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ESTRATÉGIA E TÁTICA: REFLEXÕES SOBRE A DOMINAÇÃO CRISTÃ NO

SÉCULO XIII E A AGÊNCIA JUDAICA NA REDAÇÃO DA GENERAL ESTORIA


DE ALFONSO X

Marcos Souza Rodrigues1

Resumo

As Estorias compostas pelo Rei Alfonso X são obras que refletem [não gosto muito do termo “reflete”
– sempre me parece uma relação muito direta, sem mediações – sugiro “são obras que expressam e
constituem”] o imaginário e o horizonte histórico do Reino de Castela, mas também alguns indícios
das nuances das forças de dominação. Através do estudo das representações dos judeus, se pode tentar
identificar elementos de dominação cristã e agência judaica para fins de resistência, e para isso refletir
sobre estratégia e tática pode enriquecer esse [qual¿] aparato teórico-metodológico.

Palavras-chave: Estratégia. Tática. Alfonso X. General Estoria. Idade Média

Introdução

Este artigo é baseado no trabalho de conclusão de graduação chamado “As


representações dos judeus na primeira parte da General Estoria de Alfonso X”, e vai tentar
agregar conceitos que derivam [que se relacionam com¿] das relações de dominação e
resistência a fim de melhor compreender o contexto e os agentes históricos envolvidos na
produção cultural do Rei Sábio, no século XIII. A crônica General Estoria é uma narrativa
histórica que tem por objetivo contar a história universal através de todo o conhecimento
adquirido até aquele momento e, através de suas representações, se poderá recolher muitos
elementos para tentar reconstituir o imaginário de Castela e as forças envolvidas nesse
empreendimento que é um monumento à língua castelhana e um indício dos esforços
imperiais durante a Reconquista.

As crônicas medievais podem ser definidas como uma “narrativa registrada de eventos
passados” (MENACHE, 2006, p.344), como está definido nos dicionários da Idade Média, e
incitam aos profissionais da pesquisa histórica medieval o problema de extrair delas os dados
que possam ser utilizados para a construção de uma fidedigna interpretação historiográfica
[essa afirmação não te parece muito positivista e empirista¿] (MENACHE, 2006, p,344). De
acordo com Sofia Menache, as crônicas do século XIV parecem ter um viés de aspectos
fantásticos, preconceitos e anedotas os quais compõem esta complexidade na extração [esse

1
Bolsista CAPES de mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS.
mquinhoz@hotmail.com. Em 12/12/2019.
termo me parece problemático] e interpretação de dados confiáveis. Entretanto, elas poderão
revelar uma porção de elementos a serem analisados pela ponderação do historiador:

Crônicas seguem merecendo plena atenção não somente porque elas fornecem dados
fatuais, o qual em muitos casos constituem uma única fonte de informação, mas
também, e talvez primariamente, porque elas constituem uma genuína fonte de
verificar atitudes que prevalecem entre seus autores, seja monges, mercadores,
notários, e/ou outros membros da burguesia nascente num dado tempo e num dado
espaço. Em consideração a isso, dados prosopográficos, não somente afiliação
nacional ou regional dos cronistas, mas também a circunstância de fundo
socioeconômica, cultural e política, é de primordial importância para uma melhor
compreensão das posturas e fatores por trás das diferentes abordagens expressadas em
seus escritos. (MENACHE, 2006, p.344)

Dessa maneira, sendo possível de extrair um background [não entendi bem], as


representações dos judeus na General Estoria podem fornecer evidências a respeito das
figurações, crenças e convicções daqueles que redigiram a sua narrativa, assim como fornecer
elementos para o historiador conceber alguma descrição a respeito das cortes ibéricas do
medievo e a sua relação com o outro, de acordo com como se expressam.

Como o andamento da pesquisa se encontra mais avançado atualmente, o problema da


autoria foi levantado, dada as ambiguidades das representações dos judeus até então
encontradas nessa crônica. Essas ambiguidades se dividiam qualitativamente entre a
representação negativa e positiva, e quantitativamente pela presença de silêncios que
caracterizam uma descontinuidade na representação antijudaica. Assim, devido a essas
ambiguidades ou contradições, e dado o contexto do imaginário da época, a questão que
definirá o problema desta pesquisa concerne à possibilidade da atuação judaica na redação da
obra, assim sendo: Haveria redatores judeus agindo em prol de seu grupo na redação das
obras afonsinas¿ [sem aspas]. Doravante, o tema “resistência judaica” surge como uma nova
baliza para esta abordagem. Considerando a manipulação textual e simbólica na agência -
num contexto no qual a liberdade dada aos judeus na produção cultural foi frustrada com
intensa perseguição ao final do reinado de Alfonso X, e onde a Cabalá surge como o
pensamento que mais fortemente representará as tradições e levando parte da comunidade ao
recrudescimento de posições não-assimilacionistas – se aventa a possiblidade analítica de
identificar táticas e estratégias que envolvem esta resistência.

