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Introdução à

Microbiologia Aplicada Microbiologia


Prof. Paulo Igor Milen Firmino

Introdução Introdução
Microbiologia: estudos microrganismos. A ciência da Microbiologia abrange dois temas:
Microrganismos: organismos unicelulares microscópicos.  Entendimento dos processos básicos da vida;
 Aplicação do entendimento para benefício da humanidade.
 Bactérias;
 Fungos (leveduras e fungos filamentosos); Ciência básica Ciência aplicada
 Protozoários; Utiliza e desenvolve Lida com problemas práticos
 Microalgas; ferramentas para a importantes da medicina, da
análise dos processos agricultura, da indústria e do
 Vírus (entidades acelulares algumas vezes consideradas a fundamentais da vida. meio ambiente.
fronteira entre seres vivos e não vivos).
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Importância dos microrganismos

Classificação dos
microrganismos

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Nomenclatura Tipos de célula


Cada organismo é designado por dois nomes: Procariotos
 o gênero, sempre iniciado com letra maiúscula; Uma simples molécula de DNA é
 o epíteto específico (nome das espécies), escrito sempre em encontrada na região nuclear,
letra minúscula. chamada nucleoide, a qual não é
envolta por uma membrana.
Ambos são escritos em itálico ou sublinhados:
 Escherichia coli ou Escherichia coli; Eucariotos
 Abreviação após primeira menção: E. coli ou E. coli. Várias moléculas de DNA estão
contidas no núcleo, o qual é envolto
por uma membrana nuclear.
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Tipos de microrganismos Tipos de microrganismos
Bactérias Bactérias
 Organismos unicelulares;  Podem formar pares, cadeias, grupos ou outros agrupamentos;
 Procariotos;  Parede celular de peptideoglicano (complexo de carboidrato e
 Apresentam várias formas: proteína);
 Esférica ou ovalada (coco);  Reprodução por fissão binária;
 Cilíndrica (bacilo);
 Espiralada (espirilo e espiro-  Nutrição a partir de compostos orgânicos, inorgânicos ou
queta); fotossíntese;
 Curvada (vibrião);
 Filamentosa.  Muitas podem se movimentar usando flagelos.
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Tipos de microrganismos Tipos de microrganismos


Bactérias Arqueias
 Procariotos;
 Quando possuem paredes celulares, estas não são compostas
por peptideoglicano;
 Frequentemente encontradas em ambientes extremos:
 Metanogênica;
 Halofílicas extremas;
Escherichia coli Vibrio cholerae Staphylococcus aureus
 Termofílicas extremas.

 Não são patogênicas.


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Tipos de microrganismos Tipos de microrganismos
Arqueias Fungos
 Eucariotos;
 Parede celular de quitina;
 Unicelulares ou multicelulares:
 Leveduras: microrganismos ovais unicelulares;
 Bolores: fungos filamentosos multicelulares (micélios).

Methanosarcina barkeri Pyrolobus fumarii Methanocaldococcus  Nutrição a partir de matéria orgânica;


jannaschii
 Reprodução sexuada ou assexuada.
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Tipos de microrganismos Tipos de microrganismos


Fungos Protozoários
 Unicelulares eucarióticos;

 Movimentam-se por meio de pseudópodes, flagelos ou cílios;

 Apresentam uma variedade de formas;

 Entidades de vida livre ou parasitas ;


Saccharomyces cerevisiae Penicillium chrysogenum Aspergillus niger  Nutrição a partir de compostos orgânicos do ambiente;

 Reprodução sexuada ou assexuada.


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Tipos de microrganismos Tipos de microrganismos
Protozoários Algas
 Eucariotos fotossintéticos;
 Parede celular de celulose;
 Abundantes em água doce e salgada, no solo e em associação
com plantas;
 Nutrição a partir de luz, água e dióxido de carbono;
Entamoeba histolytica Trypanosoma cruzi Cryptosporidium parvum
 Produtoras de oxigênio e carboidratos;
 Reprodução sexuada e assexuada.
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Tipos de microrganismos Tipos de microrganismos


Algas Vírus
 Acelulares;
 Núcleo formado somente por DNA ou RNA e circundado por um
envoltório proteico;
 Algumas vezes, o envoltório é revestido por uma membrana
lipídica (envelope);
 Reproduzem-se usando a maquinaria celular de outros
Chlorella vulgaris Scenedesmus acuminatus Euglena gracilis
organismos (parasitas);
 Fora dos organismos hospedeiros, são inertes.
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Tipos de microrganismos Classificação dos microrganismos
Vírus Classificação com base na organização celular (1978)

Carl Woese
H1N1 Bacteriófago T-par Morbillivirus

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Abiogênese versus biogênese


Teoria da geração espontânea ou da abiogênese
 Surgimento de seres vivos a partir de matéria inanimada;
 Filósofo grego Aristóteles;
Origem da vida e  Médico belga Jan Baptista van Helmont.
evolução Teoria da biogênese
 Surgimento de seres vivos pela reprodução de seres de sua
própria espécie;
 Experimentos de Redi, Spallanzani e Pasteur.
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Abiogênese versus biogênese Abiogênese versus biogênese
O experimento de Redi (1668) Descoberta dos microrganismos (1673-1723)
 Médico italiano Francesco Redi.  Mercador holandês Antonie van Leeuwenhoek;
 Observação de “animálculos” de água da chuva, de suas
próprias fezes e de material raspado de seus dentes.

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Abiogênese versus biogênese Abiogênese versus biogênese


O experimento de Joblot (1711) Needham versus Spallanzani
 Cientista francês Louis Joblot;  Pesquisador inglês John Needham (1745).

 Fervura de caldo nutritivo à base de carne:


 Frascos abertos → Presença de microrganismos;
 Frascos tampados com pergaminho → Ausência de microrganismos.
 Padre e pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani (1765).
 Conclusão:
 Microrganismos surgiam de “sementes” provenientes do ar. “Força vital” destruída
pelo calor

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Abiogênese versus biogênese Teorias modernas sobre a origem da vida
O experimento de Pasteur (1861) Panspermia
 Cientista francês Louis Pasteur.  Origem da vida na Terra a partir de seres vivos ou de substâncias
precursoras da vida provenientes de outros locais do cosmo;
 Físico irlandês William Thomson (Lord Kelvin);
 Químico sueco Svante August Arrhenius.
Teoria da evolução química ou da evolução molecular
 Biólogo inglês Thomas Huxley;
 Biólogo inglês John Burdon S. Haldane;
 Bioquímico russo Aleksandr I. Oparin.

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Teorias modernas sobre a origem da vida Teorias modernas sobre a origem da vida
Teoria da evolução química ou da evolução molecular As condições na Terra primitiva
 Maior parte da água e do carbono chegaram com asteroides.
Compostos
inorgânicos
Moléculas
orgânicas simples
Compostos Moléculas orgânicas
inorgânicos complexas Estruturas
Moléculas
autorreplicantes e
orgânicas simples
Moléculas orgânicas com metabolismo
complexas Primeiros seres vivos

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Teorias modernas sobre a origem da vida Teorias modernas sobre a origem da vida
O experimento de Miller-Urey (1953) O aparecimento de sistemas isolados
 Químicos americanos Stanley Lloyd Miller e Harold C. Urey.  Etapa fundamental na origem da vida:
 Aparecimento de sistemas químicos delimitados por uma membrana
que os separava do meio.

CH4, NH3,  Aleksandr Oparin:


H2, H2O
 Resfriamento da superfície terrestre;
 Acúmulo de água na depressões da crosta (lagos e mares);
Composição da atmosfera da Terra primitiva  Formação das “sopas orgânicas”;
Alanina
Glicina  Calor intenso e forte radiação favoreceram a produção de substâncias
80% CO2, 10% CH4, 5% CO, 5% N2
mais complexas (proteínas e ácidos nucleicos);
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Teorias modernas sobre a origem da vida Teorias modernas sobre a origem da vida
 Aleksandr Oparin: O “mundo do RNA”
 Coacervados: aglomerados de proteínas  A aquisição da capacidade de se reproduzir foi uma etapa
envolvidos por uma película de moléculas de decisiva na origem dos seres vivos;
água.

 Sidney Fox (1957):  O RNA poderia ter sido o material genético primordial;
 Aquecimento de aminoácidos a seco;
 Adição de água levemente salgada;  Início da seleção natural;
 Microesferas: bolsas delimitadas por
membranas constituídas de moléculas de  “Mundo do RNA” para “mundo do DNA e proteínas”?
proteínas.

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Teorias modernas sobre a origem da vida Teorias modernas sobre a origem da vida
Evolução dos processos energéticos Evolução dos processos energéticos
 Hipótese heterotrófica:  Origem da fotossíntese:
 Nutrição a partir de compostos orgânicos;  Energia da luz solar;

 Primeiros seres vivos muito simples;  Produção de substâncias energéticas (geralmente carboidratos);
 Geração de energia por processos mais simples do que a fermentação.  Inicialmente, o reagentes eram CO2 e H2S (sulfobactérias);
 Hipótese autotrófica:  Posteriormente, passaram a utilizar H2O (ancestrais das
 Não havia moléculas orgânicas suficientes; cianobactérias);

 Geração de energia a partir de compostos inorgânicos (FeS e H2S).  Aumento da concentração de O2 na atmosfera.

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Teorias modernas sobre a origem da vida Teorias modernas sobre a origem da vida
Evolução dos processos energéticos Evolução dos processos energéticos
 O holocausto do oxigênio:  Origem da respiração aeróbia:
 Oxidação de metais e compostos orgânicos;  Ancestrais das cianobactérias desenvolveram sistemas químicos
antioxidantes e passaram a utilizar O2 para oxidar moléculas orgânicas
 Termo utilizado pela bióloga americana Lynn produzidas durante a fotossíntese e, assim, obter energia;
Margulis;
 A presença de O2 na atmosfera também permitiu a formação da
 Morte de seres que não possuíam processos camada de O3 na estratosfera, possibilitando a colonização em
de proteção contra os efeitos oxidantes do ambientes terrestres expostos à luz solar.
oxigênio.

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Evolução e diversificação da vida Evolução e diversificação da vida
Origem da célula eucariótica A origem da multicelularidade
 Origem dos compartimentos intracelulares:
 Invaginações progressivas da membrana Estratégia multicelular
plasmática de um ancestral procariótico.  Multiplicação de uma célula
inicial (zigoto);
 Hipótese endossimbiótica ou simbiogênica:  Células mais especializadas
 Mitocôndrias e plastos descendem de no desempenho de funções
bactérias primitivas. específicas;
 Aparecimento de tecidos e
órgãos.

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Compostos inorgânicos
Água
 Todos os organismos vivos requerem uma ampla variedade de
compostos para o crescimento, o reparo, a manutenção e a
reprodução.
Moléculas biológicas
 Desses compostos, a água é um dos mais importantes, sendo
importantes particularmente vital aos microrganismos.
 Fora da célula, os nutrientes estão dissolvidos em água, que
facilita a sua passagem através da membrana celular.
 Dentro da célula, é o meio para a maioria das reações químicas.
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Compostos inorgânicos Compostos inorgânicos
Água Ácidos, bases e sais
 É o componente mais abundante na maioria das células vivas  Um ácido pode ser definido como uma substância que se
(média de 65 a 75%). dissocia em um ou mais íons hidrogênio (H+) e um ou mais íons
negativos (ânions).
 Como é uma molécula polar, é um excelente solvente.
 É um reagente fundamental nos processos digestivos dos  Uma base se dissocia em um ou mais íons positivos (cátions) e
organismos, em que as moléculas maiores são quebradas em um ou mais íons hidróxido carregados negativamente (OH–).
menores.
 É um excelente tampão de temperatura.  Um sal é uma substância que se dissocia na água em cátions e
ânions.
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Compostos inorgânicos Compostos inorgânicos


Ácidos, bases e sais Ácidos, bases e sais
 As reações bioquímicas são extremamente sensíveis mesmo a  À medida que um organismo vivo capta nutrientes, realiza
pequenas mudanças na acidez ou alcalinidade do ambiente. reações químicas e excreta resíduos, seu equilíbrio entre ácidos
e bases tende a mudar, e o pH flutua.
 Por essa razão, os ácidos e as bases que são continuamente
 Felizmente, os organismos possuem tampões naturais de pH,
formados em um organismo devem ser mantidos em equilíbrio.
compostos que ajudam a impedir o pH de se alterar
drasticamente.
 É conveniente expressar a quantidade de H+ em uma solução
por uma escala logarítmica de pH (potencial de hidrogênio),  Quando as bactérias são cultivadas em um meio laboratorial,
que varia de 0 a 14. tampões de pH são adicionados ao meio de cultura.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Carboidratos Carboidratos
 Os carboidratos são um grupo grande e diverso de compostos  Os simples são utilizados na síntese de aminoácidos e gorduras
orgânicos, que inclui os açúcares e os amidos. ou substâncias similares para formação de membranas celulares
e outras estruturas.
 Realizam uma série de importantes funções nos sistemas vivos
(Ex.: desoxirribose, bloco construtivo do DNA).  Os macromoleculares funcionam como reservas alimentares.

