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AULA 15

AULA 6

A ECONOMIA KEYNESIANA E A POLÍTICA ECONÔMICA:


POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA
INTRODUÇ O E MODELO I.
prof. José R. N. Chiappin-Prof. Departamento E onomia-FEA-USP
Monitor Lu as Assis Attilio
Lu as.Attiliousp.br
07/06/2021

O PROBLEMA FUNDAMENTAL DA ECONOMIA

O problema fundamental da e onomia é o problema da alo ação e-


iente(maximiza ou minimiza) de re ursos es assos entre ns alternativos
e ompetitivos

SOLUÇ O: TEORIAS ECONÔMICAS

As teorias e onmi as são des ritas por meio de on eitos, pressuposições


e um sistema de equações. Como objeto de estudo agora é a teoria keyne-
siana, vamos introduzir essa teoria através de suas equações fundamentais.
Nas equações abaixo estamos des revendo de modo geral a teoria keynesiana
de tal modo que elas podem trabalhar om equações não lineares. Suas
equações fundamentais são a urva IS, a urva LM, e, tese de que os preços
são onstantes.

(1)


 Y = C(Y − T (Y )) + I(r) + G

M

= L(Y, r) (2)


 P
(3)

P = cte
Rees revendo mais uma vez, obtemos
2

Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G = 0(4)






M

− L(Y, r) = 0(5)


 P
P = cte = 1(6)

Que se ompleta om as seguintes relações

(7)

 Lr
 <0

(8)

LY >0





(9)

 Ir <0



 TY >0 (10)

(11)

CY >0






(12)

ou de forma mais analíti a,


Com o mer ado de bens e serviço des rito por sua equação e ondições,
a partir do qual onstruimos a urva de equilíbrio deste mer ado, a IS

Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G = 0(13)






Ir < 0(14)






TY > 0(15)


CY > 0(16)






(17)

E, do mesmo modo, o mer ado monetário, que dá origem à urva de


equilíbrio deste mer ado, LM
0.1. OS AGENTES ECONÔMICOS:INDIVÍDUOS, EMPRESAS E ESTADO 3


M

 − L(Y, r) = 0 (18)
P




(19)

P = cte =1




 Lr < 0 (20)

(21)

LY > 0





(22)

Contudo, mais abaixo, vamos omeçar om uma abordagem linear da


teoria keynesiana.
Os omponentes bási os da teoria keynesiana podem ser dis riminados
1)São seus agentes, indivíduos, empresas e Estad.
2)Os agentes são ra ionais(?).
3)A teoria se apli a no urto prazo.
4)No urto prazo os preços são pegajosos, ou, onstantes, e, portanto, se,
rejeita, o prin ípio de que os preços são exíveis.
5)O mer ado não se auto regula, uma vez que os preços não são exíveis.

0.1 OS AGENTES ECONÔMICOS:INDIVÍDUOS,

EMPRESAS E ESTADO

Os três agentes fundamentais da e onomia: indivíduo, empresa e estado


Prin ípio: os agentes e onmi os são agentes om desejos e que realizam
esses desejos de modo ra ionais. Os desejos sao denominados, em e onomia,
de preferen ias.
O problema fundamental dos agentes e onmi os indivíduos é um prob-
lema de es olha e de isão a er a de de omo realizar, de modo e iente, seus
desejos om seus re ursos que sao es assos.
Um dos agentes da e onomia é o indivíduo.
4

O indivíduo é um agente ra ional om propósito isto é preferên ias. A


razão é o meio para realizar essas preferên ias que tem origem mais propria-
mente em seus desejos.
Isto signi a que
1)ele alo a seus re ursos de tal modo a otimizar suas preferen ias.
2)Essa alo ação é feita sob restrição de que seus re ursos são es assos
3)Os re ursos es assos podem ser expressos por sua limitação orçamen-
tária ou em termos mais simples, por sua Renda. Exemplo: O modelo de
es olha ra ional da mi roe onomia (Ver Varian)
4)Desta forma, o indivíduo sempre age para maximizar sua preferên ia
de a ordo om sua Renda.
Exemplos:
1)Indivíduo na ompra de um arro- Lista suas preferên ias de ordem
de res ente de um lado, e, olo a sua renda no outro lado. Começa pela lista
da mais preferida e es olhe aquela que ele mais prefere e sua renda garante.
2)Lojas de roupas femininas- Veja todas as roupas preferidas e organiza
da mais preferida para a menos. Es olhe aquele que sua renda garante.
As empresas são agentes ra ionais- elas agem sempre alo ando seus re-
ursos de tal modo maximizar lu ro e minimizar usto.
Exemplos: As empresas tem orçamento e vários departamentos. O orça-
mento de uma empresa é seu re urso es asso. Elas devem alo ar de modo
e iente o re urso es asso-orçamento entre seus diversos(ns alternativos e
ompetitivos) departamentos de tal modo a maximizar seu lu ro
O Estado é também um gente e onmi o, que, deve agir, para resolve
o problema fundamental, para alo ar seu re urso es asso (?) entre seus ns
alternativos e ompetitivos. Os ns alternativos e ompetitivos são os agentes
e onmi os, os indivíduos, as empresas, e, o próprio Estado.
Estados são(Nação) formados de território e povo. São onstituidos e
uni ados por meio de uma onstituição que dene o sistema legal do país.
0.2. SOCIEDADES S O DESENHADAS E CONSTRUÍDAS PARA A SOLUÇ O DO PROBLEMA FU

0.2 SOCIEDADES S O DESENHADAS E CON-

STRUÍDAS PARA A SOLUÇ O DO PROB-

LEMA FUNDAMENTAL:

Sistemas Politi os e E onmi os

Qualquer so iedade enfrenta o problema dos re ursos es assos.


Para resolver esse problema de re ursos es assos as so iedades são desen-
hadas de tal forma a se onstituirem por meio de um modelo de Estado e de
formas de Governo.
0)Forma de estado: federalista(inventado pelos Estados Unidos, Brasil,
et ) ou unitário(França, et ) 1)Forma de governo. Es olher o sistema políti o:
omo são apontados seus representantes(monarquia onstitu ional e demo -
ra ia representativa
2)Es olher o sistema e onmi o( ombinação de estado e mer ado) que
deverá resolver o problema de omo alo ar de modo e iente os re ursos
es assos entre ns alternativos e ompetitivos.
Tres sistemas apare em no mundo moderno: o sistema apitalista, o sis-
tema omunista, e, o sistema so ialista. Exemplos. Estados Unidos e China.
A China é omunista ou so ialista? E a Russia, E a Alemanha, et .
Como os sistemas omunista e so ialista fazem para resolver o problema
fundamental da e onomia. Eles onsideram o Estado o prin ipal agente na
solução deste problema mas, o mer ado também tem parti ipação, e é res-
ente, mas, regulamentado.
No sistema omunista as empresas publi as tem um papel importante
tanto quanto as empresas privadas.
O sistema apitalista resolve o problema fundamental da e onomia: Ele
onsidera o mer ado o prin ipal me anismo de solução deste problema, um
me anismo para alo ar de modo e iente os re ursos es assos, mas, onta
6

om o Estado também.

MODELOS KEYNESIANOS:
UMA ABORDAGEM LINEAR

0.3 O MECANISMO DE MERCADO E SEUS

COMPONENTES: COMO FUNCIONA?

O mer ado é um me anismo para alo ar os re ursos es assos entre ns


alternativos e ompetitivos.
Trata-se de um me anismo que se ompõe de uma função demanda, uma
função oferta, e, de uma ondição de equilíbrio

(23)


 Qd = Qd (P )

(24)



 Qo = Qo (P )

 Qd (P ∗ ) = Qo (P ∗ ) (25)

 dP
= f (D − O)(26)



dt
Onde Q é a quantidade, P, preço, D, demanda, o O, oferta. P ∗ é o preço
de equilíbrio.
O mer ado tem duas forças que se opõe. Os onsumidores que bus am
preço baixo P↓ e os produtores ou forne edores que bus am preços altos P↑.
O mer ado é um me anismo que resolve ou arbitra entre essas duas forças
que se opõe, en ontrando um preço, o preço de equilíbrio, P ∗ , que satisfaz
ambos os agentes do mer ado.
Objetivo: Com a e onomia Keynesiana vamos estudar omo o Estado,
num sistema apitalista, resolve o problema de alo ar seus re utsos es as-
sos(?) entre seus diversos ns alternativos e ompetitivos(os indivíduos, as
empresas, e, o próprio Estado)
0.4. CLASSIFICAÇ O DOS AGENTES SEGUNDO SUAS FUNÇÕES NA ECONOMIA7

0.4 Classi ação dos agentes segundo suas funções


na e onomia
O indivíduo omo agente e onmi o é aquele que onsume(C)

A empresa omo agente e onmi o é um agente que faz investimento(I),

o investimento privado, para produzir (Y)

O Estado omo agente e onmi o é aquele que também investe (G), no

aso, o investimento públi o, para a onstrução de sua infraestrutura.

O re urso es asso do Estado é seu PIB(Y ) ou seja seu produto interno

bruto. O produto interno, Y, bruto é a soma de tudo que é produzido na

e onomia num erto período, por exemplo, num ano.

Exemplos(2018):

CLASSIFICAÇ O DOS PAÍSES -2018


PAÍSES PIB(GDP) EM DOLAR
USA 20.49trillion
CHINA 13.4trillion
GERMANY 4.00trillion
UNITED KINGDOM 2.83trillion
FRANCE 2.78trillion
INDIA 2.72trillion
ITALY 2.07trillion
BRAZIL 1.87trillion
CANADA 1.71trillion
RUSSIA 1.637trillion
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ECONOMIA KEYNESIANO - ABORDAGEM LINEAR


MODELO I

O modelo I des reve omo o MERCADO DE BENS E SERVIÇOS fun-


iona para fazer uma alo ação e iente dos re ursos es assos.
Modelo I-tem apenas dois agentes: indivíduos e empresas
Modelo I é omposto apenas de um mer ado: bens e serviços

(27)


 OA = Y

DA = C + I (28)



 OA = DA (29)

Y = C + I (30)

Relações de omportamento dos agentes indivíduo e empresas no mer-


ado.

5)C = a + b.Y (31)






6)I = Io (32)

7)S = Y − C (33)

O que a onte e no equilíbrio do mer ado de bens e serviços?

(34)


 OA = DA

Y = a + b.Y + Io (35)






(36)

Y − b.Y = a + Io

Y (1 − b) = a + Io (37)





a + Io

(38)

Ye =



 (1 − b)

Portanto, obtemos o resultado, de onsiderar a oferta agregada, OA, em


equilíbrio, om a Demanda agregada, DA,
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 9

1
Ye = .(a + I0 )(39)
(1 − b)
O que signi a esse resultado?
Signi a que o mer ado alo a e ientemente seus re ursos es assos entre
ns alternativos e ompetitivos, no aso, onsumo(C) e investimento(I)
a é o onsumo autonomo. Quando pre isamos onsumir para viver sem
renda
b é a propensão marginal a onsumidor. Isto é, para ada real que gan-
hamos quando usamos para onsumir, 0.6, 0.7
Io é o valor do investimento na e onomia. Considerado neste modelo I
ultrasimpli ado, omo onstante.
Podemos des rever o resultado omo omposto de dois omponentes:
1
α= (40)
(1 − b)

e, a Demanda Autnoma,

DA0 = a + I0 (41)

e, portanto, podemos rees rever a ondição de equilíbrio, que determina


a renda de equilíbrio Y e
1
Ye = α.DA0 = (a + I0 )(42)
(1 − b)

AULA 7
05/05/2021

0.5 APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MOD-

ELO I

Exemplo 1
10

(43)


 1)OA = Y

 2)a = 80 bilhões (44)



 3)b = 0.8 (45)

4)Io = 1.200 bilhões(46)

Apli ando os resultados que obtivemos podemos entender omo se deu,


por meio do mer ado, a alo ação dos re ursos es assos.

a + Io
Ye = (47)
(1 − b)

Cal ulamos primeiro o multipli ador Keynesiano

1
α= (48)
(1 − b)
Substituindo
1 1
α= = =5 (49)
(1 − 0.8) 0.2
Cal ulamos agora

a + Io = 80 + 1.200 = 1.280 (50)

Ye = (5)(1.280) = 6400(51)

Cal ular agora, o onsumo nesta e onomia

C=a+b.Y=80+(0.8)(6.400)=80+5120=5200 (52)

Distribuição do re urso es asso, o P IB = Y = 6400, entre onsumo, C, e


investimento, I.

C=5.200I=1.200 (53)
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 11

Qual foi a poupança nessa e onomia

S = Y − C = 6.400 − 5200 = 1.200 (54)

Pode-se observar que a poupança S = 1.200 é igual ao investimento 1.200.

