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Pontifícia Universidade Católica do RS

Faculdade de Engenharia

LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA


EXPERIÊNCIA 1: RETIFICADOR MONOFÁSICO MEIA ONDA A DIODO

OBJETIVO:

Verificar quantitativa e qualitativamente o comportamento dos Retificadores Monofásicos de


Meia Onda a diodo.

ESTUDO TEÓRICO
A estrutura do experimento é composta de um transformador com seu primário conectado à
rede e o seu secundário conectado ao circuito retificador, um diodo e a carga como pode se
observar na figura1.

Figura 1 -Retificador Monofásico de meia Onda carga resistiva

À carga a ser utilizada pode ser resistiva, capacitiva, indutiva ou mista. Em aplicações de
eletrônica de potência, normalmente utiliza-se uma carga RL.

Teoricamente o retificador monofásico de meia onda é o mais simples das estruturas


empregadas em eletrônica de potência. Ele é comumente utilizado para fazer alimentação
da armadura de pequenos motores de corrente contínua, alimentação de enrolamentos de
excitação de máquinas elétricas, carregamento de baterias e alimentação de circuitos
eletrônicos.

Resumo da Teoria
Funcionamento para carga resistiva

O diodo bloqueia o semiciclo negativo da tensão alternada de alimentação v. Deste modo,


somente os semiciclos positivos são aplicados à resistência de carga R.
As formas de ondas relativas à estrutura em questão estão representadas na figura 2:
Figura 2 - Formas de onda relativas à fig 1.

A tensão média na carga é calculada pela expressão:

π
[− cos( ω t ) ]
1 2 V π 2 V
∫ V Lmed = =
0 0
VLmed = 2 V 0 sen(ωt ) d (ωt )
2π 0
2π 0 π

V Lmed = 0 , 45 V 0

A corrente média na carga é obtida pela expressão:

π
π
1 ⎡ 1 ⎤
∫ 2 V 0. sen( ω t ) d (ω t ) ⎥
1 2 V0 =
ILmed =
2π ∫
0
R
sen(ωt ) d (ωt ) ILmed
R

⎣ 2π 0 ⎦
VLmed 0,45V 0
I Lmed = ILmed =
R R

A corrente de pico no diodo, igual à corrente de pico na carga é dada pela expressão:
2 Vo
I Lmed =
R
A tensão de pico inversa no diodo é dada pela expressão:

VDp = 2 V 0

Para o dimensionamento correto do diodo também é importante conhecer o valor eficaz da


corrente que circula pelo semicondutor, assim:

π ⎛ ⎞ 2
1 ⎜ 2 V0⎟2 2 V0

π
ILef = ⎜ R ⎟ sen (ωt ) d (ωt ) 2
2 ∫0
2π ⎜ ⎟ ILef = sen (ω t ) d (ω t )
0
⎝ ⎠
π R
CARGA RL

A estrutura do retificador monofásico de meia onda alimentado uma carga RL está


representada na figura 3:

Figura 3 - Retificador monofásico de meia onda alimentando carga RL

As formas de onda relativas à carga RL estão representadas na figura 4.


Devido à presença da indutância, o diodo não se bloqueia quando ωt=π. O bloqueio ocorre
no ângulo β, que é superior a π. Enquanto a corrente de carga não se anula, o diodo se
mantém em condução e a tensão de carga, para ângulos superiores a π, torna-se
instantaneamente negativa.
A corrente de carga é obtida pela solução da equação diferencial:
diL (ωt )
2 V 0 sen(ωt ) = L + RiL (ωt )
dt

Figura 4 - Formas de onda relativas à fig 3.


A solução da equação diferencial é representada pela expressão:

−t τ
sen (ωt − φ ) − I 1(0) e
2 V0
iL (ωt ) =
2 2
R +X

Onde:

X L
φ = arctg ; X = ωL; τ =
R R
A corrente da carga é composta de duas componentes distintas, representadas pelas
expressões:
2 V0
i1(ωt ) = sen(ωt − φ )
2 2
R +X

− t /τ
i 2(ωt ) = − I 1(0) e

As duas componentes estão representadas graficamente na figura 5.