O termo “judeu”, cuja referência remonta desde a tribo de Judá da antiga civilização
de Israel, será considerado como uma construção histórica que faça referência ao judaísmo,
isto é, a religião dos judeus. No entanto, conforme Daniel Boyarin, da Universidade de
Berkeley, a religião judaica teria se formado desde uma perspectiva cristã do “judeu”. A
noção de judaísmo fora construída historicamente, uma vez identificada pelos hospedeiros
cristãos, na Antiguidade Tardia, como uma crença alheia ao cristianismo resistente à
conversão. Antes disso não haveria um “judaísmo”, mas o povo judeu e a sua crença
monoteísta, com seus costumes e tradições baseados nas lei de Moisés (BOYARIN, 2016,
p.61). Em contrapartida, os judeus constituíram e se apropriaram do judaísmo a fim de resistir
ao constante vilipêndio perpetrado contra a sua cultura. Assim, o “judeu” seria o agente
histórico representado em convivência e conflito com as outras culturas, e o judaísmo como
uma religião construída pela resistência à dominação cristã.
Os conceitos de dominação2 e resistência3 são frutos da modernidade e por isso haveria
algumas questões a serem respondidas em sua constituição - tais como se isso se tornaria
aplicável se não há uma aquiescência judaica aos seus dominadores - para que pudesse se
ajustar a um aparato conceitual que ajudasse no entendimento e em uma descrição dos
acontecimentos e produções relativos ao medievo. Assim, tentaremos refletir sobre eles
usando duas abstrações conceituais de Michel de Certeau: estratégia e tática.

Estratégia

No caso da pesquisa em Idade Média, compreender como se desenvolvem as


estratégias poderá fornecer alguns elementos para visualizar como um lugar de dominação se
2
No capítulo III de Dominação e Resistência (MIGUEL, 2018), o autor busca elucidar questões relativas à
aquiescência produzida pela dominação cotidiana que, apesar de manifestações que reagem contra ela, a ordem
estabelecida segue imóvel, em aparente paz civil. Assim, a adesão e acomodação a esta ordem, assim como as
insatisfações que resultam da mesma, são as partes fundamentais do problema.
Os três principais teóricos mediadores do encadeamento argumentativo do autor são Gramsci, Bourdieu e James
Scott, os quais partem da perspectiva que a dominação “produz subjetividades”, incidindo sobre “a formação das
preferências” e se constituindo como “formadora dos agentes”.
Assim, a argumentação se desenvolve tendo por escopo a definição de “hegemonia”, fazendo um apanhado
conceitual que remonta ao século XVI discutindo a noção de “servidão voluntária”, de La Boétie, que levanta a
questão do consentimento dos governados, os quais se identificam com o tirano devido a estrutura de poder que
lhe alça ao topo, a necessidade de ordem social e também uma acomodação por parte daqueles que não querem
arcar com o ônus e responsabilidades de serem livres. Portanto, a obediência é “desnaturalizada” a partir dele.
Seguindo ao século XIX, o conceito de ideologia é levantado à discussão para o embasamento teórico que
culminará na compreensão da hegemonia. Remetendo à Marx e Engels, as ideias e representações são vistas
como produções dos homens condicionadas pelo mundo material, que é regido por uma classe dominante.
Assim, “a força espiritual dominante” derivaria dessa força do mundo material. Em suma, a ideologia confere
sentido ao mundo. Então o conceito de hegemonia seria responsável por “impor a dominação” e dirigir a
sociedade, já que é necessário produzir o “consentimento ativo dos dominados”, segundo Gramsci. Portanto, a
dominação social através de elementos ideológicos não é natural, mas “objeto e efeito da luta política”.
No âmbito do confronto dialético entre hegemonia e o seu questionamento contrário, Gramsci e Bourdieu
dialogam em propor, respectivamente, a tensão entre o “bom senso” que haveria no seio do “senso comum”, e o
“efeito doxa” – é a experiência primeira do mundo social: quando o mundo real e pensado se sobrepõe. Deste
modo, diversas representações construídas politicamente são tidas como real: desde questões de gênero até a
lógica social capitalista que naturaliza no ser humano as práticas mercadológicas. A seguir, a discussão considera
o inconsciente (que seria, para Bourdieu, a inculcação de categorias de pensamento da história coletiva na
individual) neste mecanismo de dominação, o que explicaria a adesão à certas crenças e aparatos simbólicos que
são conferidos aos dominados pela classe dominante. [nota muito longa e importante – deve ir para o corpo do
texto e articulada com o teu caso de análise]
3
Há muitas inconformidades em oposição à ideologia hegemônica, o que introduz a discussão com a percepção
de James Scott, influenciado por Thompson, de resistências cotidianas, ou incidentais. Segundo essa perspectiva
haveria diversas manifestações de desobediência, insubordinação e contestação à ordem vigente, em alternativa
aos grandes movimentos revolucionários, greves e insurreições. Também se questiona se a submissão das classes
dominadas é cúmplice do status quo consentindo com ele, ou se resulta de violenta assimetria do poder
dominador, o que resulta na ponderação da oposição entre a estrutura de poder e os que são submetidos a ela. A
vivência dessas classes submissas também pode ser dividia nos planos público e privado, nos quais os agentes
manipulam seus papéis sociais de acordo com as determinações implicadas pela dominação hegemônica.
Portanto, a resistência cotidiana é a “expressão da fraqueza dos dominados e da incompletude de sua adesão à
ordem imaginária que legitima o mundo existente” (MIGUEL, 2018, p.86) [nota muito longa e importante –
deve ir para o corpo do texto e articulada com o teu caso de análise]
condicionava. Os esforços do Rei Afonso X em promover projetos intelectuais congregaram
sábios e tradutores das diferentes culturas que habitavam nos reinos da Espanha e, sob o
manto de uma interpretação superficial da convivencia espanhola, isso pode induzir à
conclusão de que as relações de poder nesse empreendimento cultural resultassem numa
amálgama mais ou menos harmônica de diversas perspectivas que se contrastavam naquela
sociedade. De fato, poder-se-ia afirmar que, em diversas obras compostas neste projeto
afonsino, há variados exemplos de interpretações heterodoxas à verdade católica então
predominante, como ocorre, por exemplo, na narrativa histórica da General Estoria.

