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PR I

III
Aplicações da
Teoria das Linhas de Transmissão
(Versão provisória)

Carlos Alberto Barreiro Mendes


Henrique José da Silva

2005
Propagação de Ondas I
Utilização da Teoria das Linhas
Neste ponto faz-se uma breve descrição da utilização da teoria das linhas de transmissão nalgumas
situações concretas. Focam-se em particular dois pontos:
a) Desenho, simulação e formas de medida de circuitos ou sistemas para altas frequências e aos
quais está associada a teoria das linhas.
b) Apresentação de protótipos de circuitos e resultados obtidos.

Desenho Simulação e Medida


Da apresentação da teoria das linhas de transmissão ficou claro que é possível, tanto por via matemática
como recorrendo ao processo gráfico suportado pela carta de smith, fazer os cálculos relativos a um
circuito ou sistema onde estejam presentes linhas de transmissão. Importa agora referir que existem
também softwares de simulação que permitem de forma mais rápida tanto o cálculo como a
representação gráfica dos resultados. Naturalmente que não se pode partir para a simulação sem um
estudo prévio do circuito ou sistema que permite uma primeira aproximação.
Existem vários softwares mais ou menos vocacionados para determinado tipo de análise pretendida. O
SERENADE é um desses softwares e permite o desenho de circuitos que incorporem, tanto elementos

distribuídos como elementos concentrados.

Figura III-1 – Ambiente de trabalho no software SERENADE.

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Linhas de Transmissão
Na figura III-1 podemos observar um pouco do ambiente de trabalho neste software. Através da
escolha dos componentes necessários desenha-se todo o circuito. Aos componentes discretos
atribuem-se os respectivos valores e no caso das linhas pode-se por exemplo especificar o respectivo
comprimento e largura. Outro factor importante no caso das linhas é a caracterização do substrato,
definindo-se por exemplo, entre outros parâmetros, a espessura do dieléctrico e o valor da constante
dieléctrica. Para todo o circuito define-se igualmente a banda de frequências para a qual se pretende
fazer a análise.
Os resultados podem ser expressos segundo vários parâmetros. A impedância ou os parâmetros S são
os dois exemplos muito utilizados. Podem também ser representados segundo várias formas. Na figura
III-2 mostram-se uma representação de parâmetros S num gráfico de coordenadas rectangulares e uma
representação também de parâmetros S mas numa carta de smith.

Figura III-2 – Representação de resultados no SERENADE.

Outras formas muito curiosas de representação de resultados podem ser obtidas com outros softwares.
Na figura III-3 mostra-se a distribuição de corrente numa superfície metálica impressa. Num caso a
representação é feita através de vectores que mostram a maior ou menor concentração de carga e as
direcções da corrente na superfície.

Figura III-3 – Representação de resultados no SERENADE.

Na figura III-4 a representação da corrente é feita através de da utilização de várias cores. No caso a cor
vermelha corresponde a uma maior intensidade de corrente e a cor azul-escuro a uma intensidade nula.
Perde-se portanto aqui a informação de direcção de fluxo mas é mais clara a informação de intensidade.

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Propagação de Ondas I
Esta forma de representação é muito útil permitindo inclusive observar alguns fenómenos de
propagação. Por exemplo na figura III-4A, mostra-se a distribuição de corrente numa estrutura muito
conhecida em microondas que dá pelo nome de acoplador híbrido quadrado. Para esta estrutura sabe-se
que a potência injectada no porto 1, se divide igualmente pelo porto 2 e pelo porto 3. No ponto 4 a
potência será nula. Efectivamente a figura mostra que não existe qualquer corrente neste porto,
existindo no entanto no porto 2 e 3 com intensidades aparentemente inferiores à do porto 1.
A figura III-4B é esclarecedora do efeito pelicular. Enquanto que para a frequência de trabalho mais
baixa a corrente está uniformemente distribuída na linha, para as duas outras frequências percebe-se
que a intensidade de corrente é maior na periferia da linha. No caso da frequência mais alta este facto é
notório percebendo-se pela escala de cores que no centro da linha a intensidade de corrente relativa à
existente na periferia é mesmo muito pequena.

A B
Figura III-4 – Representação da distribuição de corrente em linhas.