 Outros açúcares são necessários para a formação das paredes  Contudo, a sua principal função é fornecer combustível para as
celulares. atividades celulares, sendo uma fonte imediata de energia.

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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Carboidratos Carboidratos
 São constituídos de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio.  Podem ser classificados em três grupos principais, com base no
tamanho:
 A relação H:O é sempre 2:1 nos carboidratos simples.  Monossacarídeos (açúcares simples, 3 a 7 carbonos);

 Dissacarídeos (dois monossacarídeos);


 Embora existam exceções, sua fórmula geral é (CH2O)n, onde n
indica que há três ou mais unidades CH2O:
 Polissacarídeos (dezenas ou centenas de monossacarídeos).
 Ribose (C5H10O5);
 Glicose (C6H12O6);
 Sacarose (C12H22O11).

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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Lipídeos Lipídeos
 São essenciais para a estrutura e a função das membranas que  Além de participarem na estrutura das membranas e de
separam as células vivas do seu ambiente. algumas paredes celulares, atuam no armazenamento de
energia.
 São o segundo maior grupo de compostos orgânicos
encontrados na matéria viva, constituídos de átomos de
 Os lipídeos simples, chamados de gorduras ou triglicerídeos,
carbono, hidrogênio e oxigênio.
contêm um álcool chamado de glicerol e um grupo de
 São moléculas apolares, logo a maioria é insolúvel em água, compostos conhecidos como ácidos graxos.
mas se dissolvem facilmente em solventes apolares, como o éter
e o clorofórmio.  A função primária é formar as membranas plasmáticas.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Lipídeos Lipídeos
 A membrana plasmática sustenta a célula e permite aos
nutrientes e resíduos entrar e sair.

 Assim, os lipídeos devem manter a mesma viscosidade,


independentemente da temperatura ambiente.

 A membrana deve ser tão viscosa como o azeite de oliva, sem


ficar muito líquida quando aquecida ou muito espessa quando
resfriada.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Lipídeos Lipídeos
 Os lipídeos complexos contêm elementos  Os fosfolipídeos são os lipídeos que compõem as membranas,
como o fósforo, o nitrogênio e o enxofre, além sendo essenciais para a sobrevivência da célula.
dos normalmente encontrados em lipídeos
simples.  Alguns lipídeos complexos são úteis para identificar certas
bactérias. Por exemplo, a parede celular de Mycobacterium
 Os fosfolipídeos são constituídos de glicerol, tuberculosis contém lipídeos complexos como ceras e
dois ácidos graxos e, no lugar do terceiro ácido glicolipídeos (lipídeos com carboidratos ligados) que dão à
graxo, um grupo fosfato ligado a um ou vários bactéria características distintas de coloração.
grupos orgânicos.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Esteroides Esteroides
 São muito diferentes estruturalmente dos lipídeos.  Os esteróis são constituintes importantes das
membranas plasmáticas das células animais e
 Quando um grupo –OH é ligado a um dos anéis, o esteroide é de um grupo de bactérias, sendo também
denominado esterol (um álcool). encontrados em fungos e plantas.

 Os esteróis separam as cadeias dos ácidos


graxos, e assim impedem o empacotamento
que poderia endurecer a membrana
Colesterol
plasmática em baixas temperaturas.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Proteínas Proteínas
 As proteínas são moléculas orgânicas que contêm carbono,  Bacteriocinas, toxinas produzidas por muitas bactérias;
hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e, às vezes, enxofre.  Exotoxinas, produzidas por certos microrganismos patogênicos;
 Movimento de células microbianas e contração muscular animal ;
 As proteínas são ingredientes essenciais em todos os aspectos
da estrutura e função celulares:  Integrantes de estruturas celulares (paredes, membranas e
 Aceleração das reações químicas (enzimas); componentes citoplasmáticos);
 Funções reguladoras (hormônios);
 Transporte de compostos químicos para dentro e para fora das células
(proteínas transportadoras );  Sistema imune dos vertebrados (anticorpos).

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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Proteínas Proteínas
 Os aminoácidos são os blocos construtivos das proteínas.  O grupo lateral pode ser um átomo de hidrogênio, uma cadeia
linear ou ramificada de átomos ou uma estrutura em anel que
 Contêm pelo menos um grupo carboxila (–COOH) e um grupo pode ser cíclica ou heterocíclica.
amino (–NH2) fixados no mesmo átomo de carbono,
denominado carbono alfa (Cα).

 Também fixado ao carbono alfa há um grupo lateral (grupo R),


que é a característica distintiva do aminoácido.

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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Proteínas Proteínas
 Apenas 20 aminoácidos diferentes ocorrem naturalmente nas  As ligações entre os aminoácidos são chamadas de ligações
proteínas. peptídicas:
 Dipeptídeo (2 aminoácidos);
 Porém, uma única molécula de proteína pode conter de 50 a  Tripeptídeo (3 aminoácidos);
centenas de moléculas de aminoácidos.  Peptídeo (4 a 9 aminoácidos);
 Polipeptídio (10 a 2.000 aminoácidos).

 Os aminoácidos formam ligações entre o carbono do grupo


carboxila de um aminoácido e o nitrogênio do grupo amino de
outro.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Proteínas Proteínas
 As proteínas variam extremamente em sua estrutura  A estrutura primária é a sequência única na qual os
(diretamente relacionada às suas funções) e são descritas em aminoácidos são unidos para formar a cadeia polipeptídica.
termos de quatro níveis de organização:
 Primário;

 Secundário;

 Terciário;
 Essa sequência é determinada geneticamente, e alterações
 Quaternário. podem ter efeitos metabólicos profundos.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Proteínas Proteínas
 A estrutura secundária de uma proteína é o  A estrutura terciária refere-se à estrutura tridimensional geral
dobramento localizado e repetitivo da da cadeia polipeptídica.
cadeia polipeptídica (pontes de hidrogênio):

 Espirais em sentido horário (hélices);

 Dobras pregueadas (formadas a partir de


porções quase paralelas da cadeia).
 Envolve diversas interações entre vários grupos laterais de
aminoácidos na cadeia polipeptídica.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Proteínas Proteínas
 Algumas proteínas têm uma estrutura quaternária, que consiste  A forma geral de uma proteína pode ser globular (compacta e
em uma agregação de duas ou mais cadeias polipeptídicas quase esférica) ou fibrosa (em forma de fio).
(subunidades), que operam como uma unidade funcional única.
 Em um ambiente hostil em termos de temperatura, pH ou
 As ligações que mantêm a concentrações de sal, ela pode desenrolar-se e perder a sua
estrutura quaternária são forma característica (desnaturação).
basicamente as mesmas que
mantêm a estrutura terciária.  Como resultado da desnaturação, a proteína não é mais
funcional.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Proteínas Ácidos nucleicos
 As proteínas simples contêm somente aminoácidos.  O ácidos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA) são
designados em conjunto como ácidos nucleicos, pois foram
 As proteínas conjugadas são combinações de aminoácidos com descobertos pela primeira vez nos núcleos das células.
outros componentes orgânicos ou inorgânicos:
 Glicoproteínas (açúcares);  Os nucleotídeos são as unidades estruturais dos ácidos
 Nucleoproteínas (ácidos nucleicos); nucleicos e são constituídos de três partes:
 Metaloproteínas (átomos de metal);  Uma base nitrogenada;
 Lipoproteínas (lipídeos);  Uma pentose (desoxirribose ou ribose)
 Fosfoproteínas (grupos fosfato).  Um grupo fosfato (ácido fosfórico).
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Ácidos nucleicos Ácidos nucleicos
 As bases nitrogenadas são compostos cíclicos feitos de átomos  A molécula de DNA consiste em duas cadeias longas enoveladas
de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio: uma em torno da outra para formar uma dupla hélice (modelo
 Purinas: adenina (A) e guanina (G); de Watson e Crick).
 Pirimidinas: timina (T), citosina (C) e uracila (U).  Cada fita de DNA que compõe a dupla hélice é formada por
desoxirriboses e de grupos fosfato alternados.
Observação
 A ordem em que os pares de bases nitrogenadas ocorrem ao
Nucleosídeo = Base nitrogenada + Pentose longo do DNA é extremamente específica e contém as
instruções genéticas para o organismo.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Ácidos nucleicos Ácidos nucleicos
 Os nucleotídeos formam os genes, e uma única  Enquanto o DNA é uma fita dupla, o RNA
molécula de DNA pode conter milhares de genes. normalmente é uma fita simples.

 Os genes determinam todas as características


 A pentose do nucleotídeo RNA é a ribose,
hereditárias e controlam as atividades celulares.
que tem um átomo de oxigênio a mais que
a desoxirribose.

 Além disso, uma das bases do RNA é a


uracila (U) em vez da timina.
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Compostos orgânicos Compostos orgânicos


Ácidos nucleicos Trifosfato de adenosina (ATP)
 Três tipos principais de RNA foram identificados nas células:  O ATP é a principal molécula transportadora de energia de
 RNA mensageiro (mRNA); todas as células e é indispensável para a vida celular.

 RNA ribossômico (rRNA);  Armazena a energia química liberada por algumas reações
químicas e fornece energia para reações que requerem energia.
 RNA transportador (tRNA).

 Consiste em uma unidade de adenosina, composta de adenina


e ribose, com três grupos fosfato ligados.

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Compostos orgânicos Compostos orgânicos
Trifosfato de adenosina (ATP) Trifosfato de adenosina (ATP)
 Em outras palavras, é um nucleotídeo adenina (também  O ATP libera uma grande quantidade de energia utilizável
chamado de monofosfato de adenosina, ou AMP) com dois quando o terceiro grupo fosfato é hidrolisado para se tornar
grupos fosfato extras. difosfato de adenosina (ADP).

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Compostos orgânicos
Trifosfato de adenosina (ATP)
 O suprimento de ATP da célula em qualquer momento é
limitado.

 Sempre que o suprimento necessita de reposição, a reação Princípios de


ocorre na direção inversa. Microscopia
 A energia necessária para unir o grupo fosfato terminal ao ADP
é fornecida pelas várias reações de oxidação da célula,
particularmente pela oxidação da glicose.
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Introdução Introdução
O microscópio simples utilizado por van Leeuwenhoek no Os contemporâneos de van
século XVII possuía somente uma lente (similar a uma lupa). Leeuwenhoek, como Robert Hooke,
construíram microscópios compostos,
que possuem múltiplas lentes.
Porém, suas lentes eram polidas com tal precisão que uma
única lente podia ampliar um microrganismo em 300 vezes.
Entretanto, eram de pouca qualidade e
não podiam ser usados para se observar
Seus microscópios simples permitiram que ele fosse a bactérias.
primeira pessoa a ver as bactérias.
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Introdução Microscopia óptica


Foi somente em 1830 que um microscópio Microscopia óptica refere-se ao
significativamente melhor foi desenvolvido por Joseph uso de qualquer tipo de
Jackson Lister. microscópio que utilize luz para
observar amostras.

Várias melhorias no microscópio de Lister resultaram no Um microscópio óptico composto


desenvolvimento do microscópio composto moderno, do (MO) moderno possui uma série
tipo usado em laboratórios de microbiologia atualmente. de lentes e utiliza a luz visível
como fonte de iluminação.

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Microscopia óptica Microscopia óptica
Com um MO composto, é possível A seguir, os raios de luz passam
examinar amostras muito peque- pelas lentes objetivas, e,
nas e parte de seus detalhes. finalmente, a imagem é nova-
mente ampliada pela lente ocular.
A ampliação é obtida quando os
raios de luz de um iluminador A ampliação total de uma amostra
passam por um condensador, é calculada pela multiplicação da
cujas lentes direcionam os raios de ampliação da lente objetiva pela
luz através da amostra. ampliação da lente ocular.

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Microscopia óptica Microscopia óptica


A maior parte dos microscópios utilizados em microbiologia A resolução é a capacidade das lentes de diferenciar
possui várias lentes objetivas: detalhes e estruturas.
 10× (baixo alcance);
Especificamente, refere-se à capacidade das lentes de
 40× (alto alcance); diferenciar entre dois pontos separados a uma determinada
 100× (imersão em óleo). distância.