S=I (55)

Mas, isso já era previsto pelo proprio modelo, pois

Y =C +I (56)

e, portanto,

Y −C =I (57)

Mas, sabemos também, pela denição de poupança,

Y −C =S (58)

que

I=S (59)

Além disso, podemos observar, que quando não o orre a alo ação e-
iente, então, temos

OA=Y<DA (60)

Neste aso, teremos inação pois, a oferta agregada não da onta da


demanda agregada.
Por outro lado, pode a onte er que,

OA=Y>DA (61)
12

A oferta é maior que a demanda, e, neste aso, a inação é baixa, mas, o


desemprego é alto (re essão)
Exemplo 2

(62)


 1)OA = Y

(63)

2)DA = C + I





(64)

 3)OA = DA



 2)a = 120 bilhões (65)

(66)

3)b = 0.8





4)Io = 1.580 bilhões(67)

Como no exer í io anterior. Devemos al ular primeiro, o multipli ador


de Keynes. que, omo sabemos, é dado por,
1
α= (68)
(1 − b)

Sunbstituindo o valor

1
α= =5 (69)
(1 − 0.8)
Não esque endo que o multipli ador de Keynes impa ta sobre a pro-
dução(Renda), ou seja, que indi que para ada real investido ele produz
α.I , neste aso, aumenta a produção por 5.I .
Na sequen ia, devemos al ular, o segundo termo, que denominamos de
Demanda Autonoma, DA0 , ou seja,

DA0 = a + Io (70)

Fazendo as devidas substituiçõe obtemos

DA0 = 120 + 1580 = 1700 (71)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 13

Com estas informações podemos determinar a produção ou renda de equi-


líbrio, Y e

Y e = α.(a + I0 ) = 5.1700 = 8.500 (72)


Com este resultado podemos al ular os valores das demais variáveis da
e onomia, omo o onsumo.

C = a + b.Y = 120 + 0.8(8500) = 120 + 6.8000 = 6.920 (73)


E, também, a poupança privada

S = Y − C = 8.500 − 6.920 = 1580 (74)


Comprovando que

I=S (75)
Novamente, podemos observar que o mer ado alo a o PIB ou seja a renda,
ou a produção, Y, entre C, onsumo, e, I, investimento.

Y = 8.500 = C(6920) + I(1580) (76)


14

AULA 8
MODELO KEYNESIANO II

ECONOMIA KEYNESIANA - MODELO II- A POLÍTICA ECONÔMICA


FISCAL

O MODELO II nos permite estudar a políti a e onmi a na sua forma


de políti a s al.
O modelo II é onstituído do mer ado de bens e serviços.

1. - dois mer ados:


1.1-Mer ado de Bens e serviço
1.2-Mer ado Monetário.

2. - três agentes:
2.1-indivíduos-família → Consumo(C)
2.2-empresas → Investimento(I)
2.3 Estado → Gastos(G)

3. - Os agentes são ra ionais.

4. - O Estado arre ada T e gasta G

Segundo Keynes essa alo ação é feita por intermedio do Mer ado e do
Estado que faz uso de políti as e onmi as na sua forma de políti a s al
Sua on epção difere daquela da E onomia Clássi a para a qual os pres-
supostos são de que a oferta ria sua própria demanda (Lei de Say), pois,
assumem que os preços são exíveis, isto é, o mer ado se auto regula, om
a exibilidade dos preços, o que gera um equilíbrio de pleno emprego, onde
todo o poten ial da e onomia está opera ional.
Não é esta a pressuposição da E onomia de Keynes que rejeita a Lei de
Say, e, de que os preços são exíveis. Para ele os preços são pegajosos, não
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 15

sendo apazes de fazer om que o mer ado se autoregule, ainda que seja apaz

de produzir, um equilíbrio, mas, um equilíbrio de urto prazo, portanto, não

de pleno emprego, o que signi a que os re ursos não estão sendo utilizados

no seu poten ial, na sua plenitude. Os re ursos não estão sendo empregados

om e ien ia.

Cabe ao governo, por meio de políti as e onmi as, de onduzir a e ono-

mia, de equilíbrios de urto prazo a equilíbrios de urto prazo, até hegar, em

prin ípio, ao equilíbrio de longo prazo, e, portanto, numa e onomia apaz de

se auto regular, fazendo uso e iente, e, portanto, uso pleno de seus re ursos.

O Mer ado de Bens e serviços

I.1)O sistema de equações des revendo o mer ado de bens e serviços. Os

parâmetros, a, b são positivos

OA = Y

 (77)


DA = C + I + G(78)










 OA = DA (79)





 C(Y d) = a + b.Yd (80)





 Yd = Y − T (81)



 T =T o (82)



 G = G0 (83)


I = Io (84)






D =G−T (85)






Sp = Y d − C (86)






SG = T − G



 (87)


S = Sp + SG

(88)
16

A onstrução da políti a e onmi a em termos de políti a s al, fazendo

uso da tributação T, e, dos Gastos, G para inuen iar o Y, que é o PIB,

o onsumo, C, a poupança, D, S, omeça om pressuposição do mer ado

em equilíbrio, portanto, OA = DAS e pela ubstituição das denições a ima

nesta ondição de equilíbrio. Desta forma, Y =C +I +G



 (1)OA = DA (89)


(2)Y = C + I + G (90)





(3)Y = (a + b.Y d) + I + G (91)


(4)Y = a + b.Y d + Io + G0 (92)






(5)Y = a + b.(Y − T ) + Io + G0 (93)

Continuando om o pro esso de onstrução da urva IS, segue-se da relação

anterior pela substituição de T por sua relação,



 (6)Y = a + b.(Y − T ) + Io + G0 (94)


(7)Y = a + b.(Y − T ) + Io + G0



 (95)


(8)Y = a + b.Y − b.T + Io + G0

(96)



 (9)Y − b.Y = a − b.T + Io + G0 (97)


(10)(1 − b))Y = a − b.T + Io + G0

(98)




1




 (11)Y = [a − b.T + I0 + G0 ](99)
 (1 − b)

Re orrendo a novas denições obtemos a relação entre as variáveis T, e G e

o Y que é o PIB.

1
Y = [a − b.T + Io + G0 ] (100)
(1 − b)
O multipli ador Keynesiano
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 17

1
α= (101)
(1 − b)

APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO II

Vamos onsiderar o seguinte modelo numéri o II onde o Estado arre ada


T0 = 520B e gasta, G, em investimento e na máquina do Estado, 800B . O
modelo nos permite avaliar o Y, que é o PIB, o onsumo, C, , o de it, D,
o onsumo, C, e, a poupança privada e poupança estatal, e, deste modo, o
modelo nos permite analisar omo se dá a alo ação do PIB para as áreas de
C, I, e G.

(102)


 b = 0.8

(103)

T = 250





a = 80B (104)

(105)

I0 = 520B





(106)

G0 = 800

Apli ando esses valores na relação que obtemos a ima para o PIB, Y,

1
Y = [a − b.T + Io + G0 ] (107)
(1 − b)
Cal ulamos primeiro a multipli ador Keynesiano,

1
α= =5 (108)
(1 − 0.8)
Cal ulamos o termo denominado de Demanda autonoma, isto é,

DAo = a − b.T + Io + G0 = 80 − (0.8)(250) + 520 + 800 = 1200 (109)

Portanto,
Y = (5).1200 = 6.000 (110)
18

Desta forma, temos um P IB = Y = 6.000bilhoes.


Podemos perguntar qual seria a renda disponível, Yd, nesta e onomia?

Yd = Y − T = 6.000 − 250 = 5.750 (111)


Na sequen ia, podemos perguntar qual seria a quantidade disponível para
onsumo C, nesta e onomia,

C = a + b.Yd = 80 + 0.8(5.750) = 4.680 (112)


Podemos então perguntar qual seria a poupança privada, e, então, a
poupança estatal.

Sp = Y d − C = 5.750 − 4.680 = 1.070 (113)

Se = T − G = 250 − 800 = −550 (114)


Desta forma, não podemos falar de poupança mas de De it.

D = G − T = 800 − 250 = 550 (115)


Agora podemos al ular a poupança total da e onomia

S = Sp + Se = 1.070 − 550 = 520 (116)


Podemos veri ar, omo ja mostramos no modelo I, que uma relação
fundamental da e onomia é que S = I .
Para ver isso, basta lembrar que

Y =C +I +G (117)
Segue-se que, subtraindo T de ambos os lados

Y −T =C +I +G−T (118)
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 19

Mas, lembrando também que,

Yd = C + I + G − T (119)

Obtemos

Yd − C = I + (G − T ) (120)

Sp = I − SG (121)

Portanto,

Sp + SG = S = I (122)

Fi a fa il ver que o mer ado fez a alo ação do PIB, Y = 6.000, entre os
ns alternativos e ompetitivos que são o C , I , G.

(123)


 Y = 6000

(124)

 C = 4680



 I = 520B (125)

(126)

G0 = 800

POLÍTICA FISCAL NO MODELO II

Neste ontexto, podemos fazer políti a s al assumindo que o governo vai


aumentar seus gastos de

(127)


 Go = 800

G1 = 1000 (128)

(129)

∆ = G1 − G0 = 200B

20

O governo faz essa políti a s al de aumento de gasto pois ele já podem


ante ipar um impa to no PIB(Y), onsumo (C), poupança(S), e de it(D)
para, por exemplo, aumentar o emprego da e onomia.
Assim, podemos re al ular todos os valores a ima, para esses novos val-
ores da políti a s al,

DAo = a − b.T + Io + G0 = 80 − (0.8)(250) + 520 + 800 = 1200 (130)

Podemos ver que o multipli ador keynesiano é o mesmo α = 5, mas, a


Demanda autonomo se alterou,

DAo = a − b.To + Io + G0 = 80 − (0.8)(250) + 520 + 1000 = 1400 (131)

Portanto, o novo PIB é dado por

Y1 = (5).1400 = 7.000 (132)

Desta forma, o impa to sobre o PIB desta políti a s al é dado por

∆Y = Y1 − Y0 = 7.000 − 6000 = 1.000 (133)

Do mesmo modo podemos al ular o impa to desta políti a s al no renda


disponivel,

Yd = Y − To = 7.000 − 250 = 6.750 (134)

Na sequen ia, podemos perguntar qual seria a quantidade disponível para


onsumo C, nesta e onomia,

C = a + b.Yd = 80 + 0.8(6.750) = 5.480 (135)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 21

Podemos então perguntar qual seria a nova poupança privada, e, então,


a nova poupança estatal.

Sp = Y d − C = 6.750 − 5.480 = 1.270 (136)

Se = To − Go = 250 − 1000 = −750 (137)


Desta forma, não podemos falar de poupança mas, agora, de mais De it.

D = Go − To = 1000 − 250 = 750 (138)


Se antes o dé it da e onomia era de 550B agora o de it é de 750B
Agora podemos al ular a poupança total da e onomia

S = Sp + Se = 1.270 − 750 = 520 (139)


Assim, a poupança total não poderia mudar, pois, o investimento nessa
e onomia não foi alterado.
Podemos fazer o mesmo para uma políti a s al em que o governo altera
a arre adação. Se o objetivo é expandir a e onomia, então, o governo pode
querer arre adar menos. Desta forma, ele pode fazer uma políti a s al,

(140)


 To = 250

T1 = 200 (141)

(142)

∆T = T1 − T0 = 50B

Novamente, podemos estudar o impa to sobre as demais variáveis da


e onomia.

AULA 9

ECONOMIA KEYNESIANA - MODELO III


22

Uma ombinação do Mer ado de bens e serviços e do Mer ado Monetário

O Mer ado de Bens e serviços- A urva IS

I.1)O sistema de equações des revendo o mer ado de bens e serviços. Os


parâmetros, a, b, t0 ,g,t são positivos

OA = Y (143)




DA = C + I + G(144)






(145)




 OA = DA

C(Y d) = a + b.Yd (146)





(147)




 Yd = Y − T

T = −t + t.Y (148)


0



 G = G0 (149)

(150)

I(r) = I0 − g.r





(151)

D =G−T





(152)

Sp = Y d − C





(153)

SG = T − G





(154)

S = Sp + SG

O mer ado de bens e serviços dá origem à urva IS, r(Y ) no espaço r, Y . A


onstrução da urva IS, r(Y ).
A onstrução da urva IS omeça om a pressuposição do mer ado em
equilíbrio, portanto, OA = DA e pela ubstituição das denições a ima nesta
ondição de equilíbrio. Desta forma, Y = C + I + G
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 23

(155)

1)OA = DA


(156)

2)Y = C + I + G





3)Y = (a + b.Y d) + I + G (157)

(158)

4)Y = a + b.Y d + I0 − g.r + G0





(159)

5)Y = a + b.(Y − T ) + I0 − g.r + G0

Continuando om o pro esso de onstrução da urva IS, segue-se da relação


anterior pela substituição de T por sua relação,

(160)


 6)Y = a + b.(Y − (−t0 + t.Y )) + I0 − g.r + G0

(161)

7)Y = a + b.(Y + t0 − t.Y )) + I0 − g.r + G0





(162)

8)Y = a + b.Y + b.t0 − b.t.Y + I0 − g.r + G0






9)Y − b.Y + b.t.Y = a + b.t0 + I0 − g.r + G0 (163)
(164)

10)(1 − b(1 − t))Y = a + b.t0 + I0 − g.r + G0





1


(165)


 11)Y = [a + b.t0 + I0 − g.r + G0 ]
 (1 − b(1 − t))

Re orrendo a novas denições para propor ionar uma melhor reorganização


da urva IS,
1) A urva IS, no plano Y ,r, i.e, Y (r)

1
Y = [a + b.t0 + I0 − g.r + G0 ] (166)
(1 − b(1 − t))
2)Denição de multipli ador Keynesiano
1
α= (167)
(1 − b(1 − t))

3) A urva IS, no plano Y, r om o multipli ador Keynesiano

Y = α[a − b.T + Io + G0 ] (168)


24

4)Denição de Demanda Autonoma

DA0 = a − bT + I0 + G0 (169)

4)A urva IS no plano Y, r om as novas denições

Y=α[DA0 − g.r](170)

5)A urva IS no plano r, Y , i.e, r(Y )

DA0 1
r= − .Y (171)
g α.g

Observe que:
1)a in linação da urva IS é negativa, isto é,

dr 1
=− (172)
dY α.g

Desta forma, a taxa de juros e a renda movem-se em direções opostas,


isto é, se r ↑ então Y ↓ e vi e versa.
2)A interse ção da IS om o eixo r é dada quando Y = 0, portanto, por
DA0
.
g
2.2)Lembrando que, dado a ima,

DA0 = a + bt0 + I0 + G0 (173)

Segue uma regra para a onstrução e deslo amento da urva IS no plano


(r, Y ).
Quando G ↑, isto é, quando G1 > G0 , a urva IS se deslo a para a direita
e para ima, pois, o ponto de interse ção res e no eixo r.
Quando G ↓, ou seja, quando G1 < G0 , a urva IS se deslo a para a
esquerda e para baixo, pois o ponto de interseção diminui no eixo r.
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 25

I.3 O Mer ado Monetário Keynesiano // urva de equilíbrio LM.

