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Universidade Federal de Pernambuco

Departamento de Engenharia Química


EQ096 – Química Orgânica B | 2020.1
Discente: Sávio Alves de Oliveira

EXERCÍCIO 01 - ALCALOIDES
01. Defina Alcaloides
Segundo MANN Et all (1993), os alcaloides são
compreendidos como compostos orgânicos cíclicos que
possuem em sua estrutura um ou mais átomos de
nitrogênio (N) em estado de oxidação negativo –
observe na figura 1, como exemplo, a estrutura da
quinina que pode ser encontrada em cascas da planta
quina ou Cinchona calisaya. Esses compostos podem ser Figura 1: Estrutura da quinina
sintetizados a partir do metabolismo de seres vivos e
possuem distribuição limitada. Em uma visualização intra celular, são sintetizados n
retículo endoplasmático e acumulados nos vacúolos.

Essa definição acima exclui grupos como:


• Aminoácidos: compostos orgânicos que apresentam um grupamento carboxílico
-COO-, um grupamento amínico -NH3+ e um grupamento R de estrutura variável,
tudo ligado ao mesmo carbono.
• Hormônios: Molécula cuja a produção se dá pelo sistema endócrino e que
possuem a característica atuante em várias partes do corpo. Ajudam a regular
processos como pressão sanguínea, libido e fome. São fundamentais para todos
os sistemas do corpo humano.
• Ácidos nucleicos: Macromoléculas constituídas por nucleotídeos que formam
DNA e RNA.
• Peptídeos: Agrupamento de aminoácidos.
Uma vez que têm o (s) átomo(s) de nitrogênio em suas estruturas, os alcaloides estão
atrelados a um certo caráter básico, do qual se originam seu nome (alcaloide = semelhante
a uma base) e também propriedades importantes para seus métodos de extração e
atividades biológicas que exibem.
Quanto à estrutura química, pode ser classificado em 3 tipos:
Alcaloide verdadeiro: quais possuem anel heterocíclico com um átomo de nitrogênio.
Protoalcaloides: com o átomo de nitrogênio fora do anel heterocíclico.
Pseudoalcaloides: derivados de terpenos ou esteroides.
Como são quase totalmente encontrados em plantas, os alcaloides possuem extrema
importância para a sobrevivência desses. A exemplo, tem-se: Fonte de reserva de
nitrogênio, reguladores do crescimento (hormônios), auxiliar na manutenção do
equilíbrio ácido/base, proteção contra raios UV -compostos aromáticos dissipam ou
absorvem radiação UV- e defesa contra microrganismos e predadores.
Hodiernamente, é sabido que esses compostos naturais desempenham um papel
extremamente importante na natureza no âmbito de relações tanto inter-específicas, intra-
específicas e também homeostasia dos indivíduos que os produzem.
02. Dê exemplos de alcaloides utilizados como
medicamentos
Vários alcaloides são utilizados no âmbito
farmacêutico para tratar algumas doenças. Para nós
humanos, o sistema nervoso é uma das partes vitais
mais importantes. Esse coordena as funções dos
outros sistemas do organismo. Isso é feito através da
recepção, interpretação e reprodução de estímulos dos
meios interno e externo corroborando um Figura 2: Estrutura da cafeína
desencadeamento de respostas adequadas à
atividade corporal. Alcaloides como cafeína estão atreladas a esse sistema e são
estimulantes característicos do sistema nervoso central (SNC). Já a escopolamina age
como depressor também no SNC.
A cafeína é um alcaloide que atua no sistema
nervoso central como estimulante uma vez que
inibi a ação da adenosina, qual é uma
substância participante do sistema de freio do
cérebro, funcionando como um discreto
calmante. Ao diminuir os efeitos da adenosina,
a cafeína deixa nosso cérebro em constante
alerta e com mais atenção e concentração,
diminuindo também a fadiga mental (NILO,
2016). Sua estrutura pode ser visualizada na Figura 3: Estrutura da vimblastina

