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Resumo de suinocultura:

O suíno tem como seu principal ascendente o javali, existem indícios que mostram que o
suíno (Sus Scrofa) é originário da Ásia. O início de sua domesticação ocorreu por volta de 8000 a.C ,
deste modo o suíno se torna um dos primeiros animais a serem domesticados (ficando atrás
somente do cão) contradizendo a ideia inicial de que os primeiros animais de produção
domesticados eram os pequenos ruminantes. A domesticação do Sus Scrofa aconteceu graças a
vontade do homem de começar a se fixar em um local e abandonar o nomadismo, para que fosse
possível a criação dos animais, também iniciaram algumas plantações.

Em 1493 os primeiros suínos foram levados ao continente americano, porém foi somente
em 1532 que os suínos chegaram no Brasil, através do navegador português Martim Afonso de
Souza.

Entre os anos de 1995 e 2012 a suinocultura teve um amento de 42,7% da sua produção,
porém um aumento de apenas 7,1% no seu rebanho. O que explica isso é a melhora da genética do
rebanho atual que teve seu peso aumentado juntamente com a produtividade no passar dos anos.
Mais da metade (55,16%) do rebanho mundial está localizado na Ásia, seguido da Europa e
posteriormente as Américas. O Brasil é o único país sul Americano entre os 10 maiores produtores e
é o país que mais aumentou seu percentual do rebanho com um aumento de 134,7%.

Nos últimos 17 anos a carne suína teve um aumento de 5,4% em seu consumo, um dos
principais motivos dessa alta no consumo é a melhora do poder aquisitivo da população,
principalmente nos países em desenvolvimento. A carne suína é a carne mais consumida do mundo
e cerca de 45% (50 milhões de toneladas) de toda a carne é consumida pela China. No ano de 2012 8
milhões de toneladas de carne suína foram exportadas (7% da produção mundial), o que nos mostra
que em grande maioria a carne suína produzida é consumida nacionalmente. A União Europeia,
Estados Unidos e Canadá são respectivamente os 3 maiores exportadores da carne suína
representando cerca de 80% de toda exportação, o Brasil ocupa a quarta colocação e vem com um
grande crescimento. O Japão é o maior importador da carne suína, importando cerca de 43% da
carne consumida nacionalmente, a Rússia é a segunda maior importadora seguida pela China, que
apesar de ser a maior produtora da carne ocupa a terceira posição na lista dos maiores
importadores.

Os primeiros suínos trazidos por Martin Afonso no ano de 1532 eram da raça Península
Ibérica e a utilização da carne suína foi muito importante na alimentação no período colonial, os
portugueses reproduziram as técnicas de criação que utilizavam em Portugal, os Africanos também
auxiliaram com algumas técnicas de criação, tempero e modo de preparo. Desde o princípio a
suinocultura brasileira foi implantada em uma grande escala, além da carne a gordura e toucinho
eram bastante utilizadas e tinha um grande valor econômico.

No fim do século XIX com um aumento de imigrantes alemães e italianos na região sul do
Brasil veio com eles seus costumes de alimentação e criação de suínos e também uma nova forma
de industrialização. Com isso se iniciou também o melhoramento genético dos animais brasileiros
através das raças Berkshire, Tamworth e Large Black da Inglaterra e Duroc e Poland da China. Nos
anos seguintes com o início da utilização de óleos vegetais, os suínos do tipo banha foram perdendo
espaço no mercado, e foi nesse período que foi fundada a ABCS (associação brasileira dos criadores
de suínos) com o objetivo de buscar o melhoramento genético do rebanho nacional.
Em 1980 o plantel de suínos do Brasil era de 32,5 milhões de animais que resultaram numa
produção de 1,150 milhão de toneladas. Em 2012 o nosso país contava com 39,3 milhões de
cabeças, e produção de 3,450 milhão de toneladas, ou seja, com um aumento de 20% do rebanho
obtivemos um amento de 200% da produção, evolução que só foi possível graças ao melhoramento
genético, nutricional, instalações e manejo. Em relação as matrizes hoje o Brasil conta com cerca de
2.4 milhões de fêmeas, das quais 1.6 milhões são criadas em sistemas altamente tecnificados. Cerca
de 49% da produção de suínos acontece na região Sul do país, 17.8% no Sudoeste e 14.1 no centro-
oeste, as únicas regiões que tiveram queda nos últimos 30 anos foram Nordeste e Norte que juntas
totalizam 19.4% da produção nacional.

Mesmo com um ligeiro aumento no consumo, a ingestão da carne suína no Brasil é inferior
as das carnes de aves e bovinas, diferente do consumo mundial, onde a carne suína ocupa a primeira
posição de consumo. A abertura comercial em 1990 juntamente com a desvalorização cambial em
1999 foram fatores que possibilitaram o aumento da exportação da carne suína brasileira, assim o
Brasil se tornou o quarto maior exportador da carne. A produção de suínos no Brasil hoje
basicamente se divide em líderes de mercado (grandes escalas de produções, produtos processados
de abrangência internacional) e as organizações regionais/locais (possuem grandes variações,
pequenas e médias empresas e cooperativas, atendem nichos mais próximos de seu local de
produção).

A CPA (Cadeia Produtiva Agroindustrial) da carne suína possui 10 principais segmentos que
conformam sua estrutura produtiva, são eles;

 Genética de reprodutores e matrizes


 Preparação de marrãs e primeira prenhez
 Fabricação e transporte de ração
 Criação de matrizes e produção de leitões
 Terminação de cevados
 Abate e processamento
 Embalagem e rotulagem
 Distribuição para mercado interno
 Varejo
 Exportação

A cadeia produtiva da carne suína e derivados vem passando por intensas transformações e
modernizações, sendo considerada uma das áreas mais exploradas e estudadas da produção
animal, o que requer um esforço de adaptações econômicas na busca das estratégias. A
organização da produção da carne suína é predominantemente feita através de 3 tipos de
contratos (contratos de compra e venda, contratos de parceria com UTs e os de comodato com
UPLs, e UPLs. Os estabelecimentos em CC geralmente não aderem a contratos.

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