A maioria das lentes oculares amplia as amostras por um Por exemplo, um microscópio com resolução de 0,4 nm
fator de 10. pode distinguir entre dois pontos separados por uma
distância de pelo menos 0,4 nm.
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23
Microscopia óptica Microscopia óptica
Um princípio geral da microscopia é que, quanto mais curto Para se obter uma imagem clara e detalhada em um MO
o comprimento de onda da luz utilizada no instrumento, composto, as amostras devem ser preparadas para
maior a resolução. contrastarem nitidamente com o seu meio.

A luz branca utilizada em um MO composto possui um Para atingir esse contraste, devemos alterar o índice de
comprimento de onda relativamente longo e não pode refração das amostras em relação ao do seu meio por
determinar estruturas menores que 0,2 μm. coloração.

Isso limita a ampliação obtida até mesmo pelo melhor MO Sob condições normais, o campo de visão em um MO
composto a cerca de 2.000×. composto é claramente iluminado (campo claro).
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Microscopia óptica Microscopia óptica


Contudo, nem sempre é desejável corar uma amostra. Microscopia de campo escuro
 É utilizada para examinar microrganismos vivos que são
Logo, células não coradas são mais facilmente observadas invisíveis ao MO comum, que não podem ser corados por
com os MO modificados: métodos-padrão ou que são tão distorcidos pela coloração que
 Campo escuro; suas características não podem ser identificadas.
 Contraste de fase;
 Um microscópio de campo escuro utiliza um condensador que
 Contraste com interferência diferencial (CID); contém um disco opaco, que bloqueia a luz que poderia entrar
 Fluorescência; na lente objetiva diretamente.
 Confocal.
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24
Microscopia óptica Microscopia óptica
Microscopia de campo escuro Microscopia de contraste de fase
 Como não há luz de fundo  Permite um exame detalhado das estruturas internas de
direta, a amostra aparece microrganismos vivos, não sendo necessária a fixação (à lâmina
iluminada contra um fundo do microscópio) ou a coloração da amostra – procedimentos
preto – o campo escuro. que poderiam distorcer ou matar os microrganismos.

 O princípio da microscopia de contraste de fase baseia-se na


natureza das ondas dos raios de luz e no fato de que os raios
Campo claro Campo escuro
luminosos podem estar em fase ou fora de fase.
Campo claro Campo escuro

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Microscopia óptica Microscopia óptica


Microscopia de contraste de fase Microscopia de contraste de fase
 Um conjunto de raios luminosos sai diretamente da fonte de luz,  Assim, as estruturas internas de uma
enquanto outro é derivado da luz que é refletida ou difratada de célula tornam-se mais bem definidas.
uma estrutura particular na amostra.
Campo claro

 Quando os dois conjuntos de raios de luz são reunidos, formam


uma imagem da amostra na lente ocular, contendo áreas que Campo escuro
são relativamente claras (em fase) e vários tons de cinza até a
cor preta (fora de fase).
Contraste de fase

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25
Microscopia óptica Microscopia óptica
Microscopia de contraste de fase com interferência Microscopia de contraste de fase com interferência
diferencial (CID) diferencial (CID)
 E similar à microscopia de contraste de fase, pois utiliza as  Assim, a resolução de um microscópio CID é maior que a de um
diferenças nos índices de refração. microscópio de contraste de fase padrão.

 Entretanto, um microscópio CID utiliza dois feixes de luz em vez  A imagem também apresenta cores brilhantes e parece quase
de um. tridimensional.

 Além disso, prismas separam cada feixe de luz, adicionando


cores contrastantes à amostra.
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Microscopia óptica Microscopia óptica


Microscopia de fluorescência Microscopia confocal
 Utiliza a capacidade das substâncias de absorver curtos  É uma técnica utilizada para reconstruir imagens
comprimentos de ondas de luz (ultravioleta) e produzir luz em tridimensionais.
um comprimento de onda maior (visível).
 As amostras também são coradas com fluorocromos.
 Quando a amostra a ser visualizada não  Utiliza um único fóton para iluminar um plano da amostra de
fluoresce naturalmente sob iluminação cada vez.
ultravioleta, ela pode ser corada com um
grupo de corantes fluorescentes  Cada plano corresponde a uma imagem de um corte fino que foi
denominados fluorocromos. fisicamente seccionado a partir de uma amostra.
Treponema pallidum
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26
Microscopia óptica Microscopia eletrônica
Microscopia confocal Objetos menores que 0,2 μm, como vírus ou estruturas
 Elimina o desfoque que ocorre com outros internas das células, devem ser examinados com um
microscópios. Logo, imagens microscópio eletrônico (ME), no qual um feixe de elétrons
bidimensionais com uma resolução até é usado ao invés da luz.
40% melhor podem ser obtidas.
A potência de resolução do ME é muito maior que a dos
 Tem sido usada para obter imagens MO devido aos comprimentos de onda mais curtos dos
tridimensionais de células inteiras e de Paramecium
multimicronucleatum elétrons (cerca de 100 mil vezes menores que os
componentes celulares.
comprimentos de onda da luz visível).

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Microscopia eletrônica Microscopia eletrônica


As imagens são sempre em preto e branco, mas podem ser Microscopia eletrônica de transmissão
coloridas artificialmente para acentuar certos detalhes.  No MET, um feixe de elétrons de um canhão passa através de
um corte ultrafino da amostra, especialmente preparado.
Ao invés de lentes de vidro, são utilizadas lentes
eletromagnéticas para focalizar um feixe de elétrons na  O feixe é focalizado em uma pequena área da amostra
amostra. (normalmente colocada sobre uma tela de cobre) por uma lente
de condensador eletromagnética.
Existem dois tipos: o microscópio eletrônico de transmissão
(MET) e o microscópio eletrônico de varredura (MEV).  O feixe de elétrons passa através da amostra e, então, através
de uma lente objetiva eletromagnética, que amplia a imagem.
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27
Microscopia eletrônica Microscopia eletrônica
Microscopia eletrônica de transmissão MET MEV
 Finalmente, os elétrons são focalizados por uma lente projetora
eletromagnética sobre uma tela fluorescente ou placa
fotográfica.
 A imagem final, denominada micrografia
eletrônica de transmissão, aparece como
muitas áreas iluminadas e escuras,
dependendo do número de elétrons
absorvidos pelas diferentes áreas da
Mitocôndrias
amostra.
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Microscopia eletrônica Microscopia eletrônica


Microscopia eletrônica de transmissão Microscopia eletrônica de transmissão
 Na prática, o MET têm resolução próxima a 2,5 nm, e ampliação  Sais de vários metais pesados, como o chumbo, o ósmio, o
de 10.000 a 100.000×. tungstênio e o urânio, são comumente usados como corantes:
 Coloração positiva (fixados na amostra);
 Como a maioria das amostras microscópicas é muito fina, o  Coloração negativa (aumentar a opacidade eletrônica do campo
contraste entre as suas ultraestruturas e o fundo é fraco. circundante).

 O contraste pode ser amplamente aumentado utilizando-se um  A coloração negativa é útil para o estudo de amostras muito
“corante” que absorve os elétrons e produz uma imagem mais pequenas, como as partículas virais, os flagelos bacterianos e as
escura na região corada. moléculas de proteína.
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28
Microscopia eletrônica Microscopia eletrônica
Microscopia eletrônica de transmissão Microscopia eletrônica de varredura
 Desvantagens:  O MEV supera o problema do corte associado ao MET e fornece
 Somente um corte muito delgado de uma amostra (cerca de 100 nm) imagens tridimensionais.
pode ser efetivamente estudado;
 Um canhão produz um feixe de elétrons finamente focalizado,
 Amostra não tem aspecto tridimensional;
denominado feixe eletrônico primário.
 Métodos de preparação das amostras causam morte, encolhimento e
distorção das células (aparecimento de artefatos).  Esses elétrons passam através de lentes eletromagnéticas e são
dirigidos à superfície da amostra.

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Microscopia eletrônica Microscopia eletrônica


Microscopia eletrônica de varredura MET MEV
 Elétrons secundários produzidos são transmitidos a um coletor,
amplificados e usados para produzir uma imagem (micrografia
eletrônica de varredura) em uma tela ou chapa fotográfica.

 É especialmente útil no estudo das estruturas de superfície de


células intactas e vírus.

 Na prática, possui resolução de 10 nm e ampliação de 1.000 a


10.000×.
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29
Microscopia eletrônica Preparação de amostras
Preparando esfregaços
 Coloração significa simplesmente corar os microrganismos com
um corante que enfatize certas estruturas.

 Porém, antes da coloração, os microrganismos devem ser


fixados à lâmina do microscópio.
MET MEV
Estruturas internas em corte Estruturas da superfície de  A fixação mata os microrganismos, mas preserva várias de suas
delgado de um Paramecium. um Paramecium. partes em seu estado natural com apenas um mínimo de
distorção.
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Preparação de amostras Preparação de amostras


Preparando esfregaços Preparando esfregaços
 Um filme delgado de material contendo os microrganismos é  Os corantes são sais compostos por um íon positivo e um íon
espalhado sobre a lâmina (esfregaço) e deixado secar ao ar. negativo, um dos quais é colorido e conhecido como cromóforo:
 Corantes básicos (íon positivo);
 A lâmina é fixada pela passagem sobre a chama de um bico de  Corantes ácidos (íon negativo).
Bunsen, com o lado do esfregaço para cima, ou recobrindo a
lâmina com álcool metílico por um minuto.  Como as bactérias são levemente carregadas negativamente em
pH 7, os corantes básicos (cristal violeta, azul de metileno, verde
 A coloração é aplicada e, então, lavada com água. Em seguida, a de malaquita e safranina) são mais comumente usados que os
lâmina é seca com papel absorvente. corantes ácidos.
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30
Preparação de amostras Preparação de amostras
Preparando esfregaços Preparando esfregaços
 Como os corantes ácidos (eosina, fucsina ácida e nigrosina) não  Para aplicar corantes ácidos ou básicos, são utilizados três tipos
são atraídos pela maioria dos tipos de bactérias, a coloração de técnicas de coloração:
cora o fundo (coloração negativa).  Simples;

 É valiosa para a observação geral de formas da célula, tamanhos  Diferencial;


e cápsulas.
 Especial.

 As distorções são minimizadas, pois a fixação não é necessária e


as células não captam a coloração.
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Preparação de amostras Preparação de amostras


Coloração simples Coloração diferencial
 Solução aquosa ou alcoólica de um único corante básico (azul de  Reage de modo distinto com diferentes tipos de bactérias,
metileno, carbolfucsina, cristal violeta e safranina) cujo objetivo podendo assim ser usada para diferenciá-las.
primário é destacar todo o microrganismo para que as formas
celulares e as estruturas básicas fiquem visíveis.  A coloração diferencial mais frequentemente utilizada para
bactérias é a coloração de Gram, que foi desenvolvida em 1884
 Às vezes, uma substância química é adicionada para intensificar pelo bacteriologista dinamarquês Hans Christian Gram.
a coloração (mordente), aumentando a afinidade da coloração
por uma amostra e revestindo uma estrutura (como um flagelo)  É um dos procedimentos de coloração mais úteis, pois classifica
para torná-la mais espessa e mais fácil de ser vista. as bactérias em gram-positivas e gram-negativas.
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31
Preparação de amostras Preparação de amostras
Coloração diferencial Coloração diferencial
 Nesse procedimento: 3. A seguir, a lâmina é lavada com álcool ou uma solução de álcool-
1. Um esfregaço fixado pelo calor é recoberto com um corante básico acetona. Essa solução é um agente descolorante, que remove o
púrpura, geralmente o cristal violeta. Uma vez que a coloração púrpura das células de algumas espécies, mas não de outras.
púrpura impregna todas as células, ela é denominada coloração
primária. 4. O álcool é lavado, e a lâmina é então corada com safranina, um
corante básico vermelho. O esfregaço é lavado novamente, seco
2. Após um curto período de tempo, o corante púrpura é lavado, e o com papel e examinado microscopicamente.
esfregaço é recoberto com iodo, um mordente. Quando o iodo é
lavado, ambas as bactérias gram-positivas e gram-negativas
aparecem em cor violeta escuro ou púrpura.

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Preparação de amostras Preparação de amostras


Coloração diferencial Coloração diferencial
 O corante púrpura e o iodo se combinam no citoplasma de cada
bactéria, corando-a de violeta escuro ou púrpura.

 As bactérias que retêm essa cor após a tentativa de descolori-


las com álcool são classificadas como gram-positivas, enquanto
as que perdem a cor são classificadas como gram-negativas.