Entretanto, essa peculiaridade é devida ao espaço de produção desses conhecimentos?


Muito pouco. Estaria o Reino de Castela evidenciando alguns aspectos que seriam
fundamentais para a formação do Estado Moderno, quando o imperium4 na obra afonsina se
sobrepõe ao sacerdotium, permitindo uma mais ampla liberdade aos judeus? Talvez. O
desfecho do reinado do Rei Sábio - sendo acusado de se fazer maior que Deus e recebendo
pouco apoio da nobreza - e a perseguição aos judeus no final de seu reinado - e a condição da
judería se seguiu deteriorando até os massacres de 1391 e a expulsão após a tomada de
Granada em 1492 - revelam, em última instância, a fraqueza e o desamparo dessa minoria
frente à dominação da Espanha cristã. Ainda que a trajetória de sua presença na península
Ibérica envolva alguns ganhos, os judeus sempre estiveram sujeitos a serem alvo e bode
expiatório das ambições da nobreza e Coroa castelhanas, e isso pouco sustenta a ideia de uma
convivencia. Como já mencionado, a própria formação do judaísmo se fundamentou na
resistência a esta condição. O judeu, portanto, é o Outro frente ao Próprio, Si Mesmo, que é a
Cristandade. E os movimentos que compreendem esse espaço cristão de dominação podem
ser imaginados através da estratégia.

O local de produção cultural em Castela do rei Afonso não deveria ser ambiente onde
as forças de dominação fossem irrelevantes. Nas próprias estorias escritas sob a autoridade
afonsina há diversas intepretações antijudaicas, como as que parecem justificar a condução do
reinado pela exploração das riquezas dos judeus. No capítulo XXV da General Estoria, a
narrativa conta o final da vida de Abraão, e explica sobre o momento em que Deus lhe diz que
a sua linhagem será espalhada pelo mundo, mas que estariam protegidos de seus inimigos.
Contudo, os judeus perderiam essa guarda divina:

4
A cronologia dessas narrativas históricas é referenciada pelos regentes dos povos – sennorio - que ocuparam
aquela territorialidade, e isso se faz mais relevante nessa obra que os aspectos da ação da Providência divina no
mundo (sacerdotium).
E também quis Deus que fossem destruídos e derrotados todos os inimigos deles, dos
judeus, até que eles perderam por sua culpa [...]. E da outra palavra que declara que
eles sairiam do cativeiro com grande riqueza, assim também foi, porque a maior parte
do quanto havia no Egito eles levaram, e todas as outras terras que roubaram e
destruíram5. (ALFONSO X, 1963, p.200)

A referência antijudaica se mostra bastante clara com uma ressifignicação do passado


tendo em vista o objetivo de estigmatizar a riqueza e os bens dos judeus, os quais podem ser
explicados pela necessidade de possuí-los em liquidez, já que viviam sob a ameaça de serem
expulsos e não lhes seria conveniente ter muitas propriedades pesadas ou terras, que não
pudessem carregar numa fuga ocasional de um ato de violência. Essa imagem do judeu rico
pode ser identificada até mesmo no Império Romano, no entanto aqui a estratégia é mais
política: visa deslegitimar a fortuna judaica, e isso tem desdobramentos que sempre
interessaram aos poderes dos reis e dos nobres no medievo, como na cobrança abusiva de
impostos e do confisco de bens. E a culpa de “perderem”, que no caso seria a expulsão de
Israel pelas mãos dos romanos, é aí atribuída ao povo judaico. Naquele momento, os cristãos
seguiam cobiçando de volta a Judeia ao passo que o Reino Latino de Jerusalém se defendia
dos muçulmanos seljúcidas.