A B
Figura III-5 – A-Bancada de trabalho com analisador vectorial; B-exemplo de resultado mostrado na carta de smith

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Linhas de Transmissão
Após o desenho e simulação do circuito, passa-se a à fase de medida. Para processos de medida mais
eficiente e rigorosos, utilizam-se equipamentos designados por analisadores vectoriais. Na figura III-5
mostra-se um destes equipamentos. O método de medida está associado à própria definição dos
parâmetros S.
O equipamento tem dois portos que são ligados à entrada e saída do circuito que se pretende medir. O
equipamento injecta sinal na entrada do circuito e mede a energia incidente e reflectida, resultando da
relação o valor de S11; mede também, para o nível de sinal incidente, o nível de sinal na saída do circuito
e da relação resulta o valor de S21. Injecta depois sinal na saída do circuito e mede também a incidência
e a reflexão nesse ponto resultando o valor de S22 e finalmente mede também, para o nível de sinal
incidente na saída, o nível de sinal que aparece na entrada resultando o valor de S12. O circuito fica
assim perfeitamente caracterizado tanto mais que o analisador vectorial faz medidas tanto de amplitude
como de fase.

Outros processos de medida são mais simples sendo também mais simples os resultados que se
pretendem obter. Baseiam-se em métodos de reflectometria, dos quais os mais conhecidos são o TDR
(Reflectometria no Domínio do Tempo) e o FDR (Reflectometria no Domínio da Frequência). São
métodos de medida (“metria”) com base em (“reflexões”).
No método TDR trabalha-se em regime impulsivo. Envia-se um impulso para o meio de propagação e
verifica-se se existe impulso reflectido (eco). Se existir isso é indicativo que existe nesse meio uma
descontinuidade.

2A
vp =
∆t

Figura III-6 – Descrição do método TDR

Medindo o intervalo de tempo entre emissão e recepção é possível determinar a distância a que está a
descontinuidade ou conhecendo-se a distância é possível determinar-se a velocidade. Isto é aplicado às
linhas mas existem na prática outros sistemas como o RADAR e o SONAR que aplicam os mesmos
princípios.

Figura III-7 – Sistema de SONAR em funcionamento

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Propagação de Ondas I
No método FDR trabalha-se em regime de onda contínua. Sabe-se da teoria das linhas que num
sistema desadaptado se forma uma onda estacionária ao longo do meio de propagação. No ponto de
inserção do gerador, a amplitude da onda estacionária depende do nível de desadaptação e da distância
eléctrica entre o gerador e a descontinuidade. Fazendo variar a frequência a distância eléctrica varia e
varia com isso a amplitude medida. Desta relação entre amplitudes e frequências (comprimentos
eléctricos) é possível deduzir a distância efectiva à carga, o valor da própria carga ou ainda a existência
ou não de uma desadaptação.

Figura III-8 – Descrição do método FDR

Os métodos TDR e FDR são objecto de estudo particular nos trabalhos práticos da disciplina e por
isso não se faz aqui uma descrição exaustiva. Chama-se apenas a atenção para a sua existência e para a
forma como funcionam.

Protótipos de Circuitos e Resultados

Filtro Passa Banda


Sempre que duas linhas são colocadas na proximidade uma da outra, existe mais ou menos
transferência de potência entre elas dependendo da distância a que se encontram. A estas linhas damos
o nome de linhas acopladas.
Na figura III-9 mostra-se o esquema e o protótipo dum filtro passa banda projectado para 2.08 GHz
com base na associação em cascata de 4 secções de linhas acopladas.

Figura III-9 – Filtro passa baixo baseado em linhas curtas e, largas e estreitas

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Linhas de Transmissão
As linhas tem um comprimento de λ/2, ressonante a uma frequência f0. O acoplamento entre as linhas
acontece ao longo duma secção de λ/4. A largura de banda e o ripple dentro da banda dependem da
largura das linhas e do afastamento entre elas. Por esta razão pode-se observar na figura que a largura e
afastamento não são constantes.
Os resultados obtidos tanto por simulação como na prática estão representados na figura III-10, através
dos parâmetros S11 e S21. Constatam-se que em termos de largura de banda existem algumas diferenças
e o valor das perdas obtido é maior que o esperado.
Nem sempre se consegue efectivamente a melhor concordância entre a medida e a simulação já que o
processo de fabrico do circuito impresso, principalmente na fase de corrosão do metal, não é
controlado. É o caso em que o referido processo é muito simples. Outro factor importante é os desvios
que se podem encontrar para as características do substrato. Pequenas diferenças por exemplo no valor
da constante dieléctrica são muito importantes para a concordância dos valores obtidos.

