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O ELETROCARDIOGRAMA NORMAL

1. CARACTERÍSTICAS
A onda P é produzida pelos potenciais elétricos gerados quando os átrios se despolarizam, antes de a
contração atrial começar.

O complexo QRS é produzido pelos potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam antes de
sua contração, isto é, enquanto a onda de despolarização se propaga pelos ventrículos.

A onda T é produzida pelos potenciais gerados, enquanto os ventrículos se restabelecem do estado de


despolarização. A onda T é conhecida como onda de repolarização.

OBSERVAÇÃO!
Os átrios se repolarizam cerca de 0,15 a 0,20 segundo, após o término da onda P, coincidindo
aproximadamente com o momento em que o complexo QRS está sendo registrado no ECG.

Como consequência, a onda de repolarização atrial conhecida como onda T atrial é em geral encoberta
pelo complexo QRS que é muito maior. Por essa razão, raramente se observa uma onda T atrial no ECG

1.1. ONDAS DE DESPOLARIZAÇÃO E DE REPOLARIZAÇÃO


A Figura abaixo mostra uma fibra muscular única do coração em quatro fases diferentes do processo de
despolarização e de repolarização. Nessa figura, a cor vermelha indica a despolarização

À direita da fibra muscular, evidencia-se o registro das variações que ocorrem no potencial entre os dois
eletródios como mostra o aparelho registrador de alta velocidade.

Na Figura A, a despolarização representada


pelas cargas positivas vermelhas, no interior,
e pelas cargas negativas vermelhas, no
exterior da fibra, está se deslocando da
esquerda para a direita. A primeira metade
da fibra já se despolarizou, enquanto a
metade restante ainda está polarizada.
Entretanto, o eletródio esquerdo, situado no
exterior da fibra, está em área negativa, e o
eletródio direito está em área positiva, o que
faz com que o aparelho registre valor
positivo.

Na Figura B, a despolarização já se estendeu


por toda a fibra muscular, e o registro à
direita retornou à linha de base zero, porque
ambos os eletródios estão agora em áreas
igualmente negativas.

 A onda completa é uma onda de


despolarização, pois resulta da
propagação da despolarização ao
longo da membrana da fibra
muscular.

A Figura C mostra metade do trecho da


mesma fibra muscular já repolarizada. A positividade está retornando para o lado externo da
fibra. Nesse momento, o eletródio esquerdo está em área positiva, e o eletródio direito em área
negativa.
 Essa polaridade agora é oposta à polaridade mostrada na Figura A.

Na Figura 11-2D, a fibra muscular se repolarizou completamente, e ambos os eletródios estão


agora em áreas positivas, de modo que não existe diferença de potencial entre eles para ser
registrada. Assim, no registro à direita, o potencial retorna novamente ao zero.

Essa onda negativa completa é uma onda de repolarização, porque resulta da propagação da
repolarização ao longo da membrana da fibra muscular.

1.2. RELAÇÃO ENTRE O POTENCIAL DE AÇÃO DO MÚSCULO


VENTRICULAR E AS ONDAS DO ECG
A parte superior da Figura abaixo mostra um potencial de ação monofásico registrado por um
microeletródio inserido no interior de uma fibra muscular única ventricular.

A deflexão inicial, ascendente e íngreme desse potencial de ação é produzida pela


despolarização, e o retorno do potencial à linha de base é causado pela repolarização.

A parte inferior da Figura abaixo mostra o registro do ECG simultâneo desse mesmo ventrículo.

OBSERVE! As ondas QRS surgem no início do


potencial de ação monofásico, aparecendo a onda T no final.

OBSERVE! Nenhum potencial é registrado no ECG


quando o músculo ventricular está completamente
polarizado ou completamente despolarizado. Somente
quando o músculo está em parte polarizado e em parte
despolarizado é que a corrente flui de uma parte dos
ventrículos para outra e, consequentemente, flui também até
a superfície do corpo, permitindo o registro ECG

1.3. CALIBRAÇÃO DA VOLTAGEM E


DO TEMPO
As linhas de calibração horizontais do ECG padrão estão dispostas de tal modo que cada 10 linhas
horizontais correspondem a 1 milivolt, as linhas horizontais acima da linha de base indicam valores
positivos, e as que estão abaixo da linha de base indicam valores negativos.

As linhas verticais do ECG são as linhas de calibração do tempo.

Um ECG típico tem velocidade de impressão de 25 milímetros por segundo. Portanto, cada 25 milímetros
na direção horizontal correspondem a 1 segundo, e cada segmento de 5 milímetros indicado por linhas
verticais escuras representa 0,20 segundo.

1.4. INTERVALOS PQ E QT
O tempo decorrido entre o início da onda P e o início do complexo QRS corresponde ao intervalo entre o
começo da estimulação elétrica dos átrios e o começo da estimulação dos ventrículos.

A contração do ventrículo dura aproximadamente do início da onda Q (ou da onda R, quando a onda Q
está ausente) até o final da onda T. Esse período é denominado intervalo Q-T.

1.5. DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA COM O ECG


A frequência cardíaca corresponde ao inverso do intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos
sucessivos.

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