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A maresia é a grande vilã das regiões litorâneas. Devido à umidade, os íons de cloreto de sódio e
cloreto de magnésio ficam suspensos no ar, agredindo o aço e causando a corrosão da armadura. Isso
ocorre, principalmente, se o concreto não tiver as características adequadas para suportar a
agressividade do meio. Considerando que, quanto mais perto do mar, mais sujeita à corrosão a
construção estará, casas “pé na areia” sofrem mais com a maresia, sobretudo as suas fachadas, que
ficam expostas aos ventos provenientes do mar, ricos em agentes agressivos.
Outro fenômeno que causa problemas às edificações construídas no litoral é a carbonatação. Trata-se
da reação do CO² presente na atmosfera com o hidróxido de cálcio presente no concreto, formando
carbonato de cálcio. “A carbonatação acontece em qualquer ambiente, inclusive em regiões litorâneas,
mas é mais intensa em locais com índices elevados de gás carbônico, como a cidade de São Paulo, por
exemplo”, explica Carlos Marmorato, professor doutor da Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com o especialista, em cidades com praia, a carbonatação despassiva a armadura, pois reduz
a alcalinidade do concreto (ou seja, o seu Ph), um dos responsáveis pela proteção da armadura. Dessa
forma, o concreto fica mais vulnerável à ação de agentes agressivos. “Podemos dizer que a
carbonatação associada aos agentes agressivos potencializa a corrosão da armadura”, resume o
professor.
Utilizar um concreto menos permeável, com menos porosidade e menor absorção. Isso é
conseguido alterando-se a relação água/cimento: aumentando-se o consumo de cimento por m³
e diminuindo-se a quantidade de água por m³. “O segredo é usar a menor quantidade de água
possível na produção do concreto e diminuir sua porosidade por meio de aditivos ou adições”,
sugere Marmorato.
No caso de concretos revestidos de tinta ou verniz, Marmorato lembra que é importante fazer a
manutenção, pois, após aproximadamente cinco anos, esses revestimentos perdem a eficácia.
Graus de agressividade
A NBR 6118 da ABNT estabelece quatro graus de agressividade. As regiões litorâneas estão no nível
3. Já as estruturas diretamente expostas a “respingos de maré”, como píeres, por exemplo, estão no 4.
Nesse caso, não apenas o aço pode ser degradado, mas o próprio concreto. “Essa norma é elementar
para quem trabalha com estruturas de concreto”, afirma Marmorato.
A norma determina uma espessura mínima para o cobrimento da armadura em ambientes agressivos:
35 mm para lajes de concreto armado; 40 mm para pilares e vigas de concreto armado; e 45 mm para
concreto protendido.
O TRAÇO DO CONCRETO
Traço unitário:
1 : a: b: a/c