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Direito Comunitário

12-03-2012
Parte I - A Construção Histórica da Unidade da Europa

OS PRECURSORES

Existiam 3 grandes ideologias com um mesmo objectivo: unificar a Europa.


No entanto iniciaram-se de premissas diferentes.
 Projetistas da paz
o Consideravam que essa união teria que surgir de uma maneira
consensual pelos países em causa
o Kant; Victor Hugo; Jean Monnet
 Senhores da guerra
o Consideravam que essa união teria que surgir através da imposição,
através da guerra
o Hitler; Napoleão; Estaline
 Pais fundadores
o Consideravam que a unificação teria que ser voluntária, Os Estados só
aderem se quiserem.
o Baseou-se em dois princípios:
 Princípio da diversidade
 Princípio da consensualidade
o R. Schuman, De Gasperi; Adenauer; W. Churchill
o Esta ideologia triunfa, baseada numa necessidade de reconstrução da
Europa pós guerra

A FASE DA INTEGRAÇÃO
 Após o término da segunda Grande Guerra R. Schuman propôs à R.F.A. uma
união num ponto específico, uma comunidade que controlasse a produção e a
comercialização do carvão e do aço, pois eram elementos fundamentais para a
indústria bélica. Logo com este controlo haveria uma maior probabilidade de
manutenção da paz.
Esta união era aberta a outros países potencialmente interessados
Surge então a CECA
 Posteriormente surge uma tentativa de criar uma comunidade para estabelecer
um exército comum dos países Europeus
Não chegou a ser instituído após rejeição pela França
 Em Roma (1957) é instituída a CEE com objectivos de criação de um mercado
comum; Livre circulação de mercadorias, pessoas e serviços e a concretização a
longo prazo de algumas políticas
Esta Comunidade tem um carácter económico global em contraponto com a
CECA que era sectorial.
Surge também a CEEA (EURATOM) com o fito de controlar a produção de
energia atómica e assegurar que a sua produção fosse orientada para fins
pacíficos.

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Cronologia:

1946 ................... Discurso de Churchill “ Estados Unidos da Europa”


1950 (9 Maio) .... Discurso de Schuman inspirado em Jean Monnet
1951 ................... Assinatura Tratado de Paris/ Instituição da Comunidade Europeia do
........................... Carvão e do Aço (CECA)
........................... (Alemanha/ França/Itália/Bélgica/Holanda/Luxemburgo)
1952 ................... Entrada em vigor do Tratado de Paris
........................... Assinatura de novo T. Paris que instituía a Comunidade Europeia de
........................... Defesa (CED)
1954 ................... Assembleia Nacional Francesa rejeita o Tratado de Paris. A CED não
........................... entra em vigor
1955 ................... Conferência de Messina: Integração Europeia também no sector
........................... económico
1957 ................... Assinatura dos Tratados de Roma que institui a Comunidade
........................... Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de Energia
........................... Atómica (CEEA), também conhecida como EURATOM
1958 ................... Entrada em vigor do Tratado de Roma e assim passam a estar
........................... instituídas 3 comunidades que serão o esqueleto da integração
........................... Europeia até 1992/1993: CEE, CECA, CEEA
1965 ................... Assinatura do Tratado de Bruxelas também designado como Tratado
........................... de fusão.
........................... As três comunidades passam a ter uma Comissão e um Conselho
........................... únicos, a juntar ao Tribunal e Parlamento já por si comuns.
1967 ................... Entrada em vigor do Tratado de Bruxelas
1973 ................... Tratado de adesão: Reino Unido; Dinamarca; Irlanda
1981 ................... Tratado de adesão. Grécia
1986 ................... Tratado de adesão: Portugal; Espanha
........................... Tratado modificativo: Assinatura do Ato único Europeu
1987 ................... Entrada em vigor do Ato Único Europeu
1992 ................... Assinatura do Tratado de Maastricht. “Tratado da União Europeia”
1993 ................... Entrada em vigor do Tratado de Maastricht
1995 ................... Tratado de adesão: Áustria; Finlândia; Suécia
1997 ................... Assinatura do Tratado de Amesterdão
1999 ................... Entrada em vigor do Tratado de Amesterdão
2000 ................... Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia
2001 ................... Assinatura do Tratado de Nice
2002 ................... Entrada em circulação do EURO (17 Estados membros)
2003 ................... Entrada em vigor do Tratado de Nice
2004 ................... Assinatura do Tratado que estabeleceu uma Constituição para a
........................... Europa
........................... Tratado de adesão: R. Checa; Chipre; Eslováquia; Eslovénia; Estónia;
........................... Hungria; Letónia; Lituânia; Malta; Polónia
2005 ................... O Tratado que estabelece a Constituição para a Europa foi rejeitado
........................... pela França e Holanda
2007 ................... Assinatura do Tratado de Lisboa
........................... Tratado de adesão: Bulgária; Roménia
2009 ................... Entrada em vigor do Tratado de Lisboa

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Tipos de tratados

 Tratados Constitutivos (fundadores)


o Tratado de Paris
o Tratado de Roma
 Tratados Modificativos (aprofundamento)
o Ato único Europeu
o Tratado de Maastricht
o Tratado de Amesterdão
o Tratado de Nice
o Tratado de Lisboa
 Tratados de Adesão (alargamento)

Tratados Constitutivos

O Tratado CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço)


Foi assinado em 18 de Abril de 1951 e entrou em vigor a 25 de Julho de 1952. Este
Tratado estava destinado a vigorar por 50 anos, o que quer dizer que a sua validade
terminou em 23 de Julho de 2002. Deste modo, o Carvão e o Aço passaram a integrar o
Tratado da Comunidade Europeia.
O Tratado de CECA foi assinado por 6 Estados Europeus: a França, a Itália, a República
Federal Alemã, a Bélgica, o Luxemburgo e os Países Baixos. Estes 6 Estados Europeus
decidiram colocar sob uma autoridade comum todo o sector produtivo de Carvão e do
Aço fundamental na época.