figura 2. Esse metabólito pode ainda estimular a


produção cerebral de neurotransmissores com
serotonina e dopamina – funcionando como um
leve antidepressivo. Ainda nesse panorama,
pode causar dilatação nos brônquios
pulmonares, otimizando a capacidade
respiratória. Está presente em aproximadamente
60 tipos de plantas podendo ser encontrado,
principalmente, nos grãos de café, cacau, erva-
mate, noz de cola e frutos do guaraná
Figura 4: Estrutura da vincristina
(RODRIGUES, 2017).
No cenário de uso farmacêutico, pode-se ainda citar dois alcaloides que são empregados
como antitumorais: vimblastina e vincristina. Esses, atuam como inibidores mitóticos.
São compreendidos como compostos que agem impedindo as células de se dividirem para
formar novas células. Assim, são capazes de estimular a despolarização dos microtúbulos,
ligando-se as β-tubulinas impedindo a polimerização. Destarte, por outro lado, podem
chegar a danificar células em todas as fases do ciclo celular e, assim, impedirem enzimas
de produzirem as proteínas necessárias para a reprodução celular. Esses químicos
possuem estruturas complexas que podem ser observadas nas figuras 3 e 4, sendo
vimblastina e vincristina, respectivamente. Observe que o que difere em ambas a estrutura
é o radical R em ligação com o átomo de nitrogênio destacado nas figuras: a vimblastina
possui um hidrogênio (H) ligado a este, já a vincristina possui um radical CHO. Ambos
os alcaloides podem ser isolados das folhas da espécie Catharanhus roseus, conhecida
também como Vinca (MARQUES e LOPES, 2015).

03. Dê exemplos de alcaloides com ação


alucinógena
Segundo Burreson e Couteur (2006), algumas
espécies de plantas da família Solanaceae são fontes
de alcaloides tropânicos, com importantes ações Figura 5: Estrutura da atropina
farmacológicas. Na Europa da Idade Média e do
Renascimento, os cultos praticados por feiticeiras e mágicos estavam intimamente ligados
ao consumo de beladona (Atropa belladona), meimendro (Hyosciamus niger) e
mandrágora (Mandragora officinarum).
Os alcaloides tropânicos causam alucinações
percebidas como realidade ao usuário a depender da
dose abordada. Assim, quadros como conversar com
pessoas ausentes e ver objetos ou animais inexistentes
são comuns após ingeri-los. Esses alcaloides
apresentam efeitos que diferem dos alucinógenos
naturais. Por exemplo, a atropina (figura 5) e a
Figura 6: Estrutura da escopolamina escopolamina (figura 6) são muito tóxicas e o
usuário pode apresentar amnésia após o uso de
ambas. Ainda, há perda de realidade e um profundo sono.
O principal componente do sumo dos frutos da Atropa beladona é a atropina, qual consiste
na mistura racêmica de (+) hiosciamina e (-) -hiosciamina, formada através do processo
de extração. A hiosciamina dá ainda o efeito anticolinérgico.
Alcaloides como hiosciamina (figura 7) pode ser
encontrado em cerca de 0,3 a 4,0% na planta
Mandragora officinarum, nativa do
Mediterrâneo e conhecida popularmente como
mandrágora. Essa planta é considerada como
mágica que detém diversas virtudes devido aos
efeitos causados no organismo. Referências à
mandrágora retrocedem às sagradas escrituras e a
Figura 7: Estrutura da hiosciamina
antigos manuscritos orientais. A Mandrágora
(Figura 8) tornou-se famosa na magia e na bruxaria devido aos
seus efeitos narcóticos e pela forma estranha de sua raiz, cujo
aspecto ramificado e contorcido se assemelha ao corpo
humano, fato que colaborou para seu consumo. De acordo com
a Teoria da Assinatura dos Corpos de Paracelso, estas raízes
fariam bem para alma e para a saúde do corpo, devido a sua
forma antropomórfica (SCHULTES, HOFFMAN e RALSH,
2000).
04. Evidências arqueológicas sugerem que as antigas
sociedades peruanas começaram a mascar folhas de coca 8
Figura 8: Mandrágora mil anos atrás. A cocaína é uma substância extraída da folha
de Erythroxylum coca, planta encontrada nas Américas do
Sul e Central.
a. Pesquise sobre todos os alcaloides presentes em Erythroxylum coca e a ação
biológica de cada um deles;
b. Apresente a estrutura de todos os alcaloides encontrados;
c. Descreva o método utilizado para extração da cocaína e seus subprodutos;
A planta Erythroxylum coca foi muito usada pela
população andina uma vez que esta mastigava, com
frequência, suas folhas no intuito de suportar o
trabalho pesado e altitudes. Essa planta (figura 9)
possui folhas e cascas que compreendem 14
alcalóides. Destarte, apenas um desses tornou-se
conhecido no mercado, mesmo que de forma ilegal:
a cocaína.
A química do gênero é caracterizada principalmente Figura 9: Erythroxylum coca
pela presença de alcalóides tropânicos, diterpenos,
flavonoides, dentre os quais destaca-se a cocaína, um alcaloide natural produzido por
Erytroxylum coca, que foi empregado como anestésico local em pequenas cirurgias.
Alcalóides como cocaína e cinamoilcocaína são identificados em E. novogranatense e em
E. coca. As folhas secas de E. coca contém aproximadamente 0.6% de cocaína
(PLOWMAN e RIVER, 1983). Ecgonina pode ser facilmente convertida a cocaína por
processos químicos. Todos os outros alcaloides da planta, além da cocaína, que produzem
ecgonina após hidrólise, como cinamoilcocaína, benzoilecgonina, metilecgonina, α e β-
truxilina não podem ser negligenciados pois são uteis para a síntese de cocaína via
ecgonina.
A biossíntese de alcaloides tropânicos tem sido investigada em plantas solanaceus e em
E. coca. Mostra-se que o anel de pirrolidina do tropano originado da ornitina e dos átomos
de carbono C-2,3 e 4 derivam das duas moléculas de acetado (ROMEIKE, 1978). Mesma
foi demonstrada para alcaloides pirrolidina hidrina e cuscohigrina. A nicotina é dervida
da ornitina e ácido nicotínico. Observe na figura abaixo a biossíntese de alcaloides
identificados no cultivo de plantas de coca
Figura 10: Alcalóides identificados no cultivo de plantas de E. coca
Fonte:NOVÁK, SALEMINK e KHAN (1984)

