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Porto Velho/RO
2019
ALEXSANDER DE MENEZES SOUZA COUTO
MICHELE LEMES NUNES
Porto Velho/RO
2019
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RESUMO
_______________________
1 Acadêmico do Curso de Direito da Faculdade São Lucas de Porto Velho/RO. E-mail:
alexsandercav@hotmail.com.
2 Acadêmica do Curso de Direito da Faculdade São Lucas de Porto Velho/RO. E-mail:
michelesuelilemesdesouzaa@gmail.com.
3 Orientador. Professor Especialista do Curso de Direito da Faculdade São Lucas de Porto Velho/RO.
E-mail: marcelo.oliveira@saolucas.edu.br.
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ABSTRACT
The screen study aimed to analyze the efficiency of the current police cycle system in
Brazil, as well as the identification of alternative forms of police action in public security.
Methodological procedures supported by Antônio Carlos Gil (1999), a descriptive-
exploratory research, according to the objectives, with a bibliographic procedure,
whose source corresponded to physical and online databases, was outlined in the
Methods and Techniques of Social Research. At the same time as evidence of
increased crime, the operational vacuum in the flow of the criminal justice system is
prominent. In ten years, considering the year 2017, there was a 40% increase in the
number of intentional violent deaths. In contrast, the average rate of homicide in the
federation was 22.4%, so every 10 homicides, only 2 potential complaints are
generated and make possible the formalization of a process and effective conviction.
The full cycle police model presents itself as an important guideline for the treatment
of the most prominent obstacle in the flow of the system: the discontinuity or overlap
of action between the civil and military police. In this context, it is constituents favorable
to the complete cycle that the term is formalized by the military police and the
installation of the integrated units of public security, above all, it is understood that
there is no ideal model, there is an adjusted model, according to the multifaceted reality
of the locality, which reinforces the need for studies, evidence and decision maturity,
at a time when the decision is quickly reversed into consequences for society.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Vemos que Polícia Militar cumpre o fluxo dos itens “a” ao “e”, enquanto a
Polícia Civil assume dos itens “f” ao “i”, a partir do recebimento da ocorrência. O
exposto indica que o policial militar, ao prender alguém em situação de flagrante deve
apresentá-lo, acompanhado da documentação, testemunhas e objetos relacionados
ao crime para a Polícia Civil que, sem conexão e vivência com o fato, deve fazer juízo
de valor sobre a circunstância, decidindo pela autuação ou não, até mesmo pela
liberação (SILVA; SCHIRMER, 2015).
Observa-se que baseada num contexto preexistente a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) delimitou as atribuições da Polícia
Civil e da Polícia Militar consagrando competências e atividades distintas e
independentes, o fato é que essa separação de atribuições não vem se revelando
eficiente. Desta forma, vê-se a necessidade de uma estruturação independente mas
também harmônica.
Cabe trazer, que no Brasil, a Polícia Federal é o único órgão policial que,
segundo a atribuição de funções pela Constituição Federal e o atendimento ao que
conceitua a doutrina, possui o ciclo completo de polícia, detendo as funções
administrativa e investigativa. Não obstante a sua independência funcional, a Polícia
Federal se revela uma das mais respeitadas e operativas instituição policial no
combate à criminalidade, isso se dá, sobretudo, ao fato desta deter autonomia
funcional. (FENAPEF, 2015).
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3 MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
São países que apresentam polícia única: Bolívia, Peru, Irlanda, Grécia, Israel
e Suécia; países que apresentam duas polícias: França, Itália, Espanha e Portugal;
países com instituições policiais variadas: Alemanha, Argentina, México e Brasil;
países com inúmeras polícias e agências policiais: Canadá e Estados Unidos
(CANDIDO, 2016).
O modelo policial do Canadá e Estados Unidos se apresenta descentralizado.
No Canadá é priorizado o policiamento municipal, realizado por 461 forças policiais
divididas em 10 forças policiais provinciais, 450 municipais e a Real Polícia Montada
Canadense (RCMP). Cabe ressalvar que 8 das 10 províncias e 191 dos 450
municípios mantêm contrato de policiamento das suas áreas junto à RCMP, contudo
sob controle da autoridade local.
Nos Estados Unidos, é permitida a criação de forças policiais aos governos
subordinados. Em 1987 estipulava-se a existência de 15.118 forças policiais, sendo
11.989 locais ou municipais, 3.080 departamentos de xerife dos condados e 49 forças
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ocorrência, seja de menor potencial ofensivo ou que esteja ligada aos delitos mais
graves, para as delegacias de polícia civil gerando trabalho cartorário excessivo.
A ineficiência e ineficácia do sistema produz, sobremaneira, uma baixa taxa
de elucidação de crimes e direciona à impunidade. Destaca-se que as polícias civis
dos estados são responsáveis por um amplo rol de atividades, que em grande parte
são burocráticas, tirando desta forma, seus agentes da tarefa primordial, da qual foram
capacitados, que é a investigação e elucidação de crimes. Esses fatores, somados ao
reduzido efetivo de policiais civis, contribui para a pouca efetividade da polícia
judiciária. (CANDIDO,2016).
Estudos acerca o fluxo do sistema de justiça criminal realizados no país
demonstraram uma taxa de condenação por crimes de homicídios em torno de 8 a
10%. Os resultados, considerados insatisfatórios, encorpam a sensação de
impunidade, confirmam a percepção sobre a capacidade limitada do sistema de justiça
criminal brasileiro para punição de crime, ao tempo em que poucos casos
transpassam a fase policial e menos ainda os que sobrevivem até a fase de sentença,
revelam que 20% dos casos de homicídio doloso que ingressam nas organizações
policiais têm autoria esclarecida, sendo a maior filtragem na fase policial (RIBEIRO e
SILVA, 2010).
