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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
GRAZZIELA MELO
Teoria Macroeconômica 1
NITERÓI
2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 REPORTAGEM JORNALÍSTICA
3 ANÁLISE
4 CONCLUSÃO
5 BIBLIOGRAFIA
Este trabalho se exime a analisar os efeitos das políticas macroeconômicas em uma economia
aberta. Sendo assim, essa produção acadêmica possui como arcabouço acadêmico e científico
o estudo com base em uma reportagem jornalística acerca dos conceitos abordados durante o
decorrer do curso de macroeconomia 1. Nesse caso, analisando o ambiente econômico da
Turquia em meio a turbulência no banco central e seus desdobramentos na lira turca, se
embasando de conceitos como a taxa de câmbio, taxa de juros, balança comercial e outros
pilares teóricos aplicados ao modelo Mundell-fleming para uma maior compreensão da
situação macroeconômica do país.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/03/presidente-da-turquia-demite-mais-um-
chefe-do-banco-central-apos-grande-aumento-de-juros.shtml
Foi a terceira demissão em dois anos; Recep Tayyip Erdogan havia pedido redução de taxas
várias vezes
Ezgi Erkoyun
Tuvan Gumrukcu
Jonathan Spicer
ISTAMBUL | REUTERS
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, demitiu repentinamente o chefe do banco
central neste sábado (20), dois dias depois de uma acentuada alta nas taxas de juros para evitar
a inflação, substituindo-o por um ex-legislador do partido no governo e crítico da política
monetária mais rígida.
Foi a terceira vez desde meados de 2019 que Erdogan —que pediu por taxas baixas diversas
vezes— demitiu um presidente do banco central daquele país. Analistas preveem que a lira
turca cairá quando os mercados reabrirem, pois a credibilidade do banco sofreu mais um
golpe.
O presidente demitido, Naci Agbal, nomeado há menos de cinco meses, havia conquistado
elogios do mercado por aumentar agressivamente a taxa básica de juros em mais de 875
pontos, para 19%, a mais alta entre as grandes economias.
Sua demissão chocante, anunciada nas primeiras horas do sábado, veio depois que o banco
central turco aumentou as taxas em mais que os esperados 200 pontos na quinta (18), em uma
medida destinada a conter a inflação, atualmente em torno de 16%, e sustentar a moeda.
A Gazeta Oficial do país anunciou que Erdogan o havia substituído por Sahap Kavcioglu, ex-
membro do Parlamento pelo partido governante AKP. O ex-banqueiro criticou publicamente a
política agressiva de Agbal.
"Enquanto as taxas de juros estão próximas de zero no mundo, optar por um aumento da taxa
para nós não vai solucionar os problemas econômicos", escreveu ele em uma coluna no jornal
Yeni Safak no mês passado.
"Isso implica que o governo mais uma vez tentará estimular a economia com políticas de
juros baixos", disse Selva Demiralp, diretora do Fórum de Pesquisa Econômica Tusiad-
Universidade Koç, em Istambul.
"Tal prioridade tem um alto potencial de retroagir, causando extremas pressões sobre a lira e
contraindo ainda mais a economia", disse ela.
RÁPIDA REVERSÃO
Kavcioglu, o quarto chefe do banco central em cinco anos, é muito conhecido entre os
banqueiros locais, mas pouco entre economistas da corrente dominante e investidores
estrangeiros.
Antes de ser eleito em 2015 no bastião do AKP no nordeste da Turquia, ele foi vice-diretor
geral no banco de empréstimos estatal Halkbank, em uma carreira de mais de 25 anos em
bancos.
Um corretor em um banco local previu que Kavcioglu implementará um corte de taxas antes
da próxima reunião de política monetária agendada para abril.
"Agora há uma chance muito clara de que a Turquia esteja no rumo de uma confusa crise da
balança de pagamentos", escreveu em nota Jason Tuvey, analista na Capital Economics.
Embora Erdogan tenha indicado Agbal como parte do que ele chamou de nova era econômica
amiga do mercado, o presidente continuou pedindo taxas menores. Ao anunciar reformas
neste mês, ele disse que a estabilidade de preços deveria ser "posta de lado".
Na manhã de sábado, Agbal agradeceu a Erdogan no Twitter: "Por todos os cargos aos quais
ele me considerou apto e me indicou até hoje[...] também transmito minha gratidão por me
retirar de meu cargo nesta data".
Agbal, também um antigo membro do partido AKP, havia repetido regularmente sua
determinação de baixar a inflação a uma meta de 5% até o fim de 2023 e prometeu aumentá-la
de novo se necessário.
"Se você abandona uma posição de política rígida[...] em um estágio precoce, experiências
anteriores mostram que a inflação volta a subir", disse Agbal à agência de notícias Reuters no
mês passado em sua primeira entrevista como presidente do banco central.
Em julho de 2019, Erdogan demitiu o governador Murat Cetinkaya por não reduzir as taxas
de juros rapidamente. Ele demitiu o substituto de Cetinkaya, Murat Uysal, em novembro do
ano passado depois que a lira despencou a um piso recorde.
3. ANÁLISE
A partir da leitura da reportagem,é possível inferir que existe na política macroeconômica
turca uma visão dicotômica entre a redução ou elevação na taxa de juros e seus efeitos na
economia. Esse conflito é recrudescido na ação do presidente Erdogan de demitir o chefe do
banco central , Naci Agbal, por elevar a taxa de juros para conter a inflação da lira turca.
Sendo assim, especialistas especulam que o novo ministro do banco central ,Kavcioglu,
reduza a taxa de juros como requerido pelo presidente. Sendo assim, considerando a economia
turca de natureza aberta e com mobilidade de capital e câmbio flexível administrado. Sendo
assim, é necessário analisar como essas políticas monetárias distintas afetariam a vida
econômica turca em meio a crise da pandemia utilizando como base o modelo de Mundell-
flemming ou IS-LM-BP.
No primeiro caso, deve-se explicitar a política do antigo presidente do banco central turco na
tentativa de conter a inflação e aumentar a taxa de juros. Esse movimento pode ser fruto de
uma política fiscal expansionista, como o aumento dos gastos do governo ou a diminuição da
tributação, pois este detém capacidade de aumentar as taxas de juros.
Nesse caso, comprar títulos no mercado dos agentes econômicos, ocasiona uma maior oferta
de moeda na economia, deslocando a curva LM para LM’, e conflui para uma diminuição da
taxa de juros, que se estabelece abaixo da taxa de juros internacional, a fim de equilibrar os
fluxos financeiros, representado pelo ponto B. Nesse sentido, ↓ i induz aumentar a taxa de
câmbio ↑ E. Quando isso ocorre, há uma desvalorização da moeda nacional em relação à
moeda estrangeira. A situação da taxa de juros i* > i provoca uma fuga de capitais, pelo fato
de ser mais vantajoso investir onde a taxa de juros for maior, que no caso é fora do país.
Nesse sentido, o efeito dessa situação de fuga de capitais é desencadeador para o desequilíbrio
no mercado cambial, evidenciado no excesso de demanda pela moeda estrangeira, que
graficamente é expresso pelo deslocamento da curva D para D’ e o ponto de equilíbrio B. Para
corrigir tal desequilíbrio,o banco central aumenta a taxa de câmbio de E0 para E1, gerando
uma depreciação na taxa de câmbio ↑ E, refletindo na desvalorização da moeda nacional em
relação à moeda estrangeira. Graficamente apresentada pelo ponto de equilíbrio final do
mercado cambial C.
4. CONCLUSÃO