A CECA tinha 2 objectivos:


 Objectivo político, ou seja, a manutenção da paz mundial e da paz na Europa;
 Objectivo Económico e social, ou seja, a contribuição para a expansão
económica, o aumento do emprego e a criação de um mercado comum, com
objectivos e órgãos comuns.

O Tratado de CECA criou os seguintes órgãos:


 A Alta Autoridade, que detinha o poder de decisão e que era independente dos
Estados
 A Assembleia, representantes dos povos dos Estados reunidos na comunidade
 O Conselho, formado por representantes dos estados e partilha com a Alta
Autoridade a tomada de decisão, porque é necessário o seu parecer favorável.
 O Tribunal, assegura o controlo do Direito.

A CECA tinha personalidade jurídica, bem como capacidade jurídica nas relações
internacionais.

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Os Tratados CEE e EURATOM


O Tratado da CEE foi assinado e 25 de Março de 1957 em Roma.
CEE
 Organização de carácter global destinada a promover uma integração económica
global dos Estados Membros; teve subjacente a criação de um mercado comum
europeu. Criou a união aduaneira que se consubstanciava na livre circulação de
mercadorias, de trabalhadores e serviços; adopção de uma pauta aduaneira
unificada nas relações com o mercado exterior. Política agrícola comum, política
comercial comum, política da concorrência.

CEEA
 Organização de carácter sectorial destinada a promover o desenvolvimento de
uma indústria nuclear europeia, mediante um mercado comum de equipamentos
e materiais nucleares, estabelecimento de normas básicas de segurança e
proteção da população.
 Sistema institucional das comunidades.

Os objectivos deste Tratado foram:


 A paz e a união entre os povos europeus
 O estabelecimento de bases comuns do desenvolvimento económico
 O progresso económico e social
 A melhoria constante das condições de vida e de emprego dos povos da Europa

Fusão das instituições


 Tratado de Bruxelas também designado de Tratado de Fusão – 1965 –
o Um órgão executivo único: a comissão
o Um órgão de natureza mista (poderes legislativos e consultivos) único
para as 3 Comunidades: o conselho.
15-03-2012

Tratados Modificativos

Acto único europeu:

 Alterou algumas das regras que estavam a bloquear a criação de um mercado


interno. No inicio as tomadas de decisões era realizadas por unanimidade (6
membros), com a crescente adesão de membros foram alteradas regras de
unanimidade em algumas matérias
 Diminuição do número de matérias em que era necessária unanimidade,
adoptando como regra a maioria ou maioria qualificada pelo Conselho de
Ministros
 Atribuição de mais competências ao Parlamento Europeu
Inicialmente tinha competências meramente representativas, passou a ter
algumas competências legislativas
 Criado o Tribunal de 1ª Instância (Hoje, Tribunal Geral), juntando-se ao
Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.

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 Institucionalizou-se o termo Conselho Europeu, que ficou com a sua composição


definida

Tratado da União Europeia (Maastricht):

 Tratado da União Europeia


 Teve um duplo objectivo:
o Criação da União Europeia:
 Adopta-se o método intergovernamental: Os EM são chamados a
intervir normalmente por unanimidade
 Sem eliminação das Comunidades: onde existia delegação de
competências e soberanias.
 O TUE neste momento assenta em 3 pilares:
 Comunidades (CEEA;CEE;CE)
 PESC – política externa de segurança comum
 JAI – justiça e assuntos internos, hoje denominada
COPOJUP – Cooperação policial e judiciária em matéria
penal
o Alteração dos Tratados Constitutivos
 O Tratado da CEE passou a ter a designação CE

 O termo CEE dá a vez a CE, pois se inicialmente os objectivos eram


marcadamente económicos, com a evolução temporal, surgiram também
objectivos sociais:
Protecção do ambiente, cultura, turismo, etc.
 Instituída a Cidadania Europeia: passamos a ser simultaneamente cidadãos
Portugueses e Europeus
 Surge um conjunto de Direitos associados à Cidadania Europeia, com a
assinatura da Carta dos Direitos fundamentais da União Europeia (2000)
 Capacidade de voto e de elegibilidade para o PE
 Capacidade de elegibilidade para Autarquias locais, no país de residência
 Continuação da diminuição de matérias a necessitar de unanimidade para
aprovação
 O PE vê os seus poderes novamente reforçados, assumindo-se como co-
legislador ao lado do Conselho da União Europeia
 Criação da moeda única (processo evolutivo)
o Concretização de livre circulação de capitais
o No âmbito da convergência das políticas dos Estados Membros
o Entrada em circulação da moeda

Tratado de Amesterdão:

 Surge por 2 razões:


o Necessidade de alterações
o Necessidade de rever o Tratado conforme exposto no Tratado de
Maastricht
 Reforço de competências do PE
 Aumento das matérias a deliberar por maioria
 Criadas as cooperações reforçadas: art.30º UE