O capítulo IX conta a respeito do esforço de Abraão sobre o seu pai, Tera, em se


desvencilhar dos ídolos. Tal enredo sobre Abraão não se encontra presente nos textos bíblicos,
contudo se fazendo presente no Midrash6. Isso revela um conhecimento da tradição judaica
por parte do redator da estoria, o que indica para uma agência judaica, embora muitas vezes
fosse reputada aos antigos sábios árabes a origem da autoria destas interpretações de caráter
heterodoxo à fé católica (FERNANDEZ, 2013). Após descrever sobre cada imagem que Tera
fabricava e possuía, o texto volta ao imperium e conta a história destes reis coetâneos a
Abraão, que eram tidos como deuses, possuíam o seu lugar entre as estrelas e eram
representados por animais nas obras de cerâmica. Num dos eventos dessa narrativa, o Rei
Júpiter foge de Creta para o Egito, fugindo de gigantes liderados por Tifon. Estes gigantes
eram “sabedores”, “conheciam as estrelas”, “as artes mágicas” e “encantamentos”
(ALFONSO X, 1963, p.137-8). Após isso, o narrador, que se afigura cristão, explica o
significado por trás destes acontecimentos:

5
Tradução livre do excerto original: “Et outrosi todos los ymiigos deles quiso Deus que fossem detroydos et
vencidos dos judios, ata queo ele perderõ por sua culpa [...]. Et da outra palavra que disso que sayriam deste
catyveyro cõ grande riqueza, esto asy foy, por que a mayor parte de quanto avia êno Egito eles oleuarõ, et de
todas las outras terras que rroubarõ et destroyrom despoys.”
6
Gênero de livros sagrados para o Judaísmo, que investigam e interpretam exegeticamente o texto bíblico.
E neste lugar o frade expõe dizendo que o rei Júpiter que fugiu dos gentios para o
Egito quer significar o Nosso Senhor Jesus Cristo que fugiu ao Egito diante da
maldade dos judeus [...] E os gigantes que eram os judeus e o grande gigante Trifoveo
que ia adiante deles era o rei Herodes7. (ALFONSO X, 1963, p.139)

Nesta passagem fica clara a intenção de criar uma situação de medo em relação
aos judeus, uma alteridade baseada no mito de um pérfido perseguido, que poderia estar
vinculado à uma estratégia de justificar o sacerdócio cristão, uma vez que a minoria judaica é
retratada como perigosa e poderosa em termos culturais. Essa manifestação se caracteriza
antijudaica, uma vez que o estigma do deicídio sempre representou uma mancha na linhagem
sanguínea, evidenciando assim o antissemitismo que se faz permanente, ou ao menos
incipiente, mesmo neste contexto. Também é interessante perceber o sentido escatológico
dado à história nesta passagem.

Esses exemplos sugerem a replicação de um discurso que considera os judeus como


indignos condenados a vagar sobre [¿] a terra e testemunhas dos oráculos das Escrituras
Sagradas. Tais representações têm por objetivo não somente ser um instrumento de
dominação sobre os judeus, mas também como sustento da formação da identidade e unidade
cristã que alcançaria, posteriormente, o seu paroxismo com os Rei Católicos e a formação do
Estado Moderno na Espanha. Com esta amostragem é possível perceber que do final século
XIII, no reinado afonsino, até o final do século XV, com a unificação espanhola, houve um
movimento ascendente de dominação cristã na península (ao passo da Reconquista), e para
isso compreender se houve e como ocorreram as estratégias para que se expandisse os
domínios e a unificação da Espanha e o seu Império, ou seja, a cristalização de sua
hegemonia.

A partir deste espaço de dominação que se estabelece nas cortes e na produção cultural
castelhana onde o império do cristianismo ibérico é mais atuante e potente que quaisquer
outras visões de mundo, é que ele se constrói e se expande reconfigurando-se segundo as suas
próprias pretensões, não tendo, todavia, a sua concepção de Si Mesmo, um Próprio 8, acossada
por algum agente externo, ou ameaçada internamente. Portanto, é perfeitamente plausível que
a produção cultural tenha sido direcionada para uma posição de dominação e conquista de
7
Tradução livre do excerto original: “Em este lugar espõ ofrayre et dizque el rrey Jupieter que fogio ao Egyto
ante os gentis, que quer significar anoso señor Ihesu Christo que fugio ao Egyto ante amaldade dos judios [...].
Et os gigantes que erã os judios et Trifoueo ho grande gigante que ya em pos eles que foy rrey Herodes.”