Como no aso anterior do mer ado de bens e serviços, o mer ado monetário,
omo todo mer ado, é formado om oferta de moeda, demanda de moeda,
e, o equilíbrio entre a oferta e a demanda. Desta forma, podemos es rever a
estrutura do mer ado monetário,


Ms M0
= (174)





 P P
M d = L(Y, r)(175)

Ms

= M d (176)




P

Ms
Onde, é a oferta real de moeda. Ela é feita pela autoridade monetária.
P
A oferta real de moeda é a quantidade nominal divido pelo nivel de preços da
e onomia. Podemos pensar a quantidade real de moeda omo o número de
estas bási as que ela pode omprar. M d é demanda por moeda que depende
da renda, Y, e da taxa de juros, r, por isso, es reve-se demanda por moeda,
omo um função de Y, e, de r, na forma, L(Y, r), por tradição. Essa é uma
das inovações de Keynes relativamente à teoria quantitativa da moeda. Para
Keynes a moeda tem essas duas funções de servir para transações, o termo
k.Y , assim omo de reserva, pela ompra de ativos que rendem juros, omo
títulos, na forma, l.r. Veja a diferença om a teoria quantitativa da moeda
dos lássi os em que esta so onsiderava para a moeda a função de transação.
Keynes onsidera também a moeda omo meio de esto ar valor estabele-
endo que a riqueza de um indivíduo onsistia de moeda e títulos, ou seja,
que o indivíduo podia esto ar sua riqueza em moeda e títulos.
Títulos apare endo omo ativo de ris o.
Podemos então rees rever, a estrutura a ima, num modelo linear, omo
26

Ms M0

= (177)


P P



 M d = L(Y, r) = k.Y − l.r(178)

(179)

Considerando que a Autoridade Monetária ontrola a quantidade de moeda,


e, sele iona a quantidade

Ms = M0 (180)
Obtemos a urva LM que ara teriza o equilíbrio do mer ado monetário
que é o resultado do sistema a ima de equações. Ela des reve as ondições
de equilíbrio do mer ado monetário.
M0
= k.Y − l.r(181)
P
Onde k, l são parâmetros, positivos, que reetem a sensibilidade da de-
manda à renda e à taxa de juros, ou seja, a sensibilidade do impa to da renda
e da taxa de juros na demanda por moeda.
Eles são expressos por

M0
∂L ∂()
( )=( P =k (182)
∂Y ∂Y

M0
∂L ∂( )
( ) = ( P = −l (183)
∂r ∂r
As vezes es revemos M s as vezes M 0 . Ambas signi am uma dada quan-
tidade de moeda ofertada pela autoridade monetária, ainda que, M 0 repre-
sentam mais orretamente essa ideia de uma espe í a quantidade de moeda.
Isolando r do lado esquerdo, para tirá-lo omo função da renda Y, temos
então a urva LM no plano (r, Y ) que reete os pontos de equilíbrios (r, Y )
deste mer ado monetário,
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 27

k 1
r= .Y − M 0 (184)
l l.P
Os parâmetros, k,l são positivos. Observe que, por essa razão, ao ontrário
da urva IS, a urva LM tem in linação positiva, isto é,

dr k
= > 0(185)
dY l
Neste aso, taxa de juros e renda movem-se na mesma direção, ou seja, se
Y ↑ então r ↑ ou se Y ↓ então r ↓.
Além disso, podemos observar, ompletando a des rição dessa reta LM,
apontando que, sua interse ção om o eixo r se dá quando Y = 0, ou seja,
1
om Y − M 0.
l.P
Deste fato de orre que quando M ↑, isto é, quando se faz uma políti a
monetária expansionista, a urva LM se deslo a para baixo e para a direita.
E vi e versa, quando M ↓, uma políti a monetária ontra ionista, então a
urva LM se delo a para ima e para a esquerda, se onstituindo numa regra
para a onstrução da urva LM.

ESTUDO DA POLÍTICA ECONÔMICA: A POLÍTICA FISCAL

I.4 A políti a s al onsiste no estudo do impa to das variáveis exógenas


G, T em (r0 , Y0 ), ou seja, no equilíbrio da ombinação dos mer ados de bens e
serviços, para produzir, um novo equilíbrio, (r1 , Y1 ). Este impa to é des rito
por

∂Y ∆Y
( )M ≈ ( )M (186)
∂G ∆G
ou, de
∂Y ∆Y
( )M ≈ ( )M (187)
∂T ∆T
Este estudo pode ser feito de maneira mais on isa e ompa ta pela
solução do sistema de equações des revendo as ondições de equilíbrio do
28

mer ado de bens e serviços, ou seja, pelas equações des revendo as urvas IS
e LM, restrita no nosso aso a um modelo linear,


DA0 1
r = − .Y (188)


g α.g
k 1
M 0 (189)

 r = .Y −

l l.P

Uma intrdodução ao modelo do mer ado de bens e serviços e do mer ado


monetário e a onstrução da demanda agregada om as urvas IS e LM.

b(190)




t(191)






g1 (192)






k (193)






l(194)






M s (195)

a(196)






t0 (197)







I (198)






G(199)






(200)

Modelo numéri o do mer ado de bens e serviços e do Mer ado Monetário:


onstrução da urva IS e da LM
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 29

(201)


 b = 0.8

(202)

t = 0.25





(203)

g1 = 800





(204)

k = 0.1





(205)

l = 1.000





M s = 950 (206)

a = 240B (207)






t0 = 1000B (208)







I0 = 1000B (209)






G0 = 2000B (210)






(211)

Podemos onstruir a urva IS, na forma r(Y ), al ulando ini ialmente α′ e


DA0 .

1 1 1
α′ = = = = 2.5 (212)
(1 − b(1 − t)) 1 − 0.8(1 − 0.25) 0.6

DA0 = a + b.t0 + I0 + G0 = 240 + 800 + 1000 + 2000 = 4040 (213)

4040 1 1
r= − Y = 5.05 − .Y (214)
800 (2.5)800 2000
r = 5.05 − 0.0005Y (215)
Cal ulando r(Y ) da urva LM

k Ms 0.10 950
r= .Y − = .Y − (216)
l l 1000 1000

r = 0.0001.Y − 0.95 (217)


30

Temos assim, um sistema de duas equações, IS e LM, om duas variáveis,

r e Y.



 r = 5.05 − 0.0005Y IS (218)

r = 0.0001.Y − 0.95 LM(219)



(220)

Solu ionando ambas equações,por exemplo, por substituição, en ontramos

para r=0.05 e para Y=10.000B(bilhoes).

Cal ular, Yd ,C ,D,Sp ,SG , I


Com o valor da renda de equilíbrio, podemos al ular a arre adação do

governo, T, no equilíbrio, isto é

T = −t0 + t.Y = −1000 + 0.25(10.000) = −1000 + 2.500 = 1.500 (221)

Por exemplo, na sequên ia, uma vez al ulado Y e onhe endo o valor da

arre adação,T, obtemos, a renda disponível, Yd .

Yd = Y − T = 10.000B − 1500B = 8.500 (222)

Com a renda disponível onhe ida,e, omo o onsumo autnomo é dado,

podemos obter o onsumo nesta e onomia

C = a + b.Yd = 80 + 0.8(8500) = 80 + 6800 = 6880 (223)

Na sequên ia, podemos al ular o Investimento nesta e onomia, uma vez

que onhe emos a taxa de juros de equilíbrio, r, e o investimento autnomo,

I0 , quedado.

I = I0 − g1 .r = 1000 − 800.0.05 = 1000 − 40 = 960 (224)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 31

Com esse novos valores al ulados, podemos obter os resultados para o

De it e as poupanças,

D = G − T = 2000 − 1500 = 500 (225)

Com isto, en ontramos a poupança estatal que é dada por SG = −D, isto
é,

SG = T − G = −D = −500 (226)

E, do mesmo modo, al ulamos, a poupança privada

Sp = Yd − C = 8500 − 6880 = 1.620 (227)

Com ambas as poupanças, privada e estatal, obtemos a poupança da e ono-

mia,

S = Sp + SG = 1.620 − 500 = 1120 (228)

Mas, I = S, o que não está a onte endo. Corrigir, omo exer í io, o erro

nas ontas.

Nova ilustração do mer ado de bens e serviço e do mer ado monetário.

Considere o seguinte modelo e onmi o IS-LM linear, um toy model


32

(229)


 b = 0.8

(230)




 t = 0.25

(231)

t0 = 0.0





(232)

g = 100





(233)

k = 0.1




 l = 0.05 (234)

a = 180B (235)






I0 = 1020B (236)






G0 = 2200B (237)






M0 = 595.5B (238)

Construa a IS e a LM do modelo.A har as relações entre as variáveis de


equilíbrio de Y0 , r0 ,e as demais variáveis endógenas do modelo Yd ,C ,D,Sp ,SG ,
I

AULA 10

A Construção da Curva da Demanda e da Oferta Agregada, P(Y)

Juntando o mer ado de bens e serviços e o mer ado monetário vamos


onstruir a urva da Demanda Agregada P(Y).
Portanto, vamos deslo ar do plano (r, Y ) para o plano (P, Y ).
Lembrando que, para a e onomia keynesiana, no urto prazo, P onstante.
A ombinação das equações representando a IS e a LM obtemos um on-
junto de novas equações Y = Y (M, G, T ) e r = r(M, G, T ) e om isso temos
uma nova reformulação da base para a onstrução das políti as e onmi as:
s al e monetária.
M
A urva IS, Y = Y ( , G, T é dada por
P
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 33

DA0 1
r= − ′ .Y (239)
g α .g

onde, relembrando,

1
α′ = (240)
1 − b(1 − t)

DA0 = a − bT + I0 + G0 (241)

M
A urva LM,r = r( , G) onde mantemos P onstante, é dada por
P

k 1
r= .Y − M 0 (242)
l l.P

Vamos resolver essas duas equações para as duas variáveis r e Y.

Duas oisas iguais a uma ter eira, ou seja, os dois lados direitos das

equações a ima são iguais a taxa de juros, portanto, elas são iguais entre si.

