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Momento de Inércia

de Área e Massa

Referências:
Hibbeler – Estática – Vol. 1 Capítulo 10
Gray – Mecânica Para Engenharia – Vol. 1
(biblioteca online)
Introdução:
A figura mostra a distribuições de pontuação (notas) para os dois exames. Ambos os exames
tiveram a mesma media e o mesmo numero de alunos. O primeiro exame tem mais alunos
longe da média do que o segundo, portanto a variância e o desvio padrão, ambas medidas
de uma distribuição, são maiores para o primeiro exame.

Imagine que você fez os dois exames junto com


a turma e, em ambos, a média da turma foi de
70% e a sua pontuação foi de 85%.

O seu desempenho no segundo exame foi


melhor do que no primeiro, porque no segundo
exame havia poucos estudantes que tiveram
notas mais altas do que a sua. Como o mesmo
número de alunos fez ambos os exames, a área
sob cada distribuição é a mesma.

Note que a média da turma representa o


centroide de cada distribuição. A variância é
equivalente ao momento de inércia e o desvio
padrão é similar ao raio de giração.
Momento de Inércia de Área
A figura mostra duas vigas engastadas carregadas no extremo livre. Ambas são construídas
pregando ou colando juntas três pranchas idênticas de madeira. Assim, as duas vigas têm o
mesmo comprimento e mesma área de seção transversal. Quando as vigas estão sujeitas à
mesma carga P, a viga com a seção transversal retangular (a) flexiona mais que a viga com a
seção transversal de perfil I (chamada de viga I) (b).

A razão essencial para a viga I ser mais


rígida é que a maior parte da sua área de
seção transversal está mais distante do
eixo x do que aquela da viga com seção
transversal retangular.

O momento de inércia de área quantifica a


distribuição da área, e será utilizado na
disciplina de resistência dos materiais.
Alguns conceitos de Resistência de Materiais – Flexão Pura:
A barra de levantamento de peso mostrada abaixo suporta pesos à distâncias iguais das mãos do
levantador. Por questões de simetria, as reações nas mão do levantador são iguais e opostas aos
pesos, conforme mostrado em (a). Portanto, em relação ao segmento CD da barra, os pesos e
reações podem ser substituídos por dois momentos de binários, iguais e opostos, conforme
mostrado em (b). Dizemos que esse segmento CD está submetido a uma flexão pura.
A viga na figura (a) abaixo se encontra em equilíbrio e está submetida a uma força
concentrada 𝑷 em sua extremidade livre. Se observarmos uma seção C dessa viga, a uma
distância 𝑥 de C, vemos que deve existir nesse ponto uma força interna 𝑷′ igual e oposta a 𝑷
e um momento de binário 𝑴 de intensidade 𝑀 = 𝑥𝑃 e sentido oposto ao binário formado por
𝑷 e 𝑷′ , conforme a figura (b). Esse momento de binário 𝑴 é produzido pelo conjunto de
forças internas na seção C da viga, e é chamado de momento fletor.

𝐶
A figura abaixo mostra a seção transversal de uma viga que se encontra sob flexão pura. De
acordo com a Resistência dos Materiais, as forças internas em qualquer seção da viga são forças
distribuídas cujas intensidades Δ𝐹 = 𝑘𝑦Δ𝐴 variam linearmente cm a distância 𝑦 entre o
elementos de área Δ𝐴 e um eixo que passa pelo centroide da seção.
A intensidade 𝑅 da resultante das forças Δ𝐹
exercidas sob toda a seção é:

𝑅 = ∫ 𝑘𝑦d𝐴 = 𝑘∫ 𝑦dA

onde ∫ 𝑦𝑑𝐴 é o momento de primeira


ordem da seção, e é igual a zero.

Dessa forma, a resultante das forças


atuando na seção transversal é igual a
zero.
A intensidade 𝑀 do momento de binário
resultante (momento fletor) deve ser igual à
soma dos momentos Δ𝑀𝑥 = 𝑦Δ𝐹 = 𝑘𝑦 2 Δ𝐴
das forças elementares.
Integrando sobre toda a seção, temos:

𝑀 = ∫ 𝑘𝑦 2 𝑑𝐴 = 𝑘∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 onde ∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 é o momento de segunda ordem da seção, ou


momento de inércia de área da viga em relação ao eixo 𝑥.
Momentos de Inércia de Áreas:
Os momentos de inércia de área são medidas de como uma área é distribuída em torno de
eixos específicos. Os momentos de inércia de área dependem da geometria de uma área
(tamanho e perfil) e dos eixos que você̂ selecionar. Os momentos de inércia de área são
independentes das forças, dos materiais, e assim por diante.