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o Objectivo e uma maior cooperação dos EM, nomeadamente no que diz


respeito às Comunidades e à COPOJUP
 Criado o comité do emprego (competências consultivas)

Tratado de Nice:

 Enquadramento histórico: 15 Estados membros e 12 em processo de adesão


 Grande objectivo foi a reforma das Instituições, para haver condições para
trabalhar com 25 membros
 PE com mais competências legislativas
 CUE: Alteração de formas de deliberação, redução de matérias a necessitar de
unanimidade
 Comissão: alterada a composição: passou a ter 1 comissário por país
 Cooperações reforçadas
 Jornal oficial da CE passou a ser jornal oficial da UE
 Criação da EUROJUST

Constituição para a Europa:

 Assumia-se como uma verdadeira Constituição para a Europa


 Estabelecia a primazia do Direito da UE sobre o Direito interno
 Estabelecia os símbolos da UE: bandeira, estrela, moeda, hino, Dia da Europa e
o lema da UE “Unidade na diversidade”
 Criação de dois novos cargos:
o Presidente do Conselho europeu
o Ministro dos negócios estrangeiros da Europa: art.18º TUE
 Estabelecia um corte com os Tratados anteriores
 Não entra em vigor

19-03-2012
Tratado de Lisboa

Após o fracasso da Constituição para a Europa, era necessário que a UE fosse funcional
com os 27 membros actuais.
É assinada em 2007 entra em vigor em 2009
É visto como um Tratado de continuidade.

 Não estabelece um corte radical com os tratados anteriores, segue a mesma


fórmula, ao contrário da Constituição para a Europa (CPE), onde a semântica
utilizada inibiu a sua aprovação
 Não utilização da expressão Constituição
 Não consagrou o princípio da primazia do Direito Comunitário sobre os Direitos
de cada EM.
 Não consagrou os artigos referentes aos símbolos da UE (hino, bandeira, moeda,
dia da Europa e lema)
 Não consagração dos actos legislativos da UE como leis ou leis quadro, como
estava previsto na CPE

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 Consagração do cargo de MNE da UE, mas com um nome diferente: Alto


Representante para os Negócios Estrangeiros e para a Política de Segurança
(art.18º TUE)
 Não integração da Carta dos Direitos Fundamentais. Existe mas como
documento independente.

O Tratado de Lisboa (TLX) é constituído por 7 artigos.


 O termo CE é substituído pelo termo UE. Há uma absorção formal.
 O TLX não suprime a lógica dos pilares, no entanto estes são menos visíveis
 Há uma absorção formal das comunidades, pois após o TLX só existe UE
o Em Maastricht (1992) havia a UE: com a ideologia de coordenação e
cooperação política intergovernamental; e a CE funcionava através da
integração económica e social. Era nesta altura a única com
personalidade jurídica
o Em 2009 fica a existir somente a UE, passando a co-existir com o mesmo
valor jurídico:
 Tratado da União Europeia (TUE)
 Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE)
Esta ideia está patente no art.1º de ambos os tratados.
O TFUE concretiza em termos práticos, os objectivos e o
funcionamento da UE.
 Notar que o TLX, não revoga o T. Roma, mas pelo contrário vem reforçar a
ideia de UE.

Grandes alterações materiais:

 Absorção da CE pela UE, passando a haver dois Tratados com o mesmo valor
jurídico
 A UE passa a ter personalidade jurídica: art.47º TUE
 Consagra-se a possibilidade da saída de um EM: art.50º,nº2, TUE; decisão por
maioria em contraste com a adesão que implica unanimidade: art.49º, TUE
 Regulação das competências entre a UE e os EM.
o Competência exclusiva da UE: art.3º TFUE
o Competência partilhada UE/EM: art.4º TFUE
o Competência complementar da UE sobre os EM: art.6º TFUE
 Protecção dos Direitos fundamentais. O art. 6º TUE reconhece os Direitos
fundamentais com o mesmo valor jurídico que os Tratados
o O cidadão está no centro da UE: art. 10º TUE
 Alterações sobre o processo de decisão
 Reforma Institucional: Dá-se uma reforma das instituições (art.13º TUE)
o Parlamento europeu: adquire o direito de co-legislador em pé de igualdade
com O CUE; Tem competências legislativas e orçamentais – art.14º TUE
o Conselho europeu: Consagrado como instituição da UE
o Conselho (UE): Composto por Ministros dos EM (depende das matérias a
tratar)
o Comissão Europeia: manteve a estrutura dos 27 membros
o TJUE: Mudou a designação, pois era designado por Tribunal de Justiça das
Comunidades Europeias
o BCE: consagrado como instituição
 Tribunal de Contas: sem alterações

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Direito Comunitário

26-03-2012

Objectivos da União Europeia

 A doutrina diverge quanto á classificação da natureza jurídica da UE:


o Uma organização supranacional
o Uma organização de integração
o Uma organização de cooperação
o Uma organização de tipo federal
o Uma organização de tipo interestadual
Esta última classificação é a mais consensual

 Criada pelos EM com os objectivos de definir e delimitar vários interesses em


prol desses mesmos EM. Não existe perda de soberania por parte dos Estados,
implicando apenas que deleguem determinadas competências/funções na UE
 A definição dos objectivos da UE, tem subjacente a posterior atribuição e
delimitação de competências.
 Serve também para uma correcta avaliação dos meios ou instrumentos de acção
que a UE dispõe para o cumprimento
 Estes objectivos serão propriamente concretizados pelas instituições.

