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2) Roteiro de Leitura: Franz Boas - "Raça e Progresso" e "Os Objetivos Da Pesquisa Antropológica"
2) Roteiro de Leitura: Franz Boas - "Raça e Progresso" e "Os Objetivos Da Pesquisa Antropológica"
Roteirode leitura: Castro, Celso (org.) Franz Boas. Antropologia cultural. Rio de Janeiro,
Jorge Zahar, 2004, Caps. 4 e5
Legenda:
// > Resposta
// > Fichamento
// > Sínteses/ Observações
// > Dúvidas
1. O que é preciso fazer para estudar os aspectos científicos das relações raciais?
Segundo Boas, é necessário examinar a problemática das relações raciais
discernindo-se os aspectos biológicos e psicológicos daqueles de âmbito social e econômico.
Ademais, ele enfatiza que a análise da questão social deve abarcar uma extensa visão acerca
das relações raciais. (p.67)
2. Como F. Boas define o termo raça? É possível falar em tipo racial como um
todo?
(p. 68 - 71)
{FICHAMENTO}
// 1º A noção do senso comum de raça/tipo racial
a) Raça segundo o senso comum: grupo de pessoas que têm em comum algumas
características corporais e talvez também mentais.
// 2º Desconstruindo a noção do senso comum de raça e de tipo racial e de que existem
traços raciais hereditários totalmente válidos
b) Exemplos que se encaixam com o senso comum, mas cita aqueles que invalidam::
exemplifica casos em que se as raças são visivelmente distintas (brancos e negros) e
contrapõe com exemplos de raças mais difícieis de se distinguir (brancos e asiáticos
orientais).
c) A construção de tipos ideais exclui aqueles indivíduos que não se encaixam
totalmente.
d) Os maneirismos e o vestuário não são traços essencialmente hereditários.
e) Você pode encontrar indivíduos similares em grupos locais distintos ou indivíduos
que diferem do tipo ideal local, mas que não necessariamente são de um grupo
diferente.
f) Logo, para se falar em “raça” os traços hereditários deveriam ser compartilhados por
toda uma população, distinguindo uma população da outra.
// 3° Outra proposta de definir grupo racial: linhagens familiares que são distintas em
formas corporais
g) É impossível reconstruir perfeitamente a hereditariedade de populações inteiras, por
isso ele escolhe olhar para as linhagens familiares e conclui: as linhagens familiares
diferem muito entre si, quanto mais isolada a comunidade => menos diferenças;
quanto mais ampla => mais diferenças
h) “As diferenças entre as linhagens familiares pertencentes a cada área mais ampla são
muito maiores do que as diferenças entre as populações como um todo”
// 4° A mistura de diferentes tipos tem papel fundamental na história das populações
modernas
i) Não necessariamente as grandes diferenças entre tipos é fruto da mistura, mas ela teve
papel fundamental na formação das populações
j) Boas dá uns exemplos de populações formadas pela mistura de vários povos
k) Critica aqueles que falam dos perigos da mistura de tipos
{SÍNTESE}
Acho que aqui o Boas demonstra mais o que não é raça do que estabelece uma definição
própria O Boas é discerne, investiga e questiona o que é tipo ideal local, tipo racial total
(suposto traço racial hereditário comum de uma população) e raça. Do qual conclui:
A) O tipo ideal local é apenas definido de forma abstraída, senso comum, impreciso
B) O tipo racial total/raça não pode ser definido com base nos traços hereditários, porque:
- primeiro, pode ocorrer uma sobreposição de formas corporais entre grupos locais, em
que formas similares são encontradas em locais distintos
- segundo, não é correto supor que indivíduos que não se encaixam no tipo ideal local
se originam necessariamente de outro grupo local
- terceiro, existe uma mistureba de gente e, por isso, é impossível traçar a
hereditariedade de uma população inteira
- quarto, só dá para entender traço hereditário de maneira mais palpável seguindo as
linhagens familiares
C) Eu não acho q ele chega a definir exatamente aqui o que é raça em sua concepção, mas ele
coloca um ponto relevante: a mistura de tipos desempenhou um papel importante na história
das populações (raças?)
{RESPOSTA}
Não achei exatamente aqui a definição do Boas sobre raça
Não é possível falar em tipo racial total, pois esta classificação é baseada no senso
comum – ou seja, uma impressão geral construída a partir de experiências particulares e
cotidianas –, onde omitem-se os vários indivíduos que não se encaixam nessas categorias.
Segundo Boas, não cabe utilizar os traços hereditários (como as características corporais)
como referencial para determinar o tipo racial como um todo, pois: primeiro, pode ocorrer
uma sobreposição de formas corporais entre grupos locais, em que formas similares são
encontradas em locais distintos e, segundo, não é correto supor que indivíduos que não se
encaixam no tipo ideal local se originam necessariamente de outro grupo local.
3. De que maneira o ‘’corpo’’ deve ser levado em conta na análise das relações
raciais?
(75-78)
{SÍNTESE}
Na análise das relações raciais, Boas analisa três aspectos que influenciam nas formas
corporais: a hereditariedade, o ambiente e a seleção.
- Hereditariedade: ele conclui que as observações empíricas – comparação de
descendentes mestiços com geração anterior e a suposta “degeneração” – mostram
que não é um fator relevante.
- Ambiente: ele enfatiza que deve ser levado em conta que os fatores externos e
ambientais podem influenciar nas modificações dos corpos, pois os traços anatômicos
corporais estão sujeitos a uma limitada quantidade de modificações conforme o clima
e as condições de vida. (Exemplos: períodos de guerra e fome, profissões distintas).
- Seleção: ele reconhece que os processos seletivos – como as taxas de nascimento,
mortalidade e migração – influenciam na alteração das características de uma
população, mas considera-os superestimados.
{ADENDO}
A análise pela forma pode ser difícil, pois algumas funções físicas são as mesmas entre
indivíduos de raças diferentes. Além disso, no texto(p.75-76), Boas explica que o
funcionamento do corpo pode se alterar conforme as condições de vida. Logo, mesmo que
apenas fosse examinado o corpo para estudar as raças isso seria muito complicado e
impreciso.
{OBSERVAÇÃO}
Tenho a impressão que o Boas não chega a construir uma definição própria de raça, ele só ta
batendo nesse conceito(supostamente biológico) e mostrando q o fator cultural é o mais
importante
3) “Consciência racial e antipatia racial diferem num aspecto dos grupos sociais aqui
enumerados. Enquanto em todas as outras sociedades humanas não há uma
característica externa que ajude a definir o pertencimento de um indivíduo a seu
grupo, aqui, o que indica é sua própria aparência”
4) “Em sociedades nas quais diferentes tipos raciais formam um grupo socialmente
homogêneo, desenvolve-se ou não uma marcada consciência racial?”
- Acho que a consciência racial não é percebida no âmbito subjetivo muitas vezes, mas
isso n é necessariamente bom, pq como o Boas falou as divisões sociais seguem
fronteiras raciais. Então por mais que eu n me enxergasse como pessoa amarela,
certos preconceitos vinham até mim sem eu ter consciência de mim mesma.