Momento de inércia de
𝐼𝑥 = න 𝑦 2 𝑑𝐴
área em torno do eixo x:
y
A Momento de inércia de
𝐼𝑦 = න 𝑥 2 𝑑𝐴
área em torno do eixo y:
y dA

r Momento de inércia de
área polar, em torno do 𝐽𝑂 = න 𝑟 2 𝑑𝐴 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦
x ponto O:
O x
Produto de inércia de
área, em torno do 𝐼𝑥𝑦 = න 𝑥𝑦𝑑𝐴
ponto O:
Observações:

Todos os momentos de inércia medem o segundo momento da distribuição de área. Isto


é, para determinar 𝐼𝑥 , 𝐼𝑦 e 𝐽𝑂 , os braços de momento, y, x e r são, respectivamente,
elevados ao quadrado. Para 𝐼𝑥𝑦 , o produto de dois braços de momento diferentes são
usados. Os momentos de inércia de área às vezes são chamados de segundos momentos
de uma área.

Duas expressões para o momento de inércia polar, 𝐽𝑂 , são dadas. O momento de inércia polar
pode ser calculado diretamente por integração, ou usando a expressão 𝐽𝑂 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 . Assim,
se conhecemos 𝐼𝑥 e 𝐼𝑦 para um perfil específico, 𝐽𝑂 pode ser facilmente calculado.

Todos os momentos de inércia de aérea têm dimensões de (comprimento)4, como m4 , cm4 ou


mm4.

Para qualquer área com tamanho finito, 𝐼𝑥 , 𝐼𝑦 e 𝐽𝑂 são sempre positivos. O produto de
inércia 𝐼𝑥𝑦 pode ser positivo, zero ou negativo.
Produto de Inércia 𝑰𝒙𝒚 :
O produto de inércia 𝐼𝑥𝑦 mede a assimetria de uma área com relação aos eixos x e y. Pode ter
valor positivo, zero ou negativo, dependendo da forma da área, da seleção das direções x e y,
bem como da localização da origem do sistema de coordenadas xy.

Um perfil simétrico tem pelo menos um eixo de simetria, enquanto um perfil não simétrico
não tem eixos de simetria; alguns exemplos são mostrados abaixo:

Nos projetos de engenharia, a grande maioria das vigas tem seção transversal simétrica e é
analisada tomando a direção x e/ou y para ser um eixo de simetria para a seção transversal;
nessas circunstâncias, 𝐼𝑥𝑦 = 0. Para uma seção transversal não simétrica, 𝐼𝑥𝑦 geralmente é
diferente de zero.
Teorema dos Eixos Paralelos:
O teorema dos eixos paralelos estabelece que o momento de inércia de uma área em relação a
um eixo O qualquer é igual ao momento de inércia dessa área em relação a um eixo paralelo a
O passando pelo centroide da área, C, somado com o produto da área pelo quadrado da
distância perpendicular entre os eixos.

2 2
𝐼𝑥 = න 𝑦′ + 𝑙𝑦 𝑑𝐴 = න 𝑦′2 𝑑𝐴 + 2𝑑𝑦 න 𝑦′𝑑𝐴 + 𝑙𝑦 න 𝑑𝐴
𝐴 𝐴 𝐴 𝐴
A segunda integral do lado direito se anula, pois o eixo x’ passa pelo centroide C da área.

Temos então:

2
𝐼𝑥 = 𝐼𝑥ҧ ′ + 𝐴 𝑙𝑦

𝐼𝑦 = 𝐼𝑦ҧ ′ + 𝐴 𝑙𝑥 2

𝐽𝑂 = 𝐼𝐶ҧ + 𝐴𝑙2
Raios de Giração:
O raio de giração de uma área em relação a um eixo tem unidades de comprimento (m, cm, etc.)
e é uma quantidade diretamente relacionada com os momentos de inércia de áreas, sendo
definidos como:

𝐼𝑥
𝑘𝑥 = raio de giração da área A em torno do eixo x.
𝐴

𝐼𝑦
𝑘𝑦 = raio de giração da área A em torno do eixo y.
𝐴

𝐽𝑂
𝑘𝑂 = raio de giração polar da área A em torno do ponto O.
𝐴

Conhecendo-se o raio de giração e a área A, o momento de inércia de área pode ser calculado
por:
2
𝐼𝑥 = 𝑘𝑥 2 𝐴; 𝐼𝑦 = 𝑘𝑦 𝐴; 𝐽𝑂 = 𝑘𝑂 2 𝐴.
Exemplo 1:
Determine os momentos de inércia 𝐼𝑥 e 𝐼𝑦 e os raios de giração 𝑘𝑥 e 𝑘𝑦 de uma placa
retangular de comprimentos ℎ e largura 𝑏.
Solução:

𝐼𝑥 = න 𝑦 2 𝑑𝐴; 𝑑𝐴 = 𝑏𝑑𝑦 𝒅𝑨


𝑏ℎ3
𝐼𝑥 = 𝑏 න 𝑦 2 𝑑𝑦 → 𝐼𝑥 =
0 3

𝐼𝑥 𝑏ℎ3 3
𝑘𝑥 = = = ℎ
𝐴 3 ℎ𝑏 3

𝐼𝑦 = න 𝑥 2 𝑑𝐴; 𝑑𝐴 = ℎ𝑑𝑥

𝑏
ℎ𝑏3 𝒅𝑨
𝐼𝑦 = ℎ න 𝑥 2 𝑑𝑥 → 𝐼𝑦 =
0 3

𝐼𝑦 ℎ𝑏3 3
𝑘𝑦 = = = 𝑏
𝐴 3 ℎ𝑏 3
Exemplo 2:
ҧ e 𝐼𝑦′
Determine os momentos de inércia 𝐼𝑥′ ҧ e os raios de giração 𝑘𝑥′ e 𝑘𝑦′ de uma placa
retangular de comprimentos ℎ e largura 𝑏 em relação ao centroide C da placa.
Solução:
Em relação a O, temos:
𝑏ℎ3 ℎ𝑏3
𝐼𝑥 = ; 𝐼𝑦 = .
3 3
Usando o teorema dos eixos paralelos, temos:
ҧ + 𝐴 𝑙𝑦 2 ; ℎ
𝐼𝑥 = 𝐼𝑥′ onde: 𝑙𝑦 =
2
𝑏
ҧ + 𝐴 𝑙𝑥 2 ;
𝐼𝑦 = 𝐼𝑦′ onde: 𝑙𝑥 =
2
2
𝑏ℎ3 ℎ 𝑏ℎ3 𝑏ℎ3 𝑏ℎ3 Momentos de
ҧ =
𝐼𝑥′ − 𝑏ℎ ; → 𝐼𝑥ҧ ′ = − → ҧ =
𝐼𝑥′
3 2 3 4 12 inércia em
2 relação ao
ℎ𝑏3 𝑏 𝑏ℎ3 ℎ𝑏3 ℎ𝑏3 centroide C.
ҧ =
𝐼𝑦′ − 𝑏ℎ ; → 𝐼𝑦ҧ ′ = − → ҧ =
𝐼𝑦′
3 2 3 4 12
2 2
ℎ𝑏 ℎ 𝑏
Continua ... 𝐽𝐶 = +
3 2 2
Exemplo 2 (continuação):
Momentos de inércia da placa de área A = bh em relação ao centroide C:

𝑏ℎ3 ℎ𝑏3
ҧ =
𝐼𝑥′ ҧ =
𝐼𝑦′
12 12

Calculando os giração 𝑘ത 𝑥′ e 𝑘ത 𝑦′ da placa:

𝐼𝑥′ 𝑏ℎ3 3
𝑘ത 𝑥′ = → 𝑘ത 𝑥′ = → 𝑘ത 𝑥′ = ℎ
𝐴 12 ℎ𝑏 6

𝐼𝑦′ ℎ𝑏3 3
𝑘ത 𝑦′ = → 𝑘ത 𝑦′ = → 𝑘ത 𝑦′ = 𝑏
𝐴 12 ℎ𝑏 6

ҧ : Se a área A = bh for redistribuída em uma


Interpretação física do raio de giração, para o caso 𝐼𝑥′
3
faixa estreita, essa faixa deve ser posicionada a uma distância 𝑘ത 𝑥′ = ℎ do eixo x para ter
6
o mesmo momento de inércia que o perfil original.
Exemplo 3:
Calcule o momentos de inércia polar, e os momentos 𝐼𝑥 e 𝐼𝑦 , da placa circular de raio
𝑅𝑂 e área A = 𝜋 𝑅𝑂 2 :

Solução:
Elemento de área dA: 𝑑𝐴 = 2𝜋𝑟𝑑𝑟
𝑅𝑂
𝐽𝑂 = න 𝑟 2 𝑑𝐴 → 𝐽𝑂 = න 𝑟 2 2𝜋𝑟𝑑𝑟 𝒅𝑨
0