B. Algumas ações biológicas:


Cocaína: Alto potencial estimulante podendo causar taquicardia, aumento de pressão
arterial e temperatura corporal. Atua no sistema nervoso central aumentando a liberação
e prolongando o tempo de atuação de neurotransmissores dopamina, noradrenalina e
serotonina.
Cinamoilcoca: Esse alcaloide não tem atividade farmacológica direta.
Benzoilecgonina: Efeito inibidor na formação de [14C] dopamina.
Metilecgonina: Efeito inibidor de absorção de dopamina.
Pseudotropina: Quase desprovida de atividade semelhante à atropina; ele tem apenas
ligeira atividade nos gânglios.

Benzoiltropina mostra uma forte ação colinolítico, mas quase não tem
efeito anestésico.

Tropacocaína: embora mais irritante do que a cocaína, é relatado ter aproximadamente a


mesma ação anestésico como cocaína com metade de sua toxicidade.

α- e β-Truxilina: Não possuem efeito anestésico. São fortes toxinas para o coração.

Higrina: não possui ação anestésica.

Cuscohigrina: Foi encontrada para inibir a hipersensibilidade do tipo atrasado resposta a


2,4-dinitrofluorobenzeno em camundongos.

Nicotina: Liga-se aos receptores nicotínicos (nAchR). Esses são pentâmeros compostos
por diferentes combinações de cadeias de polipeptídios presentes nos gânglios
autonômicos, junção neuromuscular e sistema nervoso central.

C. Segundo De Paula (2001), A cocaína é um alcaloide extraído das folhas da


Erytroxylom coca, ou por síntese da ecgonina ou seus derivados, é também conhecida
como coca ou epadu, este último nome foi dado por índios brasileiros.

Das primeiras fases da extração de cocaína é obtida a pasta de coca que é um produto
grosseiro, obtido das primeiras fases de extração de cocaína das folhas da planta quando
estas são tratadas com álcali, solvente orgânico como querosene ou gasolina e ácido
sulfúrico, etc. Essa pasta contém muitas impurezas tóxicas e é fumada em cigarros
chamados “basukos”.

Também sob a forma base, a merla (mela, mel ou melado), um produto ainda sem refino
e muito contaminado com as substâncias utilizadas na extração, é preparada de forma
diferente do crack, mas também é fumada.
Abaixo será descrito um processo de extração da cocaína que será linkado no fim do
exercício:
Reagentes usados:
• Querosene • NH4OH 10%
• Na2CO3 sólido • HCl 37%
• H2O destilada • Acetona
• H2SO4 5% • Dietil éter
• KMnO4 Sólido (Solução 6%)

Usou-se 5kg de folhas de coca e colocou-se o material em uma tigela.