0 0

-5
-5

-10

-10
-15
Potência [dB]
S11 [dB]

-15 -20

-25
-20

-30

-25
Simulado
-35
Simulado Medido
Medido
-30 -40
1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5
Frequência [GHz] Frequência [GHz]

Figura III-10 – Filtro passa baixo baseado em linhas curtas e, largas e estreitas

Filtro Passa Baixo


O desenho do filtro passa baixo realizado com linhas impressas, que se apresenta seguidamente,
baseia-se nos parâmetros distribuídos. Considerando segmentos de linha muito curtos, pode-se
considerar que R = G = 0 , ou seja que as perdas são nulas. Como vimos anteriormente a impedância
da linha será então dada por
L
Z0 = (0.1)
C
Podemos dizer também que, se a linha impressa tiver uma largura muito pequena prevalece o carácter
indutivo sobre o carácter capacitivo. Se a linha for larga prevalece o carácter capacitivo sobre o
indutivo. O segmente de pista larga forma um condensador para a massa enquanto que a linha estreita
corresponde a uma bobina em série. Uma sequência de segmentos de linha larga e estreita será
equivalente a um circuito LC, como se mostra na figura III-11.

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Propagação de Ondas I

1.0GHz_LPF

In Out

Figura III-11 – Filtro passa baixo baseado em linhas curtas e, largas e estreitas

O valor da capacidade pode ser aproximado por


WA
C = ε0 εr [ pF ] (0.2)
H

onde W é a largura da linha, A o seu comprimento e H a espessura do dieléctrica.


O valor da bobina pode ser aproximado por

  A  
L = 5.08 × 10−3 A  ln   + 1.19 + 0.022 W + t  [nH ] (0.3)
 W + t  A 
onde W e A tem o mesmo significado e t representa a espessura do metal que forma a linha.
Na figura III-11 podemos ver um protótipo do filtro. No caso o projecto foi feito para uma frequência
de corte de 1 GHz e os valores de W e A utilizados estão descritos no esquema da mesma figura.

Figura III-12 – Protótipo do filtro passa baixo e os valores de W e A calculados.

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Linhas de Transmissão
Na figura III-13 estão representados os resultados para os parâmetros S21 e S11. Conclusões: - Na banda
de 0 a 1 GHz as perdas do filtro são mínimas; Entre 1 GHz e 2 GHz o filtro teve uma profundidade de
corte de 40 dB; Na banda passante a adaptação é aceitável com S11 inferior a -10 dB.

0 0

-10 -10

-20 -20
S21 [dB]

S21 [dB]
-30 -30

-40 -40

-50 -50
Simulado Simulado

Medido Medido
-60 -60
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

Frequência [GHz] Frequência [GHz]

Figura III-12 – Resultados para o parâmetro S21 e S11 obtidos com o protótipo anterior

Filtro Rejeita Banda


Um filtro rejeita banda pode ser obtido de forma simples, como se mostra na figura III-13, inserindo
num determinado ponto duma linha um stub de λ/4. Como se ilustra na mesma figura, se o stub estiver
terminado em circuito aberto, teremos na sua entrada uma impedância nula. Isto só se verifica
naturalmente para a frequência – f0, à qual o comprimento do stub é λ/4. Para as outras frequências o
stub irá mostrando na entrada uma impedância que tende para infinito.
Para a frequência f0 teremos então um curto-circuito no ponto da linha onde o stub foi inserido e
portanto o sinal na entrada ‘in’ não transparece para a saída ‘out’. Para as outras frequências o sinal da
entrada surge com amplitudes crescentes.

