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Rafael Henrique Novaes1, Sérgio Augusto Rodrigues2, Valéria Cristina Rodrigues Sarnighausen3,
Alexandre Dal Pai4
1
Unesp-FCA, Botucatu, São Paulo, Brasil. rhnovaes@hotmail.com
2
Unesp-FCA, Botucatu, São Paulo, Brasil. sergio.rodrigues@unesp.br
3
Unesp-FCA, Botucatu, São Paulo, Brasil. valeria.sarnighausen@unesp.br
4
Unesp-FCA, Botucatu, São Paulo, Brasil. dal.pai@unesp.br
1 INTRODUÇÃO
O lúpulo (Humulus lupulus) é uma planta herbácea perene, da classe das
dicotiledôneas, ordem rosales e que pertence à família Cannabaceae, sendo uma
trepadeira e tendo característica reprodutiva dioica, ou seja, origina flores masculinas e
femininas (MORAIS;RODRIGUES,2015).Sua distribuição é vista em regiões do
hemisfério norte e regiões temperadas, estando preferencialmente em regiões europeias,
centro e norte do continente asiático, norte africano e regiões norte do continente
americano .Essa planta possui principal aplicação nas indústrias cervejeiras, sendo
componente fundamental para caracterização dessa bebida. Contudo , em territorio
brasileiro sua produção é recente, ocasionando uma importação ,de aproximadamente
98%, provenientes de países como Alemanha e Estados Unidos (VILAS BOAS,2017).
Através desse trabalho buscou-se analisar os aspectos de cultivo, evidenciando
características ideiais para a produção da cultura de lúpulo, aspectos econômicos, tais
como produção e valores médios, assim como aspectos históricos tanto em nível mundial
como também em nível nacional, apesar de sua história em territorio brasileiro ter iniciado
há poucos anos. Portanto, essa revisão possibilita uma visão geral do lúpulo, possuindo
uma análise, avaliação e discussão também do seu potencial considerando o agronegócio
brasileiro.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O levantamento bibliográfico foi realizado com base em artigos publicados em
periódicos científicos, indexados em bases de dados nacionais e internacionais. A busca
por referências de pesquisa foi feita por meio do Google Acadêmico e do banco de dados
bibliográficos SciELO.
I ENCONTRO BRASILEIRO DE PESQUISADORES E PRODUTORES DE LÚPULO.
22 e 23 de Novembro de 2019, Botucatu – São Paulo, Brasil.
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Após a busca nessas plataformas de pesquisa com as palavras-chave “Humulus
lupulus”, “Cultivo do lúpulo”, “História do lúpulo” e “Aspectos económicos do lúpulo”
foi necessário a avaliação dos resultados e seleção dos estudos mais adequados, tendo
uma avaliação dos textos completos e análise da lista de referência dos respectivos
estudos selecionados, tendo uma averiguação minuciosa com o objetivo de identificar
possíveis estudos elegíveis que não foram examinados na etapa de busca nas plataformas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 A história do lúpulo
3.1.1 O lúpulo no mundo
O uso do lúpulo teve seu primeiro registro histórico em cerveja numa lista de
regras para monges, mais precisamente no ano de 822 pelo Abade Adelardo (751-827)
para o para o Mosteiro de São Pedro e São Estevão em Corbie, localizado ao norte da
França. Porém a descrição realizada pelo Abade Adelardo não possuía elevado
detalhamento do lúpulo na produção cervejeira,como por exemplo a etapa de inserção ou
a maneira como foi realizado, houve apenas a citação. As primeiras evidências de cultivo
de lúpulo são datadas entre 859 e 875, na Abadia de Freising na Bavária, sul da Alemanha.
Habitualmente o lúpulo era uma planta selvagem, sendo adquirida apenas por extração e
não cultivo (BARTH,2013).
Durante a Idade Média os mosteiros tinham importante função na produção de
conhecimento e de cultura, sendo que foi em um mosteiro onde o lúpulo com seu amargor
foi descrito por volta dos anos 1200 como sendo um eficiente conservante natural, por
uma monja beneditina alemã que se chamava Hildegard von Bingen (1098-1179). Pelo
fato do processo de fermentação realizado na produção de cerveja não ser em ambiente
controlado, ou seja, sem controle exato da temperatura e exposto ao clima, quando se
produzia cerveja em meses quentes havia uma grande dificuldade, pois, as temperaturas
altas aumentavam a velocidade de trabalho dos microrganismos do ambiente culminando
em contaminações na produção e perca do produto. Desse modo, qualquer ingrediente,
método ou processo que auxiliasse na conservação de um produto por mais tempo seria
de grande importância, sendo então uma descoberta significativa na época. Já no âmbito
I ENCONTRO BRASILEIRO DE PESQUISADORES E PRODUTORES DE LÚPULO.
22 e 23 de Novembro de 2019, Botucatu – São Paulo, Brasil.
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da medicina, os primeiros registros do lúpulo foram realizados pela cultura árabe em
meados do século X, tendo aplicações principalmente em atividades anti-inflamatórias,
calmantes e digestivas (BIENDL; PINZL,2013).
4 CONCLUSÕES
Considerando, então, o grande consumo no Brasil juntamente a uma alta taxa de
importação, e suas diversas aplicações com potencial impacto mundial encontra-se
I ENCONTRO BRASILEIRO DE PESQUISADORES E PRODUTORES DE LÚPULO.
22 e 23 de Novembro de 2019, Botucatu – São Paulo, Brasil.
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grandes posibilidades, através de pesquisas científicas, de elevar o conhecimento e fazer
com que esas aplicações potenciais tornem-se realidade.
5 REFERÊNCIAS
BARTH, R. The Chemistry of Beer. 1 ed. New Jersey: John Wiley & Son Inc., 2013
BERBERT, S. Notícia Agricultura: lúpulo brasileiro. Revista Globo Rural, 2017. Disponivel em:
<https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/noticia/2017/02/conheca-producao-de-lupulo-
brasileiro.html>. Acesso em: 31 de outubro de 2019.
BIENDL, M.; PINZL, C. Hops and Health. 2ª. ed. Wolnzach: German Hop Museum, v. I, 2013. Acesso
em: 31 de outubro de 2019.
DODDS, K. Hops a guide for new growers. NSW Government. Sidney, p. 52. 2017.
JÚNIOR, O. C. et al. O setor de bebidas no Brasil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, v. 40, n. 2, p. 93-119,
19 setembro 2014.
MORAIS, Jorge Sá. O Lúpulo: Cultivares e Extrato. RODRIGUES, MA; MORAIS, JS; DE CASTRO,
JPM Jornadas de lúpulo e cerveja: novas oportunidades de negócio. Livro de atas. 1ª ed. Bragança:
Instituto Politécnico de Bragança, cap, v. 2, p. 11-22, 2015.
BARTH S. J. Barth-hass Group. THE BARTH REPORT: HOPS 2017/2018.Nuremberg: Pinsker Druck
Und Medien Gmbh, 2018. 32 p. Disponível em:
<https://www.barthhaasgroup.com/images/mediacenter/downloads/pdfs/412/barth-
bericht20172018en.pdf>. Acesso em: 09 out. 2019.