Uma solução contendo 900g de Na2CO3 dissolvida em 9,5L foi preparada separadamente.
4.750 gramas de folhas de coca esmagadas secas foram misturadas com esta solução,
usando 1900ml de solução para cada quilo de folhas. O procedimento de mistura foi
realizado em pequenos lotes de 500gr para distribuição a água uniformemente. As folhas
não ficam muito molhadas: a água dificilmente sai se espremer-se um punhado.
Todas as folhas umedecidas foram colocadas em um recipiente aberto de 50L. Mais 30
minutos foram esperados e em seguida, 25L de querosene foram adicionados ao
recipiente. A mistura foi deixada por 3 noites completas (totalizando ~60horas) e durante
os 3 dias foi mexido pelo menos 4 vezes em sessões de cerca de 10-15mins usando uma
broca montada com essa ferramenta usada por gesso/decoradores para misturar baldes de
tinta com água.
Após 3 noites, o querosene foi separado das folhas usando filtração.
A solução de H2SO4 foi preparada e foram feitas 2 extrações com essa. Uma com 300mL
e outra com 100mL. Mexeu-se essa mistura provocando formas de emulsão. A camada
de água ácida é retirada e os 400 mL de ‘água rica’ e um pouco de querosene são
colocados em um funil e deixou-se sentar.
Uma solução de 6% de KMnO4 foi preparada. Um banho de gelo foi preparado para o
béquer com água rica . Esse foi deixado lá em uma temperatura de 4-5oC.
A cada 5-10 minutos 16mL da solução de KMnO4 foram adicionados cuidadosamente. 8
adições foram feiras, totalizando 120mL. Após a última adição, esperou-se 30 minutos
para dar-se início à filtração. MnO2 permaneceu no filtro e o líquido resultante (água rica
oxidada) agora é bastante incolor.
Uma solução w/w de NH4OH foi preparada. Essa solução foi adicionada até atingir
pH~10. O sistema passa por secagem uma noite. A base livre de cocaína começa a
precipitar-se e depois de cerca de 20-30 minutos a solução foi filtrada.
O material resultante foi dissolvido em ~100-150ml de éter no mesmo recipiente usado
no dia antes (aquele com muito preso nas laterais) e a maioria dissolvido, mas alguma
precipitado marrom escuro que ficou no fundo (provavelmente ainda um pouco de água
e um pouco de sal inorgânico); Uma vez evaporado, uma formação de cristal muito
agradável foi notado e a base livre branca foi recuperado como auxílio de uma lâmina e
pesava 23,13g.
240ml de acetona foram secos com
carbonato de potássio anidro e uma
quantidade equimolar de HCl (6,58ml) foi
calculado e adicionado a ele. O cálculo foi
feito considerando que apenas 230ml foram
usados. A base livre foi dissolvida em 240ml
de éter e a solução acetona/HCl foi
adicionada com agitação no béquer foi
tampado com filme agarrado para evitar
solventes de evaporação. Depois de ~30
minutos um pouco mais de agitação foi
realizada e mais acetona/HCl foi adicionado
até que não foi uma reação mais visível.
Tem-se, após 3 horas e uma filtração, 24,14g Fgura 11: roduto final do experimento
da substância em um percentual comparativo
de 0,5% ao material inicial (Figura 11).

05. Um dos alcaloides mais antigos empregados pelo homem é a


morfina, extraída da flor da papoula (Papaver somniferum). Essa planta
originou o ópio que já era prescrito para pacientes desde meados de 400 a. C.
a. Pesquise sobre todos os alcaloides presentes no ópio e a importância de cada um
deles na medicina;
b. Apresente a estrutura de todos os alcaloides encontrados;
O primeiro alcaloide extraído da flor da papoula foi a morfina – originalmente morphium.
Essa foi uma homenagem ao deus Morfeu, o deus do sono, feita pelo farmacêutico
Frederich Seturner que trabalhou no isolamento de princípios ativos do ópio (DUARTE,
2005).
Ainda segundo Duarte (2005), sabe-se hoje que um
quarto do peso do pó de ópio é constituído por pelo
menos 25 alcalóides que foram classificados em dois
grupos distintos, por razões de ordem química e
farmacológica. O grupo mais importante é representado
pelos derivados do fenantreno (figura 12), que exercem
suas ações, primariamente, sobre o Sistema Nervoso
Central (SNC). A morfina (figura 13), protótipo desse
Figura 12: Estrutura do fenantreno
grupo, representa 10% dos alcalóides do ópio.
Hodiernamente, esse alcaloide pode ser usado de
maneira intra-articular (IA) apresentando que doses
maiores promovem melhores resultados e, assim, menor
consumo pós operatório de analgésico. É um analgésico
usado principalmente no tratamento de dores crônicas.
Essencial dentro da abordagem dos cuidados paliativos
(CP). A codeína (metil-morfina, figura 14) foi isolada
por Robiquet, em 1832. A codeína é amplamente
utilizada em casos de insuficiência renal e insuficiência
hepática, além de ser usada em pós-operatórios. Ainda,
Figura 13: Estrutura do morfina
a tebaína (dimetil-morfina) foi isolada por Pelletier e
Thibouméry, em 1835. Esse alcaloide é pouco usado
na medicina, mas é bastante utilizado na criação de
derivados sintéticos. A codeína e a tebaína (figura 15)
representam, respectivamente, 0,5% e 0,2% dos
alcalóides do ópio.
Os alcaloides derivados da benzil-isoquinolina -
BIAs- (figura 16), segundo grupo dos alcalóides do
ópio, exercem, basicamente, ação espasmolítica, e têm
Figura 14: Estrutura do codeína como principal representante a papaverina que
representa 1% dos alcalóides do ópio. A papaverina
(Figura 17) tem alto fator medicinal atuando como vasodilatador.
Por volta de 1820, a morfina se tornou comercialmente
disponível na Europa e na América do Norte, e a sua
popularidade como analgésico cresceu rapidamente.
Isso posto, depois que foi estabelecida a estrutura
química dos derivados naturais do ópio, vários
derivados semi-sintéticos foram obtidos por
modificações relativamente simples na molécula da
morfina e da tebaína. Destacam-se a diidromorfinona
(Dilaudid®, a acetil-morfina (dionina), a 6-metil-
diidromorfinona (Metopon®), a l-14-hidroximorfinona
(oximorfam ou numorfam) e a diacetilmorfina (heroína) 2.
Figura 15: Estrutura do tabeína
O preparado designado Pantopom® contém os alcalóides
puros do ópio na proporção relativa em que se encontram
no produto natural (ROCHA E SILVA, 1969).
Figura 16: Estrutura enumerada da benzil- Figura 17: Estrutura do papaverina
isoquinolina