Figura III-13 – Esquema do circuito que constitui o filtro rejeita banda

Na figura III-14 mostra-se o protótipo dum filtro rejeita banda para a frequência de 133 MHz. No caso
o stub é constituído por um cabo coaxial inserido a meio duma junção em ‘T’ sendo os outros terminais
da junção a entrada e a saída do filtro

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Propagação de Ondas I

Figura III-14 – Esquema do circuito que constitui o filtro rejeita banda

-2

-4

-6

-8
S21 [dB]

-10

-12

-14

-16

-18

-20
110 115 120 125 130 135 140 145 150 155 160

Frequência [MHz]

Figura III-15 – Esquema do circuito que constitui o filtro rejeita banda

Analisando os resultados – figura III-15, podemos começar por comparar os resultados obtidos por
simulação e os resultados medidos. O pequeno desvio em frequência mostra que o comprimento do
stub não estaria perfeitamente ajustado para a frequência de interesse. No entanto a resposta do filtro
tem o comportamento esperado já que se verifica um valor para o parâmetro S21 muito baixo numa
determinada frequência, tal como era esperado.
Tomando agora em consideração o segundo gráfico da mesma figura podemos outro aspecto
importante. Fazendo uma análise numa banda de frequência bastante larga podemos ver que o filtro
apresenta idêntica resposta em múltiplas frequências. Para um determinado comprimento de stub a
rejeição do filtro acontece pela primeira vez na frequência desejada, seguindo depois múltiplos desta
frequência. Se o comprimento do stub for aumentado de múltiplos de λ/2, como λ/2 é o período da
onda estacionária, o stub continua a apresentar na entrada uma impedância nula na frequência de
interesse. No entanto começa por apresentar a mesma impedância em frequências mais baixas ao
mesmo tempo que as frequências múltiplas se aproximam umas das outras. A vantagem é que para a
nossa frequência em concreto o filtro se tornou muito mais selectivo.

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Linhas de Transmissão
Circuitos com componentes activos
Com base na teoria das linhas é possível, como se viu anteriormente, criar todo um novo conjunto de
componentes e circuitos. No entanto em muitas circunstâncias é necessário inserir no circuito
componentes activos como díodos ou transístores.
Na figura III-16 mostra-se o protótipo dum amplificador para 2.4 GHz onde se identificam claramente
algumas linhas de transmissão entre a entrada e a saída do amplificador e 2 stubs terminados em circuito
aberto. No centro do circuito está o elemento activo – Transístor. Na carta de smith ao lado do circuito
estão representados os valores de alguns parâmetros do transístor. Em frequências mais altas, os
componentes activos já não podem ser caracterizados pelos mesmos parâmetros de baixa frequência já
que se verificam dependências fortes com a frequência de trabalho. A impedância de entrada do
transístor, por exemplo, pode em determinadas frequências apresentar algum carácter mais ou menos
capacitivo e noutras frequências um algum carácter mais ou menos indutivo. A partir da leitura da carta
retira-se o valor de impedância para a frequência de interesse e a partir daí procede-se, através da
utilização por exemplo de stubs à adaptação do gerador ao transístor e deste à carga. Mostra-se assim
como os conceitos estudados anteriormente estão presentes no desenvolvimento destes circuitos

Linha λ/4
Transístor

Figura III-16 – Protótipo dum amplificador, respectivo esquema e características do transístor em carta de smith

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Propagação de Ondas I
Na figura III-17 pode-se ser observados os resultados obtidos por simulação e os resultados práticos.
Neste caso estão presentes os 4 parâmetros S correspondentes à caracterização dum diporto. A leitura
destes gráficos permitiria concluir que: - a desadaptação de entrada do amplificador não corresponde ao
esperado; na desadaptação de saída encontra-se uma melhor concordância; na prática o ganho não é tão
elevado; o isolamento entre a saída e a entrada do amplificador é na prática pior.

Figura III-17 – Resultados obtidos com o amplificador

Aplicações em Antenas
No estudo de antenas estão igualmente presentes muitos dos conceitos aprendidos nas aulas. Termos
como ‘antenas de onda estacionária’, ‘antenas de onda progressiva’, ‘antenas de meio comprimento de
onda’, ‘adaptação de antenas’, são exemplos disso mesmo.
Nos últimos tempos, tem assumido grande importância, a utilização de antenas impressas. Como se
mostra na figura III-18, estas antenas são, à semelhança das linhas impressas, construídas numa placa
de circuito impresso. Uma vez mais a teoria das linhas se torna útil na determinação das dimensões da
antena, ou no estudo da ligação da antena à linha de transmissão que a alimenta.
Camada metálica
(elemento radiante)

Camada dieléctrica
ε R
(substrato)

Camada metálica
(plano de massa)

Figura III-18 – Estrutura duma antenas impressa microstrip e exemplo dum protótipo

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Linhas de Transmissão
No que diz respeito à adaptação das antenas o processo pode por vezes complicado e de alguma forma
trabalhoso. Na figura III-19 mostra-se um outro protótipo de antena. No caso trata-se já dum
agregado1 linear de 4 antenas para 2.4 GHz.