8
“O ‘próprio’ é uma vitória do lugar sobre o tempo. Permite capitalizar vantagens conquistadas, preparar
expansões futuras e obter assim para si uma independência em relação à variabilidade das circunstâncias. É um
domínio do tempo pela fundação de um lugar autônomo” (CERTEAU, 2014, p.99)
novos espaços, haja vista aquele contexto e os seus desdobramentos. Dessa maneira, de
acordo com Certau:

Chamo de estratégia o cálculo das relações de forças que se torna possível a partir do
momento em que um sujeito de querer e poder (...) pode ser isolado. A estratégia
postula um lugar suscetível de ser circunscrito como algo próprio e ser a base de onde
se podem gerir as relações com uma exterioridade de alvos ou ameaças. (...) toda
racionalização “estratégica” procura em primeiro lugar distinguir de um “ambiente”
um “próprio”, isto é, o lugar de poder e do querer próprios. (...) circunscrever um
Próprio num mundo enfeitiçado pelos poderes invisíveis do Outro. Gesto da
modernidade científica, política ou militar. (CERTEAU, 2014, p.99)

Os judeus foram usados para o repovoamento das áreas reconquistadas dos


muçulmanos, e nesse contexto de interação com a cristandade eles eram este Outro com
“poderes invisíveis” que enfeitiçava o mundo cristão, já que eram testemunho da Redenção,
destinados a serem como errantes no mundo após negarem a Verdade e assassinarem o
próprio Deus9. Estas representações tinham o poder vivi [¿] de sustentar a formação da
identidade cristã e o judaísmo se forma em resposta a ela. E essa interação entre dominador e
dominado presente no contexto dessa retomada cultural e intelectual na cristandade contém
em si o embrião da modernidade [não fica meio teleológico¿]. Assim, o conceito estratégia,
pela sua abstração, se torna mais aplicável que os de dominação e resistência definidos
anteriormente, mesmo sendo concebido para um período posterior e adquirindo para o
medievo uma sustentação mais elusiva.

A concepção de história cristã linear, que é traçada do Gênesis ao Juízo Final, é a


maneira pela qual o horizonte temporal desse espaço de domínio se impõe sobre o próprio
tempo do Outro. Com isso, a Redenção e a Providência são como fundamentos do tempo e
subjazem um imaginário histórico sacerdotal, que é construído e narrado pelo imperium nas
estorias afonsinas. Assim, os judeus são estigmatizados segundo essa compreensão da
história, o que os coloca como o Outro nesse empreendimento de produção cultural do qual
fizeram parte. A fim de imaginar este lugar onde se faz possível a estratégia do domínio
cristão, poder-se-ia referir, a respeito do Próprio, que “é também um domínio dos lugares pela
vista. A divisão do espaço permite uma prática panóptica a partir de um lugar de onde a vista
transforma as forças estranhas em objetos que se podem observar e medir, controlar portanto e
‘incluir’ na sua visão” (CERTEAU, 2014, p.100).

9
Representações amplamente difundidas segundo um imaginário cristão medieval.
Assim se pode tentar visualizar como se configurava a inclusão do judeu e a sua
relativa liberdade nas escolas de tradução de Toledo e outros recantos de produção cultural
castelhanos. Embora os judeus tivessem o seu espaço nas aljamas ou juderias, o seu espaço
esse era controlado, ora se tornando mais flexível dentro da estrutura de dominação cristã, ora
mais isolado e excluído. De qualquer maneira, controlado. A liberdade só podia ser concebida
dentro dos oráculos e dos lares judaicos. Mas mesmo nas mentes, no âmbito do imaginário, os
judeus deveriam responder às atribuições que lhes eram feitas nas cortes e na vida social.
Quanto mais num espaço de produção de saber, que também é poder, segundo Certeau:

Seria legítimo definir o poder do saber por essa capacidade de transformar as


incertezas da história em espaços legíveis. Mas é mais exato reconhecer nessas
“estratégias” um tipo específico de saber, aquele que sustenta e determina o poder de
conquistar para si um lugar próprio. (...). Noutras palavras, um poder é a preliminar
deste saber, e não apenas o seu efeito ou seu atributo. Permite e comanda as suas
características. Ele se produz aí. (CERTEAU, 2014, p.100)

Embora na modernidade o poder com o qual se é hegemônico seja muito mais sutil, e
por isso mais efetivo, na Castela dos fins da Reconquista podemos já perceber a criação deste
espaço de poder no qual o Império Espanhol elaboraria as suas estratégias. Certeau afirma que
“As estratégias são ações que, graças a um postulado de lugar de poder (a propriedade de um
próprio), elaboram lugares teóricos (sistemas e discursos totalizantes), capazes de articular um
conjunto de lugares físicos onde as forças se distribuem” (CERTEAU, 2014, p.102). Portanto,
isso é o que permitiria o controle e enfraquecimento da identidade dos cristãos novos ou
criptojudeus e o domínio sobre os povos indígenas na colonização da América. No entanto,
essa dominação sempre teve que se ajustar e se conformar às resistências que foram surgindo.

