Você está na página 1de 38

2.

5 PCMSO, PPRA e PCMAT

2.5.1 PCMSO

O Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional - PCMSO é um procedimento legal
estabelecido pela Consolidação das Leis do
Trabalho, no Brasil, mediante a Norma
Regulamentadora 7, visando proteger a Saúde
Ocupacional dos trabalhadores.
2.5.2 PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA) é um conjunto de ações visando à
preservação da saúde e da integridade/segurança
dos trabalhadores, através de etapas que visam a
antecipação, reconhecimento, avaliação
(qualitativa / quantitativa) e consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais existentes ou
que venham a existir no ambiente de trabalho,
tendo em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.
2.5.3 PCMAT

A sigla PCMAT significa Programa de Condições e


Meio Ambiente de Trabalho, ela é utilizada como
uma forma de prevenir acidentes no âmbito da
construção civil, além disso, ela é responsável por
elaborar ações que visam garantir a segurança
dos trabalhadores durante todo o processo de
construção.
2.6 SESMT
No Brasil, os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
- SESMT são desempenhados por equipe de
profissionais, contratados pelas empresas, com a
finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade física dos trabalhadores.
2.7 Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA
2.7.1 Objetivos da CIPA

A CIPA tem como objetivo, desenvolver atividades


voltadas para a prevenção de doenças, acidentes
do trabalho e qualidade de vida dos
trabalhadores, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a presença da
vida e a promoção da saúde do trabalhador.
2.7.2 Organização da CIPA
A CIPA é composta por representantes do
empregador (indicados) e dos empregados
(eleitos), em igual número, sendo composta de
Titulares e Suplentes e sua quantidade é definida
pelo grau de risco de sua atividade, que é
definido pelo CNAE (Classificação Nacional de
Atividades Econômicas) e pelo número de
funcionários da empresa. Haverá também um
secretário e seu substituto.
2.7.2 Organização da CIPA
Os representantes dos empregadores, titulares
e suplentes serão por eles designados. Os
representantes dos empregados, titulares e
suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do
qual participem, independentemente de filiação
sindical, exclusivamente os empregados
interessados.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a
duração de um ano, permitida uma reeleição.
2.7.2 Organização da CIPA
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa
causa do empregado eleito para cargo de direção
de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
desde o registro de sua candidatura até um ano
após o final de seu mandato.
O empregador designará entre seus
representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre
os titulares o vice-presidente.
2.7.3 Atribuições da CIPA
 Identificar os riscos do processo de trabalho;
 Elaborar Plano de Trabalho;
 Realizar periodicamente verificação nos ambientes
e condições de trabalho;
 Realizar após cada reunião, a verificação do
cumprimento das metas fixadas;
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do
PCMSO, PPRA bem como de outros programas de
segurança e saúde desenvolvidos pela empresa;
2.7.3 Atribuições da CIPA
 Divulgar e promover o cumprimento das Normas
Regulamentadoras, bem como cláusulas de
acordos e convenções coletivas de trabalho e
normas internas de segurança relativas à
segurança no trabalho;
 Participar em conjunto com o SESMT da análise
das causas das doenças e acidentes do trabalho e
propor medidas de solução dos problemas
identificados;
2.7.3 Atribuições da CIPA
 Promover, anualmente, em conjunto com o
SESMT, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho - SIPAT;
 Participar, anualmente, em conjunto com a
empresa, de Campanhas de Prevenção à AIDS e
outros programas de saúde.
2.7.4 Constituição da CIPA
 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e
mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta,
instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores como empregados.
2.7.4 Constituição da CIPA
 As empresas instaladas em centro comercial ou
industrial estabelecerão, através de membros da
CIPA ou designados, mecanismos de integração
com objetivo de promover o desenvolvimento de
ações de prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do ambiente e instalações de uso
coletivo, podendo contar com a participação da
administração do mesmo.
2.7.5 Atribuições do Presidente
 Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
 Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao
empregador e ao SESMT, as decisões da
comissão;
 Manter o empregador informado sobre os trabalhos
da CIPA;
 Coordenar e supervisionar as atividades de
secretária;
 Delegar atribuições ao Vice-Presidente.
2.7.6 Atribuições do Vice-Presidente