Valores:
 No art. 2º TUE, temos referência aos valores da UE

Objectivos:
 No art. 3º TUE, temos referência aos objectivos da UE
o Esses objectivos dividem-se em objectivos:
 Reais ou imediatos
 Virtual ou potencial

Os objectivos reais dividem-se em objectivos:


 Políticos
o Relações com os cidadãos
o Relações com os Estados membros
o Relações com o exterior (resto do mundo)
 Sociais
 Económicos

Art.3º TUE (análise)


 Nº1: Relações com os cidadãos; a ideia de paz já estava estabelecida no tratado
da CECA
 Nº2: Relações com os cidadãos; objectivos políticos e também sociais que se
vão concretizar com a adopção de uma série de medidas/ objectivos
implementados pelos legisladores e levados a cabo pelas autoridades
competentes.
 Nº3: Objectivos sociais e económicos
Objectivos políticos; relações com os EM.
 Nº4: Objectivo instituído em Maastricht. A UE desenvolve políticas comuns
o Agricultura e pescas – art.38º a 44º TFUE

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o Liberdade, segurança e justiça – art.67º a 89º TFUE


o Transportes – art.90º a 100º TFUE
o Política económica e monetária – art.119º a 144 º TFUE
o Cooperação aduaneira – art.151º a 164º TFUE
o Educação – art.165º a 169º TFUE
o Indústria – art.173º a 179º TFUE
o Ambiente – art.191º a 196º
 Nº5: Relações políticas externas
 Nº6: Mediante esta definição de objectivos supra, a UE prossegue os mesmos
com os meios adequados e de acordo com as atribuições que lhe são atribuídas
pelos EM.

Princípios Constitucionais

 Princípio democrático: principio verdadeiramente basilar e estruturante da


empresa comunitária
 Além do Princípio democrático ou de respeito pela democracia, um princípio
mais geral e consagrado e estatuído nos artigos 9º, 10º e 11º TUE, existem uma
pluralidade de princípios Constitucionais relevantes dos quais se destacam:
 Princípio da atribuição (especialidade)
 Princípio da subsidiariedade
 Princípio da proporcionalidade

Estes Princípios são mencionados nos art.4º e 5º do TUE:

Art.5º TUE
 Nº2: Princípio da atribuição: definição de competências entre a UE e os EM.
o A UE terá somente as competências que lhe forem atribuídas pelos EM.
o A UE é titular de uma competência de atribuição
o
 Nº3: Princípio da subsidiariedade: Conforme estatuído, nos domínios que não
sejam de competência exclusiva da UE, existe competência partilhada entre esta
e os EM. Neste caso a UE só irá interferir caso os EM não consigam atingir os
objectivos delineados de maneira satisfatória.
 Nº4: Princípio da Proporcionalidade:
o Deve-se escolher a melhor opção, a mais adequada, para a conclusão
desses mesmos objectivos
o O conteúdo e a forma da acção da União não devem exceder o necessário
para alcançar os objectivos dos Tratados

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Direito Comunitário

29-03-2012

Instituições

As instituições estão descritas no art.13º TUE:


 Órgãos de controlo/fiscalização:
o Tribunal de Justiça da UE – controlo jurisdicional
o Tribunal de contas - controlo financeiro
o Banco central Europeu – controlo monetário
o Parlamento Europeu – controlo político
 Órgãos de direcção, decisão e executivos
o Parlamento Europeu
o Conselho
o Conselho Europeu
o Comissão
(Estes quatro são chamados de quarteto decisório)

Neste mesmo artigo temos referência aos valores, objectivos e interesses, e para essa
prossecução existem estas Instituições

Parlamento Europeu

Composição
 Art.14º/2
 Composto por Eurodeputados, representantes dos cidadãos da União
 Neste momento são 754 Eurodeputados, embora este artigo preveja o máximo
de 750 + presidente. Isto acontece pois esta legislatura já se encontrava em
funções aquando da redacção desta norma.
 É elaborado em proporção com a densidade populacional de cada país
 Agrupam-se por ideologias políticas, expressa no PE
 Existe também um grupo de não-inscritos.
Sede
 Estrasburgo (cf. Protocolo à localização de sedes; página 470 TLX)
Organização
 Presidente: Martin Schulz – art.14º,17º,20º RPE
 14 Vice-presidentes – art.15º,17º,21º,RPE
 754 Deputados – 1º e ss do Estatuto dos Deputados
 7 Grupos políticos – 30º,31º,RPE
 Secretariado-geral – 207º,RPE
 20 Comissões (permanentes) – 183º e ss, RPE
 41 Delegações – 198º,RPE (representam o PE junto aos outros parlamentos)
 Órgãos políticos:
o Conferência de Presidentes – 24º,25ºe 29º,RPE (Presidente do PE +
Presidentes grupos políticos)
o Mesa – 22º, 23º e 29º,RPE (competência administrativa)
o Colégio dos questores – 16º,17º26º,27º e 29º RPE (são 5 questores,
fazem parte da mesa, tendo competências administrativas e financeiras
directamente relacionadas com os deputados