O levantamento “Onde mora a impunidade?”, publicado pelo Instituto Sou da
Paz, propôs a elaboração de um Indicador Nacional de Esclarecimento de Homicídios
no Brasil em 2017.
Para tanto, foram solicitados aos Ministérios Públicos dos 27 estados da
federação, dados relacionados a denúncias criminais apresentadas entre janeiro de
2015 e junho de 2017, referentes a homicídios dolosos consumados. Somente os
estados do Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia, São Paulo e Mato Grosso
do Sul disponibilizaram as informações. O indicador de esclarecimento, referente ao
ano de 2015, foi de 4,3%, 11,8%, 20,1%, 24,6%, 38,6% e 55,2%, respectivamente,
nos estados supramencionados.
Desse modo, a taxa média de esclarecimento de homicídio na federação foi
de 22,4%, logo, a cada 10 homicídios, apenas 2 denúncias potenciais são geradas e
viabilizam a formalização de um processo e efetiva condenação (FÓRUM
BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2017; INSTITUTO SOU DA PAZ, 2018).
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Sendo assim, não faz sentido manter o antigo diálogo, ou melhor, o velho
conflito que há mais de vinte anos opõe os defensores da unificação das
polícias e os defensores do status quo. Se o problema não está nas
deficiências de um ou outro modelo, mas na imposição do mesmo modelo a
todos os estados – e permanentemente, eternizando padrões tradicionais,
sem que se lhe tenhamos explorado os limites, criticamente –, a disputa deixa
de ser por um ou por outro (unificação ou status quo) e passa a ser em torno
de um sem número de opções – nesse caso, a imaginação, a observação
crítica da experiência nacional (à luz das experiências internacionais) e o bom
senso são os limites: poder-se-iam conceber modelos unificados, regionais,
metropolitanos, municipais, militarizados ou não, polícias divididas
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Ocorre que, embora haja forte corrente doutrinária que defende a extensão
do Ciclo Completo de Polícia às polícias militares, o mesmo não ocorre em
termos de se determinar, em uníssono, a real concepção do que vem a ser
tal ciclo. Mais ainda, titubeiam os pesquisadores a respeito de qual seria o
modelo de polícia mais adequado, para que se minimize a ineficiência de um
modelo que já não atende a plenitude dos anseios dos públicos interessados
e, enfim, que busque a modernização do atual sistema de segurança pública,
já carcomido pelo tempo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
modo, seria coerente destacar que uma das razões, no que diz respeito à insegurança
vivida pela sociedade brasileira, esta na ineficiência das politicas de segurança
publicas, aqui destacadas a forma de atuação das polícias civil e militar.
Vê-se que ambas as policias atuam de forma arcaica, representado por um
sistema incompleto de atuação policial, por não possuírem total competência legal na
persecução penal. O que resulta em duas meias policias, ineficientes, pouco
produtivas e incapazes de fazer frente a crescente onda de criminalidade.
Convém compreender que a adoção de um ciclo completo de polícia,
significaria uma forma de melhorar o desempenho das forças de segurança públicas,
uma vez que importaria entre outras vantagens: maior agilidade no atendimento das
demandas, maior economia e melhor coordenação dos procedimentos culminando em
mais eficiência de ambas as forças policiais.
Logo a sociedade brasileira ganharia em agilidade e eficiência, através de
uma gestão menos burocratizada no atendimento das ocorrências policiais,
diminuindo assim, a distância sistemática de duas instituições que realizam a atividade
policial.
Cabe lembrar que para a adoção de um ciclo completo de policia seria
necessária à reestruturação das instituições policiais. Todavia, tem-se que uma
reestruturação total nas organizações das forças policiais demanda uma minuciosa e
longa discussão, que envolvem tanto aspectos materiais, socioculturais quanto
normativos de reforma constitucional.
Em contrapondo ao modelo atual, sugere-se aos gestores e operadores da
Segurança Pública a mobilização de esforços a fim de efetivar a implementação do
ciclo completo de policia, de forma que cada força policial possa desenvolver todas as
atribuições de policia, desde o atendimento da ocorrência até a conclusão
investigatória entregue ao Ministério Público. Assim, ambas as policias formariam um
sistema mais efetivo, econômico, capaz de produzir melhores resultados para a
segurança publica e consequente à sociedade.
Portanto, recomenda-se que seja realizada uma mudança no modelo policial
vigente, passando de um ciclo incompleto para um sistema de ciclo completo de
polícia, como forma de buscar melhorar a efetividade e a produtividade das forças
policiais.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J.C.M. Princípios fundamentais do processo penal. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1973. In: CANDIDO, F.R. Direito Policial: O ciclo completo de polícia. 1.
Ed.Curitiba: Juruá, 2016.
BAYLEY, D. Padrões de policiamento. São Paulo: EDUSP, 2001. In: SILVA, J.M.;
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segurança nacional. Faculdade Dom Alberto, 2015. Disponível em:
<http://www.domalberto.edu.br/wp-content/uploads/2015/10/CICLO-COMPLETO-
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fev. 2019.
CANDIDO, F.R. Direito policial: o ciclo completo de polícia. Curitiba: Juruá, 2016.
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MIRABETE, J.F. Código de Processo Penal interpretado. 5. Ed. São Paulo: Atlas,
1997. In: CANDIDO, F.R. Direito Policial: O ciclo completo de polícia. 1. Ed.Curitiba:
Juruá, 2016.
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