Tática

Este Outro, no qual se define a juderia em Castela e Aragão no medievo, não se


conformaria à imposição dessa dominação sem antes fluir nos espaços com astúcia e
indeterminação, “circulam, vão e vêm, saem da linha e derivam num relevo imposto,
ondulações espumantes de um mar que se insinua entre rochedos e os dédalos de uma ordem
estabelecida” (CERTEAU, 2014, p.97). A ação de resistência, definida anteriormente em
parâmetro modernos, com a qual os judeus poderiam ter agido no campo simbólico, pode ser
melhor imaginada e compreendida com a concepção de tática e o uso de suas crenças nessa
agência.
Entramos assim no círculo próximo do rei que redigiu essa obra, dentro do qual havia
judeus como redatores. Eles estavam presentes nas escolas de tradutores por toda Espanha
(BAER, 1945, p.21-34), por estarem mais acercados da cultura muçulmana e conhecerem
melhor que os cristãos o árabe e o grego. David Eisenberg assere que dentre as influências
que estão presentes na composição da General Estoria, poderiam estar os cânones religiosos
judaicos como a Mishná, a Cabalá e o Talmude (EISENBERG, 2005, p.209). Na obra
alfonsina, contudo, as referências à língua hebraica possuem uma recorrência que, apesar de
pouco frequente, não deve ser ignorada. O que está de acordo com Norman Roth sobre a
significativa parcela do trabalho judaico nas produções de conhecimento de Alfonso X:

O reino de Alfonso X foi extremamente produtivo e um período geralmente benéfico


aos judeus [...]. Houve grande independência literária, científica, e atividade filosófica
entre os judeus da Espanha neste tempo, e é significativa [que¿] a própria
porcentagem de trabalho de judeus colaboradores no corpus científico alfonsino
consiste, de fato, de escritos originais e não apenas traduções do árabe. (ROTH, 1990,
p.60)

Assim, a ocasião se tornaria favorável para que os judeus gozassem de relativa paz,
mas também de colocar em relevo a sua interpretação do mundo. O repovoamento da Espanha
durante a Reconquista concedeu aos judeus um lugar mais próximo à Coroa para suprir as
demandas por conhecimentos econômicos e administrativos, enquanto a nobreza cristã ainda
estava demasiada ocupada com o esforço bélico. Por conseguinte, este momento é um período
positivo para um esforço tático:

As táticas são procedimentos que valem pela pertinência que dão ao tempo – as
circunstâncias que o instante preciso de uma intervenção transforma em situação
favorável, à rapidez de movimentos que mudam a organização do espaço, às relações
entre momentos sucessivos de um “golpe”, aos cruzamentos possíveis de durações e
ritmos heterogêneos etc. (CERTEAU, 2014, p.102)

A General Estoria é um dos empreendimentos culturais nos quais figuras do


imaginário e representações de crenças e convicções estão presentes, entremeados numa
narrativa histórica cuja cronologia pode revelar os limites da interpretação dos acontecimentos
envolvendo os homens naquele tempo. Em seu aspecto religioso, o sacerdotium, e embora
predominantemente cristã, esta obra é permeada pelo uso de fontes judaicas e muçulmanas, o
que a torna sobremodo sui generis: flerta com a heterodoxia cristã, sob a sombra de uma
hibridez que poderia se considerar quase herética em relação à Roma. Tais representações
heterodoxas contam com crenças consideradas falsas naquele momento, e podem auxiliar a
desvendar alguns aspectos do imaginário da corte castelhana, já que esta, em diversas
ocasiões, revelou um perfil que toma o caminho da insubmissão, ou mesmo da disputa, em
relação ao papado medieval.

Em uma comparação entre as representações de Caim na Historia Scholastica -que ao


lado da Antiguidades dos Judeus são [é¿] das obras que mais influenciaram os primeiros
tomos dessa obra alfonsina- e a General Estoria, nos é possível estabelecer este paralelo. Uma
delas é a diferença de como elas tratam o relato da criação. Enquanto a Historia de Pedro
Comestor atribui a questão da ambiguidade moral das personagens do mito para significar as
motivações de suas ações na trama narrativa, a estoria castelhana se utiliza de “estratégias
narratológicas”, como a introdução de ficções que ajudam a ilustrar algumas passagens pouco
claras e contraditórias nas Escrituras (FERNANDEZ, 2013, p.553). Outra diferenciação é a de
que a obra alfonsina procura focar na personalidade dos protagonistas das histórias que
compõem a narrativa, inclusive romanceando-a em certo grau. A obra de Comestor seria uma
“plataforma estrutural”, “fonte de ideias e explicações exegéticas”, ao passo que a General
Estoria está mais próxima das palavras e depois ao “significado e intepretação da narrativa
bíblica” (FERNANDEZ, 2013, p.553). Embora neste estudo não seja feita uma abordagem da
fonte primária da obra de Comestor, a tentativa de dar significados ao texto bíblico é bastante
notável na General Estoria, embora a narrativa aventureira, romanceada, seja de fato
presente.