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o Conferência dos presidentes das comissões – 27º,183º e ss, RPE


o Conferência dos presidentes das delegações – 28º,198º e ss, RPE

12-04-2012
Funcionamento
 Funciona em moldes idênticos aos Parlamentos nacionais embora com algumas
diferenças
 Explicitado nos art.229º e ss TFUE e complementado pelo RPE
o 229º Esclarecimento sobre as sessões
o 230º Realce para o facto de a Comissão poder assistir às sessões do
Parlamento, para que quando haja necessidade de votação, haja um apoio
para melhor compreensão da matéria, pois a elaboração, a iniciativa
legislativa pertence à Comissão
o O facto de o PE e o Conselho serem co-legisladores implica que haja um
sentido de cooperação entre as partes.
o 231º Regra para a maioria, estando o Quórum previsto no RPE
o 232º Referência á criação do RPE, para cobrir as insuficiências dos
Tratados em matérias relativas ao funcionamento das Instituições.
Competências
 Legislativas:
o O PE tem funções legislativas em colaboração com o Conselho
(art.14º,TUE)
o A Comissão apresente a proposta legislativa ao PE e ao CUE, sendo que
estes dois em posição paritária aprovam ou não essa proposta.
o É o designado processo legislativo ordinário (art.289º e 294º TFUE)
o Art.288º Actos previstos
o Art 289º previsão do processo legislativo ordinário
o Art.294º Descrição do processo legislativo ordinário
o Referência ao facto do PE embora não tenha competência de iniciativa
legislativa, pode solicitar à Comissão que o faça sobre determinada
matéria.
 Controlo/fiscalizadoras
o O PE tem um grande controlo político sobre a Comissão, que é o órgão
executivo por excelência, apresentando este, uma dependência genética,
funcional e extintiva face ao PE
 Genética: art.17º/3 e 7º TUE
O Presidente da Comissão é eleito pelo PE e posteriormente a
eleição dos outros comissários também está sujeita a voto de
aprovação por parte do PE.
Existe uma grande importância do PE sobre a constituição da
Comissão
 Funcional: art.249º/2, 233º e 230º TFUE
Algumas regras de funcionamento da Comissão estão sujeitas a
um controlo/fiscalização por parte do PE
A comissão deve publicar um relatório sobre as suas actividades
que estará sobre apreciação do PE (art.249º/2 TFUE)
Referência para o “Debate de Investidura”, que é iniciado pelo
Presidente da Comissão, apresentando esse plano de actividades
de funcionamento da UE, para debate no PE onde os grupos

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políticos poderão exprimir os seus pontos de vista, de forma a


influenciar a orientação da sua acção futura.
A comissão deve apresentar um relatório geral anual: art.230º
TFUE
Submissão por parte da Comissão a questões por parte do PE
sobre determinadas matérias que se queiram esclarecidas: art.230º
TFUE
 Extintiva: Traduz-se na possibilidade do PE demitir em bloco a
comissão através da apresentação e aprovação de uma moção de
censura
Num caso de demissão de um ou vários comissários, essa
competência está atribuída ao Tribunal de Justiça.
Art.234º TFUE: regras da moção de censura
Art.17º/8 TUE: Previsão da existência da mesma
 Orçamentais
o Elaboração e aprovação do orçamento anual da UE, em colaboração com
o CUE
o Art.310º generalidades
o Art.314º Processo de elaboração do orçamento como um processo
legislativo especial
A execução orçamental pertence à Comissão Europeia
o Art.319º referência ao facto da execução orçamental estar sujeita a uma
fiscalização pelo Tribunal de contas e também pelo PE
 Consultivas
o O PE tem competências consultivas no âmbito da PESC – art.36º TUE
o Quando o exercício do poder legislativo/ executivo caiba ao duo
Comissão / Conselho o PE é frequentemente solicitado a dar pareceres
sobre os mais importantes actos em aprovação
 Os pareceres não são vinculativos, mas permite exprimir o ponto
de vista dos representantes dos povos dos Estados membros da
União
 Esta consulta pode ser obrigatória ou facultativa

17-04-2012

Conselho Europeu

Composição
 Art.15º/2 e 3 TUE
 Chefes de Estado ou de Governo
 Presidente do Conselho: Herman Van Rompuy
o Tem um carácter maioritariamente representativo
o Não tem poder de voto
o Divide competência no âmbito da representação externa com o AR;
art.15º/6 TUE (existem casos de exclusividade do AR)
o Intervêm em articulação com o Conselho dos Assuntos Gerais; art.16º/6
TUE
o Cargo exercido em total exclusividade (art.15º/6 TUE)
 Presidente da Comissão

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 O Alto Representante da União para os NE e PS participa nos seus trabalhos


 Possibilidade da presença de outros membros prevista no art.15º/3
 A existência de um Presidente fixo, eleito pelo próprio CE por um mandato de 2
anos e meio e a participação do Alto Representante são duas novidades pós TLX