Com esse ra io ínio, eliminamos, e, e obtemos Y omo função, das variáveis

exógenas, G, e, M,

DA0 1 k 1
− ′ .Y = .Y − M0 (243)
g α .g l l.P
Colo ando os termos dependentes da renda do lado esquerdo,

k 1 DA0 1
.Y + ′ .Y = + M0 (244)
l α .g g l.P
Colo ando a renda em evidên ia

k 1 DA0 1
( + ′ ).Y = + M0 (245)
l α .g g l.P
Reorganizando algebri amente, olo amos Y omo dependente de DA0 ,
não esque endo que este termo ontem, entre seus omponentes, aqueles

da Tributação, T e dos Gastos, G, e, da quantidade nominal da moeda,


34

M. Na e onomia Keynesiana eles são variáveis exógenas, ontroladas pelo


governo, om as quais, pode fazer políti as e onmi as om o objetivo de
realizar metas para Y ,r, Y d, C , S , et . Não esque er que M s = M 0 que é a
quantidade de moeda que o governo olo a efetivamente na e onomia.

lα′ g DA0 M 0
Y= [ + ](246)
(kα′ g + l) g lP

Simpli ando

lα′ α′ gM 0 1
Y= DA 0 + ( )(247)
kα′ g + l kα′ g + l P

Fazendo

α′
β= (248)
kα′ g + l

rees revemos a função Demanda Agregada, DA, Y (P ) omo

M0
Y=lβDA0 + gβ( )(249)
P

AULA 11

A CONSTRUÇ O DO MODELO DEMANDA E OFERTA


AGREGADAS(AD-AS)// E AS POLÍTICAS ECONÔMICAS

Do mesmo modo podemos omo zemos antes, podemos eliminar das


urvas IS e LM, a renda Y, e obter r omo função de DA0 e M.
Rees revemos a IS omo

Y=α′ DA0 − α′ g.r(250)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 35

E,também rees revendo a LM, lembrando que no equilíbrio M s = M d = M ,


temos
M l
Y= + r(251)
kP k

Eliminando Y, obtemos

M l
α′ DA0 − α′ g1 r = + r (252)
kP k
Colo ando os termos dependentes da taxa de juros do mesmo lado

l M
r + α′ gr = α′ DA0 − (253)
k kP
E, agora, em evidên ia, temos
l M
[ + α′ g].r = α′ DA0 − (254)
k kP

l + kα′ g M
( )r = α′ DA0 − (255)
k kP
Isolando r, onseguimos, a dependen ia de r, de DA0 e de M , as variáveis
asso iadas às políti as e onmi as.

k M
r =( )(α′ DA0 − )(256)
kα′ g +l kP

Lembrando que
α′
β= (257)
kα′ g + l

Com esta denição podemos rees rever

α′ k M
r = k.( )DA0 − ( ′ ) ) (258)
kα g + l
′ kα g + l kP
Rees revendo o segundo termo
36

α′ α′ M
r =k. ( )DA 0 − ( ) )(259)
kα′ g + l kα′ g + l α′ P

M
Finalmente, em termos de β , obtemos r = r(G, ,T)
P

M
r=k βDA0 − β( )(260)
α′ P

Lembre-se que se se trata do urto prazo, P é uma onstante, e, pode ser


onsiderada aqui omo P = 1
M M
Desta forma, ontamos om duas equações, Y ( , G, T ) e r( , G, T )
P P
onde as variáveis endógenas se en ontram olo adas em função das variáveis
exógenas. As variáveis exógenas ara terizam as prin ipais políti as e onmi-
M
as, s ais e monetárias, ou seja, G, , e, T.
P

M0

Y = lβDA + gβ( )(261)

0

P



M
r = kβDA0 − β( ′ ) (262)
αP




(263)

Onde

DA0 = a − bT + I0 + G0 (264)



1



(265)

 α = 1 − b(1 − t)

α′
= (266)


 β



 kα′ g + l
(267)

I.4.2) O objetivo da e onomia keynesiana é o de propor ionar ondições de


intervenção do governo na e onomia por meio do ontrole dos instrumentos
s ais e monetários. Mais do que isso, de propor ionar instrumentos de
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 37

planejamento e onmi o uma vez que se pode fazer simulações de vários


enários de políti as e onmi as. Trata-se de um instrumento que permite
a es olha da melhor políti a e onmi a rela ionado om os objetivos que se
pretende om esta políti a.
No aso, dos instrumentos s ais, tem-se o ontrole dos instrumentos da
tributação, T, ou da alíquota t, e, dos gastos G.
Com estes re ursos o modelo e onmi o ensina que se possa fazer uma
intervenção na e onomia para que esta se mova de um estado de equilíbrio,
de urto prazo, para outro, de modo su essivo, numa sequen ia, (r0, Y 0),
(r1, Y 1), (r2, Y 2), . . . , (rn, Y n), até, em prin ípio, se possa levar a e onomia
para um estado de equilíbrio de longo prazo (rlp , Ylp ), onde os preços, se
tornam exíveis, e, o mer ado se auto regula.
O problema está, em que, em ada etapa, deve-se pensar a e onomia em
urto prazo, portanto os preços devem ser onsiderados omo onstantes, e,
neste aso, abe à intervenção e ononmi a levar o mer ado, por su essiva
exibilização dos preços, se transformar num que se auto regula, e, deste
modo, estariamos numa e onomia des rita pelo modelo da e onomia lássi a
om a urva da oferta agregada, no plano (P, Y ), dada por uma urva verti al
denida pela função de produção reetindo a di otomia lássi a.
O problema da alo ação e iente dos re ursos es assos numa e onomia
de longo prazo, om o mer ado se auto regulando, vai ser modernamente
representada, nas suas origens, om o modelo paradigmati o de Solow do
res imento e onmi o.
Não esque er que na e onomia lássi a temos a di otomia lássi a que es-
tabele e o desa oplamento entre a e onomia real e a e onomia nominal. Este
desa omplamento de orre de que, no longo prazo, as mudanças monetárias,
não afetam a e onomia real, denida pela produção. O efeito das mudanças
na quantidade monetaria estaria na inação, mas, não na produção denida
pela função de produção que depende apenas dos insumos, no aso, o apital
38

e o trabalho. Na e onomia lássi a, a moeda tem o papel, apenas, de fa il-


itar o pro esso de transações para efetivar a alo ação e iente dos re ursos
es assos sem alterar a e onomia real.
O problema da transição da e onomia keynesiana que fo a no urto prazo,
onde os preços são xos(pegajosos), para a e onomia lássi a que fo a no
longo prazo vai ser resolvido pelo novos keynesianos om a in orporação das
expe tativas dos agentes. Eles terão fo o na e onomia de medio prazo e serão
neste urso representados pelo modelo e onmi o de Blan hard e do modelo
da Carlin e Soski e.

AULA 12

A POLÍTICA ECONÔMICA: FISCAL E MONETÁRIA NO ESPAÇO


(P,Y)
M M
Rees revemos as relações Y ( , G) e r( , G)
P P

M0

Y = lβDA + gβ( )(268)

0

P



M
r = kβDA0 − β( ′ ) (269)
αP




(270)

Onde

DA0 = a − bT + I0 + G0 (271)



1



(272)

 α = 1 − b(1 − t)

α′
= (273)


 β ′g + l



 kα
(274)

A POLÍTICA FISCAL NO ESPAÇO (P,Y)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 39

Com esta podemos estudar o impa to, por exemplo, dos Gastos, G, aqui
a variável exógena, eteris paribus, M onstate, sob ontrole do governo, na
Renda, Y , e, na taxa de juros, assim omo nas demais variáveis endógenas,
I(r), Yd , T , C(Y ),Sp ,SG , D, . . ..
Já sabemos que esse impa to é denido pela relação
∂Y
( )M > 0(275)
∂G
Esta equação signi a que ambos, G e Y se movem na mesma direção.
Dado que o impa to é des rito pela alteração de G0 para G1 expresso por
∆G = dG = (G1 − G0 ).
Temos duas possibilidades: Políti a s al expansionista e políti a s al
ontra ionista ambas des rita pela equação a ima.
1)Políti a s al expansionista
Se G1 > G0 , ( G ↑ ), neste aso, Y ↑, ou seja, Y1 > Y0 .
2)Políti a s al ontra ionista
Se G1 < G0 , (G ↓) o impa to ∆G deve fazer om que a renda Y diminua,
ou seja, Y1 < Y0 , isto é, Y ↓. G e Y se movem na mesma direção.
O mesmo pode ser dito do re urso da tributação, T .
Podemos, agora, obter, a políti a s al, do estudo do impa to de G em
Y, a partir da função Demanda Agregada, DA, que ontem a ombinação
das funções IS e LM.
A análise deste impa to é obtido derivando Y, derivada par ial, relativa-
mente a G da função Demanda Agregada, om M onstante, e, es revemos,
∂Y
( )M (276)
∂G
M
Para obter a relação a ima, basta apli amos a derivada na função Y ( , G).
P
∂Y α′ l
( )M = lβ = l ′ = (277)
∂G kα g + l l
kg + ′
α
40

Se substituirmos α′ por seu valor denido anteriormente,e, pou as manipu-


lações algébri as, o resultado que obtemos é dada por,

∂Y 1
( )M = (278)
∂G kg
((1 − b(1 − t)) + )
l

Como os parâmetros são positivos, e, sabemos que (1−b(1−t)) > 0 é positivo,


uma vez que 0 < b < 1, e, do mesmo modo t, on luímos, pela análise dos
sinais,

∂Y 1
( )M = > 0(279)
∂G kg
((1 − b(1 − t)) + )
l

Neste aso, é fá il ver que se G ↑ então Y ↑, e, portanto, temos uma


políti a s al expansionista, e se G ↓ então Y ↓, temos uma políti a s al
ontra ionista.
M
Com o re urso da equação r( , G, T ) podemos agora, estudar o impa to
P
de uma políti a s al expansionista, G ↑, sobre a taxa de juros, r.

∂r
( )M (280)
∂G

Pois M é onstante.
Não esque endo que

DA0 = a + bt0 + I0 + G0 (281)

Portanto,

∂DA0
=1 (282)
∂G
Assim, nalmente, do mesmo modo, o impa to de G ↑ sobre r,
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 41

∂r k.α′
( )M = kβ = (283)
∂G kα′ g + l

AULA 13
M M
Ilustração da onstrução das urvas Y = Y ( , G, T ) e r = r( , G, T )
P P

(284)


 b = 0.8

t = 0.25 (285)






g1 = 800 (286)






(287)

k = 0.1





l = 1.000 (288)






M s = 950 (289)

a = 240B (290)






t0 = 1000B (291)







I0 = 1000B (292)






G0 = 2000B (293)






(294)

O estudo do impa to das políti as s al e monetária depende das seguintes


aproximações

∂Y ∆Y
≈( )M (295)
∂G ∆G

∂r ∆r
≈( )M (296)
∂G ∆G

Neste ontexto do modelo numéri o a ima, temos que


42

∂Y 1 1
( )M = = (297)
∂G kg (0.1)800
((1 − b(1 − t)) + ) (1 − 0.8(1 − 0.25)) +
l 1000

Com este resultado, podemos estudar as políti as s ais, por meio da


relação,

∂Y ∆Y
≈( )M (298)
∂G ∆G

O impa to da políti a s al sobre a taxa de juros pode ser obtida om a


segunda relação,

∂r
( )M = kβ (299)
∂G

Outra forma é al ular antes, os valores de α′ , β , e, DA0


1 1
α′ = = = 2.5(300)


1 − b(1 − t) 1 − 0.8(1 − 0.25)




α′ 2.5
β = = =(301)
kα′ g + l (0.1)(2.5)(800) + 1000





(302)

I.5 Apli ação da políti a s al denida a ima no modelo numéri o do


mer ado de bens e serviços e do Mer ado Monetário.
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 43

(303)


 b = 0.8

(304)

t = 0.25





(305)

g = 800





(306)

k = 0.1





(307)

l = 1.000





M s = M0 (308)

a = 240B (309)






t0 = 1000B (310)







I0 = 1000B (311)






(312)




 G0 = G0

(313)

I.5.1 Exer i ios: 1)Construir a urva IS e a LM


2)Construir a urva da Demanda Agregada de Y=Y(M,G, P= onstante)
3) Construir a urva r=r(G,M, P= onstante)
4)Considere os seguintes valores para M, G.

M s = M = 950B (314)




G0 = 2000B (315)

(316)

A har os valores de equilíbrio para (Y0 , r0 ), e, para os demais valores das


variáveis endógenas.
I.5.2 Considere a seguinte políti a s al expansionista
44

M s = M = 950B (317)




G0 = 2000B (318)





 G1 = 2500B (319)

(320)

Obtenha o impa to numéri o desta políti a s al sobre as variáveis endóge-


nas, omeçando por al ular os novos valores de equilíbrio para (Y1 , r1 ), e,
(
então, para as demais variáveis endógenas.Para usar as relações Y P, G)
M
M
e r( , G),no estudo quantitativo do impa to da políti a s al, fazemos uso
P
das seguintes aproximações

∂Y ∆Y
≈( )M (321)
∂G ∆G

e
∂r ∆r
≈( )M (322)
∂G ∆G
Obtemos essas aproximações da denição de derivadas

∂Y ∆Y
= lim ( )M (323)
∂G ∆G∞ ∆G

Dá origem à aproximação

∂Y ∆Y
≈( )M (324)
∂G ∆G

Lembramdo que
∆Y = Y1 − Y0 (325)
e
∆G = G1 − G0 (326)
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 45

e
∆r = r1 − r0 (327)
e
∆M = M1 − M0 (328)
Portanto, rees revendo
∂Y Y1 − Y0
≈( )M (329)
∂G G1 − G0

∂Y ∆Y α′ l
≈ = lβ = l ′ = (330)
∂G M ∆G kα g + l l
kg + ′
α
ou de modo mais práti o,

∆Y α′ l
( )M = lβ = l ′ = (331)
∆G kα g + l l
kg + ′
α

Y1 − Y0 α l
= lβ = l ′ = (332)
G1 − G0 kα g + l l
kg + ′
α
ou, ainda,
α′ l
Y1 − Y0 = lβ(G1 − G0 ) = l (G1 − G0 ) = (G1 − G0 )(333)
kα′ g + l l
kg + ′
α
ou
α′ l
Y1 = Y0 + lβ(G1 − G0 ) = Y0 + l (G1 − G0 ) = (G1 − G0 )(334)
kα′ g + l l
kg + ′
α
ou