𝑅𝑂
𝑟 4 𝑅𝑂
𝐽𝑂 = 2𝜋 න 𝑟3 𝑑𝑟 → 𝐽𝑂 = 2𝜋 ቤ
0 4 0

𝜋 𝑅𝑂 4
𝐽𝑂 =
2

Como a placa circular apresenta simetria em relação a qualquer eixo que passa pelo seu
centro, temos que 𝐼𝑥 e 𝐼𝑦 devem ter o mesmo valor. Assim 𝐼𝑥 = 𝐼𝑦 :
𝐽𝑂 𝜋 𝑅𝑂 4
𝐽𝑂 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 → 𝐽𝑂 = 2𝐼𝑥 → 𝐼𝑥 = → 𝐼𝑥 = 𝐼𝑦 =
2 4
Exemplo 4:
Determine o momentos de inércia em relação aos eixos x e y para a área sombreada na figura:

Solução:
Elemento de área dA: 𝑑𝐴 = 100 − 𝑥 𝑑𝑦

𝑦2
𝑑𝐴 = 100 − 𝑑𝑦
400

200
𝑦2
𝐼𝑥 = න 𝑦 2 𝑑𝐴 → 𝐼𝑥 = න 𝑦2 100 − 𝑑𝑦
0 400

200
𝑦4
𝐼𝑥 = න 100𝑦 2 − 𝑑𝑦
0 400

𝑦3 𝑦5 200 800 × 10
6 480 × 106
𝐼𝑥 = 100 − ቤ = −
3 2000 0 3 3

320 × 106 Momento de inércia em relação ao eixo x: Continua ...


𝐼𝑥 = 𝑚𝑚4
3 𝐼𝑥 = 106,7 . 106 𝑚𝑚4
Exemplo 4 (continuação):
Momento de inércia em relação ao eixo y:

Elemento de área dA: 𝑑𝐴 = 𝑦𝑑𝑥

𝑑𝐴 = 400𝑥𝑑𝑥 = 20𝑥 1/2 𝑑𝑥

100
2
𝐼𝑦 = න 𝑥 𝑑𝐴 → 𝐼𝑦 = 20 න 𝑥 2 𝑥 1/2 𝑑𝑥
0

100
𝐼𝑦 = 20 න 𝑥 5/2 𝑑𝑥
0

2 7/2 100
𝐼𝑦 = 20 𝑥 ቤ = 57,1 . 106 𝑚𝑚4
7 0

Momento de inércia em relação ao eixo y:


𝐼𝑦 = 57,1 . 106 𝑚𝑚4
Momentos de inércia de área de algumas figuras geométricas
simples.
Momentos de inércia de área de algumas figuras geométricas
simples.
Momento de Inércia de Áreas Compostas:
Uma área composta consiste em uma série de partes ou formas mais simples conectadas, como
retângulos, triângulos e círculos. Se o momento de inércia de cada uma dessas partes for
conhecido ou puder ser determinado em relação a um eixo comum, então o momento de
inércia da área composta em relação ao eixo é igual à soma algébrica dos momentos de inércia
de todas as suas partes.

Procedimento:

1 – Divida a área composta em suas partes elementares e indique a distância perpendicular do


eixo que passa pelo centroide de cada parte até o eixo de referência.

2 – Se o eixo passando pelo centroide para cada parte não coincidir com o eixo de referência,
use o teorema dos eixos paralelos para determinar o momento de inércia da parte em relação ao
eixo de referência.

3 – O momento de inércia da área composta em relação a um eixo de referência é igual à soma


dos momentos de inercia das partes em relação ao eixo de referência.

4 – Se uma parte composta tiver um “furo”, seu momento de inércia é encontrado “subtraindo” o
momento de inércia do “furo” do momento de inércia da parte inteira (incluindo o “furo”).
Exemplo 5:
a) Determine a distância 𝑦ത até o centroide 𝐶 da área da
seção transversal da viga.
b) Ache o momento de inércia em relação ao eixo 𝑥′.
c) Ache o momento de inércia em relação ao eixo 𝑥.
d) Ache o momento de inércia em relação ao eixo 𝑦.