Outras visões que podem ser consideradas heterodoxas pela perspectiva cristã, e que
estariam presentes em fontes judaicas, são aquelas como os apócrifos, tais como o livro de
Enoque10. Uma representação comum entre cristãos e judeus presente nessa fonte é a
consideração de que a serpente seria Satã. Mas considerar que Deus ensinou o homem a lavrar
a terra é interpretada segundo uma significação originária de fontes judaicas (Genesis Rabba
xxiv; Pes. 564a). O redator evitou explicar esta nova interpretação, apenas alegando que
escritos de “árabes sábios” teria discorrido sobre tal coisa (FERNANDEZ, 2013, p.554).
Assim suscita-se a questão: por que o redator ocultaria uma fonte judaica, atribuindo-a aos
árabes? A resposta mais gritante que se apresenta é a de uma ação racionalizada para o fim de
fazer um discurso representativo da crença judaica prevalecer na narrativa a qualquer custo.
Um ímpeto de resistência que parece ser movido por essa mesma crença de reagir
culturalmente, pois após um longo período de ausência de liberdade criativa, e de ter
carregado o jugo sobre si da imposição de um discurso que o lançava na marginalidade,

10
Texto apócrifo, de caráter sagrado, que conta uma visão mística da criação e dos sete céus e o lugar onde Deus
habita. É um dos manuscritos mais antigos, tendo sido encontrado entre os pergaminhos do Mar Morto.
aquele poderia ser o momento de fazer as palavras reverterem a realidade ao seu favor
(segundo a proposição cabalista de que as letras criam mundos). Por inferência, essa agência
judaica poderia causar uma interação inserida num círculo hermenêutico de crenças relativas
ao que aqueles agentes históricos tanto percebem como se comportam11 (SMITH, 1997,
p.107).

Outra representação heterodoxa da General Estoria relativa à narrativa bíblica é uma


atribuição à introdução do mal no mundo. Enquanto a Historia Scholastica faz referência à
versão ortodoxa da Igreja, na qual a queda dos anjos caídos, que se rebelaram contra o Deus,
trouxe o mal para a terra, na obra alfonsina os anjos de trevas são criados juntos aos anjos de
luz no primeiro dia da Criação, quando é feita a separação de luz e trevas, implicando nisso o
plano de Deus para um “universo imperfeito”, utilizando apenas a narrativa literal das
Escrituras Sagradas. E não foi redigida a frase “e tudo o que fez era bom”, o que é
indispensável em obras patrísticas (FERNANDEZ, 2013, p.554). Alfonso defende um
universo inacabado, no qual Deus compreende as dificuldades dos homens; ao invés de
argumentar o contrário, sobre um universo corrompido pelas falhas, como seitas consideradas
heréticas como os gnósticos preconizavam (FERNANDEZ, 2013, p.557). Tais representações
consideradas pela obra alfonsina estariam numa obra apócrifa não citada como fonte pelos
redatores, chamada de Testamento de Adão. Para Fernandez:

Como Francisco Márquez Villanueva percebe, a General Estoria é essencialmente


narrativa condicionada pelo que ele compreende como um critério proto-ficcional e
vontade de entreter. A narração de Afonso das passagens bíblicas não habita em
explicações e clarificações. Na sua releitura dos primeiros episódios da história da
humanidade, a General Estoria combina seu desejo de clarear lacunas, silêncios, e
contradições das Escrituras com uma progressiva tendência de inventar estórias. O
empreendimento historiográfico de Dom Alfonso em sua maneira de leitura e
expandindo a literatura bíblica possuirá mais semelhança ao midrash hagádico,
optando por relocar explicações exegéticas pessoais com imaginação e invenção,
completando o que as suas fontes deixaram incompletas. (FERNANDEZ, 2013, 559-
60)

Portanto, pode-se inferir que alguns artifícios alfonsinos devem fazer parte da
admiração do rei, ou redator, aos estudos da tradição judaica a fim de preencher as lacunas
não explicadas da narrativa bíblica. Ou então cogitar a participação e intervenção
determinante dos sábios judeus, quiçá cabalistas, na General Estoria num movimento tático12

11
De acordo com Smith: “O processo que acabamos de descrever pode parecer bastante próximo daquilo que a
epistemologia informal descreve como a resistência oferecida às nossas crenças (teorias científicas, explicações
históricas, interpretações literárias e assim por diante) pelos fatos, (...), os próprios textos...” (SMITH, 1997,
p,107)
12
Ver CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. 1. Artes de Fazer. Cap.3: Fazer com: usos e táticas. Petrópolis:
Vozes, 2014. p. 91-106.
de resistência pelo qual a sua crença resultaria inscrita nas representações de uma obra de
significativo valor epistêmico, pois “as crenças são modificadas da mesma maneira, pelos
mesmos mecanismo gerais, com que são mantidas” (SMITH, 1997, p.103).