 Como as gram-negativas são incolores após a lavagem com


álcool, é necessária a aplicação da safranina (contracorante),
que cora as gram-negativas de rosa.
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32
Preparação de amostras Preparação de amostras
Colorações diferenciais Colorações especiais
 Os resultados da coloração de Gram  São usadas para corar e isolar partes específicas dos
não são universalmente aplicáveis, microrganismos, como os endosporos e os flagelos, e para
pois algumas células bacterianas revelar a presença de cápsulas (coloração negativa).
coram-se fracamente ou não
adquirem cor.

 A reação de Gram é mais consistente


quando utilizada em bactérias jovens,
em crescimento. Endosporos Flagelos Cápsulas

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Introdução
Procariotos e eucariotos são quimicamente similares
(ácidos nucleicos, proteínas, lipídeos e carboidratos).
Anatomia Funcional das
Células Procarióticas e Usam os mesmos tipos de reações químicas no seu
Eucarióticas metabolismo.

A estrutura das paredes celulares e membranas e a


ausência de organelas é a principal diferença entre eles.
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33
Introdução Introdução
Principais características dos procariotos:
1. Seu DNA (cromossomo circular) não está envolvido por uma
membrana (carioteca);
2. Seu DNA não está associado com histonas;
3. Não possuem organelas revestidas por membrana;
4. Suas paredes celulares, geralmente, contêm o polissacarídeo
complexo peptideoglicano;
5. Normalmente se dividem por fissão binária.
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Introdução
Principais características dos eucariotos:
1. Seu DNA (cromossomos múltiplos) é encontrado no núcleo
das células, envolvido por uma membrana nuclear;
2. Seu DNA é associado a histonas;
3. Possuem diversas organelas revestidas por membranas; A Célula Procariótica
4. Suas paredes celulares, quando presentes, são quimicamente
simples;
5. A divisão celular geralmente envolve mitose.
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34
Tamanho, forma e arranjo celular Tamanho, forma e arranjo celular
A maioria varia de 0,2 a 2,0 μm de diâmetro e de 2 a 8 μm
de comprimento.

Possuem algumas formas básicas:


Cocos Espiroquetas
 Esfera (cocos);
 Bastão (bacilos);
 Espiral;
 Filamentosas (longas células ou cadeias celulares delgadas).
Bacilos Filamentosas
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Tamanho, forma e arranjo celular Tamanho, forma e arranjo celular


Cocos
 Quando se dividem, as células podem permanecer ligadas:
 Diplococos: aos pares; Diplococos

 Estreptococos: em forma de cadeia; Sarcinas

 Tétrades: em grupos de quatro (divisão em dois planos); Estreptococos

 Sarcinas: em forma de cubo (divisão em três planos);

 Estafilococos: em forma cacho de uva ou lâminas amplas (divisão em


múltiplos planos). Estafilococos
Tétrades
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35
Tamanho, forma e arranjo celular Tamanho, forma e arranjo celular
Bacilos Espirais
 Dividem-se somente ao longo de  Possuem uma ou mais curvaturas:
seu eixo curto:  Vibriões: bastões curvos;
 Diplobacilos: em pares;
 Espirilos: forma helicoidal rígida;
 Estreptobacilos: em cadeias.
 Espiroquetas: forma helicoidal flexível.
 Alguns são ovais e tão parecidos
com os cocos que são chamados  Os espirilos utilizam flagelo para se mover, e as espiroquetas se
de cocobacilos. movem por meio de filamentos axiais.

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Tamanho, forma e arranjo celular Tamanho, forma e arranjo celular


Além das formas básicas, existem
Vibrião células:
 Em forma de estrela (gênero Stella);

 Retangulares e planas (arqueias


Espirilo
halofílicas do gênero Haloarcula);

 Triangulares.
Espiroqueta

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36
Tamanho, forma e arranjo celular Estruturas externas à parede celular
Condições ambientais podem alterar sua forma, Glicocálice
dificultando uma identificação.  Muitos procariotos secretam na sua superfície uma substância
denominada glicocálice.

Algumas bactérias, como o Rhizobium e a Corynebacterium,  É um polímero viscoso e gelatinoso, situado externamente à
são pleomórficas (podem ter muitas formas). parede celular, composto de polissacarídeo e/ou polipeptídeo.

 Se a substância é organizada e está firmemente aderida à


parede celular, é descrito como uma cápsula. Caso contrário, é
descrito como uma camada viscosa.
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Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular


Glicocálice
Cápsula  As cápsulas frequentemente protegem as bactérias patogênicas
da fagocitose pelas células do hospedeiro.

 O glicocálice é um componente muito importante dos biofilmes.

 Um glicocálice que auxilia as células a se fixarem ao seu


ambiente-alvo e umas às outras é denominado substância
Cápsula polimérica extracelular (SPE).

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37
Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular
Glicocálice Glicocálice
 A SPE protege as células, facilita a comunicação entre elas e  Algumas bactérias podem usar sua cápsula como fonte de
permite a sua sobrevivência pela fixação a várias superfícies: nutrição.
 Pedras em rios com correnteza rápida;
 Raízes de plantas;
 Um glicocálice também pode proteger uma célula contra a
desidratação, e sua viscosidade pode inibir o movimento dos
 Dentes humanos; nutrientes para fora da célula.
 Implantes médicos;
 Canos de água;
 Outras bactérias.
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Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular


Flagelos
 Longos apêndices filamentosos que propelem algumas
bactérias. As bactérias sem flagelos são denominadas atríqueas.
 Os flagelos podem ser:
 Peritríqueos (distribuídos ao longo da célula);
 Polares (em um ou ambos os polos da célula):
 Monotríqueo (um único flagelo em um polo);
Flagelos
 Lofotríqueo (um tufo de flagelo na extremidade da célula);
 Anfitríqueo (flagelos em ambas as extremidades celulares).
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38
Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular
Flagelos
 Um flagelo tem três partes básicas:
 Filamento:
 Longa região mais externa;
Peritríqueo Monotríqueo
 Diâmetro constante;

 Contém a proteína globular flagelina;

 Na maioria das bactérias, os filamentos não são cobertos por uma


membrana ou bainha.
Lofotríqueo Anfitríqueo
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Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular


Flagelos Flagelos
 Gancho:  Corpo basal:
 Parte ligeiramente mais larga à qual o filamento está aderido;  As gram-negativas contêm dois pares de anéis (externo e interno);
 As gram-positivas possuem somente o par interno.
 Consiste de uma proteína diferente.

 Corpo basal:
 Porção que ancora o flagelo à parede celular e à membrana
plasmática;

 Pequena haste central inserida em uma série de anéis;

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39
Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular
Flagelos Filamentos axiais
 São estruturas helicoidais semir-  As espiroquetas são bactérias que possuem estrutura e
rígidas que movem a célula pela mobilidade exclusivas: os filamentos axiais ou endoflagelos.
rotação do corpo basal.
 Consistem de feixes de fibrilas que se originam nas
 A rotação flagelar depende da extremidades da célula, sob uma bainha externa, e fazem uma
geração contínua de energia espiral em torno dela.
pela célula.
 Estão ancorados em uma extremidade da espiroqueta e
possuem estrutura similar à dos flagelos.
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Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular


Filamentos axiais Fímbrias e pili
 A rotação dos filamentos produz um  Muitas bactérias gram-negativas contêm apêndices semelhantes
movimento da bainha externa que a pelos, os quais são mais curtos, retos e finos que os flagelos.
impulsiona as espiroquetas em um
movimento espiral.  São usados mais para fixação e transferência de DNA do que
para mobilidade.

 Consistem de uma proteína denominada pilina, distribuída de


modo helicoidal em torno de um eixo central.

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40
Estruturas externas à parede celular Estruturas externas à parede celular
Fímbrias e pili
Pilus
 As fímbrias podem ocorrer nos polos da célula bacteriana ou
estar homogeneamente distribuídas em toda a sua superfície.
Fímbrias
 As fímbrias têm uma tendência a se aderir umas às outras e às
superfícies (formação de biofilmes).

 Os pili normalmente são mais longos do que as fímbrias e estão


envolvidos na mobilidade celular e na transferência de DNA,
havendo apenas um ou dois por célula.
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Estruturas externas à parede celular A parede celular


Fímbrias e pili É uma estrutura complexa, semirrígida, responsável pela
 Os pili utilizados para agregar as bactérias e forma da célula.
facilitar a transferência de DNA entre elas são
denominados pili de conjugação (sexuais). Circunda a frágil membrana plasmática, protegendo a
célula.
 O DNA compartilhado pode adicionar uma
nova função à célula receptora, como a
resistência a um antibiótico ou a habilidade Quase todos os procariotos a possuem, e sua principal
de degradar o seu meio com mais eficiência. função é prevenir a ruptura das células quando a pressão
interna é maior do que a externa.
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41
A parede celular A parede celular
Além de ajudar a manter a forma da célula, serve como
Parede ponto de ancoragem para os flagelos.
celular

À medida que o volume de uma célula aumenta, sua


membrana plasmática e parede celular se estendem
conforme necessário.

Além disso, a composição química da parede celular é


Parede
celular usada para diferenciar os principais tipos de bactérias.
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A parede celular A parede celular


Composição e características Composição e características
 A parede celular bacteriana é composta de uma rede  Os vários componentes da peptideoglicana estão reunidos na
macromolecular denominada peptideoglicana. parede celular:
 Moléculas alternadas de NAM e NAG são ligadas em filas de 10 a 65
 A peptideoglicana consiste em um dissacarídeo repetitivo ligado açúcares para formar um “esqueleto” de carboidratos;
por polipeptídeos.
 Filas adjacentes são ligadas por polipeptídeos;

 A porção dissacarídica é composta de monossacarídeos  As cadeias laterais paralelas de tetrapeptídeos podem ser ligadas
denominados N-acetilglicosamina (NAG) e ácido N- diretamente umas às outras ou unidas por uma ponte cruzada
acetilmurâmico (NAM). peptídica.
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42
A parede celular A parede celular
Composição e características Composição e características
 Gram-positivas
 Muitas camadas de peptideoglicana,
formando uma estrutura espessa e
rígida.

 Contêm ácidos teicoicos (glicerol ou


ribitol + fosfato), os quais regulam o
movimento de cátions para dentro e
para fora da célula.

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A parede celular A parede celular


Composição e características Composição e características
 Gram-negativas  Gram-negativas
 Uma ou poucas camadas de peptideoglicana e
uma membrana externa, formada por
lipopolissacarídeos (LPS), lipoproteínas e
fosfolipídeos.

 A peptideoglicana está ligada a lipoproteínas na


membrana externa e está no periplasma, que
contém uma alta concentração de enzimas de
degradação e proteínas de transporte.

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43
A parede celular Estruturas internas à parede celular
Composição e características Membrana (cito)plasmática
 Arqueias  Estrutura fina, situada no interior da parede celular, que reveste
 Podem não ter paredes ou ter paredes incomuns compostas de o citoplasma da célula.
polissacarídeos e proteínas, mas não de peptideoglicana.
 Consiste principalmente de fosfolipídeos, substâncias químicas
 Essas paredes contêm uma substância similar à peptideoglicana,
mais abundantes na membrana, e proteínas.
denominada pseudomureína, a qual possui ácido N-
acetiltalosaminurônico em vez de NAM.
 Como não possuem esteróis, as membranas plasmáticas
 Geralmente não podem ser coradas por gram, mas aparentam ser procarióticas são menos rígidas que as membranas eucarióticas.
gram-negativas por não conterem peptideoglicana.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Membrana (cito)plasmática
Membrana  Estrutura
plasmática  São estruturas de camada dupla (bicamada lipídica), já que as
moléculas de fosfolipídeos estão distribuídas em duas linhas
paralelas.

 As moléculas proteicas na membrana podem ser:


 Periféricas:
 Facilmente removidas da membrana e situadas na superfície
Membrana
plasmática
interna ou externa da membrana.

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44
Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Membrana (cito)plasmática Membrana (cito)plasmática
 Estrutura  Estrutura
 Periféricas:  Integrais:
 Podem funcionar como enzimas catalisadoras, suporte e  Quando penetram a membrana completamente, são chamadas
mediadoras das alterações na forma da membrana durante o de proteínas transmembrana.
movimento.  Algumas são canais que possuem um poro pelo qual as
substâncias entram e saem da célula.
 Integrais:
 Removidas da membrana somente após ruptura da bicamada  O arranjo dinâmico de fosfolipídeo e proteína é denominado modelo
lipídica. do mosaico fluido.

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Membrana (cito)plasmática Membrana (cito)plasmática
 Estrutura  Estrutura

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Membrana (cito)plasmática Membrana (cito)plasmática
 Funções  Funções
 Barreira:  Barreira:
 Permeabilidade seletiva (semipermeabilidade).  Íons penetram na membrana muito lentamente.