Solução:
a) Por simetria, 𝑥ҧ = 0. A altura 𝑦ത em relação ao eixo 𝑥
pode ser calculada dividindo a figura em duas partes:

2
𝑦ത𝑖 Δ𝐴𝑖 𝑦ത𝑖 Δ𝐴𝑖
250 mm
𝐶2 𝐶1 50 mm 20.000 mm2 1.000.000 mm3
𝑥′ 𝐶2 250 mm 30.000 mm2 7.500.000 mm3

1 𝑦ത σ 𝑦ത𝑖 Δ𝐴𝑖 8.500.000


50 mm 𝐶1 𝑦ത = = = 170 mm
𝑥 σ Δ𝐴𝑖 50.000
𝑥ҧ = 0 por simetria.
Exemplo 5 (continuação): 𝑦
b) Ache o momento de inércia em relação ao eixo 𝑥 ′ :
2
𝑦 𝐶2
80 mm
𝑥′ 𝑥′
120 mm
1 𝑦ത = 170 mm 𝑦ത = 170 mm
𝐶1
𝑥 𝑥
O momento de inercia de área da seção
O momento de inercia de área da seção retangular 1,
retangular 2, em relação ao eixo
em relação ao eixo horizontal que passa pelo
horizontal que passa pelo centroide 𝐶2
centroide 𝐶1 dessa área, é dado por:
dessa área, é dado por:
1 1
𝐼𝐶ҧ 1 = 𝑏ℎ3 𝐼𝐶ҧ 2 = 𝑏ℎ3
12 12
1 1
𝐼𝐶ҧ 1 = 20 cm 10 cm 3
= 1.667 cm4 𝐼𝐶ҧ 2 = 10 cm 30 cm 3 = 22.500 cm4
12 12
Usando o teorema dos eixos paralelos para encontrar os momentos de inércia de área das áreas
1 e 2 em relação ao centroide 𝐶:
2
𝐼𝑥 = 𝐼𝑥ҧ ′ + 𝐴 𝑙𝑦
Exemplo 5 (continuação):

Elemento de área 1 Elemento de área 2


2
𝐼𝑥 ′ 1 = 𝐼𝐶ҧ 1 + 𝐴 𝑙𝑦 𝐼𝑥 ′ 2 = 𝐼𝐶ҧ 2 + 𝐴 𝑙𝑦
2

2
𝐼𝑥 ′ 1 = 1.667 + (200) 12 𝐼𝑥 ′ 2 = 22.500 + (300) 8 2

𝐼𝑥 ′ 1 = 30.467 cm4 𝐼𝑥 ′ 2 = 41.700 cm4

Agora, como os dois momentos de inércia elementares foram calculados em relação ao mesmo
eixo horizontal 𝑥 ′ , podemos somar esses momentos de inércia para obter o valor final referente
à área composta, em relação ao eixo 𝑥 ′ .

𝐼𝑥ҧ ′ = 𝐼𝑥 ′ 1 + 𝐼𝑥 ′ 2 𝐼𝑥ҧ ′ = 30.467 + 41.700

𝐼𝑥ҧ ′ = 72.167 cm4 . Momento de inércia da figura composta em relação


ao eixo 𝑥′ que passa pelo seu centroide 𝐶.
Exemplo 5 (continuação):
c) Ache o momento de inércia em relação ao eixo 𝑥.

Usando o teorema dos eixos paralelos, temos:


2
𝐼𝑥 = 𝐼𝑥ҧ ′ + 𝐴 𝑙𝑦

𝐼𝑥 = 72.167 + 500 17 2

𝐼𝑥 = 216.667 cm4 .
170 mm

d) Ache o momento de inércia em relação ao eixo 𝑦.

O momento de inercia de área da seção retangular 1, O momento de inercia de área da seção


em relação ao eixo horizontal que passa pelo retangular 2, em relação ao eixo
centroide 𝐶1 dessa área, é dado por: horizontal que passa pelo centroide 𝐶2
1 3 dessa área, é dado por:
𝐼𝑦ҧ = 𝑏 ℎ 1 3
1 12 ҧ𝐼𝑦 = 𝑏 ℎ
2 12
1
𝐼𝑦ҧ = 10 cm 3 30 cm = 2.500 cm4 1
1 12 𝐼𝑦ҧ 2 = 20 cm 3 10 cm = 6.667 cm4
12
Como as componentes 𝑦 dos centroides das duas áreas se encontram sobre o mesmo eixo,
podemos somar seus momentos de inércia para obter o momento de inércia da área composta.

𝐼𝑦 = 𝐼𝑦ҧ + 𝐼𝑦ҧ
1 2

𝐼𝑦 = 2.500 + 6.667

𝐼𝑦ҧ = 9.167 cm4 .


Exemplo 6:
Determine o momento de inércia da área mostrada na figura,
em relação ao eixo x.