A figura de Caim também diverge de outras fontes cristãs, uma vez que aqui está
representado em uma forma mais humana, sendo alguém responsável por sua própria
perdição, ao passo que os outros escritos cristãos lhe conferem um caráter de representação do
mal e da perfídia, quase satânico. Muitas lacunas da trama na qual Caim está envolvido estão
completadas por representações de fontes cristãs e rabínicas na General Estoria, no entanto
elas evitam toda atribuição antijudaica presente na figura de Caim nessas fontes (Agostinho,
Beda, Isidoro de Sevilha e Pedro Comestor), tal como Fernandez afirma:

Em seus relatos sobre o começo da humanidade, a General Estoria seleciona lendas


encontradas em fontes cristãs e rabínicas, e elimina aspectos extremos do caráter de
Caim tal como a sua origem satânica ou mesmo a sua natureza maligna. A narração
castelhana escrupulosamente apaga qualquer leitura antijudaica das Escrituras pela
qual o primogênito de Adão e a sua linhagem seriam identificadas com o povo judeu.
(FERNANDEZ, 2013, p.563)

Conclusão

A partir dessas reflexões, se discutiu e tentou demonstrar a plausibilidade, e também


uma potencial probabilidade, da agência judaica uma vez que se pode constatar que os
recursos para a interpretação histórica da narrativa bíblica se desviam o suficiente de alguns
pressupostos da ortodoxia católica, e se aproximam de uma tática para aumentar a restrição da
incidência de representações de atribuição antijudaica. Uma vez ocupando um espaço onde o
saber é poder, onde concepções modernas de Estado-nação estariam começando a apresentar
sinais de existência, com acesso a meios de produção de escritos com valor epistêmico, e num
contexto de efervescência cultural favorável, a ocasião foi propícia para a resistência por meio
da tática. Certeau sintetiza bem essa relação entre ambos os polos:

Sob este aspecto, a diferença entre umas e outras remete a duas opções históricas em
matéria de ação e segurança (opções que respondem aliás mais a coerções que
possibilidades): as estratégias apontam para a resistência que o estabelecimento de um
lugar oferece ao gasto do tempo; as táticas apontam para uma hábil utilização do
tempo, das ocasiões que apresenta e também dos jogos que introduz nas fundações de
um poder. (CERTEAU, 2014, p.102)

Por fim, fazendo valer uma cultura que resistiria, ainda que em constante
transformação, até atualmente, apoiada nas crenças e postulados da tradição judaica e da
Cabala, podem ter fornecido muitos elementos referentes ao poder da linguagem, que
inclusive se desenvolveriam nas revoluções científicas procedentes. Portanto, investigar as
relações de dominação e resistência no medievo nos espaços de saber é também buscar o
entendimento de como o poder se distribuía e atuava naquela realidade. A dominação
enquanto conceito revela a maneira pela qual o poder se legitima e se exerce sobre um outro
que é dominado. Deste modo, ele se faz presente desde o inconsciente e a linguagem até se
manifestar em estruturas e papéis sociais, cuja substância se exprime através de um
aparelhamento [pensar no que significa essa palavra] do simbólico que é replicado desde
tempos imemoriais. Assim, dominadores e dominados, dentro do âmbito da dominação,
compartilham os elementos que resultam em definir os seus devidos lugares. A partir destes
lugares de poder se pode determinar estratégias para a manutenção ou expansão deste poder.
Já a resistência é uma força resultante que busca diminuir ou transformar o poder que lhe é
imposto pelo dominador. Ela se exprime socialmente desde rebeliões até atitudes
recalcitrantes de boicote e sabotagem cotidianos da ordem hegemônica. Ela é característica
determinante dos mais fracos, que não podem fazer vez ao poder dominante e pela ausência
de um espaço de poder, ele [quem¿] precisa usar da tática para empregar as suas forças nas
lacunas das estruturas de dominação. Assim, este artigo buscou compreender melhor a
dominação e a resistência através de conceitos como estratégia, tática, agência e crença.

Muito criativa a reflexão, e bem articulada com a proposta da disciplina.

Sugiro revisar a redação e rever alguns termos empregados.

Conceito trabalho: B+

Conceito disciplina: A

Fontes

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Oelschäger. Madrid, Consejo Superior de Investigaciones Científicas; Instituto Miguel de
Cervantes.

ALFONSO X. 1963: General Estoria. Versión Gallega del Siglo XIV. Ed. R. Martínez-Lopez.
Oviedo, Facultad de Filosofia y Letras.

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BOYARIN, D. The Christian invention of “Judaism”. University of Berkeley. Wester Fall,


2016. p.61-79

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2014 (cap. III);

EISENBERG, D. The General Estoria: Source and source treatment. Alicante: Biblioteca
Virtual Miguel de Cervantes, 2005. p.206-227;

FERNANDEZ, F. La relatividad de las cosas : Heterodoxy and Midrashim in the First


Chapters of Alfonso X’s General Estoria. In.: eHumanista, (24), 2013. p.551-570;

MIGUEL, L.F. Dominação e Resistência: desafios de uma política emancipatória. São Paulo.
Boitempo, 2018;

RODRIGUES, M. As representações dos judeus na primeira parte da “General Estoria” do rei


Alfonso X. 2018. 50 f. Trabalho de Conclusão de graduação. Universidade Federal do Rio
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ROTH, N. “Jewish Collaborators in Alfonso’s Scientific Work,”. In.: BURNS, R. ed.,


Emperor of Culture: Alfonso X the Learned of Castile and His Thirteenth-Century
Renaissance. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1990) 59-71, 223-220;

SMITH, B.H. Crença e Resistência: A dinâmica da controvérsia contemporânea. São Paulo:


UNESP, 2002 (1997);

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