α′ l
Y1 = Y0 + lβ(G1 − G0 ) = Y0 + l (G1 − G0 ) = (500) (335)
kα′ g + l l
kg + ′
α
46

Substituindo os demais valores nesta equação, podemos obter o novo valor


de equailíbrio, para Y1 .
Podemos fazer o mesmo, para a har o valor de equilíbrio de r1 . Como
sabemos que,

∂r r1 − r0
≈( )M (336)
∂G G1 − G0

∆r k.α′
= kβ = (337)
∆G kα′ g + l
De modo mais explí ito,

r1 − r0 k.α′
≈ kβ = (338)
G1 − G0 kα′ g + l

ou

k.α
r1 − r0 ≈ kβ(G1 − G0 ) = (G1 − G0 ) (339)
kαg + l
E, portanto, de modo abstrato,

k.α′
r1 ≈ r0 + kβ(G1 − G0 ) = r0 + (G1 − G0 )(340)
kα′ g + l

Substituindo o impa to s al numéri o do modelo, obtemos

k.α′
r1 = r0 + kβ = r0 + .500(341)
kα′ g + l

Substituindo os valores dos parâmetros, e, também, o valor de r0 , obtido an-


teriormente, podemos al ular o novo valor de equilíbrio para r1 . Completar
omo exer í io.
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 47

I.5.3 Considere o seguinte modelo e onmi o IS-LM linear, um toy model



 b = 0.8 (342)





 t = 0.25 (343)


t0 = 0.0 (344)






g = 100 (345)






k = 0.1 (346)




 l = 0.05 (347)


a = 180B



 (348)


I0 = 1020B



 (349)


G = G0

(350)





M s = M = M0

(351)

Construir as urvas IS e LM do modelo. A har os valores de equilíbrio de Y0 ,


r0 ,e as demais variáveis endógenas do modelo Yd ,C ,D,Sp ,SG , I . Considere os

seguintes valores,



 G0 = 2200B (352)

G1 = 3000B (353)


M0 = 595.5B

(354)

I.5.4 -Estudar o impa to desta políti a s al sobre Y, Yd , C usando duas

abordagens: a apli ação direta das urvas IS e LM uma de ada vez para

as duas políti as e onmi as ou usando os re ursos das urvas da Demanda

Agregada na formulação Y (M, G, P ) e r(M, G, P ) onde P = 1.

AULA 14

O ESTUDO DA POLÍTICA ECONÔMICA: A POLÍTICA MONETÁRIA


48

Relembrando que o mer ado monetário é formado de Oferta, Demanda e

equilíbrio temos

M0

Ms = M =


 (355)


 P
M d = L(Y, r) = k.Y − l.r(356)

M0


Ms =


 = Md (357)
P

Portanto, onstruímos, a urva LM, ou seja, a urva que des reve o lugar

dos pontos, (r, Y ) de equilíbrio do mer ado monetário,

k 1
r= .Y − .M 0 (358)
l lP

Lembrando que P é onstante no urto prazo.

Enquanto a partir do mer ado de bens e serviços, modelo III,

OA = Y

 (359)


DA = C + I + G(360)










 OA = DA (361)





 C(Y d) = a + b.Yd (362)





 Yd = Y − T (363)



 T = −t + t.Y (364)
0



 G = G0 (365)


I(r) = I0 − g.r (366)






D =G−T (367)






Sp = Y d − C (368)






SG = T − G



 (369)


S = Sp + SG

(370)
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 49

Com esse modelo III do mer ado de bens e serviços onstruimos a nova

urva IS



 1)OA = DA (371)


2)Y = C + I + G (372)





3)Y = (a + b.Y d) + I + G (373)


4)Y = a + b.Y d + I0 − g.r + G0 (374)






5)Y = a + b.(Y − T ) + I0 − g.r + G0

(375)

Continuando om o pro esso de onstrução da urva IS, segue-se da relação

anterior pela substituição de T por sua relação,



 6)Y = a + b.(Y − (−t0 + t.Y )) + I0 − g.r + G0 (376)


7)Y = a + b.(Y + t0 − t.Y )) + I0 − g.r + G0



 (377)


8)Y = a + b.Y + b.t0 − b.t.Y + I0 − g.r + G0

(378)



 9)Y − b.Y + b.t.Y = a + b.t0 + I0 − g.r + G0 (379)


10)(1 − b(1 − t))Y = a + b.t0 + I0 − g.r + G0

(380)




1




 11)Y = [a + b.t0 + I0 − g.r + G0 ] (381)
 (1 − b(1 − t))

A urva IS no plano Y, r om as novas denições, α e DA0

DA0 Y
r= − (382)
g α.g

Combinando a urva da LM om a urva IS onstruímos a urva da De-


M M
manda Agregada, Y( , G, T ) e sua asso iada r( , G, T ). Com estas pode-
P P
mos estudar diretamente o impa to da políti a monetária, assumindo que

se trata do ontrole da quantidade de moeda ofertada pela autoridade mon-

etária, M s = M o, na e onomia des rita por esses dois mer ados.


50


M0
Y = lβDA + gβ( )(383)


 0


 P
M


r = kβDA0 − β( ′ ) (384)





 αP

DA0 = a − bT + I0 + G0 (385)

1
α′ =

(386)





 1 − b(1 − t)
α′


β =

(387)





 kα′ g + l

(388)

Assim, o estudo do impa to da políti a monetária - agora, om G on-

stante - portanto, do ontrole de M s, variável exógena, sobre as variáveis

endógenas, Y , r, e, por esta via, nas demais variáveis endógenas, pode ser

expresso, por meio das relações abaixo, obtidas, da demanda agregada,

∂Y ∆Y
( )G ≈ ( )G (389)
∂M ∆M
e

∂r ∆r
( )G ≈ ( )G (390)
∂M ∆M
M
Relembrando relação Y( , G), a Demanda Agregada,
P
Combinando essas equações, podemos, nalmente, obter o impa to da

políti a monetária, M0 para M1 -, isto é da variação da quantidade de moeda


ofertada pela autoridade monetária - sobre a renda, Y,
Uma vez que sabemos, pela análise dos sinais dos parâmetros, que

1 +
α′ = = >0 (391)
1 − b(1 − t) +

α′ +
β= = > 0(392)
kα g + l
′ +
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 51

Segue-se que, o impa to da políti a monetária na renda é dada por

∂Y
( )G = g.β > 0(393)
∂M
ou ainda

∆Y
( )G = g.β > 0(394)
∆M
Onde P é onstante e, no aso, onsideramos P =1
E, o impa to da políti a monetária, sobre a taxa de juros, r, por sua vez,

é dado por

∂r β
( )G = − ′ < 0(395)
∂M α
∆r β
( )G = − ′ < 0(396)
∆M α
Vamos exempli ar o exer í io da apli ação da políti a monetária om o

modelo numéri o, M1,des rito a ima, da ombinação do mer ado de bens e

serviços, IS, e, monetário, LM. O modelo é reproduzido novamente,



 b = 0.8 (397)


t = 0.25 (398)






g1 = 800 (399)






k = 0.1



 (400)


l = 1.000 (401)





M s = M0 (402)


a = 240B (403)






 t0 = 1000B (404)





I0 = 1000B (405)










 G0 = G0 (406)


(407)
52

A primeira etapa onsiste em a har os valores das variáveis endógenas do

equilíbrio deste modelo, (Y0 , r0 ). Na sequên ia a har os valores das demais

variáveis exógenas, Y d , C , T , D , SP , S G . Para en ontrar esses valores a res-

entamos os seguintes valores das variáveis exógenas, M e G. (Vo ê já fez

esse exer í io antes).



 M s = 950B (408)

G0 = 2000B (409)



(410)

Neste ontexto vamos ilustrar a apli ação de uma políti a monetária

expansionista,M1 > M0 , para este objetivo onsidere os seguintes valores

da políti a monetária expansionista,

 s

 M = M0 = 950B (411)

M s = M1 = 1250 (412)


G0 = 2000B (413)

Para obter o impa to desta políti a monetária expansionista sobre r, Y ,


Y d , C , SP , SG podemos al ular os valores de equilíbrio da ombinação

do mer ado de bens e serviços e do mer ado monetário des ritos por IS e

LM, ara terizado por (Y0 , ro ). Em seguida podemos en ontrar os valores no

novo equilíbrio, mas, agora, om M = 1250 eteris paribus om uma nova

ombinação de equilíbrio (Y1 , r1 ), e, das demais variáveis endógenas, Y d, C ,


T , D , Sp , SG , S , neste novo equilíbrio.

Por outro lado, podemos adotar um outro meio que é o uso das relações
M M
obtidas da DA om Y( ), G) e r( , G) lembrando que a AS é des rita,
P P
por exemplo, P =1

∂Y ∆Y
( )G ≈ ( )G = gβ (414)
∂M ∆M
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 53

∂r ∆r β
( )G ≈ ( )G = − ′ (415)
∂M ∆M α
Lembre-se que

∆Y = Y1 − Y0 (416)

∆r = r1 − r0 (417)

∆M = M1 − M0 (418)

A solução deste exer í io onsiste em a har ini ialmente Y 1 , r1 ) pela apli-

ação das equações a ima em ombinaçoes om estas últimas,

Como já vimos, a ima,


∆Y
( )G = gβ (419)
∆M
Que podemos rees rever omo

Y1 − Y0
= gβ (420)
M 1 − M0
e,

Y1 − Y0 = gβ(M1 − M0 )(421)

Como sabemos que

M1 − M0 = 1250 − 950 = 300B (422)

Substituimos os valores de Y0 , g , e β dados pelo modelo M1 para obter Y1

Y1 = Y0 + gβ(M1 − M0 ) = Y0 + g.β.300(423)

e, fazemos o mesmo para a determinação da nova taxa de juros de equilíbrio,

r1
Com,
54

∆r β
( )G = − ′ (424)
∆M α

Que podemos rees rever omo

r1 − r0 β
= − ′ (425)
M1 − M0 α

Que podemos rees rever omo

β
r1 − r0 = − (M1 − M0 )(426)
α′

β
r1 = r0 − 300(427)
α′

Substituindo os valores do modelo nesta equação podemos determinar o

novo valor de equilíbrio para r1 . Usando os valores de (Y1 , r1 ) determinamos

os demais valores para as variáveis exógenas do modelo.

ESTUDO DA POLÍTICA ECONÔMICA, FISCAL E MONETÁRIA, COM

O RECURSO DAS APLICAÇÕES DE MODELOS NUMÉRICOS

Considere agora um novo modelo e onmi o IS-LM linear, um toy model,

M2, des rito omo


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 55

(428)


 b = 0.8

(429)

t = 0.25





(430)

t0 = 200





(431)

g = 800





(432)

k = 0.08





l = 1000 (433)

a = 200B (434)






I0 = 480B (435)







G = G0 (436)






M s = M0 (437)






(438)

P =1

Na primeira etapa ini iamos por onstruir as urvas IS e a LM do modelo,


M M
e, então, as relações Y ( , G), e, r( , G)
P P
Na segunda etapa, om os re ursos, da IS ,LM, a hamos os valores de
equilíbrio das variáveis endógenas, Y0 , r0 ,e as demais variáveis endógenas do
modelo Yd ,C , T ,D,Sp ,SG , I .
Como já men ionado, há dois modos, o primeiro, é al ular o equilíbrio
para, os valores (M0 , G0 ), e então, para os valores (M0 , G1 ), eparaosdemaisvaloresdasendgenas.
M M
O segundo é fazer uso das relações Y ( , G) e r( ) e do impa to da
P P
políti a s al sobre as variáveis endógenas, en ontrando o novo equilíbrio do
mer ado, para, (Y1 , r1 ), e, os valores das demais variáveis endógena, a partir
do equilíbrio anterior, om o uso de
∂Y ∆Y
( )G ≈ ( )G = gβ (439)
∂M ∆M
e
∂r ∆r β
( )G ≈ ( )G = − ′ (440)
∂M ∆M α
56

Como foi feito anteriormente.

A POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA NO MODELO M2

Considere, agora, a seguinte políti a monetária expansionista, om os


valores,

G0 = 1000B (441)




M0 = 200 (442)

M1 = 250B (443)





(444)

Novamente, seguimos o roteiro que apli amos no estudo da políti a s al


expansionista.
A primeira etapa que se espera na elaboração de modelo e onmi o é
expressá-lo por meio de um sistema de equações omo uma ombinação de
suas variáveis e parâmetros relevantes. Essa etapa foi realizada anteriormente
o que originou a onstrução de suas prin ipais relações de equilíbrio, a urva
IS, o lugar geométri os dos pares (r, Y ) de equilíbrio do mer ado de bens e
serviços, assim, omo a urva LM, o lugar geométri o dos partes (r, Y ) de
equilíbrio do mer ado monetário.
A segunda etapa é a de en ontrar o estado de equilíbrio do modelo que
onsiste na ombinação do mer ado de bens e serviços e do mer ado mon-
etário. Para isso vamos rees rever as equações IS, LM e seus omponentes,
ujos sinais são men ionados a ima.
A urva IS desenvolvida a ima é dada, omo já vimos inúmeras vezes, por

DA0 1
r= − ′ Y (445)
g αg
Enquanto seu omponente DA0 , a demanda autnoma, é omposto por
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 57

DA0 = a + bt0 + I0 + G0 (446)

e pelo multipli ador keynesiano,

1
α′ = (447)
(1 − b(1 − t))

Substituindo os valores numéri os do toy model,M2, temos a versão numéri a

da IS para esse modelo, omeçando om ada um dos omponentes, a ima

DA0 = 200 + 0.8(200) + 480 + 800 = 1640 (448)

e
1 1 1
α= = = = 2.5 (449)
(1 − b(1 − t)) 1 − 0.8(1 − 0.25) 0.4
Portanto, inserindo esses resultados na IS, junto om o valor numéri o de

outros parâmetros, obtemos

DA0 1 1640 1 1
r= − ′ .Y = −( .Y ) = 1.85 − (450)
g α .g 800 2.5(800) 2000
O que resulta na IS

r = 2.05 − 0.0005Y (451)

Consideramos agora, a urva LM, também já obtida inúmeras vezes,

k 1
r= .Y − M 0 (452)
l l.P
Substituindo os valores numéri os do modelo, en ontramos,

k 1 0.08 1
r= .Y − M0 = Y − (200) (453)
l l.P 1000 (1000)(1.0)
Fazendo as ontas, temos que a LM

r = 0.00008.Y − 0.2 (454)


58

Temos assim as duas relações da e onomia keynesiana para o modelo M2

formando duas equações om duas in ógnitas, (r, Y )

(
r = 2.05 − 0.0005Y (455)

r = 0.00008.Y − 0.2(456)

Resolvendo esse sistema de equações para (r,Y) temos

Y0 = 3879.31 (457)

r0 = 2.05 − 1.94 = 0.11034 (458)

Ou, r0 = %11.03

Desta forma, pode-se ver laramente, que dada as variáveis exógenas,

G0 = 800 e M0 = 200B , e, os valores dos parâmetros, obtemos para os valores


de equilíbrio dos mer ados des ritos pelas variáveis endógenas, r0 = 0.11034,
portanto, r0 = %11.034 e Y = 3879.31B de renda.

Com estes resultados, podemos al ular os valores numéri os das demais

variáveis endógenas, por exemplo, T = 769.825, e, portanto, também, o valor


de Yd = Y − T = 3109.485, e, om este o valor do onsumo neste modelo,

isto é, C = a + b.Yd = 2320. Deixamos para ser feita as demais variáveis

endógenas. De modo sintéti o e explí ito,


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 59

T = −t0 + t.Y = −200 + 0.25(3879.3) = 769.825B (459)






Yd = Y − T = 3879.31 − 769.825 = 3109.485 (460)






C = a + b.Yd = 200 + 0.8(3109.485) = 2687.588 (461)






(462)

D = G − T = 800 − 769.825 = 30.175






I = I0 − gr = 480 − 800(0.1103) = 480 − 88.24 = 391.76 (463)

Sp = Yd − C = 3109.485 − 2687.588 = 421.897 (464)






SG = T − G = −30.175 (465)






S = Sp + SG = 421.897 − 30.175 = 391.722 (466)






(467)

S=I
Como podemos notar, o fato de en ontrarmos que S = I fun iona omo uma
prova de que os resultados que obtemos são onsistentes.

A POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA NO MODELO M2

Em seguida estudamos para omeçar om o impa to da seguinte políti a


s al expansionista, om os seguintes valores,

(468)


 G0 = 800B

M0 = 200 (469)

(470)

G1 = 1000B

Como já men ionamos, podemos estudar as políti as e onmi as refazendo


os mesmos ál ulos para o novo modelo in orporando a políti a e onmi a
s al que altera G0 = 800B para G1 = 1000B , e, portanto, onstruindo
o modelo M 2∗ onde se registra a mudança abaixo, mas, agora, no modelo
original M2.
Mas, nesta etapa, vamos explorar as políti as e onmi as que podem ser
apli adas a partir do modelo M2 om a alteração de G0 para G1 om os
re ursos das novas equações Y (G, M, T ), e, r = r(G, M, T ).
60

Desta forma, reiteramos que vamos fazer, agora, uma políti a s al ex-
pansionista, Guparrow e que podemos fazer de duas maneiras:
1)a primeira maneira é direta, pela onstrução, om o novo valor G1 , das
duas equações fundamentais da e onomia keynesiana, a equação IS e a LM.
Na verdade, pre isamos nos preo upar apenas om a onstrução da IS, uma
vez, que a alteração de G afeta apenas a IS, atraves da mudança no DA0 .
Para visualizar essa mudança podemos rees rever o DA0 , isolando o G,
em duas partes, uma, DA−G sem o G, e, a outra, apenas o G. Assim

DA0 = DA−G + G (471)

onde
DA−G = a + bt0 + I0 (472)

Seguindo o mesmo roteiro anterior, en ontramos os novos valores de equi-


líbrio para esse novo modelo da e onomia, om G1 , ou seja, en ontramos,
(r1 , Y1 ).
A políti a s al é expressa por ∆G = G1 −G0 . O impa to sobre os valores
de equilíbrio (r, Y ) é obtido al ulando ∆Y = Y1 − Y0 e ∆r = r1 − r0 .
2) a segunda maneira é usar das equações Y(G,M,P) e r(G,M,P), om
P = 1, que obtivemos pela eliminação de r, e, depois, de Y das equações IS
e LM. E, essa é o fo o da presente seção.
O roteiro para estudar a políti a s al expansionista, a partir do desen-
volvimento da e onomia keynesiana que zemos anteriormente, é omo se
segue.
O ponto de partida é dado pelas equações, Y = Y (G, M, T ) e r =
r(G, M, T ), que obtivemos das urvas IS e LM, e, que, sem medo de ex-
agerar, reproduzimos novamente,
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 61

M0
Y = lβDA0 + gβ( ) (473)


P
k M
r=( )(αDA0 − )(474)


kαg + l kP

Aqui, para  ar laro, de ompomos a DA0 em duas partes, para isolar o


G elemento entral desta políti a s al,

DA0 = DA−G + G (475)

Não esque endo que

DA−G = a + bt0 + I0 (476)

e também que

α
β= (477)
kαg + l
Com estes re ursos já apresentados, podemos ontinuar om o roteiro da
apli ação da políti a s al.
Vimos a ima que o impa to da políti a s al, om base no uso dos gastos
do governo, isto, e G, é dado por, em termos matemáti os,

∂Y
( )M (478)
∂G
Como men ionado a ima a Demanda Agregada é uma relação P(Y) que
é dada por

M0
Y = lβDA0 + gβ( ) (479)
P
Contudo, sabemos que no modelo keynesiano, os preços são pegajosos,
e, onsiderados onstantes, no urto prazo, que assumimos P = 1. Desta
forma, temos uma relação Y = Y (M, G). Assim, o impa to de uma políti a
s al expansionista, omo é o aso desta ilustração des rita abaixo,
62

∂Y 1
( )M = (480)
∂G kg
((1 − b(1 − t)) + )
l
pois,

∂DA0 ∂DA−G ∂G
( )M = ( )M + ( )M = 0 + 1 = 1 (481)
∂G ∂G ∂G
Substituindo os valores dis riminados no modelo, temos

∂Y 1
( )M = = 2.2439 (482)
∂G 0.1(100)
((1 − 0.8(1 − 0.25)) + )
1000
Uma mudança de uma unidade nos gastos, G, ou seja, 1B = 1000M tem
o impa to de apenas 2.2439B na renda Y.
Contudo, podemos avaliar o total deste impa to, transformando a derivada,
em diferenças nitas,

∂Y ∆Y
( )M ≈ ( )M (483)
∂G ∆G
e
∂r ∆r
( )M ≈ ( )M (484)
∂G ∆G
Lembre-se que
∆Y = Y1 − Y0 (485)

e
∆G = G1 − G0 (486)

e
∆r = r1 − r0 (487)

Assim, podemos al ular, o novo equilíbrio, des rito por (r1 , Y1 ), om os


re ursos a ima,
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 63

Y1 − Y0
= lβ (488)
G1 − G0
ou
Y1 = Y0 + lβ(G1 − G0 ) (489)

Cal ulando o valor de β

α 2.5 2.5
β= = = = 0.00215 (490)
kαg + l 0.08x2.5x800 + 1000 1160
temos então
Y1 − Y0
= lβ = 1000x0.00215 = 2.15 (491)
G1 − G0

Portanto,

Y1 = Y0 + lβ(G1 − G0 ) = 3879.31 + 2.15(200) = 3879.31 + 430 = 4309.31


(492)
Com os ál ulos e valores dados temos também a taxa de juros

r1 − r0
= kβ = 0.08x0.00215 = 0.000172 (493)
G1 − G0

r1 − r0 = kβ(G1 − G0 ) = 0.000172(200) = 0.0344 (494)

r1 = r0 + kβ(G1 − G0 ) = 0.11034 + 0.0344 = 0.14474 (495)

Vamos he ar esses resultados,o que zemos nos iní io, substituindo o


novo valor da variável exógenal G = 1000 direto nas duas equações resul-
tantes da IS e LM, e a hando os valores de (r1 , Y1 ) de equilíbrio,
Rees revendo as urvas IS e LM om esse novo valor de G = 1000, que
sabemos que altera o DA0 = 1640 para DA0 = 1840. Portanto, a nova IS
 a
64

DA0 1 1840 1 1
r= − .Y = −( .Y ) = 2.3 − (496)
g α.g 800 2.5(800) 2000

O que resulta na IS
r = 2.3 − 0.0005Y (497)

Contudo, a LM não se altera, pois não depende de G, assim, temos a


mesma da situação anterior, ou seja,

k 1 0.08 1
r= .Y − M0 = Y − (200) (498)
l l.P 1000 (1000)(1.0)
Fazendo as ontas, temos que a LM

r = 0.00008.Y − 0.2 (499)

Temos portanto, o sistema de equações,

(500)
(
r = 2.3 − 0.0005Y
r = 0.00008.Y − 0.2 (501)

Cuja solução nos dá os novos valores de r1 = 0.1448 e de Y1 = 4310.34


que são aproximadamente os mesmos obtidos anteriormente a ima.
Mas, vamos mostrar ainda outra maneira de se obter o impa to da políti a
s al (na verdade, todas são as mesmas), agora, apli ando diretamente, as
equações Y = Y (G, M, T ), r = r(G, M, T ). Com essas equações,

M0
Y = lβDA0 + gβ( ) (502)
P

M
r = kβDA0 − β( ) (503)
αP
Onde
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 65

DA0 = a + bt0 + I0 + G0 (504)


e

α
β= (505)
kαg + l
Como já vimos a substituição dos valores dos parãmetros, obtemos o valor
de

β = 0.002155 (506)
Portanto, para o aso, da políti a s al, que elevou os gastos, de G0 = 800,
para G1 = 1000

DA0 = 200 + 0.8(200) + 480 + 1000 = 1840 (507)


Enquanto, para o aso da políti a ini ial, onde G0 = 800 tinhamos
DA0 = 200 + 0.8(200) + 480 + 800 = 1640 (508)
Sabemos que α = 2.5, e, que P = 1. Substituindo estes valores nas
equações a ima junto om os valores dos parâmetros do modelo M2, temos
Para o aso ini ial, sem políti a s al ja vimos que renda Y0

Y0 = (1000)(0.002155)(1640)+0.002155(800)(200) = 3534.48+344.8 = 3879.28


(509)
Que é exatamente o valor que tinhamos obtido a ima pela solução das
equações da IS e LM.
Agora, onsiderando aso da políti a s al, Y1

Y1 = (1000)(0.002155)(1840)+0.002155(800)(200) = +0.44(800) = 3965.2+344.8 = 4310


(510)
66

E, da mesma forma, al ulando a taxa de juros, na situação ini ial, G0 =


800B

r0 = (0.08)(0.002155)(1640)−((0.00215)(200)/2.5) = 0.2827−0.1724 = 0.1103


(511)
E, a nova taxa de juros, sob o impa to, da políti a s al, temos

r0 = (0.08)(0.002155)(1840)−((0.002155)(200)/2.5) = 0.3172−0.1724 = 0.1448


(512)
Portanto, se o PIB subiu de 3879.3B para 4310B , a taxa de juros subiu
de 11.03 (por ento) para %14.48
Mostramos, por meio de duas abordagens (que no fundo são as mesmas-
por meio da IS e LM, e, por meio, da Y (G, M ) e r(Y, M ), que esses resultados
são bastante razoáveis e diferem pou o, por possíveis aproximações que ze-
mos nos ál ulos.
Podemos ainda he ar usando o oe iente do impa to que en ontramos
anteriormente, omo dado por,
∂Y 1
( )M = = 2.2439 (513)
∂G 0.1(100)
((1 − 0.8(1 − 0.25)) + )
1000
Apli ando esse oe iente no impa to da politi a s al, ∆G = 200
∂Y
∆Y ≈ (( )M )∆G (514)
∂G
Obtemos

∆Y ≈ 2.2439(200) = ∆Y ≈ 448.78 (515)