 Executar as atribuições que lhe forem delegadas


pelo Presidente;
 Substituir o Presidente nos seus impedimentos
eventuais ou nos afastamentos temporários.
2.7.7 Atribuições do Presidente e Vice-Presidente em Conjunto
 Cuidar para que a CIPA disponha de condições
necessárias para o desenvolvimento de seus
trabalhos;
 Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA,
zelando para que os objetivos propostos sejam
alcançados;
 Delegar atribuições aos membros da CIPA;
 Promover o relacionamento da CIPA com o
SESMT;
 Divulgar as decisões da CIPA a todos os
trabalhadores da empresa;
 Constituir a Comissão Eleitoral.
2.7.8 Atribuições do (a) Secretário (a)

 Acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas


apresentando-as para aprovação e assinatura dos
membros presentes;
 Preparar as correspondências;
 Executar as atribuições que lhe forem atribuídas.
2.7.9 Campanhas de Segurança

Os eventos mais comuns e que envolvem a CIPA são:

• Semana Interna de Prevenção de Acidentes do


Trabalho - SIPAT;
• Campanha Interna de Prevenção da AIDS - CIPAS;
• Antitabagismo - cabe também à CIPA, recomendar
que em todos os locais de trabalhos e adotem
medidas restritivas ao hábito de fumar.
2.7.10 Treinamento
A empresa deverá promover treinamento para todos os
membros, titulares e suplentes, inclusive a secretária e
sua substituta, antes da posse.

O treinamento deverá conter:

a) Estudo do ambiente e condições de trabalho;


b) Investigação e análise dos acidentes;
c) Noções sobre acidentes do trabalho;
d) Noções sobre AIDS;
e) Noções sobre legislação trabalhista e previdenciária;
f) Princípios gerais de higiene do trabalho;
g) Organização da CIPA.
2.7.11 Processo Eleitoral
Compete ao empregador convocar eleições para
escolha dos representantes dos empregados da CIPA,
até 60 dias antes do término do mandato em curso.

O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão


dentre seus membros, com no mínimo 55 dias do início
do pleito, a Comissão Eleitoral - C.E., que será a
responsável pela organização e acompanhamento do
processo eleitoral.
2.7.11 Processo Eleitoral
Condições:
• Publicação e divulgação de Edital, no mínimo 45 dias antes da data de
eleição;
• Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição
será de 15 dias;
• Liberdade de inscrição para todos os empregados da empresa, com
fornecimento de comprovante;
• Garantia de emprego para todos os empregados da empresa até a eleição;
• Realizar eleição no mínimo 30 dias antes do término do mandato;
• Realizar eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários dos
turnos;
• Voto secreto;
• Apurar os votos em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representantes do empregador, empregados e comissão eleitoral.
2.8 SIPAT - Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho ou SIPAT, deve ser
organizada anualmente pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) com o objetivo de conscientizar os empregados sobre a saúde e
segurança no trabalho além da prevenção de acidentes.
Durante a semana são realizadas várias atividades envolvendo os
empregados com o objetivo de promover a conscientização, em geral com foco
em um tema definido anteriormente. Entre as atividades estão palestras,
treinamentos, avaliações médicas, atividades lúdicas, entre outras.
Obrigatória, item 5.16 da NR-5, Portaria MTE/DSST n° 8/99, ela deve ser
feita uma vez ao ano, devendo ser considerada como uma Campanha de
Segurança e tendo por finalidade a divulgação dos conhecimentos de
Segurança e Saúde no Trabalho.
2.8 SIPAT - Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho
Assuntos para ser abordados em uma SIPAT:

 AIDS-DST;  Drogas;
 Importância da realização de exercícios físicos;  Segurança no lar;
 Alcoolismo;  Estresse;
 LER-DORT;  Tabagismo;
 Alimentação equilibrada;  Higiene pessoal;
 Meio ambiente;  Tirar segunda via de documentos;
 Atividades em altura;  Importância da ginástica laboral;
 Motivação no trabalho;  Entre outros temas.
 Combate a incêndio;
 Concurso de frases e gincana;
 Conscientização de doação de sangue;
2.9 Impactos dos acidentes e doenças
O somatório das perdas, muitas delas
irreparáveis, é avaliado e determinado levando-
se em consideração os danos causados à
integridade física e mental do trabalhador, os
prejuízos da empresa e os demais custos
resultantes para a sociedade.
2.9.1 Danos causados ao trabalhador
As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas
prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho.
Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também
atingidos por danos que se materializam em:

 Sofrimento físico e mental;


 Cirurgias e remédios;
 Próteses e assistência médica;
 Fisioterapia e assistência psicológica;
 Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 Diminuição do poder aquisitivo;
 Desamparo à família;
 Estigmatização do acidentado;
 Desemprego;
 Marginalização;
 Depressão e traumas.
2.9.2 Prejuízos da empresa
As micro e pequenas empresas são fortemente atingidas pelas
consequências dos acidentes e doenças, apesar de nem
sempre os seus dirigentes perceberem este fato.
O custo total de um acidente é dado pela soma de duas
parcelas: uma refere-se ao custo direto (ou custo segurado), a
exemplo do recolhimento mensal feito à Previdência Social,
para pagamento do seguro contra acidentes do trabalho,
visando a garantir uma das modalidades de benefícios
estabelecidos na legislação previdenciária. A outra parcela
refere-se ao custo indireto (custo não segurado). Estudos
informam que a relação entre os custos segurados e os não
segurados é de 1 para 4, ou seja, para cada real gasto com os
custos segurados, são gastos 4 com os custos não segurados.
2.9.2 Prejuízos da empresa
Os custos não segurados impactam a empresa
principalmente nos seguintes itens:

 Salário dos quinze primeiros dias após o acidente;  Treinamento de substituto;


 Transporte e assistência médica de urgência;  Aumento do prêmio de seguro;
 Paralisação de setor, máquinas e equipamentos;  Multas e encargos contratuais;
 Comoção coletiva ou do grupo de trabalho;  Perícia trabalhista, civil ou criminal;
 Interrupção da produção;  Indenizações e honorários legais; e
 Prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;  Elevação de preços dos produtos e serviços.
 Destruição de máquina, veículo ou equipamento;
 Danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos;
 Embargo ou interdição fiscal;
 Investigação de causas e correção da situação;
 Pagamento de horas-extras;
 Atrasos no cronograma de produção e entrega;
 Cobertura de licenças médicas;
2.9.3 Custos resultantes para a sociedade
As estatísticas informam que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa
etária dos 20 aos 30 anos, justamente quando estão em plena condição física.
Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que sustentam suas famílias
com seu trabalho, desfalcam as empresas e oneram a sociedade, pois passam
a necessitar de:

 Socorro e medicação de urgência;


 Intervenções cirúrgicas;
 Mais leitos nos hospitais;
 Maior apoio da família e da comunidade; e
 Benefícios previdenciários.

Isso, consequentemente, prejudica o desenvolvimento do País, provocando:

 Redução da população economicamente ativa


 Aumento da taxação securitária;
 Aumento de impostos e taxas.
2.9.3 Principais causas dos acidentes e doenças do
trabalho
Inúmeros fatores contribuem para a ocorrência de acidentes e
doenças nos locais de trabalho. Geralmente, adotam-se
concepções simples e erradas para aquilo que causou os
acidentes ou doenças, buscando-se, desta forma, o consolo
para os infortúnios através da alegação de que foi coisa do
destino, má sorte, obra do acaso, castigo de Deus.
Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se
providências forem adotadas com antecedência e de maneira
compromissada e responsável.
2.10 Responsabilidade legal
O acidente e a doença do trabalho podem gerar
responsabilidade penal, civil, administrativa, acidentária do
trabalho e trabalhista, sendo independentes as
responsabilidades civil e criminal das outras.