Solução:
𝐶

𝐶1 𝐶2 A área pode ser obtida subtraindo a área do


círculo daquela do retângulo.
Os momentos de inércia em relação ao eixo x são
determinados usando o teorema dos eixos paralelos:

Círculo: Retângulo: Retângulo com Furo Circular:


𝜋 𝑅𝑂 4
𝐼𝑥 = + 𝐴 𝑙𝑦
2
𝑏ℎ3 2 𝐼𝑥 = 112,5 − 11,35 . 106
4 𝐼𝑥 = + 𝐴 𝑙𝑦
12 𝐼𝑥 = 112,5 − 11,35 . 106
𝜋 25 4
3
𝐼𝑥 = + (𝜋252 ) 75 2 100 150 2
4 𝐼𝑥 = + (100.150) 75 𝐼𝑥 = 101,15 × 106 mm4
12
𝐼𝑥 = 11,35 × 106 mm4
𝐼𝑥 = 112,5 × 106 mm4
Exemplo 7:
Determine o momento de inércia da área de seção
transversal mostrada na figura, em relação aos eixos
x e y que passam pelo centroide.

Solução:

Conforme visto no exemplo 2, os momentos de


inércia de área em relação aos eixos 𝑥 ′ e 𝑦 ′ que passam
pelo centroide de uma área retangular são dados por:
𝑏ℎ3 ℎ𝑏3
𝐼𝑥ҧ ′ = 𝐼𝑦ҧ ′ =
12 12
Retângulos A e D:
𝑏ℎ3 2 100 300 3
2
𝐼𝑥 = + 𝐴 𝑙𝑦 → + 100 300 200 = 1,425 × 109 mm4
12 12
Continua...
ℎ𝑏3 2
300 100 3
2
𝐼𝑦 = + 𝐴 𝑙𝑥 → + 100 300 250 = 1,90 × 109 mm4
12 12
Exemplo 7 (continuação):
Retângulo B:
𝑏ℎ3 600 100 3
𝐼𝑥 = → = 0,05 × 109 mm4
12 12

ℎ𝑏3 100 600 3


𝐼𝑦 = → = 1,80 × 109 mm4
12 12

Soma de A, B e D:

𝐼𝑥ҧ = 2 1,425 . 109 𝑚𝑚4 + 0,05 × 109 mm4 . 𝐼𝑥ҧ = 2,90 × 109 mm4 .

𝐼𝑦ҧ = 2 1,90 . 109 𝑚𝑚4 + 1,80 × 109 mm4 . 𝐼𝑦ҧ = 5,60 × 109 mm4 .
Momento de Inércia de Massa de um Corpo
O momento de inércia de massa de um corpo fornece uma medida da inércia rotacional desse
corpo, ou seja, da resistência que o corpo oferece quando tentamos colocá-lo em movimento de
rotação em torno de um eixo ou tentamos parar um movimento de rotação desse corpo.

Momento de inércia de uma partícula Momento de inércia de um corpo Momento de inércia


de massa m girando a uma distância rígido girando em torno do eixo de uma corpo rígido
r de um eixo AA´. AA´. em termos do raio
de giração k do corpo

I = r m
2
I =  r dm
2
I = k 2m
Raio de Giração:
O raio de giração de um corpo em relação a um eixo AA´ é definido pela relação:

I = k 2m
O raio de giração k representa, portanto, a distância à qual a massa do corpo deve se
concentrar para que seu momento de inércia, em relação ao eixo AA´ permaneça
inalterado.
𝐴′ 𝐴′

m
k

𝐴′ 𝐴′
Momento de Inércia em Coordenadas Cartesianas:
O momento de inércia de um corpo em relação a um eixo coordenado pode ser
expresso em termos das coordenadas x, y, z do elemento de massa dm:

(
I y =  r 2 dm =  z 2 + x 2 dm )
dm
note que r é a distância reta do elemento de
massa dm ao eixo de rotação y.
r x

z
(
I x =  y 2 + z 2 dm; )
=  (z + x )dm;
Expressões semelhantes podem ser obtidas para 2 2
o momento de inércia em relação aos eixos x e z: Iy

Iz =  (x 2
+ y )dm.
2
Teorema dos Eixos Paralelos:
O teorema dos eixos paralelos estabelece uma relação entre o momento de inércia de
um corpo em relação ao seu centro de massa, ICM, e o momento de inércia desse corpo
em relação a outro eixo, IP, paralelo ao primeiro e a uma distância d desse.