O que signi a que

∆Y = Y1 − Y0 = 448.78 (516)
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 67

Portanto,

Y1 = Y0 + 448.78 = 3879.28 + 448.78 = 4328.06 (517)


O que nao é muito diferente do valor que obtivemos antes, Y1 = 4310
Essa diferença vem desta aproximação

∂Y
∆Y ≈ (( )M )∆G (518)
∂G
Ela é tão mais exata quando menor for ∆G se aproximando da denição
de derivada
∂Y ∆Y
= lim∆G→0 ( ) (519)
∂G ∆G
APLICAÇ O DA POLITICA MONETÁRIA NO MODELO 2

Seguindo o mesmo roteiro da apli ação da políti a s al, agora, para a


políti a monetária, retomamos o Modelo 2 des rito a ima.
Relembramos que para os dados ini iais, temos as equações da IS e LM as-
sim omo os valores de equilíbrio do mer ado de bens e serviços e do mer ado
monetário,
Portanto, inserindo os dados do modelo na fórmula da IS obtemos

DA0 1 1640 1 1
r= − .Y = −( .Y ) = 1.85 − (520)
g α.g 800 2.5(800) 2000
O que resulta na equação da IS

r = 2.05 − 0.0005Y (521)

Consideramos agora, a urva LM, na equação 39,

k 1
r= .Y − M0 (522)
l l.P
68

Substituindo os valores numéri os do modelo, en ontramos,

k 1 0.08 1
r= .Y − M0 = Y − (200) (523)
l l.P 1000 (1000)(1.0)
Fazendo as ontas, temos que a LM

r = 0.00008.Y − 0.2 (524)

Temos assim as duas relações da e onomia keynesiana para o modelo M2


formando duas equações om duas in ógnitas, (r, Y )

(525)
(
r = 2.05 − 0.0005Y
r = 0.00008.Y − 0.2 (526)

Resolvendo esse sistema de equações para (r, Y ) temos

Y0 = 3879.31 (527)

e
r0 = 2.05 − 1.94 = 0.11034 (528)

Ou, r0 = %11.03
Desta forma, pode-se ver laramente, que dada as variáveis exógenas,
G0 = 800 e M0 = 200B , e, os valores dos parâmetros, obtemos para os valores
de equilíbrio dos mer ados des ritos pelas variáveis endógenas, r0 = 0.11034,
portanto, r0 = %11.034 e Y = 3879.31B de renda.
Consideramosa a ima a seguinte políti a monetária expansionista M ↑
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 69

(529)


 G0 = 800B

(530)

M0 = 200



 M1 = 250B (531)

(532)

Vamos analisar o impa to desta políti a monetária de duas maneiras, uma


direta, pela substituição destes valores nas equações da IS e LM, e, depois,
substituindo esses valores nas equações da Demanda Agregada na formu-
lação da Y = Y (M, G) e r=r(G,M) ou diretamente nas fórmulas derivadas.
Começando que as equações da iS e LM,e, substituindo os valores para G
e M, mas, agora, om M1 = 250, enquanto G = G0 = 800 é mantido on-
stante. Como apenas M muda de M0 = 200 para M1 = 250B , a urva IS nao
se altera, e, podemos es rever,

r = 2.05 − 0.0005Y (533)


Enquanto a LM se altera, se tornando, pela dos valores numéri os do
modelo, lembran do a mudança na quantidade monetária,
k 1 0.08 1
r= .Y − M0 = Y − (250) (534)
l l.P 1000 (1000)(1.0)
Fazendo as ontas, temos que a LM, sob essa nova políti a monetária, se
torna,
r = 0.00008.Y − 0.25 (535)
Portanto, a e onomia keynesiana sob o modelo M2 é representada pelas
equações IS e LM

(536)
(
r = 2.05 − 0.0005Y
r = 0.00008.Y − 0.25 (537)
70

Resolvendo esse sistema de quações para (r, Y ) temos

Y1 = 3965.51 (538)
assim omo
r1 = 2.05 − 1.9827 = 0.0672 (539)
Ou, r1 = 6.72%(por ento)
Podemos observar que o impa to da políti a monetária expansionista de
M0 = 200para M1 = 250 na taxa de juros, foi, omo esperado, de, diminuir a
taxa de juros de r0 = 0.1103 para r1 = 0.0672, da qual, já podemos ante ipar,
um aumento do investimento, e, portanto, da renda, o que veri amos a ima,
pelo novo valor da renda, antes de Y0 = 3879.31 para agora, Y1 = 3965.51,
produzindo um impa to na taxa de juros de

∆r = r1 − r0 = 0.06724 − 0.11034 = −0.04309 (540)


Mostrando uma queda na taxa de juros.

∆Y = Y1 − Y0 = 3965.51B − 3879.31B = 86.20B (541)


O me anismo de transmissão dessa políti a monetária expansionista, M ↑
foi de fazer a taxa de juros air r ↓, a qual, por sua vez, faz om que o
investimento aumenta I ↑, e, este fazendo om que a produção e a renda
aumenta Y ↑. Vamos omparar o investimento antes e agora sob o impa to
dessa políti a monetária.

I = I0 − g.r0 = 480 − 800(0.11034) = 480 − 88.272 = 391.728 (542)

E, agora, om uma taxa de juros menor, temos

I = I0 − g.r0 = 480 − 800(0.06726) = 480 − 53.808 = 426.192 (543)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 71

Fi a laro que a políti a monetária expansionista aumentou o investi-


mento que por sua vez impa tou positivamente na produção e na renda.
Outra maneira de al ular o impa to dessa políti a monetária é ir di-
retamente para as formulas que obtivemos derivadas da demanda agregada
Y=Y(G,M), ou seja,

∂r β
( )G = − (544)
∂M α
Mas, omo

∂r ∆r
( )G = ( )G (545)
∂M ∆M

∆r β
( )G = − (546)
∆M α
Como os parâmetros do modelo não se alteraram, sabemos que

(547)
(
α = 2.5
β = 0.002155 (548)
Portanto,

∆r r1 − r0 β 0.00215
( )G = =− = = −0.00086 (549)
∆M M1 − M0 α 2.5

Em seguida, fazendo

r1 − r0 = −αβ(M1 − M0 ) = −0.00086(M1 − M0 ) = −0.00086(50) = −0.043


(550)
Finalmente,
72

r1 = r0 − 0.043 = 0.11034 − 0.043 = 0.06734 (551)

Que é o mesmo valor que obtivemos, al ulando diretamente pelas equações

da IS e LM.

Podemos fazer o mesmo para o ál ulo do impa to da políti a monetária

na renda e produção om os re ursos das equações,

∆Y
( )G = gβ (552)
∂M

Ou

Y1 − Y0
( )G = gβ (553)
M1 − M0

Como onhe emos o valor de ambos os parâmetros,

(
g = 800 (554)

β = 0.002155 (555)

Y1 − Y0
( )G = gβ = 800(0.002155) = 1.724 (556)
M1 − M 0
Portanto,

Y1 − Y0 = 1.724(M1 − M0 ) = 1.724(50) = 86.2 (557)

Finalmente, podemo en ontrar a nova renda

Y1 = Y0 + 86.2 = Y0 = 3879.31 + 86 = 3965.51 (558)


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 73

Que é exatamente o mesmo valor que obtivemos anteriormente para a

nova renda de orrente do impa to da políti a monetária expansionista.

AULA 15

GENERALIZAÇ O DO MODELO KEYNESIANO

O pro esso de generalização omeça, em termos didáti os, reformulando

o modelo linear. Para tal rees revemos o modelo keynesiano na forma linear

para os dois mer ados, de bens e serviço assim omo do monetário.

Lembrando que o mer ado de bens e serviço era des rito pelas seguintes

equações

OA = Y

 (559)


DA = C + I + G (560)










 OA = DA (561)





 C(Y d) = a + b.Yd (562)





 Yd = Y − T (Y ) (563)


 T (Y ) = −t + t.Y (564)

0



 G = G0 (565)


I(r) = I0 − g.r (566)






D =G−T (567)






Sp = Y d − C (568)






SG = T − G (569)






S = Sp + SG (570)

Reorganizando as equações a ima sob a ondição do equilíbrio do mer ado

de bens e serviço, temos,


74

(571)

1)OA = DA


(572)

2)Y = C + I + G





3)Y = (a + b.Y d) + I + G (573)

(574)

4)Y = a + b.Y d + I0 − g.r + G0






5)Y = a + b.(Y − T (Y )) + I0 − g.r + G0 (575)

A última relação pode ser rees rita, de modo mais geral, omo

Y = C(Yd ) + I(r) + G (576)

Da mesma maneira Rees revemos para o mer ado monetário,


 s
M M0
= (577)



 P P


M d = L(Y, r) (578)

Ms


= Md (579)



P

E, de modo geral,

M
= L(Y, r) (580)
P
Combinando as duas equações formamos a generalização do modelo Key-
nesiano,


 Y = C(Y d) + I(r) + G(581)

M

= k.Y − l.r (582)


 P
(583)

P = cte
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 75

ou



 Y = C(Y − T (Y )) + I(r) + G (584)

M

= L(Y, r) (585)


 P
(586)

P = cte
Rees revendo mais uma vez, obtemos



 Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G = 0 (587)

M

− L(Y, r) = 0 (588)


 P
(589)

P = cte = 1

Novamente, rees revemos para maior lareza ambas equações, a IS e a LM


em termos lineares seguindo o padrão a ima,



 Y (1 − b(1 − t)) + a − bd − I0 + gr − G0 = 0 (590)

M

− k.Y + l.r = 0 (591)


 P
(592)

P = cte = 1
Não esque endo que onsideramos todas os parâmetros positivos, e, que
0 < b < 1. Todas as duas reformulação tem a forma mais geral dada por


1
(593)
F (Y, r, G, M ) = 0

 F 2 (Y, r, G, M ) = 0 (594)

(595)

P = cte
76

Ou seja, a funções F 1 (Y, r, G, M ) e F 2 (Y, r, G, M ). Estas ontem todas as


variáveis relevantes do problema ex eto pelos parâmetros que são onsid-
erados xo, pois, trabalhamos no urto prazo. As variáveis relevantes são
de ompostas em dois grupos, as variáveis endógenas, (Y, r), e, as variáveis
exogenas, (G, M ), e, podemos também men ionar, omo variáveis exógenas,
as alíquotas, d e t.
Podemos notar também, a partir do modelo linear, as seguintes ondições,



 Lr <0 (596)


LY >0 (597)






 Ir <0 (598)

 TY

 >0 (599)


CY >0 (600)






(601)

A demanda por moeda, no modelo linear, foi dada por

L(Y, r) = kY − lr (602)

Podendo notar, por analogia om o modelo linear que,


∂L
LY = =k>0 (603)


∂Y
∂L
 Lr = = −l < 0 (604)


∂r

E, do mesmo modo, para o mer ado de bens e serviços


0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 77

 
∂C ∂C ∂Yd

 CY = = = CYd (1 − TY ) > 0 
 (605)
∂Y ∂Yd ∂Y

 


 

∂C

 

C Yd = =b>0 (606)

 

 



 ∂Yd 



∂T
TY = =t>0 (607)


 ∂Y 


 ∂Y d ∂(Y − T ) ∂Y ∂T 
(608)
 
= = − = (1 − T ) = (1 − t) > 0
 
y
 
∂Y ∂Y ∂Y ∂Y

 


 

 ∂I 
(609)
 
Ir = = −g < 0

 

∂Y

Desta forma, temos agora, o novo modelo generalizado para a e onomia


keynesiano,
Usando os resultados temos o mer ado de bens e serviço des rito por sua
equação e ondições, a partir do qual onstruimos a equação da IS



 Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G = 0 (610)


Ir < 0 (611)





TY > 0 (612)


CY > 0 (613)






(614)

O mer ado monetário om sua equaçao e ondições dá origem à on-


strução da LM
78


M

 − L(Y, r) = 0 (615)
P




(616)

P = cte =1




 Lr < 0 (617)

(618)

LY > 0





(619)

Ou ombinando as duas para onstruir o sistema da IS LM

(620)


 Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G =0

M

(621)

− L(Y, r) =0


P
P = cte =1 (622)






(623)

Com as ondições

(624)
 

 Lr < 0 
 
(625)
 
LY > 0 

 

 

 
(626)
 
Ir < 0 

 



 TY > 0 
 (627)
 
(628)
 
C Yd > 0CY = CYd (1 − TY ) > 0 

 

 


 

(629)
 

A METODOLOGIA DA ESTÁTICA COMPARATIVA E A ECONOMIA


KEYNESIANA// O TEOREMA DA FUNÇ O IMPLICITA

Neste ponto, vamos introduzir a prin ipal metodologia para organizar e


pensar as onsequên ias de modo abstrato e geral, parti ularmente, no que
diz respeito às políti as e onmi as, s al e monetária, a metodologia da
Estáti a Comparativa ujo elemento entral é o teorema da função impli ita.
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 79

Como ponto de partida onsideramos a teoria e onmi a omo formulado


por um sistema de equações omposta de variáveis exógenas, endógenas e
parâmetros. Consideramos que o sistema de equações preen hem ondições
que garantem a existên ia de um ponto de equilíbrio.
O objetivo da estáti a omparativa é estudar o impa to da variação das
variáveis exógenas ou dos parâmetros sobre a variação das variáveis endó-
genas de um modelo.Em termos de teoria e onmi a o objetivo é des obrir
omo os valores de equilíbri das variáveis endógenas de um modelo se alteram
em resposta às mudanças nas variáveis ou parâmetros exógenos. Desta forma,
pro ura-se obter as taxas de mudanças das variáveis endógenas do equilíbrio
de orrente das mudanças nas variáveis exógenas ou parâmetros que apare em
nas teorias. O instrumento matemáti o para formalizar a estáti a ompara-
tiva é o teorema da função implí ita.
Variáveis exógenas:

X = (x1 , x2 , . . . , xm ) (630)
Variáveis endógenas:

Y = (y1 , y2 , y3 , . . . , yn ) (631)
Vamos onsiderar a teoria e onmi a des rita pelo sistema de equações

(632)
 1

 F (y1 , y2 , . . . , yn , x1 , x2 , . . . , xm ) =0

(633)

 F 2 (y1 , y2 , . . . , yn , x1 , x2 , . . . , xm ) =0

f colorboxblueyellow


 ... (634)

(635)

F n (y1 , y2 , . . . , yn , x1 , x2 , . . . , xm ) =0

Se:

1. as funções F 1 , . . . , F n tem derivadas par iais ontínuas


80

2. e existe um ponto (y10 , y20 , . . . yn0 , x10 , x20 , . . . , xm0 ) que satisfaz o sis-
tema de equações e tal que a matriz ja obiana obtida neste ponto é
diferente de zero, ou seja,

∂F 1 ∂F 1 ∂F 1
 
...
 ∂y1 ∂y2 ∂yn 
∂F 2 ∂F 2 ∂F 2
 
 
 ... 