Sede
 Bruxelas; art. 1º/2 RICE
Natureza jurídica
 É uma instituição consagrada no art.13º,nº1 TUE
 Anteriormente não constava na lista de Instituições previstas no art.13º
 Evolução histórica:
o 1961 Conferências diplomáticas não periódicas de Chefes de Estado e
Governo (Sommets)
o 1974 Assumem carácter periódico, passando a ser designadas de
Conselho Europeu
o 1992 Começa a institucionalizar-se a ideia de conselho Europeu
o 2009 Consagrada como Instituição no TLX
Funcionamento
 Reúne-se duas vezes por semestre; art.15º/3 TUE
 Deliberações:
o Regra é por consenso; art.15º/4 TUE
o Unanimidade; art.7º/2 TUE
o Maioria simples: art.235/3 TFUE
o Maioria qualificada; art.236º TFUE; 15º/5; 17º/7 TUE
 O quórum necessário está estipulado no art.6º/3 do RICE
Competências
 Órgão de direcção política
 Representação dos EM ao mais alto nível
o Discussão de questões essenciais para a UE
 Define as orientações e prioridades políticas da UE
 Dá à UE os impulsos necessários ao seu desenvolvimento
 Não exerce a função legislativa
 Tem competências na PESC
 Define os objectivos concretos destinados à Comissão, ao Conselho e ao
Parlamento Europeu
o Estes desenvolvem no âmbito das suas funções legislativas
Relações com outras instituições
Existe uma estreita colaboração entre o “quarteto decisório”
 Com o Conselho
o Art.13º/2 TUE
o Com a institucionalização do CE o Conselho (CUE) perdeu alguma
primazia pois o CE passa a ser visto como uma instância de recurso caso
não haja consenso nas decisões a tomar no CUE.
Embora não havendo uma hierarquia, na prática não havendo acordo
entre os Ministros presentes no CUE, o assunto é submetido a um nível
superior (Chefes de Estado e Governo)
o No entanto convém realçar que o Conselho não é um órgão subordinado
ao CE, as suas decisões só estão sujeitas a controlo jurisdicional. Esta
situação de “submissão” só se observa a nível político

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Direito Comunitário

 Com a Comissão
o O Conselho Europeu tem competências na constituição da Comissão
(17º,nº7 TUE)
o O Conselho Europeu vai propor ao PE um candidato ao cargo de
Presidente da Comissão
o Cooperação entre as instituições: art.13º,nº2 TUE
 Com o Parlamento Europeu
o Cooperações entre as instituições: Art.13º/2
o Apresentação de um relatório ao PE após cada uma das reuniões do
Conselho Europeu: Art.15º/6 d) TUE
o O Presidente do PE pode ser ouvido pelo CE: 235º/2 TFUE

19-04-2012
Conselho (da União Europeia)

Art.16º TUE; 237º,a 243º TFUE

Sede:
 Bruxelas (Protocolo relativo às Instituições/ pág. 470 TLX)
Natureza:
Tem uma dupla natureza
 Órgão intergovernamental:
o Os seus membros participam nas deliberações na qualidade de
representantes dos Estados membros (e não em nome pessoal):
art.16º,nº2,TUE
 Instituição da União Europeia
o Sempre teve este carácter institucional, mas inicialmente (CECA) era
chamado de Conselho de Ministros
Composição:
 É composto por um representante de cada Estado membro, sendo estes membros
de nível ministerial: art.16º,nº2 TUE
 Não são representantes permanentes dos Estados membros. Cada Estado
membro far-se-á representar por um ministro consoante as matérias a tratar em
cada reunião do Conselho, cobrindo o conjunto de políticas da UE.
 A designação jurídica dessas matérias: Formações
 São chamados a participar em Conselhos especializados ou sectoriais: ECOFIN,
Conselho dos transportes, etc.
 Existem neste momento dez formações:
o Conselho dos Assuntos gerais: art.16º,nº6 TUE
o Conselho dos negócios estrangeiros: Art.16,nº6 TUE
o Outras 8 formações previstas no anexo I
 Esta lista de “formações “ é estabelecida pelo Conselho Europeu (art.236º
TFUE) que também decide quanto à Presidência dessas formações, com
excepção da formação dos Negócios estrangeiros, presidida pelo Alto
Representante. Art.16º,nº6 e nº9 TUE, 18º,nº3 TUE
 Independentemente da formação a deliberação é sempre em nome do Conselho

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Direito Comunitário

Presidência:
 A Presidência do Conselho está prevista nos art.16,nº9 e 18,nº3 TUE; 237º
TFUE; Decisão de 1/2007 do Conselho (CUE) e na declaração nº9 TLX (página
377)
 Existe uma estrutura entre três países para facilitar a continuidade dos trabalhos.
O que exerce a presidência, o seu antecessor e o seu sucessor.
Competências:
 Artigo 16º,nº1 TUE;
 Decisórias (comuns ao quarteto decisório) art.16º,nº1 TUE; 288º e 294º TFUE
 Coordenação nos domínios económicos e sociais: art.5º,nº1 e 121ºTFUE
o Normalmente exerce os seus poderes de decisão através dos actos
previstos no art.288º TFUE
 Poderes de execução:
o Só os exerce excepcionalmente por força dos art. 290º e 291º TFUE
 Centro de concertação de interesses nacionais:
o O Conselho é composto por Ministros que representam os Estados
membros e como tal representam os interesses desses mesmos Estados.
Estamos então perante uma ideia de concertação dos interesses nacionais.
 Poder legislativo: art.288º e 294º TFUE
 Poderes orçamentais: art.314º TFUE
 PESC: art.26,nº2 a 33º TUE
 COPOJUP: art.70º TFUE
 Cooperações reforçadas: art.329º,nº2 TFUE
Organização:
 Art.16º,nº7 TUE e art.240º TFUE
 COREPER
o Nos termos do art.16º,nº7 do TUE, a preparação dos trabalhos do
Conselho é da responsabilidade de um comité ed representantes
permanentes dos Estados membros, vulgo COREPER
o Este comité recebem as propostas legislativas da Comissão, analisam-
nas, verificam a sua conformidade reformulando-as se necessário e
apresentam aos ministros para deliberação
 Comités especializados
o Existem mais de 150 e preparam algumas deliberações do Conselho, em
vez da COREPER
 Grupos de trabalho
o Trabalham em conjunto com o COREPER e sob sua orientação, na
realização de certas tarefas de preparação
 Secretariado-geral:
o Poderosos órgão burocrático constituído por diversas direcções gerais
cujas atribuições cobrem praticamente todas as áreas da actividade da UE
o Previsto no artigo 23º RI Conselho