Na visão jurídica, os acidentes e doenças decorrentes do


trabalho, em sua maioria, ocorrem devido à culpa. Culpa é uma
conduta, ação ou omissão de alguém que não quer que o dano
aconteça, mas ele ocorre pela falta de previsão daquilo que é
perfeitamente previsível. O ato culposo é aquele praticado por
negligência, imprudência ou imperícia.
2.11 Atos Inseguros
Negligência - É a omissão voluntária de diligência ou cuidado -
falta de atenção.
Exemplo:
Realização de limpeza numa máquina em funcionamento.

Imprudência - consiste na falta involuntária de observância


das medidas de precauções e segurança, de consequência
previsível, que se faziam necessárias no momento para evitar
um mal ou a infração da lei - excesso de confiança.
Exemplo:
Empilhar caixas e volumes sem obedecer às recomendações
de arrumação, trânsito, carga e descarga.
2.11 Atos Inseguros

Imperícia - é a falta de aptidão especial, habilidade,


experiência, ou de previsão no exercício de determinada
função, profissão, arte ou ofício.
Exemplo:
Conduzir veículo, operar máquina ou equipamento sem possuir
habilitação, curso ou treinamento adequado e obrigatório.
2.12 O que normalmente se pede numa ação de
indenização:

 Indenização pelo acidente do trabalho em determinado valor;


 Pensão mensal vitalícia;
 Indenização por danos morais;
 Indenização por danos estéticos;
 Indenização por lucros cessantes;
 Despesas médicas; medicamentos e próteses mecânicas,
dependendo do caso.
2.13 Nível de Ação (NA)

É o valor acima do qual devem ser iniciadas ações


preventivas de forma a minimizar a probabilidade de
que as exposições a agentes ambientais ultrapassem
os limites de exposição. As ações devem incluir o
monitoramento periódico da exposição, a informação
aos trabalhadores e o controle médico. Normalmente
o NA equivale a 50% do LT.
2.14 Atividades Insalubres

 NR-15 PORTARIA 3214/78


 ACIMA DOS LIMITES TOLERÂNCIA (RUÍDO, CALOR, RADIAÇÕES
IONIZANTES, POEIRAS MINERAIS, ALGUNS AGENTES QUÍMICOS)
 EXPOSIÇÃO AGENTES BIOLÓGICOS
 CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES, VIBRAÇÕES, FRIO E UMIDADE
(LAUDO INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO)

O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância


estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez
por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
2.15 Atividades Perigosas

 O adicional de periculosidade será devido sempre


que a vida do trabalhador for exposta a riscos em
função de sua exposição a determinados agentes
considerados como perigosos.
“O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional
de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.”
2.16 Limite de Tolerância
 Concentração ou intensidade máxima ou mínima,
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente, que não causará dano à saúde do trabalhador.
LIMITES DE TOLERÂNCIA

 RUÍDO - 85 dB (contínuo ou intermitente) 8 horas trabalho diário


 RUÍDO DE IMPACTO - 130 dB
 CALOR - AVALIAÇÃO IBUTG (ANEXO 3- NR 15)
 RADIAÇÕES IONIZANTES - NORMA CNEN-NE-301
 POEIRAS MINERAIS - ASBESTO, SÍLICA (ANEXO 12 – NR 15).
 AGENTES BIOLÓGICOS - AVALIAÇÃO QUALITATIVA (SERVIÇOS DE SAÚDE,
LIMPEZA PÚBLICA, ESGOTO, CEMITÉRIOS, ETC)
 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES - AVALIAÇÃO LOCAL DE TRABALHO
(MICROONDAS, ULTRAVIOLETAS, LASER)
 VIBRAÇÕES - CRITÉRIOS ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL (ISO)
 FRIO E UMIDADE - INSPEÇÃO LOCAL TRABALHO
FIM DA MATÉRIA

REVISÃO:
VAI CAIR TUDO!

Você também pode gostar