Teorema dos eixos paralelos:

I P = I CM + Md 2

M: massa do corpo
d: distância entre o eixo que passa por
P e o eixo que passa pelo centro de massa.

d 2 = a2 + b2
Escolhemos a origem do sistema de coordenadas
no centro de massa (CM) do corpo.
Posição do centro de massa:

x = y = z =0
Prova do Teorema dos Eixos Paralelos:
Momento de inércia dos elementos de Momento de inércia dos elementos de
massa mi em relação ao CM: massa mi em relação ao eixo que passa
por P:
I CM =  mi xi2 + yi2 ( ) IP =  m (x − a ) + ( y − b) 
2 2
i i i i
i

0 0
( ) ( )
I P =  mi xi2 + yi2 +  mi a 2 + b 2 − 2a  mi xi − 2b mi yi
i i i i

( ) ( )
I P =  mi xi2 + yi2 +  mi a 2 + b 2 = I CM + Md 2 .
i i

De acordo com esse teorema, o momento de inércia de um corpo rígido em relação a um


eixo passando em seu centro de massa é menor que o momento de inércia em relação a
qualquer outro eixo paralelo. Assim, é mais fácil fazer um corpo girar quando o eixo de
rotação passa através do centro de massa.
Teorema dos Eixos Paralelos:
A figura abaixo mostra um corpo rígido de massa 𝑀 e centro de massa 𝐶𝑀. Se conhecemos
o seu momento de inércia 𝐼𝐶𝑀 , em relação a um eixo que passa pelo centro de massa do
corpo, podemos calcular seu momento de inércia 𝐼𝐴𝐴′ em relação ao eixo 𝐴𝐴′ que é paralelo
ao eixo que passa pelo 𝐶𝑀 e se encontra a uma distância perpendicular 𝑑 desse eixo. Dessa
forma, para o corpo rígido mostrado ao lado, temos:

𝐼𝐴𝐴′ = 𝐼𝐶𝑀 + 𝑀𝑑2 .


Momento de Inércia de Vários Corpos de Formas Simples
Momento de Inércia de Corpos Compostos
O momento de inércia, em relação a um certo eixo, de um corpo composto de várias
das formas simples mostradas na tabela anterior, pode ser obtido calculando-se os
momentos de inércia de suas partes componentes em relação ao eixo desejado e
somando-as em seguida. O raio de giração do corpo composto não pode ser obtido
adicionando-se os raios de giração de suas partes componentes.
z
Exemplo:
Calcule o momento de inércia de um corpo rígido, maciço e
homogêneo, composto por um cilindro de raio R1 e massa M1 e
uma esfera de raio R2 e massa M2, em relação ao eixo z que passa R2
pelo centro de simetria do corpo.
1
Momento de inércia do cilindro I z1 = M 1 R1
2

em relação ao eixo z: 2
2 R1
Momento de inércia da esfera I z 2 = M 2 R2
2

em relação ao eixo z: 5
1 2
Momento de inércia do corpo I Z = I z1 + I z2 = M 1 R1 + M 2 R22
2

composto, em relação a z: 2 5
Exemplo:
Determine o momento de inércia de massa da placa
fina mostrada na figura ao lado em relação a um
eixo perpendicular ao plano da figura e que passa
pelo ponto 𝑂. O material da placa tem uma massa
por unidade de área de 20 kg/m2.

Solução: 𝑮
Vamos inicialmente dividir a placa em duas figuras
simples: um disco de raio 200 mm = 0,2 m e um
quadrado de aresta 200 mm = 0,2 m.

1
𝐼𝐺1 = 𝑀𝑅2
2 1
𝐼𝐺2 = 𝑀(𝑎2 + 𝑏 2 )
12

𝑮𝟏
− 𝑮𝟐 = 𝑮
Exemplo (continuação):
Massa 𝑴 do disco:
Massa do disco:
Área do disco:
kg
𝐴1 = 𝜋𝑅2 = 𝜋 0,2 2
= 0,1256 m2 . 𝑀1 = 20 0,1256 m2 = 2,51 kg.
m2
Momento de inércia de massa do disco em relação ao seu centro de massa 𝑮:
1 1
𝐼𝐺1 = 𝑀𝑅 = 2,51 0,2 2 = 5,02 × 10−2 kg. m2 .
2
2 2

Massa 𝑴 do quadrado: Massa do disco:


Área do quadrado:
kg
𝐴2 = 𝑏ℎ = (0,2)(0,2) = 0,04 m2 . 𝑀2 = 20 2 0,04 m2 = 0,8 kg.
m

Momento de inércia de massa do quadrado em relação ao seu centro de massa 𝑮:


1 1
𝐼𝐺2 = 𝑀 𝑎2 + 𝑏2 = 0,8 0,2 2 + 0,2 2 = 0,533 × 10−2 kg. m2 .
12 12
Momento de inércia de massa da placa em relação ao seu centro de massa 𝑮:

𝐼𝐺 = 𝐼𝐺1 − 𝐼𝐺2 𝐼𝐺 = 5,02 × 10−2 − 0,533 × 10−2 𝐼𝐺 = 4,49 × 10−2 kg. m2 .