 ∂y1 ∂y2 ∂yn 
 6= 0

 ... 

 ∂F n ∂F n ∂F n 
...
∂y1 ∂y2 ∂yn (y10 ,...,yn0 ,x10 ,x20 ...,xm0 )

Assim, preen hidos os requisitos do teorema da função impli ita, podemos


resolver a equação a ima para uma vizinhança do ponto de equilíbrio, e, então
estudar em torno desse ponto por meio do método da estáti a omparativa
uma políti a e onmi a (s al e monetária).
Seja o ponto de equilíbrio des rito pelas variaveis endógenas

y10 , y20 , . . . , x10 , . . . , xm0 ) (636)


Cal ulada no ponto des rito por

(x10 , x20 , x30 , . . . , xm0 ) (637)


Ponto este que faz o ja obiano do sistema, men ionado a ima, no teorema,
ser diferente de zero. Na vizinhança deste ponto, vale a seguinte relação entre
variáveis endógenas e exógenas.

(638)


 y1 =y1 (x1 , x2 , . . . , xm )

(639)

 y2 =y2 (x1 , x2 , . . . , xm )



 ... (640)

(641)

yn =yn (x1 , x2 , . . . , xm )

0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 81

Com estas ondições preen hidas, estamos prontos para onstruir a seguinte
representa ao matri ial das equações a ima para a abordagem da estáti a
omparativa
∂F 1 ∂F 1 ∂F 1  ∂y1  −∂F 1
   
 ∂y1 ...
 2 ∂y2 ∂yn   ∂x1    ∂x1 2 

 ∂F ∂F 2 2
∂F   ∂y2   −∂F 
 
 ...    
 ∂y1
 ∂y2 ∂yn  ∂x 1  =  ∂x1 
 
 ...  ...    ... 
    
 ∂F n ∂F n ∂F n  ∂yn  −∂F n 
...
∂y1 ∂y2 ∂yn ∂x1 ∂x1
Vamos apli ar essa estrutura da estáti a omparativa para estudar o mod-
elo generalizado de Keynes. Em termos das variáveis endógenas, (Y, r), e das
variáveis exógenas, (G, M ), de nosso sistema ma roe onmi o, podemos ree-
s rever o modelo keynesiano na estrutura a ima, agora, om uma matriz dois
por dois formada por duas equações

(642)


 F 1 (Y, r, G, M ) = Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G =0

M

F 2 (Y, r, G, M ) = − L(Y, r) =0 (643)


 P
(644)

O estado de equilíbrio do mer ados de bens e serviços e monetário


O primeiro passo é en ontrar o estado de equilíbrio do sistema e onmi o
des rito pelo modelo. Pressupõe-se a existên ia de um estado de equilíbrio,
denido pelas variáveis endógenas (y, r), ou seja, (Y0 , r0 ), sob as ondições
dadas pelas variáveis exógenas (G0 , M0 ), tal que,

(645)


 Y0 − C(Y0 − T (Y0 )) − I(r0 ) − G0 =0

M0

− L(Y0 , r0 ) =0 (646)


 P
(647)

P = cte =1
82

ESTUDO DO IMPACTO DA POLÍTICA FISCAL: ESTUDO DO


IMPACTO DE G SOBRE A RENDA, Y

Passamos, então, à apli ação da metodologia da estati a omparativa


para estudar esse impa to da políti a s al G sobre a renda Y.
No teorema da função impli ita des rita a ima, vamos nos restringir a
duas variáveis exógenas e duas endógenas, portanto,
∂F 1 ∂F 1
 
∂y1 −∂F 1
  
 ∂y ∂y2 
 12   ∂x1  =  ∂x1 
 ∂F ∂F 2   ∂y2   −∂F 2 
∂y1 ∂y2 ∂x1 ∂x1

Agora, podemos identi ar

y1 = Y (648)




y2 = r (649)






(650)

x1 = G
F 1 (Y, r, G, M ) = Y − C(Y − T (Y )) − I(r) − G = 0 (651)






 M
F 2 (Y, r, G, M ) = (652)

− L(Y, r) = 0


P

Agora, em termos das variáveis exógenas e endógenas,


 
Y r 
∂Y
 
∂F 1

 1 ∂F 1 1 (
∂F   )M −( ∂G )M 

fbox 

F
∂Y2
  ∂G 
∂r2  ∂r  =  ∂F 2 
( ) −( )M
2 ∂F ∂F
  M
F ∂G ∂G
∂Y ∂r
Assim, rees revendo o teorema da função impli ita em termos da e ono-
mia keynesiana para o estudo impa to da políti a s al G sobre a renda Y ,
esta  a é representada pela matriz,
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 83

 
∂F 1
  
Y ∂Y
r
 ( )M −( ∂G )M 
∂G 

F 1 (1 − CYd (1 − TY )) −Ir  =  ∂F 2 
  ∂r
 
( )M −( )M
F2 −Ly −Lr ∂G ∂G
 

Y r∂Y " #

F 1

∂G  1
   ∂r  = 0
(1 − CYd (1 − TY )) −Ir 
F2 −LY −Lr ∂G

Usando a regra de Cramer para a solução do sistema de equações expresso

na representação matri ial obtemos,


1 −I
r

∂Y 0 −Lr
=
∂G (1 − C (1 − T )) −I
Yd Y r



−LY −Lr

∂Y −Lr
( )M = (653)
∂G −Lr (1 − CYd (1 − TY )) − Ir LY

∂Y −Lr
= (654)
∂G I r LY
−Lr ((1 − CYd (1 − TY )) + )
Lr
∂Y 1
( )M = (655)
∂G I r LY
((1 − CYd (1 − TY )) + )
Lr
∂Y +
( )M = >0 (656)
∂G (−)(+)
((+) + )
(−)
∂Y 1
( )M = >0 (657)
∂G I r LY
((1 − CYd (1 − TY )) + )
Lr
Uma vez que
84

I r LY
((1 − CYd (1 − TY )) + )>0 (658)
Lr

Con lusão que podemos extrair das relações anteriores a er a desse im-
pa to é que se a políti a s al é expansionista G ↑ então seu impa to sobre a
renda é tal que Y ↑, e, se a políti a s al é ontra ionista, isto é, G ↓ então
seu impa to sobre a renda é tal que Y ↓.

AULA 15 - 27-04-2020
APLICAÇ O DO METODO DA ESTATICA COMPARATIVA AO
MODELO KEYNESIANO

O ESTUDO DO IMPACTO DA POLÍTICA FISCAL, G SOBRE A TAXA


DE JUROS r

Vamos ontinuar a aula anterior, agora, estudando o impa to da políti a


s al na taxa de juros.
Apli ando a regra de Cramer no modelo keynesiano representado em ter-
mos matri iais a ima, obtemos
O impa to da políti a s al G sobre a taxa de juros r é dado por

(1 − C (1 − T )) 1
Yd Y

∂r −LY 0
( )M = (659)
∂G (1 − C (1 − T )) −I
Yd Y r



−LY −Lr

∂r LY
( )M = (660)
∂G −Lr (1 − CYd (1 − TY )) − LY Ir
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 85

∂r LY
( )M = >0 (661)
∂G LY I r
−Lr ((1 − CYd (1 − TY )) + )
Lr
Uma vez que

∂r +
( )M = >0 (662)
∂G (+)(−)
(−)(−)((+)) + )
(−)
pois, das regras estabele idas a ima,

(663)
 

 LY > 0 

 
(664)
 
Ir < 0

 

 



Lr < 0 

(665)
L I

 

Y r
(666)
 

 ((1 − C Yd (1 − T Y )) + ) > 0 

Lr
 

Se onsiderarmos que a políti a s al é expansionista, portanto, G ↑, então


seu impa to sobre a taxa de juros é tal que r ↑, quando a políti a s al é
ontra ionista, portanto, G ↓, então seu impa to sobre a taxa de juros é tal
que r ↓

O ESTUDO DO IMPACTO DA POLÍTICA ECONÔMICA MONETÁRIA


SOBRE A RENDA Y E A TAXA DE JUROS
Para tanto re orremos novamente ao metodo da estati a omparativa
apli ado ao modelo keynesiano abstrato e geral sob ação de uma políti a
monetária, M,
 
∂F 1
  
Y ∂Y
r
 ( )G  −( )G 
∂M ∂M

F 1 (1 − CYd (1 − TY )) −Ir  =
   ∂r   ∂F 2 
( )G −( )G
F2 −LY −Lr ∂M ∂M
86

Veja que quando apli amos a derivada de IS, ou seja, F 1 , em relação a M

∂F 1
( )G = 0 (667)
∂M
e, do mesmo modo, om respeito a LM ou seja, F 2 , e obtemos, lembrando
que P = cte = 1,

∂F 2 1
( )G = − = −1 (668)
∂M P
Com esses resultados, formamos o sistema matri ial do impa to da políti a

e onmi a monetária sobre Y, e, r.

  
Y r ∂Y " #
 ( )G  0
∂M

F 1
   ∂r  = −1
(1 − CYd (1 − TY )) −Ir 
( )G
F2 −LY −Lr ∂M

E, novamente, apli ando a regra de Crame, resolvemos, ini ialmente, o

sistema para o estudo do impa to da políti a monetária sobre a renda Y,


0 −I
r

∂Y −1 −Lr
( )G =
∂M (1 − C (1 − T )) −I
Yd Y r



−LY −Lr

∂Y −Ir
( )G = (669)
∂M LY I r
−Lr ((1 − CYd (1 − TY )) + )
Lr

∂Y −Ir
( )G = >0 (670)
∂M LY I r
−Lr ((1 − CY (1 − TY )) + )
Lr
0.5. APLICAÇÕES NUMÉRICAS DO MODELO I 87

Se a políti a monetária for expansionita M ↑ então Y ↑.


Estudando agora a apli ação da políti a monetaria na taxa de juros, e,
para isso, novamente, apli ando a regra de Cramer no modelo a ima, obte-
mos,


(1 − C (1 − T ) 0
Yd Y

∂r −LY −1
( )G = (671)
∂M (1 − C (1 − T )) −I
Yd Y r



−LY −Lr

∂r −(1 − CYd (1 − TY ))
( )G = (672)
∂M LY I r
−Lr ((1 − CYd (1 − TY )) + )
Lr
Fazendo a análise dos sinais destes omponentes do modelo keneysiano,
obtemos nalmente,

∂r −(1 − CYd (1 − TY ))
( )G = <0 (673)
∂M LY I r
−Lr ((1 − CY (1 − TY )) + )
Lr
Isto signi a que, quando temos uma políti a monetária expansionista, ou
seja, M ↑, o resultado, é, a queda na taxa de juros, r ↓ e, por onsequên ia, o
modelo também impli a, aumento do investimento,I ↑, e, assim, um aumento
da renda Y ↑.

RETORNO AO MODELO KEYNESIANO DE CURTO PRAZO LINEAR


// A ESTRUTURA DA ESTÁTICA COMPARATIVA

Bibliograa
Blan hard, Oliver. Ma roe onomia. 5 edição. Pearson.2011. Capit-
ulos 1-5 Carlin, Wendy; Soski e, Davi. Ma roe onomi s. Imperfe tions,
88

Institutions Et Poli ies. Oxford University Press. 2006. Snowdon, Brian.

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J. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda(Os E onomistas). São

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de uma sistematização. Revista de E onomia Contemporânea. 2017.21(2)

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