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Direito Comunitário

23-04-12
Funcionamento:
 Funciona em regime de colégio
 Art. 240º,nº1 e 3: COREPER responsável pela organização dos trabalhos
 Art. 237º TFUE: O Conselho reúne-se por convocação do seu Presidente.
 Regulamento interno: existência de inúmeras lacunas nos tratados
complementadas com o Regulamento interno do Conselho
Deliberações:
 Quórum estabelecido no artigo 11º do RI Conselho
 A regra é a de maioria qualificada onde os Estados tem um peso de voto
diferente entre eles, nas votações por maioria simples ou por unanimidade
também previstas, todos os EM tem o mesmo peso na deliberação
(1 EM=1 Voto)
 Este sistema instituído procurou responder à dupla preocupação do realismo e
equilíbrio político

 Maioria simples: art.238º,240º,243º TFUE (ex.)


Em casos de menor importância/ ausência de conflitos de interesses entre
EM
 Unanimidade: Exemplos de matérias da PESC, de fiscalidade, etc.
Art.31º;42º,nº4;48,nº2,4 e 7;49º TUE
Cada vez existe menos matérias que necessitam de unanimidade
 Maioria Qualificada: Regra geral. Art.16º,nº3 TUE

Maioria qualificada
 A regra está prevista no art.16,nº3 TUE
 No nº4 do mesmo artigo estão as regras a adoptar com remissão para o art.238º
TFUE
 Após o TLX estabeleceu-se uma alteração progressiva das regras para
deliberação por maioria qualificada, existindo 3 critérios cumulativos a partir de
2014
o O peso de cada EM para as votações
o O número de EM a votar
o Contagem da densidade populacional
 Regra geral as deliberações são elaboradas após proposta da Comissão
 Caso o Conselho delibere sem essa mesma proposta, apelida-se de deliberação
por maioria duplamente qualificada. Isto acontece pelo facto de a Comissão ser
considerada a Guardiã dos Tratados, velando pela sua correcta aplicação, para
que não sejam postos em causa os princípios da UE.

Da entrada em vigor do TLX até 31/10/14


 Aplica-se o estatuído no art.16º,nº5 TUE + art.3º,nº3 e 4 do Protocolo relativo às
disposições transitórias
o Maioria qualificada
 255 Votos favoráveis
 14 EM ; metade dos Estados membros
 Possibilidade de pedir correspondência a 62% da população da
UE
o Maioria duplamente qualificada
 255 Votos favoráveis
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Direito Comunitário

 18 EM; 2/3 dos Estados membros


 Possibilidade de pedir correspondência a 62% da população da
UE

A partir de 01/11/14
 Aplica-se o estatuído no art.16º,nº4 e 5 TUE + 238º,nº2 e 3 TFUE
 Passa a existir a ideia de tripla maioria, pois associa % de população, % de
membros do Conselho e um número mínimo de EM

o Maioria qualificada
 55% Dos membros do Conselho
 No mínimo de 15 países
 Devendo representar os EM no mínimo de 65% da população da
UE (consultar anexo III da RI Conselho)
o Maioria duplamente qualificada
 72% Dos membros do Conselho
 Num mínimo de 18 países
 Correspondendo a 72% da população da UE (consultar anexo III
da RI Conselho)

Entre 1/11/14 e 31/03/07


 Previsto no art.3º,nº2 do protocolo relativo às disposições transitórias
 Se pedido por um dos membros do Conselho

A partir de 01/11/17
 Declaração nº7, art.4º (página 374 TLX)

30-04-2012
Comissão

Art.17º TUE; 244º a250º TFUE; RI Comissão


Realce da sua existência não para representar interesses nacionais, mas sim intervir em
nome da UE
Sede:
 Bruxelas
Composição
 Composta por comissários (art.17º,nº4) um por cada EM, incluindo o seu
Presidente e o Alto Representante (novidade de TLX)
 Processo de nomeação:
o O CE propõe ao PE um nome para Presidente da Comissão
o O PE aprova (ou não) esse candidato
o O Conselho de comum acordo com o Presidente da Comissão. Adopta a
lista dos demais candidatos, para nomeação como comissários, com base
nas sugestões apresentadas por cada EM.
 O Alto Representante é nomeado pelo CE de acordo com o
Presidente da Comissão (art.18º, nº1 TUE)
o O CE nomeia a Comissão