Exemplo (continuação):
Massa 𝑴 da placa:
𝑀 = 𝑀1 − 𝑀2 𝑀 = 2,54 − 0,8 = 1,74 kg.

Momento de inércia de massa da placa em relação a 𝑶:

𝐼𝑂 = 𝐼𝐺 + 𝑀𝑑 2

𝐼𝐺 = 4,49 × 10−2 kg. m2 .


𝑀 = 1,74 kg.
𝑑 = 0,2 m.

𝐼𝑂 = 𝐼𝐺 + 𝑀𝑑 2

𝐼𝑂 = 4,49 × 10−2 + 1,74 0,2 2

𝐼𝑂 = 0,114 × 10−2 kg. m2


Um pêndulo é constituído de duas barras delgadas AB e OC que têm massa de 3 kg/m.
A placa fina tem massa de 12 kg/m2. Determine a localização y do centro de massa G do
pêndulo e, a seguir, calcule o momento de inércia dele em relação a um eixo perpendicular
à página e que passa por G.
Solução:
Massa da barra AB: mAB = 3 kg/m . 0,8 m = 2,4 kg.

Massa da barra OC: mOC = 3 kg/m . 1,5 m = 4,5 kg.

Massa da placa fina: mplaca = 12 kg/m2 . [p(0,3)2 – p(0,1)2] m2 = 1,5 m = 3,0 kg.

Momento de inércia da barra AB em relação ao ponto G:

Momento de inércia da placa fina em relação ao ponto G:

Momento de inércia da barra OC em relação ao ponto G:


Cálculo do Momento de Inércia de um Corpo por Integração.
Exemplo:
Calcule o momento de inércia de uma barra delgada uniforme de massa M e
comprimento L, em relação a um eixo passando pelo seu centro de massa.

-L/2 G L/2
x dx
dm M M
Densidade linear
de massa:
= → dm = dx
dx L L
Momento de inércia em relação ao centro de massa G da barra:
L
3 2
L/2 M L/2 M x
I CM =  x dm → I CM
2
=  x dx →
2
I CM =
−L / 2 L −L / 2 L 3 L

2
M  L3  L3   ML2 M L2
I CM =  −  −  = I CM =
3L  8  8   12 12
Exemplo:
Calcule o momento de inércia de um disco circular uniforme de massa M e
raio R, em relação a um eixo perpendicular ao plano do disco, passando pelo
seu centro de massa.
Densidade superficial dm M
R
I CM =  r 2 dm, =
0
de massa: dA p R 2

2p M R
I CM =
p R2 
0
r 3 dr, Elemento de área
circular dA.
Elemento de massa
dm da área circular dA.
dA = 2p r dr M
dm = dA
2M r 4 R pR 2

I CM = 2
R 4 0

r R
1
I CM = MR 2 . L
2
Exemplo:
Calcule o momento de inércia de um cilindro circular reto, oco e uniforme, com
comprimento L, raio interno R1, raio externo R2 e massa M, em relação ao eixo
de simetria do cilindro.

R1

R2

L
Exemplo: Vamos dividir o cilindro em cascas cilíndrica de raio r e espessura dr.
L O volume da casca cilíndrica é:
dr dV = L dA
r
onde
dA = 2 p r dr
Área da base do cilindro: A = p R2 − R1 ( 2 2
) assim temos dV = 2 p L r dr
Volume do cilindro: V = p R22 − R12 L ( )
Densidade volumétrica do cilindro:
dm M M 2p L M
= dm = dm =
(
dV p R22 − R12 L ) (
p R2 − R1 L
2 2
dV
) (
p R2 − R1 L
2 2
r dr
)
2M R2 2M R2
I CM =  r dm → I CM
)
dm = 2 = 2
( )
2
r 3dr
(
r dr
R2 − R12
R1 R2 − R12 R1

= 2
2M r 4 R2
=
M R24 − R14 ( ) I CM
1
(
= M R22 + R12 . )
I CM
(
R2 − R12 4 ) R1
I CM
2 R22 − R12( ) 2

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