 Moléculas grandes (proteínas) não podem passar através da  O movimento de materiais através das membranas plasmáticas
membrana plasmática, possivelmente por serem maiores que os também depende de moléculas transportadoras.
poros nas proteínas integrais.
 Digestão de nutrientes e produção de energia:
 Moléculas menores (água, oxigênio, dióxido de carbono e alguns  Enzimas catalisadoras das reações químicas que degradam os
açúcares simples) em geral conseguem atravessá-la com facilidade. nutrientes e produzem ATP.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Membrana (cito)plasmática Membrana (cito)plasmática
 Funções  Transporte de substâncias através da membrana
 Digestão de nutrientes e produção de energia:  Processos passivos:
 Em algumas bactérias, pigmentos  As substâncias atravessam a membrana de uma área de alta
e enzimas envolvidos na concentração para uma de baixa concentração, sem gasto de
fotossíntese são encontrados em energia (ATP) pela célula.
invaginações da membrana
 Difusão simples: movimento de pequenas moléculas ou íons.
plasmática (cromatóforos ou
tilacoides).  Difusão facilitada: movimento de íons hidrofílicos ou grandes
moléculas facilitado por proteínas integrais (proteínas
transportadoras ou permeases), as quais funcionam como canais.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Membrana (cito)plasmática Membrana (cito)plasmática
 Transporte de substâncias através da membrana  Transporte de substâncias através da membrana
 Processos passivos:  Processos ativos:
 Osmose: movimento de moléculas de água por difusão simples ou  Translocação de grupo: transporte ativo que ocorre
através de proteínas integrais (aquaporinas). exclusivamente em procariotos, em que a substância é alterada
quimicamente durante o processo, e a membrana plasmática se
 Processos ativos: torna impermeável a ela, mantendo-a dentro da célula.
 A célula deve usar energia (ATP) para mover as substâncias das
áreas de baixa concentração para as de alta concentração.

 Transporte ativo: movimento de substâncias, normalmente de fora


para dentro da célula, através de proteínas transportadoras.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Citoplasma
 Substância espessa, aquosa, semitransparente e elástica do
Citoplasma
interior da célula.

 É composto de água (~80%), proteínas (enzimas), carboidratos,


lipídeos, íons inorgânicos e compostos de peso molecular muito
baixo.

 Proteínas filamentosas são diretamente responsáveis pela


forma helicoidal e de bastonete da célula bacteriana.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Citoplasma Nucleoide
 As principais estruturas do citoplasma dos procariotos são:  Normalmente, contém uma única molécula longa e contínua de
 Nucleoide (DNA); DNA de fita dupla, com frequência arranjada de forma circular
(cromossomo bacteriano).
 Ribossomos;
 Os cromossomos não são circundados por um envelope nuclear
 Inclusões.
(membrana) e não incluem histonas.

 Pode ser esférico, alongado ou em forma de halteres.

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Nucleoide
 As bactérias frequentemente também contêm pequenas
Nucleoide
moléculas de DNA de fita dupla e circulares (plasmídeos).

 Os plasmídeos são elementos genéticos extracromossômicos


que se replicam independentemente do DNA cromossômico.

Plasmídeo
 Podem transportar genes para certas atividades, como
resistência a antibióticos, tolerância a metais tóxicos, produção
de toxinas e síntese de enzimas.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Ribossomos
 Estruturas muito pequenas do citoplasma onde ocorre a síntese
Ribossomos
proteica.

 Uma célula procariótica contém dezenas de milhares de


ribossomos, que dão ao seu citoplasma um aspecto granular.

 São compostos de duas subunidades, consistindo de proteína e


de um tipo de RNA denominado RNA ribossômico (rRNA).

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Ribossomos Inclusões
 Os ribossomos procarióticos são denominados ribossomos 70S,  Dentro do citoplasma das células procarióticas, há vários tipos
cujas subunidades são: de depósitos de reserva, conhecidos como inclusões.
 Uma pequena subunidade 30S, contendo uma molécula de rRNA;
 As células podem acumular certos nutrientes quando são
 Uma subunidade maior 50S, contendo duas moléculas de rRNA. abundantes e usá-los quando estão escassos no ambiente.

 Algumas inclusões são limitadas a um número pequeno de


espécies, servindo como base para a identificação.

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Inclusões
 Grânulos metacromáticos
Inclusão
 Grandes inclusões que coram-se de vermelho com certos corantes
azuis como o azul de metileno.

 Coletivamente, eles são conhecidos como volutina, a qual representa


uma reserva de fosfato inorgânico que pode ser usada na síntese de
ATP.

 Geralmente formada pelas células que crescem em ambientes ricos


em fosfato.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Inclusões Inclusões
 Grânulos polissacarídicos  Inclusões lipídicas
 Inclusões caracteristicamente compostas de glicogênio e amido.  Um material comum de arma-
zenamento de lipídeos, exclusivo das
 Sua presença pode ser demonstrada quando iodo é aplicado às bactérias, é o polímero ácido poli-β-
células: hidroxibutírico.
 Grânulos de glicogênio: cor marrom-avermelhada;
 São reveladas pela coloração das
 Grânulos de amido: cor azul. células com corantes solúveis em
gordura, como os corantes de Sudão.

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Inclusões Inclusões
 Grânulos de enxofre  Vacúolos de gás
 Certas bactérias obtêm energia oxidando o enxofre e compostos  Cavidades ocas encontradas em muitos procariotos aquáticos.
contendo enxofre, podendo armazenar grânulos de enxofre como
reserva de energia.  Fileiras de várias vesículas de gás individuais, que são cilindros ocos
recobertos por proteína.
 Carboxissomos
 São inclusões que contêm a enzima ribulose-1,5-difosfato-  Mantêm a flutuação, para que as células possam permanecer na
carboxilase, usada por bactérias que tem o dióxido de carbono como profundidade apropriada de água para receberem quantidades
sua única fonte de carbono. suficientes de oxigênio, luz e nutrientes.

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Inclusões Endosporos
 Magnetossomos  Células desidratadas altamente duráveis, com
 São inclusões de óxido de ferro paredes espessas e camadas adicionais,
(Fe3O4), que agem como ímãs. formadas dentro de bactérias gram-positivas
quando nutrientes essenciais se esgotam.
 As bactérias podem usar os
magnetossomos para se mover
para baixo até atingir um local de  Quando liberados no ambiente, podem
fixação aceitável. sobreviver a temperaturas extremas, falta de
água e exposição a muitas substâncias
químicas tóxicas e radiação.
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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular
Endosporos Endosporos
 O processo de formação do endosporo dentro de uma célula
vegetativa leva várias horas e é conhecido como esporulação ou
esporogênese.

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Estruturas internas à parede celular Estruturas internas à parede celular


Endosporos Endosporos
 Um endosporo retorna ao seu estado vegetativo por um  O endosporo, após a germinação, dá origem a uma célula única,
processo denominado germinação. logo a esporulação não é um meio de reprodução.

 A germinação é ativada por uma lesão física ou química no  Esse processo não aumenta o número de células.
revestimento do endosporo.

 Então, as enzimas do endosporo rompem as camadas extras


que o circundam, a água entra, e o metabolismo recomeça.

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Flagelos e cílios
Projeções usadas para a locomoção celular ou para mover
substâncias ao longo da superfície celular.

Contêm citoplasma e são revestidas por membrana


A Célula Eucariótica plasmática.
 Flagelos: poucos e longos.

 Cílios: numerosos e curtos.

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Flagelos e cílios Flagelos e cílios


Ancorados à membrana plasmática por Os microtúbulos são tubos longos ocos, compostos de uma
um corpo basal. proteína denominada tubulina.

Nove pares de microtúbulos arranjados Flagelos eucarióticos se movem de forma ondulante.


em um anel, mais outros dois isolados
no centro do anel (arranjo 9 + 2).

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Parede celular e glicocálice Parede celular e glicocálice
A maioria dos eucariotos possui paredes celulares, porém Em outras células, a membrana plasmática é coberta por
são muito mais simples que as dos procariotos: um glicocálice, o qual contém carboidratos adesivos
 Algas: celulose; (podendo ser ligados covalentemente a proteínas e
lipídeos).
 Fungos: quitina;

 Leveduras: glicana e manana; O glicocálice reforça a superfície celular, auxilia a união


das células e pode contribuir para o reconhecimento entre
 Protozoários: não possuem parede celular típica, mas têm uma elas.
proteína externa de revestimento flexível (película).
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Membrana (cito)plasmática Membrana (cito)plasmática


Muito similar na função e na estrutura básica à dos Quanto ao transporte de substâncias, a translocação de
procariotos, contudo há diferenças nas proteínas. grupo não ocorre em células eucarióticas

As membranas eucarióticas também contêm: Entretanto, podem realizar endocitose:


 Carboidratos: sítios de ligação para as bactérias e sítios  Fagocitose: projeções celulares denominadas pseudópodes
receptores no reconhecimento entre as células. englobam as partículas e as trazem para dentro da célula.

 Esteróis: associados à capacidade das membranas de resistir à  Pinocitose: a membrana plasmática dobra-se para dentro,
lise resultante da elevação da pressão osmótica. trazendo o líquido extracelular para o interior da célula.
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Citoplasma Citoplasma
Substância interna à membrana plasmática e externa ao O citoesqueleto fornece suporte e aspecto morfológico,
núcleo na qual vários componentes celulares são auxiliando no transporte das substâncias através da célula.
encontrados.

Fluxo citoplasmático: movimento que auxilia a distribuir os


Possui uma estrutura interna complexa (citoesqueleto): nutrientes e mover a célula sobre uma superfície.
 Bastões extremamente pequenos: microfilamentos e
filamentos intermediários;
Muitas das enzimas encontradas no citoplasma dos
 Cilindros: microtúbulos. procariotos estão contidas nas organelas dos eucariotos.
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Ribossomos Ribossomos
Locais de síntese proteica na célula, encontrados livres no Os ribossomos livres sintetizam principalmente as
citoplasma ou ligados à superfície externa do retículo proteínas utilizadas dentro da célula.
endoplasmático rugoso.

Os ribossomos ligados à membrana nuclear e ao retículo


São mais largos e mais densos que os das células endoplasmático sintetizam as proteínas destinadas à
procarióticas (80S): inserção na membrana plasmática ou à exportação a partir
 Uma subunidade maior 60S: três moléculas de rRNA; da célula onde foram produzidas.

 Uma subunidade menor 40S: uma molécula de rRNA.


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Organelas Organelas
Núcleo Núcleo
 Normalmente é esférico ou oval, sendo frequentemente a  No núcleo, existem um ou mais corpos esféricos (nucléolos),
maior estrutura na célula, e contém quase toda a informação que são regiões condensadas de cromossomos onde o RNA
hereditária (DNA). ribossômico está sendo sintetizado.

 O núcleo é circundado por uma membrana dupla denominada  As células eucarióticas necessitam de dois elaborados
envelope nuclear. mecanismos, a mitose e a meiose, para segregar cromossomos
antes da divisão celular.
 Pequenos canais na membrana (poros nucleares) permitem ao
núcleo se comunicar com o citoplasma.
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Organelas Organelas
Núcleo Retículo endoplasmático (RE)
 Uma extensa rede de sacos membranosos achatados ou
túbulos (cisternas), contínua com o envelope nuclear.

 A maioria das células eucarióticas contém duas formas de RE


distintas, mas inter-relacionadas:
 RE rugoso:
 Contínuo com a membrana nuclear e se dobra em uma série de
sacos achatados;

 Possui ribossomos, local da síntese proteica;


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Organelas Organelas
Retículo endoplasmático (RE) Retículo endoplasmático (RE)
 RE rugoso:
 Sintetiza fosfolipídios.

 RE liso:
 Estende-se a partir do RE rugoso para formar uma rede de túbulos
de membranas.

 Não possui ribossomos.

 Sintetiza fosfolipídeos, gorduras e esteroides.


RE liso RE rugoso

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Organelas Organelas
Complexo de Golgi Complexo de Golgi
 Organela que consiste de 3 a 20 cisternas justapostas.  As enzimas nas cisternas modificam as proteínas, as quais são
transportadas por vesículas secretórias até a membrana plasmática.
 Sua função é transportar as proteínas produzidas no RE rugoso
 Algumas proteínas processadas deixam as cisternas em vesículas de
para outras regiões da célula: armazenamento (ex.: lisossomos).
 A vesícula transportadora do RE se funde com a cisterna do complexo
de Golgi, liberando as proteínas.