Figura III-19 – Agregado linear de 4 antenas estrutura de alimentação das antenas

Para alimentar estas antenas foi necessário projectar a estrutura em linha impressa que se apresenta na
figura III-20. Cada antena (Pn) tem uma impedância de 50. A simples ligação de 2 antenas resultaria
numa impedância de 25 Ω, uma vez que as antenas estão a ser ligadas em paralelo e, a ligação directa
das 4 antenas resultaria em 12.5 Ω. Como a entrada do circuito deve ter uma impedância de 50 Ω
adaptada ao gerador, a estrutura tem que apresentar algumas transformações de impedância. Se a
impedância de 50 Ω da antena for primeiramente transformada em 100 Ω, o paralelo da ligação de duas
antenas resultará agora em 50 Ω. Se esta impedância for igualmente transformada em 100 Ω, podem-se
ligar a este conjunto de 2 antenas o outro conjunto de 2 antenas, no qual se procedeu da mesma forma.
Repare-se finalmente nos vários valores de impedância característica e nas respectivas larguras de linha.
Percebe-se também a utilização de segmentos de linha de comprimento λ/4.

P1 P2 P3 P4

Z0 = 95Ω ⇒ W = 0.62mm
Z0 = 50Ω ⇒ W = 2.63mm
L = 3.1mm
Z0 = 69Ω ⇒ W = 1.41mm
Z0 = 50Ω
Z0 = 70.7Ω ⇒ W = 1.33mm
L = 6.6mm
Z0 = 50Ω
Z 0 = 70 .7Ω
L = 7.2mm
Z0 = 95Ω Z0 = 69Ω Ltotal = λ / 4 = 20 .22mm
Z 0 = 50 Ω
L = 24mm L total = λ / 4 = 20.18mm

Figura III-20 – Estrutura em linha impressa para alimentação dum agregado linear de 4 antenas

1
Conjunto de antenas que contribuem para um mesmo fim.

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Propagação de Ondas I
Concepção de Sistemas
Perante tudo o que foi dito anteriormente, mostram-se agora dois sistemas idênticos, mas para
frequências diferentes, em cujo projecto se utilizou constantemente a teoria das linhas de transmissão.

Sistema Down-Converter para 2.4 GHZ


A antena vista anteriormente está ligada a uma cascata de circuitos em série, constituindo no seu todo
um protótipo dum sistema de recepção para 2.4 GHz.
O sinal recebido pela antena é aplicado a dois amplificadores, um de baixo nível de ruído (LNA) e o
outro de ganho máximo (MGA). Após a amplificação é feita uma filtragem para rejeição de imagem,
seguindo-se uma mistura com um sinal gerado num oscilador local. Da mistura resulta uma frequência
intermédia igual a 435 MHz que é filtrada para eliminar a componente soma resultante do misturador.
Após a amplificação da frequência intermédia, que não se observa na figura, o sinal estaria pronto para
ser entregue a um recepto rádio que opera exactamente nesta última frequência.
A aplicação da teoria das linhas para a simples resolução de problemas em cabos é hoje em dia muito
reduzida mostrando-se aqui que a utilização da referida teoria tem um conjunto muitíssimo mais vasto
de aplicações. Na verdade, o que é uma linha de transmissão ?

BPF
435MHz

LNA MGA BPF Osc


2.4GHz
Mix

Figura III-21 – Sistema de recepção com conversão de frequência

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Linhas de Transmissão
Sistema Down-Converter para 1.7 GHZ
Este sistema foi construído para recepção de imagens de meteorologia do satélite METEOSAT. Da
mesma forma, o sistema começa com a amplificação de baixo nível de ruído e com a rejeição de
imagem. A frequência do oscilador local é obtida à custa da saturação dum amplificador,
aproveitando-se a 10ª harmónica.

Figura III-22 – Diagrama de blocos do conversor

Figura III-23 – Antena e sistema de conversão de frequência

Nas duas figuras seguintes pode-se observar o resultado da recepção. Da imagem original pode-se
perceber a existência de algum ruído. Na imagem processada foi dado relevo à nebulosidade.

Figura III-24 – Imagem original recebida e a mesma imagem processada

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