Para ωt=0, tem-se iL (ωt) =0. Assim:
2 V0
i1(0) = sen(−φ )
2 2
R +X

Portanto:
2 V0 ⎡ − t /τ ⎤
iL (ωt ) = ⎢sen(ωt − φ ) − sen(−φ ) e ⎥
2 2 ⎣ ⎦
R +X

Figura 5 - Corrente de carga relativa à fig 3.

A componente i2(ωt) representa a parcela transitória da corrente; a componente i1(ωt)


representa a resposta em regime permanente da carga RL submetida à tensão alternada da
rede. Para que se possa estabelecer o valor médio da tensão na carga, é necessário que se
conheça o angulo β. De acordo com a figura 4, i(ωt) =0 quando ωt= β.
Carga RL com Diodo de Roda-Livre

Para evitar que a tensão de carga torne-se instantaneamente negativa devido à presença da
indutância, emprega-se o diodo de roda-livre (DRL). A estrutura adquire assim a forma
apresentada na figura 6:
Figura 6 - Retificador de meia onda com diodo de Roda-Livre

As formas de onda relativas ao retificador de meia onda com diodo de roda-livre estão
representadas na figura 7:

Figura 7 - Forma de onda para a estrutura da fig 6.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Alimentação de uma carga resistiva:


O circuito a ser montado está representado na figura 8.

Figura 8 - Esquema do circuito experimental resistivo.

Figura 8 - Esquema do Circuito experimental resistivo.

Instrumentos a serem empregados.


- Multímetro digital para medir a tensão de fase secundária;
- Amperímetro (Multímetro digital) para medir a corrente do primário do transformador e a
corrente de carga do circuito;
- Osciloscópio e duas ponteiras atenuadas de 10 vezes.
Material utilizado para medição.
- Kit de transformadores;
- Kit retificador não controlado;
- Banco de cargas.

Roteiro da experiência.
Montar o circuito apresentado na figura anterior;
1a) Calcular os valores esperados das correntes e tensões e verificar se as escalas dos
instrumentos estão corretas. Fazer uma revisão na montagem e energiza-la;
ATENÇÃO: As bancadas estão desligadas. Solicitar ligação para o professor ou
monitor.

2a) Verificar se as tensões e correntes indicadas nos instrumentos estão de acordo com os
valores esperados;

3a) Verificar com osciloscópio as seguintes formas de ondas:


- Tensão no secundário do transformador;
- Tensão na carga;
- Tensão nos terminais do diodo;
- Corrente sobre o diodo.

4a) Através das leituras dos instrumentos, verificar a validade das expressões teóricas.

b) Alimentação com carga RL


Associar, no banco de cargas, os indutores em série com as resistências.
O circuito a ser montado está representado na figura 9.

Figura 9- Esquema do circuito experimental resistivo e indutivo.

Proceder da mesma forma como descrito para o ítem “a”.

c) Alimentação com diodo de roda-livre carga RL.


Associar, no banco de cargas, os indutores em série com as resistências.
O circuito a ser montado está representado na figura 10.

Figura 10- Esquema do circuito experimental com diodo roda-livre.


Proceder da mesma forma como descrito para o item “a”.
Verificar a forma de onda no diodo de circulação (DRL).

Montar o circuito apresentado na figura 10.

1a) Calcular os valores esperados das correntes e tensões e verificar se as escalas dos
instrumentos estão corretas. Fazer uma revisão na montagem e energiza-la;

2a) Simular no programa ORCAD9.1 todas as formas de onda obtidas nas etapas anteriores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - Barbi, Ivo. Eletrônica de Potência. Florianopolis: 1997

2 - Software ORCAD versão 9.0.

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