 As proteínas são modificadas e transportadas de uma cisterna para a


outra através das vesículas de transferência.

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Organelas Organelas
Lisossomos Vacúolos
 São formados a partir dos complexos de Golgi e parecem  Cavidades revestidas por uma membrana (tonoplasto).
esferas revestidas por uma membrana.
 São derivados dos complexos de Golgi, cujas funções são:
 Contêm cerca de 40 tipos diferentes de enzimas digestivas,  Armazenamento temporário de proteínas, açúcares, ácidos orgânicos
capazes de degradar muitos tipos de moléculas. e íons inorgânicos;

 Armazenamento de subprodutos metabólicos e toxinas;


 Além disso, essas enzimas podem ainda digerir bactérias que
penetram na célula.
 Captação de água: aumento do tamanho das células das plantas e
rigidez às folhas e aos caules.
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Organelas Organelas
Lisossomo e vacúolo Mitocôndrias
 Organelas esféricas ou cilíndricas, cuja membrana externa é lisa,
enquanto a interna está organizada em uma série de pregas
Vacúolo
(cristas).
Lisossomo
 Seu interior é uma substância semifluida (matriz).

 Algumas proteínas da respiração celular estão localizadas nas


cristas, e muitas dessas etapas metabólicas acontecem na
matriz.
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Organelas Organelas
Mitocôndrias Cloroplastos
 São frequentemente consideradas o “gerador da célula”, devido  Estrutura revestida por
ao seu papel central na produção de ATP. membrana que contém o
pigmento clorofila e as enzimas
para realização da fotossíntese.

 A clorofila está contida em


sacos achatados de membrana
denominados tilacoides.

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Organelas Organelas
Peroxissomos Centrossomo
 Organelas similares em estrutura aos lisossomos, mas menores.  Localizado próximo ao núcleo, consiste em dois componentes:
 Área pericentriolar: densa rede de pequenas fibras proteicas com
 Contêm enzimas capazes de oxidar substâncias orgânicas (ex.: papel fundamental na divisão celular (fuso mitótico);
aminoácidos, ácidos graxos) e substâncias tóxicas (ex.: álcool).
 Centríolos: par de estruturas cilíndricas composta de nove grupos de
 Um subproduto das reações de oxidação é o peróxido de três microtúbulos (triplos) dispostos de forma circular.
hidrogênio (H2O2), que é potencialmente tóxico.

 Contudo, os peroxissomos também contêm a enzima catalase,


que decompõe o H2O2, protegendo as outras partes da célula.
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Organelas
Peroxissomo e centrossomo

Centrossomo Metabolismo Microbiano


Peroxissomo

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Reações catabólicas e anabólicas Reações catabólicas e anabólicas


Metabolismo é a soma de todas as reações químicas  Reações anabólicas ou biossintéticas (anabolismo):
dentro de um organismo vivo.  Reações reguladas por enzimas que requerem energia para a
construção de moléculas orgânicas complexas a partir de moléculas
mais simples;
O metabolismo pode ser dividido em:
 Reações catabólicas ou degradativas (catabolismo):  Geralmente, são reações de síntese por desidratação e endergônicas;
 Reações reguladas por enzimas que liberam energia pela quebra de  Ex.: Formação de proteínas a partir de aminoácidos.
compostos orgânicos complexos em compostos mais simples;

 Em geral, são reações hidrolíticas e exergônicas; As reações catabólicas fornecem os blocos construtivos e a
 Ex.: Degradação de açúcares em dióxido de carbono e água. energia (ATP) para as reações anabólicas.
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Reações catabólicas e anabólicas Reações catabólicas e anabólicas
O ATP tem um importante papel no acoplamento de Somente uma parte da energia liberada no catabolismo
reações anabólicas e catabólicas. está disponível para as funções celulares, pois uma fração
é perdida como calor.

As vias metabólicas da célula são determinadas por um


grupo de proteínas – as enzimas –, as quais são
determinadas pela constituição genética da célula.

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Enzimas Enzimas
Teoria de colisão Teoria de colisão
 Todos os átomos, íons e moléculas estão em movimento  A energia de colisão requerida para uma reação química é sua
constante e, portanto, colidem constantemente. energia de ativação.

 A energia transferida na colisão pode romper as estruturas  A taxa de reação depende do número de moléculas reagentes
eletrônicas para quebrar ou formar ligações químicas. que estejam no nível da energia de ativação ou acima.

 A velocidade das partículas, sua energia e suas configurações  A taxa de reação aumenta pela elevação da temperatura, da
químicas específicas são os fatores que determinam se uma pressão ou da concentração dos reagentes, ou, no caso dos
colisão causará uma reação química. sistemas vivos, pela ação de enzimas.
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Enzimas Enzimas
Enzimas e reações químicas Enzimas e reações químicas
 Nas células vivas, as enzimas são catalisadores biológicos,  O complexo enzima-substrato
substâncias que podem acelerar uma reação química. (temporário) diminui a ener-
gia de ativação da reação.
 As enzimas são específicas, ou seja, cada uma atua em uma
substância específica (substrato), catalisando apenas uma  A capacidade da enzima de
reação. acelerar uma reação sem a
necessidade de elevar a
 Por exemplo, a sacarose é o substrato da enzima sacarase, que temperatura é crucial para os
catalisa a hidrólise da sacarose para glicose e frutose. sistemas vivos.
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Enzimas Enzimas
Especificidade e eficiência enzimática Especificidade e eficiência enzimática
 As enzimas geralmente são grandes proteínas globulares, e sua  Muitas enzimas existem na célula nas formas ativa e inativa.
especificidade é possibilitada por sua estrutura.
 A velocidade com que as enzimas trocam de uma forma para
 Cada uma tem uma configuração de superfície específica outra é determinada pelo ambiente celular.
resultante de suas estruturas primária, secundária e terciária.
Nomenclatura das enzimas
 O número de turnover indica a eficiência da enzima, ou seja, o
 Em geral, os nomes das enzimas terminam em -ase.
número máximo de moléculas de substrato que uma molécula
de enzima converte em produto a cada segundo.
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Enzimas Enzimas
Nomenclatura das enzimas Componentes das enzimas
 Podem ser agrupadas em seis classes, de acordo com o tipo de  A maioria das enzimas apresenta uma porção proteica
reação química: (apoenzima) e um componente não proteico (cofator), como
Classe Tipo de reação íons de ferro, zinco, magnésio ou cálcio.
Oxidorredutase Oxidação-redução
Transferase Transferência de grupos funcionais  Se o cofator é uma molécula orgânica, é chamado de coenzima.
Hidrolase Hidrólise
Liase Remoção de grupos de átomos sem hidrólise  As apoenzimas devem ser ativadas pelos cofatores, formando a
Isomerase Rearranjo de átomos dentro de uma molécula holoenzima (enzima completa ativa).
Ligase União de duas moléculas
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Enzimas Enzimas
Componentes das enzimas Componentes das enzimas
 Duas das mais importantes coenzimas no metabolismo celular
são: NAD+ NADP+
 Nicotinamida adenina dinucleotídeo
(NAD+): catabolismo;

 Nicotinamida adenina dinucleotídeo


fosfato (NADP+): anabolismo.
 Algumas coenzimas atuam como carreadores de elétrons, removendo-os
do substrato e os doando para outras moléculas.

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Enzimas Enzimas
O mecanismo da ação enzimática O mecanismo da ação enzimática
 Sequência geral dos eventos na ação enzimática:  Sequência geral dos eventos na ação enzimática:
1. A superfície do substrato entra em contato com uma região 4. Os produtos da reação são liberados da molécula da enzima, pois
específica da superfície da molécula da enzima (sítio ativo). não se encaixam mais no sítio ativo.

2. Um composto intermediário temporário é formado (complexo 5. A enzima inalterada fica livre para reagir novemente.
enzima-substrato).

3. A molécula de substrato é transformada pelo rearranjo dos átomos,


pela quebra da molécula, ou pela combinação com outra molécula
de substrato.
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Enzimas Enzimas
Fatores que influenciam a atividade enzimática Fatores que influenciam a atividade enzimática
 Temperatura  Temperatura
 A velocidade da maioria das reações  A desnaturação envolve a quebra de ligações de hidrogênio e de
químicas aumenta com a elevação da outras ligações não covalentes, causando a perda da estrutura
temperatura. tridimensional da proteína (configuração terciária).

 Porém, para as reações enzimáticas, um


aumento acima da temperatura ótima
reduz drasticamente a velocidade da
reação devido à desnaturação.

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Enzimas Enzimas
Fatores que influenciam a atividade enzimática Fatores que influenciam a atividade enzimática
 Temperatura  pH
 Em alguns casos, a desnaturação é parcial ou totalmente reversível.  A maioria das enzimas tem um pH
ótimo no qual sua atividade é máxima.
 Contudo, se a desnaturação ocorrer até a enzima perder sua
solubilidade e coagular, a enzima não poderá recuperar suas  Mudanças extremas no pH podem
propriedades originais. causar desnaturação, pois o H+ (e o OH-)
compete com o hidrogênio e as ligações
 As enzimas também podem ser desnaturadas por ácidos iônicas em uma enzima, mudando sua
concentrados, bases, metais pesados (como chumbo, arsênico ou estrutura tridimensional.
mercúrio), álcool e radiação ultravioleta.
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Enzimas Enzimas
Fatores que influenciam a atividade enzimática Fatores que influenciam a atividade enzimática
 Concentração do substrato  Concentração do substrato
 A velocidade máxima em que uma  Sob condições celulares normais, as enzimas não estão saturadas com
enzima pode catalisar uma reação só substrato(s).
pode ser alcançada quando a
concentração do(s) substrato(s) está  Muitas das moléculas de enzima estão inativas por falta de substrato,
extremamente alta. e, portanto, a velocidade da reação poderá ser influenciada pela
adição de substrato.
 Sob essa condição, a enzima está em
saturação, ou seja, seu sítio ativo
permanece ocupado.

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Enzimas Enzimas
Fatores que influenciam a atividade enzimática Fatores que influenciam a atividade enzimática
 Inibidores  Inibidores
 São classificados como:  Inibidores não competitivos:
 Inibidores competitivos:  Em vez de competir com o substrato pelo sítio ativo da enzima,
 Ocupam o sítio ativo da enzima, competindo com o substrato interagem com outra parte da enzima (inibição alostérica).
normal, já que sua forma e estrutura química são similares;
 O inibidor se liga a outro sítio na enzima (sítio alostérico) e
 A inibição pode ser reversível ou irreversível; causa uma modificação do sítio ativo, tornando-o não
funcional.
 O aumento da concentração de substrato pode superar a
inibição competitiva reversível.  Esse efeito pode ser reversível ou irreversível.

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Enzimas Enzimas
Fatores que influenciam a atividade enzimática Inibição por retroalimentação
 Inibidores  Os inibidores alostéricos têm um papel importante em um tipo
de controle bioquímico: inibição por retroalimentação ou
inibição do produto final.

 Esse mecanismo de controle impede a célula de gastar recursos


químicos na produção de mais substância do que o necessário.

 Em algumas reações, várias etapas são requeridas para a síntese


de um composto químico específico (produto final).
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Enzimas Enzimas
Inibição por retroalimentação Ribozimas
 Geralmente, a inibição atua na  São constituídas por uma molécula de RNA e funcionam como
primeira enzima de uma via. catalisadores, ou seja, têm sítios ativos e não são consumidas
na reação química.
 Portanto, a célula também deixa de
acumular intermediários.  Atuam especificamente nas fitas de RNA, removendo seções e
unindo as peças remanescentes.
 Com o consumo do produto final, a
via retomará a sua atividade.  Logo, são mais restritas do que as enzimas proteicas em termos
de diversidade de substratos.
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Produção de energia Produção de energia


Várias reações catabólicas concentram a energia nas Reações de oxidação-redução
ligações do ATP, que serve como transportador de energia.  Oxidação: remoção de elétrons de um átomo ou molécula.
 Redução: ganho de elétrons por um átomo ou molécula.

Embora a quantidade de energia nessas ligações não seja


muito alta, ela pode ser liberada de modo rápido e fácil.

 As reações de oxidação e redução estão sempre acopladas, ou


As ligações instáveis do ATP suprem a célula com uma seja, quando uma substância é oxidada, outra é
energia prontamente disponível para reações anabólicas. simultaneamente reduzida (reação redox).
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Produção de energia Produção de energia
Reações de oxidação-redução Geração de ATP
 Em muitas oxidações celulares, elétrons e prótons são (H+)  Grande parte da energia liberada durante reações redox é
removidos ao mesmo tempo (reações de desidrogenação). armazenada dentro da célula pela formação de ATP.