Os BIAs são um grande e diversificado grupo de 2500 metabólitos de plantas


especializadas. Tipos de. Os BIAs encontrados nas plantas papaver são mostrados na
Figura 18 e na Tabela 1. Na figura 19 vê-se exemplificações desses alcaloides.

Figura 18: Estruturas de subgrupos BIA derivadas do benzilisoquinolina


Tabela 1: Tipos de compostos que podem também ser encontrados em plantas Papaver

Fonte: Hao, Gu e Xiao (2015)


Figura 19: Exemplos de alcaloides encontrador em plantas Papaver somniferum

REFERÊNCIAS DA LITERATURA
Burreson, J.; Couteur L. P.; Os Botões de Napoleão: As 17 moléculas que mudaram a
história, 1ª ed., Jorge Zahar Editor LTDA: Rio de Janeiro, 2006.
DE PAULA, Kramer. Wilson. Drogas e Dependência Química Noções Elementares.
Florianópolis 2001.
DUARTE, D. F. Uma breve história do ópio e opioides. Revista brasileira de
Anestesiologia. Vol 55 no 1. Campinas, 2005.
HAO, D. C., GU, X.-J., & XIAO, P. G. (2015). Phytochemical and biological research
of Papaver pharmaceutical resources. Medicinal Plants, p. 217–251.
MARQUES, J. P.; LOPES, G. C. Alcaloides como agentes antirumorais:
considerações químicas e biológicas. Revista UNINGÁ Review. Vol 24, n. 1, pp 56-61.
Paraná, 2015.
NILO, Roberto. Cafeína age como estimulante e ajuda na queima de gorduras. Portal
Minhavida, 2016. Disponível em <
https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/18223-cafeina-age-como-
estimulante-e-ajuda-na-queima-de-gorduras >. Acesso em 27/01/2021.
NOVAK, M; SALEMINK, C. A.; KHAN, I. Biological Activity of the alkaloids of
Erythroxylum coca and Erythroxylum novogranatense. Journal od Ethnopharmacology.
1984.
Rocha e Silva M. Fundamentos da Farmacologia e suas Aplicações em Terapêutica
2ªEd, São Paulo, Edart, 1969;2:95-115.
Rodrigues, Kelisson. Cafeína: saiba onde encontrar (além do café) e o que ela pode fazer.
Portal GQ, 2017. Disponível em
<https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2017/03/cafeina-saiba-onde-encontrar-
alem-do-cafe-e-o-que-ela-pode-
fazer.html#:~:text=A%20cafe%C3%ADna%20est%C3%A1%20presente%20em,cola%
20e%20frutos%20do%20guaran%C3%A1 >. Acesso em 28/01/2021.
Schultes, R. E.; Hofmann, A.; Ralsch, C.; Plantas de Los Dioses: Las fuerzas mágicas de
las plantas alucinógenas, Fondo de Cultura Económica: San Pedro de Los Pinos, 2000.

O artigo do experimento de extração pode ser visualizado no link <


https://capitanswingysanlamuerte.files.wordpress.com/2015/04/cocaine-extraction-
from-coca-leaves.pdf>

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