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Direito Comunitário

 A Comissão dispõe de uma dupla legitimidade: a que resulta da vontade dos EM


e a que decorre da aprovação parlamentar.
 A partir de 1 de Novembro de 2014 estão instituídas novas regras (art.17º,nº5+
declaração nº10 + Decisão do Conselho Europeu de 12-12-2008)
 Cada Comissário ficará com uma política da UE
 Existe uma lógica no processo de escolha dos comissários ser realizado pelo seu
Presidente, pois como órgão executivo, tem lógica o seu responsável máximo ter
o poder de escolher a sua equipa.
Presidência
 As competências do Presidente estão elencadas no art.17º,nº6 e 7º
o Influencia decisivamente a constituição da Comissão
o A Comissão actua sobre a orientação política do seu Presidente
o Cabe-lhe decidir a organização interna da Comissão
o Nomeação dos vice-presidentes (excepção do AR)
o Responsável pelo exercer de funções dos Comissários
o Estrutura e distribui as responsabilidades incumbidas à Comissão, pelos
seus membros
 É a figura central da Comissão
Cessação de mandato
 Colectivamente
o Expiração de mandato
o Por vontade própria (art.246º, TFUE)
o Por moção de censura (17º,nº8 e 234º TFUE)
 Individualmente
O comissário que por qualquer razão tenha cessado o exercício das suas
funções será substituído por um novo membro (art.246º TFUE)
o Morte
o Demissão compulsiva: Art.245º, 247ºe 17º,nº6 TUE
 Sanção que o Tribunal de Justiça, a pedido do Conselho ou da
própria Comissão, pode aplicar a qualquer comissário.
o Demissão voluntária: art.246º TFUE
Independência da comissão
 Face aos Estados membros (art.17º,nº3 TUE; 245º e 243º TFUE)
o Resulta das qualidades pessoais dos membros da Comissão (art.17º,nº3)
o O facto de desempenharem as suas funções no interesse geral da
Comunidade e com total independência
o Como guardiã dos Tratados, para velar pela sua aplicação, tem o poder
de intentar acções contra os EM que os violem.
 Face ao Conselho (art.17º,nº7 e 8 TUE; 247º; 263º e 265º TFUE)
o O Conselho participa na nomeação da Comissão, mas não pode demiti-
la, apenas tendo autorização para requerer ao TJ que decrete a demissão
de determinado membro
o Habilitada a fiscalizar a actuação do Conselho e a demandá-lo perante o
TJ (art.263º e 265º- TFUE)
o Cabe à Comissão, com inteira liberdade, decidir da sua organização e
funcionamento
o Apesar desta independência deve a Comissão e o Conselho procederem a
consultas recíprocas, num quadro de profunda colaboração institucional

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Direito Comunitário

Deliberações
 Este órgão funciona e delibera em colégio. As suas deliberações pertencem ao
colectivo dos seus membros e exprimem-se sob a forma de actos
o Decisões, directivas, regulamentos, recomendações, pareceres ou
propostas
o Deliberações tomadas por maioria simples
 O quórum para votação está previsto no art.7º do RI e no art.250º TFUE
 Deliberação por escrito
o Previsto no artigo 12º do RI
o O acordo dos seus membros pode ser dado por escrito de modo a
simplificar o processo de decisão
o Exigência de unanimidade (expressa ou tácita)
 Deliberação por delegação
o Para tornar o processo de deliberação menos moroso, para determinadas
deliberações adopta-se a deliberação por delegação
o Previsto no art.14º RI
o Directores gerais e chefes de serviço
 Deliberação por habilitação
o Previsto no art.13º RI
o Habilitação de um dos seus membros de poder deliberar em determinada
matéria
Organização e funcionamento
 Art.17º,nº6 TUE; art.248º e 249º TFUE; RI
 É um órgão colegial: art.1º RI
 A sua estrutura burocrática compreende milhares de funcionários divididos por:
o Direcções gerais
 Direcções de serviços e divisões
 Secretariado-geral
 Entre outros previstos no RI (art.17º a 20º)

03-05-2012
Competências
 Poderes de decisão e execução: art.17º,nº1 TUE
o Em regra é um órgão executivo, mas também está habilitada, no âmbito
das matérias da sua competência, a adoptar actos de carácter normativo;
estabelecidos nos Tratados ou por atribuição ou delegação do Conselho
o É um órgão decisório fundamental para a UE
 Guardiã dos Tratados: art.17º,nº1; 258º e ss
o Poderes para autorizar a adopção de medidas derrogatórias das
disposições dos Tratados (ex:101º,nº1 e 3 do TFUE): poder de apreciar e
decidir a legalidade, necessidade ou oportunidade de recurso, de certas
medidas por parte dos EM ou empresas, que impliquem derrogação das
disposições dos Tratados
o Poderes de sanção: aplicação de multas às empresas que faltem ás
obrigações impostas pelos Tratados
o Poderes de controlo:
 Poderes de fiscalização: poder de proceder às verificações que
julgar necessárias, para esse bom funcionamento da UE
 Direito de acção: cumpre à Comissão velar pela estrita
observação do direito da União, tanto pelos EM, como pelas

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Direito Comunitário

outras instituições, podendo recorrer para tal a diversas vias


contenciosas:
 Acção de incumprimento: art.258º TFUE
 Recurso de anulação: artg.263º e 264º TFUE
 Acção por omissão: art.265º TFUE
 Poderes de iniciativa legislativa: artg.17º,nº2 TUE e 289º TFUE
o A Comissão dispõe de um poder de iniciativa, que lhe atribui um papel e
uma influência determinantes na adopção dos actos da União; assim é
considerada o órgão motor da engrenagem institucional
o É óbvia esta legitimidade de iniciativa legislativa em virtude de ter em si,
subjacente a ideia de defender os interesses da União
o De realçar que apesar deste poder de iniciativa legislativa, por vezes
poderá ser o conselho ou o PE a provocar essa mesma iniciativa da
Comissão: art.225º e 241 TFUE
 Poderes de administração e gestão: art.17º,nº1 TUE
o Mercado interno; matéria de concorrência; implementação das políticas
comuns instituídas na UE
 Poderes de representação: art.17º,nº1; 335º e 218º TFUE
o Relevante papel por parte de um dos seus vice-presidentes: O Alto
Representante
o Cabe á Comissão negociar acordos com terceiros países

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