 Especificamente, um grupo fosfato é adicionado ao ADP com


uma entrada de energia para formar ATP:

 É por meio de reações redox utilizadas no catabolismo que as


células extraem energia das moléculas de nutrientes.
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Produção de energia Produção de energia


Geração de ATP Geração de ATP
 A ligação de alta energia que fixa o terceiro fosfato contém a  Fosforilação em nível de substrato:
energia armazenada nessa reação.  ATP é gerado quando um fosfato de alta energia é diretamente
transferido de um composto fosforilado (substrato) a ADP.
 A adição de fosfato a um composto químico é chamada de
fosforilação.
 Fosforilação oxidativa:
 Os organismos utilizam três mecanismos de fosforilação para
 Os elétrons são transferidos de compostos orgânicos para um grupo
gerar ATP a partir de ADP. de carreadores de elétrons (NAD+ e FAD);

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Produção de energia Produção de energia
Geração de ATP Geração de ATP
 Fosforilação oxidativa:  Fotofosforilação:
 Os elétrons são transferidos ao longo de uma série de carreadores  Na fotossíntese, moléculas orgânicas são sintetizadas com a energia
diferentes a moléculas de oxigênio ou outras moléculas inorgânicas ou da luz a partir de CO2 e H2O.
orgânicas oxidadas.
 A fotofosforilação inicia esse processo pela conversão da energia
 Ocorre na membrana luminosa em energia química de ATP e NADPH, os quais são
plasmática dos procariotos e utilizados para sintetizar moléculas orgânicas.
na membrana mitocondrial
interna dos eucariotos.  Como na fosforilação oxidativa, uma cadeia de transporte de elétrons
está envolvida.
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Produção de energia Catabolismo de carboidratos


Vias metabólicas de produção de energia A maioria dos microrganismos oxida carboidratos como sua
 Os organismos liberam e armazenam energia a partir de fonte primária de energia.
moléculas orgânicas por uma série de reações redox
controladas.
O catabolismo de carboidratos é, portanto, de grande
 Se a energia fosse liberada toda de uma vez, como uma grande importância para o metabolismo celular.
quantidade de calor, ela não poderia ser utilizada prontamente
para impulsionar as reações químicas e, na verdade, danificaria
a célula. A glicose é o carboidrato fornecedor de energia mais
frequentemente utilizado pelas células.
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Catabolismo de carboidratos Catabolismo de carboidratos
Para produzir energia a partir de glicose, os microrganismos Respiração:
utilizam dois processos:  Sua característica essencial é a ação de uma cadeia de
 Respiração celular (aeróbia e anaeróbia); transporte de elétrons.

 Fermentação.  Existem dois tipos:


 Aeróbia: o aceptor final de elétrons é o oxigênio;
Respiração:
 Anaeróbia: o aceptor final de elétrons é substância inorgânica
 Processo gerador de ATP a partir da oxidação de um substrato diferente do oxigênio (ex.: nitrato e sulfato).
em que o aceptor final de elétrons é uma substância
inorgânica.
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Catabolismo de carboidratos Catabolismo de carboidratos


Respiração: Respiração:
 A respiração da glicose ocorre em três passos principais:  O processo inteiro pode ser considerado como um fluxo de
 Glicólise: oxidação da glicose em ácido pirúvico com a produção de elétrons da molécula de glicose de alta energia para as
algum ATP e NADH contendo energia; moléculas de energia relativamente baixa, como CO2 e H2O.

 Ciclo de Krebs: oxidação da acetil-CoA (derivado do ácido pirúvico) em  A glicólise e o ciclo de Krebs geram pequenas quantidades de
CO2, com produção de algum ATP, NADH contendo energia e FADH2;
ATP, mas fornecem os elétrons que vão gerar uma grande
quantia de ATP no estágio da cadeia de transporte de elétrons.
 Cadeia de transporte de elétrons (sistema): NADH e FADH2 são
oxidados, transportando os elétrons dos substratos para uma série de
reações redox (carreadores adicionais de elétrons).
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Catabolismo de carboidratos Catabolismo de carboidratos
Respiração: Fermentação:
 O rendimento de ATP na respiração anaeróbia nunca é tão  É um processo que:
elevado quanto na aeróbia:  Libera energia a partir de compostos orgânicos;
 Funcionamento parcial do ciclo de Krebs;
 Não requer oxigênio;
 Não há participação de todos os carreadores na cadeia de transporte
de elétrons.  Não requer o ciclo de Krebs ou uma cadeia de transporte de elétrons;

 Consequentemente, os microrganismos anaeróbios tendem a  Utiliza uma molécula orgânica como aceptor final de elétrons;
crescer mais lentamente do que os aeróbios.
 Produz somente uma pequena quantidade de ATP.
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Catabolismo de carboidratos Catabolismo de carboidratos


Fermentação:

Fermentação
Respiração
 O passo inicial da fermentação da glicose também é a glicólise.

 Contudo, o ácido pirúvico é convertido em um ou mais produtos


(ex.: etanol e o ácido lático).

 Consequentemente, o rendimento de ATP, que advém somente 2 ATP


da glicólise, é bem mais baixo.
38 ATP

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Catabolismo de carboidratos Catabolismo dos lipídeos e das proteínas
Os microrganismos produzem enzimas extracelulares
Comparação entre respiração e fermentação
(lipases) que quebram os lipídeos em ácidos graxos e
Processo Condições de Aceptor final Tipo de ATP/glicose
crescimento de elétrons fosforilação glicerol, os quais são metabolizados separadamente (ex.:
Respiração Aerobiose O2 Substrato e 36 (eucariotos); ciclo de Krebs).
aeróbia oxidativa 38 (procariotos)
Respiração Anaerobiose Substâncias Substrato e 2 < ATP < 38
anaeróbia inorgânicas oxidativa Os microrganismos produzem proteases e peptidases
Fermentação Aerobiose ou Molécula Substrato 2 extracelulares, que quebram as proteínas em aminoácidos,
anaerobiose orgânica os quais podem, então, atravessar a membrana plasmática.

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Catabolismo dos lipídeos e das proteínas Fotossíntese


Contudo, os aminoácidos devem ser convertidos enzimati- Principal mecanismo para síntese de compostos orgânicos
camente para que possam entrar no ciclo de Krebs: complexos a partir de substâncias inorgânicas simples,
 Desaminação: o grupo amino é removido e convertido em íon utilizado pelas plantas e por muitos microrganismos
amônio (NH4+), que pode ser excretado pela célula, e o ácido (cianobactérias e algas).
orgânico gerado pode entrar no ciclo de Krebs;
Basicamente, é a conversão da energia luminosa do sol em
 Descarboxilação: remoção de –COOH; energia química, a qual é utilizada para converter CO2 em
compostos de carbono mais reduzidos, principalmente
 Desidrogenação.
açúcares (fixação do carbono).
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Fotossíntese Fotossíntese
Pode ser resumida com as seguintes equações: A fotossíntese ocorre em duas etapas:
 Plantas, algas e cianobactérias utilizam H2O como doador de 1. Reações dependentes de luz (fotofosforilação):
hidrogênio, liberando O2.  Energia luminosa é utilizada para converter ADP em ATP;

6CO2 + 12H2O + Energia luminosa → C6H12O6 + 6H2O + 6O2  O carreador de elétrons NADP+ é reduzido a NADPH.

 Bactérias púrpuras e verdes do enxofre utilizam H2S como


2. Reações independentes de luz (ciclo de Calvin-Benson):
doador de enxofre, produzindo grânulos de enxofre.
 Elétrons são utilizados juntamente com a energia do ATP para reduzir
CO2 a açúcar.
6CO2 + 12H2S + Energia luminosa → C6H12O6 + 6H2O + 12S

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Fotossíntese Fotossíntese
Fotofosforilação Fotofosforilação
 A energia luminosa é absorvida por moléculas de clorofila,  Na fotofosforilação cíclica, os elétrons finalmente retornam
excitando alguns elétrons. para a clorofila.

 As plantas verdes, algas e cianobactérias usam a clorofila a,


enquanto outras bactérias utilizam as bacterioclorofilas.

 Os elétrons passam para uma série de carreadores em uma


cadeia de transporte de elétrons similar àquela utilizada na
respiração, e ADP é convertido em ATP.
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Fotossíntese Diversidade metabólica
Fotofosforilação Classificação quanto aos
padrões nutricionais
 Na fotofosforilação acíclica (mais utilizada), os elétrons
liberados não retornam para a clorofila, sendo incorporados ao
NADPH.

 Os elétrons perdidos da
clorofila são substituídos
por elétrons de H2O.

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Vias metabólicas de uso de energia Vias metabólicas de uso de energia


Os microrganismos utilizam ATP para: Biossíntese de polissacarídeos:
 Transporte de substâncias através das membranas plasmáticas;  Após terem sintetizado glicose (ou outros açúcares simples), as
bactérias podem recompô-la em polissacarídeos mais
 Movimento flagelar; complexos, como o glicogênio.

 Produção de novos componentes celulares. Biossíntese de lipídeos:


 As células sintetizam gordura pela ligação de glicerol a ácidos
Biossíntese de polissacarídeos: graxos.
 Os microrganismos sintetizam açúcares e polissacarídeos.

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Vias metabólicas de uso de energia Vias metabólicas de uso de energia
Biossíntese de lipídeos: Biossíntese de aminoácidos e proteínas:
 As unidades construtivas das gorduras e de outros lipídeos são  Outros microrganismos requerem que o ambiente forneça
ligadas por reações de síntese por desidratação que requerem alguns aminoácidos pré-formados.
energia, nem sempre na forma de ATP.
Biossíntese de purinas e pirimidinas:
Biossíntese de aminoácidos e proteínas:  Os nucleotídeos consistem de uma purina ou pirimidina, uma
 Alguns microrganismos contêm as enzimas necessárias para pentose e um grupo fosfato.
usar material inicial, como glicose e sais inorgânicos, para a
 Os átomos de carbono e nitrogênio derivados de aminoácidos
síntese de todos os aminoácidos de que precisam.
formam os anéis de purina e pirimidina.
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Fatores necessários para o crescimento


Fatores físicos
 Temperatura
 Os microrganismos podem ser classificados em:

 Psicrófilos;
Crescimento Microbiano  Mesófilos;

 Termófilos;

 Hipertermófilos.

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Fatores necessários para o crescimento Fatores necessários para o crescimento
Fatores físicos Fatores físicos
 pH  pH
 Os microrganismos podem ser  Os fungos e as leveduras crescem em uma faixa maior de pH, mas o
classificados como: seu pH ótimo, geralmente, é entre 5 e 6.
 Acidófilos;
 Neutrófilos;  Quando bactérias são cultivadas no laboratório, produzem,
frequentemente, ácidos que podem interferir no seu próprio
 Alcalifílicos. crescimento.
 A maioria das bactérias cresce melhor
em uma faixa estreita de pH perto da  Para neutralizar os ácidos e manter o pH apropriado, tampões
neutralidade (pH de 6,5 a 7,5). químicos são incluídos no meio de cultura (ex.: bicarbonato de sódio).
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Fatores necessários para o crescimento Fatores necessários para o crescimento


Fatores físicos Fatores físicos
 Pressão osmótica  Pressão osmótica
 Os microrganismos obtêm a maioria dos seus  Em ambiente hipotônico (pressão osmótica anormalmente baixa),
nutrientes da água, sendo, portanto, importante a água tende a entrar na célula, podendo causar a lise de
para seu crescimento. microrganismos com parede celular relativamente frágil.

 Quanto à salinidade, os microrganismos podem ser classificados em:


 Pressões osmóticas elevadas têm como efeito
 Não halófilos;
remover a água da célula:
 Halotolerantes (≤ 2 %);
 Em ambiente hipertônico (elevada pressão
osmótica), pode ocorrer plasmólise, ou  Halófilos (≤ 15 %);
encolhimento do citoplasma celular.  Halófilos extremos (15-30 %).
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Fatores necessários para o crescimento Fatores necessários para o crescimento
Fatores físicos Fatores químicos
 Pressão osmótica  Carbono
 É um dos fatores mais importantes para o crescimento microbiano.

 Os quimio-heterótrofos obtêm a maior parte do seu carbono de sua


fonte de energia (proteínas, carboidratos e lipídeos).

 Os quimioautótrofos e os fotoautótrofos obtêm seu carbono do CO2.

 Representa 50% do peso seco de uma célula bacteriana.

