dias após o acidente;  Treinamento de substituto;


 Transporte e assistência médica de urgência;  Aumento do prêmio de seguro;
 Paralisação de setor, máquinas e equipamentos;  Multas e encargos contratuais;
 Comoção coletiva ou do grupo de trabalho;  Perícia trabalhista, civil ou criminal;
 Interrupção da produção;  Indenizações e honorários legais; e
 Prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;  Elevação de preços dos produtos e serviços.
 Destruição de máquina, veículo ou equipamento;
 Danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos;
 Embargo ou interdição fiscal;
 Investigação de causas e correção da situação;
 Pagamento de horas-extras;
 Atrasos no cronograma de produção e entrega;
 Cobertura de licenças médicas;
2.9.3 Custos resultantes para a sociedade
As estatísticas informam que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa
etária dos 20 aos 30 anos, justamente quando estão em plena condição física.
Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que sustentam suas famílias
com seu trabalho, desfalcam as empresas e oneram a sociedade, pois passam
a necessitar de:

 Socorro e medicação de urgência;


 Intervenções cirúrgicas;
 Mais leitos nos hospitais;
 Maior apoio da família e da comunidade; e
 Benefícios previdenciários.

Isso, consequentemente, prejudica o desenvolvimento do País, provocando:

 Redução da população economicamente ativa


 Aumento da taxação securitária;
 Aumento de impostos e taxas.
2.9.3 Principais causas dos acidentes e doenças do
trabalho
Inúmeros fatores contribuem para a ocorrência de acidentes e
doenças nos locais de trabalho. Geralmente, adotam-se
concepções simples e erradas para aquilo que causou os
acidentes ou doenças, buscando-se, desta forma, o consolo
para os infortúnios através da alegação de que foi coisa do
destino, má sorte, obra do acaso, castigo de Deus.
Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se
providências forem adotadas com antecedência e de maneira
compromissada e responsável.
2.10 Responsabilidade legal
O acidente e a doença do trabalho podem gerar
responsabilidade penal, civil, administrativa, acidentária do
trabalho e trabalhista, sendo independentes as
responsabilidades civil e criminal das outras.

Na visão jurídica, os acidentes e doenças decorrentes do


trabalho, em sua maioria, ocorrem devido à culpa. Culpa é uma
conduta, ação ou omissão de alguém que não quer que o dano
aconteça, mas ele ocorre pela falta de previsão daquilo que é
perfeitamente previsível. O ato culposo é aquele praticado por
negligência, imprudência ou imperícia.
2.11 Atos Inseguros
Negligência - É a omissão voluntária de diligência ou cuidado -
falta de atenção.
Exemplo:
Realização de limpeza numa máquina em funcionamento.

Imprudência - consiste na falta involuntária de observância


das medidas de precauções e segurança, de consequência
previsível, que se faziam necessárias no momento para evitar
um mal ou a infração da lei - excesso de confiança.
Exemplo:
Empilhar caixas e volumes sem obedecer às recomendações
de arrumação, trânsito, carga e descarga.
2.11 Atos Inseguros

Imperícia - é a falta de aptidão especial, habilidade,


experiência, ou de previsão no exercício de determinada
função, profissão, arte ou ofício.
Exemplo:
Conduzir veículo, operar máquina ou equipamento sem possuir
habilitação, curso ou treinamento adequado e obrigatório.
2.12 O que normalmente se pede numa ação de
indenização:

 Indenização pelo acidente do trabalho em determinado valor;


 Pensão mensal vitalícia;
 Indenização por danos morais;
 Indenização por danos estéticos;
 Indenização por lucros cessantes;
 Despesas médicas; medicamentos e próteses mecânicas,
dependendo do caso.
2.13 Nível de Ação (NA)

É o valor acima do qual devem ser iniciadas ações


preventivas de forma a minimizar a probabilidade de
que as exposições a agentes ambientais ultrapassem
os limites de exposição. As ações devem incluir o
monitoramento periódico da exposição, a informação
aos trabalhadores e o controle médico. Normalmente
o NA equivale a 50% do LT.
2.14 Atividades Insalubres

 NR-15 PORTARIA 3214/78


 ACIMA DOS LIMITES TOLERÂNCIA (RUÍDO, CALOR, RADIAÇÕES
IONIZANTES, POEIRAS MINERAIS, ALGUNS AGENTES QUÍMICOS)
 EXPOSIÇÃO AGENTES BIOLÓGICOS
 CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES, VIBRAÇÕES, FRIO E UMIDADE
(LAUDO INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO)

O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância


estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez
por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
2.15 Atividades Perigosas

 O adicional de periculosidade será devido sempre


que a vida do trabalhador for exposta a riscos em
função de sua exposição a determinados agentes
considerados como perigosos.
“O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional
de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.”
2.16 Limite de Tolerância
 Concentração ou intensidade máxima ou mínima,
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente, que não causará dano à saúde do trabalhador.
LIMITES DE TOLERÂNCIA

 RUÍDO - 85 dB (contínuo ou intermitente) 8 horas trabalho diário


 RUÍDO DE IMPACTO - 130 dB
 CALOR - AVALIAÇÃO IBUTG (ANEXO 3- NR 15)
 RADIAÇÕES IONIZANTES - NORMA CNEN-NE-301
 POEIRAS MINERAIS - ASBESTO, SÍLICA (ANEXO 12 – NR 15).
 AGENTES BIOLÓGICOS - AVALIAÇÃO QUALITATIVA (SERVIÇOS DE SAÚDE,
LIMPEZA PÚBLICA, ESGOTO, CEMITÉRIOS, ETC)
 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES - AVALIAÇÃO LOCAL DE TRABALHO
(MICROONDAS, ULTRAVIOLETAS, LASER)
 VIBRAÇÕES - CRITÉRIOS ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL (ISO)
 FRIO E UMIDADE - INSPEÇÃO LOCAL TRABALHO
FIM DA MATÉRIA

REVISÃO:
VAI CAIR TUDO!

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