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Fatores necessários para o crescimento Fatores necessários para o crescimento


Fatores químicos Fatores químicos
 Nitrogênio, fósforo e enxofre  Elementos traço
 Além do carbono, os microrganismos necessitam de outros elementos  Os microrganismos requerem quantidades muito pequenas de outros
para sintetizar material celular: elementos minerais, como ferro, cobre, molibdênio e zinco.
 Síntese de proteínas: N e S;
 A maioria é essencial para as funções de certas enzimas, geralmente
 Síntese de ácidos nucleicos e ATP: N e P. como cofatores.

 O nitrogênio constitui 14 % do peso seco da célula bacteriana.  Embora esses elementos algumas vezes sejam adicionados ao meio
de cultivo laboratorial, eles costumam estar naturalmente presentes
 O enxofre e o fósforo juntos constituem 4%. na água de torneira e em outros componentes dos meios cultivo.
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Fatores necessários para o crescimento Fatores necessários para o crescimento
Fatores químicos Fatores químicos
 Oxigênio  Oxigênio
 Quanto ao uso de oxigênio molecular, os microrganismo podem ser  Anaeróbios aerotolerantes: não podem utilizar O2 para
classificados em: crescimento, mas o toleram relativamente bem;
 Aeróbios: requerem O2 para viver;
 Anaeróbios obrigatórios: incapazes de utilizar O2 na produção de
energia, o qual é prejudicial para muitos deles.
 Microaerófilos: crescem somente em concentrações de O2
inferiores à do ar;

 Facultativos: utilizam a fermentação ou a respiração anaeróbia


quando O2 não está disponível;
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Fatores necessários para o crescimento Biofilmes


Fatores químicos Na natureza, os microrganismos raramente vivem em
 Fatores orgânicos de crescimento colônias isoladas de uma única espécie.
 São os compostos orgânicos essenciais que um organismo é incapaz
de sintetizar, devendo ser obtidos diretamente do ambiente.
Mais tipicamente, eles vivem em comunidades chamadas
 Embora muitas bactérias possam sintetizar suas próprias vitaminas de biofilmes.
(coenzimas), algumas dependem de fontes externas.
Os biofilmes residem em uma matriz feita essencialmente
 Outros desses fatores requeridos por certas bactérias são
aminoácidos, purinas e pirimidinas. de polissacarídeos, mas contendo também DNA e
proteínas (limo).
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Biofilmes Biofilmes
Também pode ser considerado um hidrogel, um polímero Geralmente são fixados em superfícies como uma pedra
complexo contendo uma grande quantidade de água. em um lago, um dente humano ou uma membrana
mucosa.
Uma comunicação química entre as bactérias (quorum
sensing), permite a elas coordenarem sua atividade e se Essa comunidade pode ser de uma única espécie ou de
agrupar em comunidades. grupos diversos de microrganismos.

Portanto, são sistemas biológicos, ou seja, as bactérias são Dentro da comunidade de um biofilme, as bactérias são
organizadas em uma comunidade funcional coordenada. capazes de compartilhar nutrientes.
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Biofilmes Biofilmes
Além disso, são protegidas de fatores danosos do
ambiente:
 Desidratação;
 Antibióticos;
 Sistema imunológico.

A proximidade entre os microrganismos no biofilme


também pode facilitar a transmissão de informação
genética por conjugação.
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Biofilmes Biofilmes
Formação de um biofilme Formação de um biofilme
 Geralmente, começa a se formar quando uma bactéria livre  Através dos canais, a água pode introduzir nutrientes e retirar
(planctônica) se fixa em uma superfície. resíduos, constituindo um sistema circulatório primitivo.

 Se a bactéria crescesse em uma monocamada, os nutrientes


não alcançariam a região mais profunda do biofilme, e resíduos
tóxicos se acumulariam.

 Os microrganismos evitam esses problemas formando


estruturas em forma de pilares com canais entre eles.
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Biofilmes Biofilmes
Formação de um biofilme Importância
 Microrganismos individuais e agregados de limo,  Elementos essenciais para o funcionamento adequado dos
eventualmente, deixam o biofilme e se movem para um novo sistemas de tratamento de resíduos.
local, para onde o biofilme vai se estender.
 Contudo, eles podem ser um problema em canos e tubulações,
 O biofilme, geralmente, é composto de uma camada superficial onde seu acúmulo impede a circulação.
de cerca de 10 μm de espessura, com pilares que se elevam até
200 μm acima dela.  Importante fator para a saúde humana, já que microrganismos,
em um biofilme, provavelmente, são 1.000 vezes mais
resistentes aos microbicidas.
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80
Meio de cultura Meio de cultura
É o material nutriente preparado para o crescimento de O meio de cultura deve conter:
microrganismos em um laboratório.  Nutrientes;

 Água;
Inóculo: microrganismos introduzidos em um meio de  pH adequado;
cultura para iniciar o crescimento.
 Teor de oxigênio apropriado.

Cultura: microrganismos que crescem e se multiplicam O meio deve ser estéril, ou seja, não conter microrganismos
dentro ou sobre um meio de cultura. vivos além daqueles que foram introduzidos.
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Meio de cultura Meio de cultura


Finalmente, a cultura em crescimento deve ser incubada  Meio de enriquecimento:
em temperatura apropriada.  Fornece nutrientes e condições ambientais que favorecem o
crescimento de um microrganismo específico e não de outros.

 É um meio seletivo, mas foi elaborado para amplificar até níveis


Tipos de meio de cultura
detectáveis um número muito pequeno do microrganismo de
 Meio quimicamente definido: interesse.
 Sua composição exata é conhecida.
 Exemplo:
 Meio complexo:  Isolar, de uma amostra de solo, um microrganismo que pode
 Feitos a partir de extratos de leveduras, de carnes ou de plantas, ou de crescer com fenol e que está presente em número menor que
seus produtos de digestão. outras espécies.
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Meio de cultura Crescimento bacteriano
 Meio de enriquecimento: Divisão bacteriana
 Procedimento:  O crescimento bacteriano se
1. A amostra de solo é colocada em um meio líquido de
refere ao aumento do número de
enriquecimento no qual o fenol é a única fonte de carbono e
energia; bactérias, as quais, normalmente,
reproduzem-se por fissão binária.
2. O meio de cultura é incubado durante alguns dias, e, então,
uma pequena quantidade é transferida para outro frasco do
mesmo meio;

3. Após uma série de transferências, a população sobrevivente


consistirá das bactérias capazes de metabolizar o fenol.
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Tempo de geração Tempo de geração
 A divisão de cada célula produz duas novas células  Varia consideravelmente entre os organismos e com as
sucessivamente. condições ambientais, como a temperatura.

 Assim, o número de células (X), em cada geração, pode ser  A maioria das bactérias tem um tempo de geração de 1 a 3
expresso por X0·2n, em que X0 é o número inicial de células, e n horas, enquanto outras requerem mais de 24 horas.
é o número de duplicações (gerações) que ocorreram.
 Geralmente, escalas logarítmicas são utilizadas para representar
 Tempo de geração: tempo necessário para uma célula se dividir, graficamente o crescimento bacteriano.
e, consequentemente, sua população duplicar.
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano
Tempo de geração Fases do crescimento
 Em um meio de crescimento, é possível representar grafica-
mente a curva de crescimento bacteriano em função do tempo.

 Há quatro fases básicas de crescimento:


 Fase lag;
 Fase log;
 Fase estacionária;
 Fase de morte celular.
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Fases do crescimento
 Fase lag
 Período de pouca ou nenhuma divisão celular, que podendo durar de
uma hora a vários dias.

 A população microbiana passa por um período de intensa atividade


metabólica, envolvendo principalmente a síntese de enzimas.

 Fase log (ou exponencial)


 Período de crescimento (aumento logarítmico) decorrente da
reprodução celular mais ativa (maior atividade metabólica).
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83
Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano
Fases do crescimento Fases do crescimento
 Fase log (ou exponencial)  Fase estacionária
 O tempo de geração atinge um valor constante, logo a representação  No final do crescimento, a velocidade de reprodução se reduz, e o
logarítmica do crescimento gera uma linha reta. número de mortes é equivalente ao número de células novas;

𝑑𝑋 𝑑𝑋
= 𝜇𝑋 𝑋 = 𝑋0 𝑒 𝜇𝑡 =0
𝑑𝑡 𝑑𝑡
 Onde: X0 = concentração inicial de microrganismos (m/v);  A população se estabiliza devido ao esgotamento dos nutrientes, ao
X = concentração de microrganismos no tempo t (m/v); acúmulo de resíduos e a mudanças no pH, por exemplo.
µ = taxa de crescimento específico (t-1);
t = tempo.
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Fases do crescimento Efeito da concentração do substrato
 Fase de morte celular (ou de declínio)  Observou-se que cada fase do crescimento microbiano pode ser
 O número de mortes finalmente ultrapassa o número de células novas descrita matematicamente.
formadas.
𝑑𝑋  Porém, há algumas equações que podem descrever,
= −𝑘𝑑 𝑋 inteiramente, a curva de crescimento.
𝑑𝑡
 Onde: kd = taxa de decaimento específico (t-1).
 Umas das primeiras e das mais simples é a equação de Monod,
 Essa fase continua até que a população diminua para uma pequena desenvolvida por Jacques Monod na década de 1940.
fração da população da fase anterior ou morra totalmente.
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84
Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano
Efeito da concentração do substrato Efeito da concentração do substrato
 Equação de Monod  Os experimentos de Monod mostraram que, em baixas
concentrações de substrato, a taxa de crescimento varia em
𝜇𝑚á𝑥 𝑆
𝜇= função da concentração de substrato.
𝐾𝑆 + 𝑆

 Onde: µ = taxa de crescimento específico (t-1);  µmáx e KS refletem as propriedades fisiológicas intrínsecas de
µmáx = taxa de crescimento específico máximo (t-1); um tipo particular de microrganismo.
S = concentração do substrato (m/v);
KS = constante de meia saturação ou de afinidade (m/v), ou  Essas constantes também dependem do substrato utilizado e da
seja, concentração de substrato na qual µ = µmáx/2.
temperatura de crescimento.
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Efeito da concentração do substrato Efeito da concentração do substrato
 Para a equação de Monod, assume-se que apenas o substrato é  A equação de Monod pode ser expressa em termos de
o limitante do processo, não havendo escassez de outros concentração de microrganismos (X):
nutrientes ou acúmulo de subprodutos tóxicos. 𝑑𝑋 𝜇𝑚á𝑥 𝑆𝑋
=
Organismo T (°C) Substrato µmáx(h-1) KS (mg L-1) 𝑑𝑡 𝐾𝑆 + 𝑆
E. coli 37 Glicose 0,8-1,4 2-4
 E tem dois casos limitantes:
E. coli 37 Lactose 0,8 20
 Quando S >> KS:
S. cerevisiae 30 Glicose 0,5-0,6 25
Pseudomonas sp. 25 Succinato 0,38 80 𝑑𝑋 Nesse caso, µ = µmáx, ou seja, a cinética é de ordem
= 𝜇𝑚á𝑥 𝑋 zero, independente da concentração de substrato.
Pseudomonas sp. 34 Succinato 0,47 13 𝑑𝑡
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85
Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano
Efeito da concentração do substrato Efeito da concentração do substrato
 Quando S << KS:  A equação de Monod também pode ser expressa em função da
𝑑𝑋 𝜇𝑚á𝑥 𝑆𝑋 Nesse caso, a cinética é de primeira ordem, utilização do substrato.
=
𝑑𝑡 𝐾𝑆 dependente da concentração de substrato. 𝑑𝑋 𝑑𝑆 𝑑𝑆 1 𝜇𝑚á𝑥 𝑆𝑋
=𝑌 =
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑌 𝐾𝑆 + 𝑆

 Onde: Y = coeficiente de produção celular (m/m).

 O coeficiente de produção celular (Y) representa a massa


celular produzida por unidade de substrato consumido.

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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Efeito da concentração do substrato Medidas diretas do crescimento microbiano
 Logo, quanto mais eficientemente o substrato é degradado,  Contagem em placas
maior o valor do coeficiente de produção celular.  É o método mais utilizado para medir populações bacterianas;

 O coeficiente depende da estrutura do substrato e das  Vantagem: mede o número de células viáveis;
propriedades fisiológicas intrínsecas do microrganismo.
 Desvantagem: são necessárias 24 horas ou mais para que colônias
visíveis sejam formadas;

 As contagens em placas são denominadas unidades formadoras de


colônias (UFC).
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano
Medidas diretas do crescimento microbiano Medidas diretas do crescimento microbiano
 Contagem em placas  Filtração
 Utilizada quando a quantidade de bactérias é muito pequena, como
em lagos ou correntes de água relativamente puras;

 Pelo menos 100 mL de água passam através de uma membrana


filtrante, a qual retém as bactérias na sua superfície;

 O filtro é transferido para uma placa de Petri;

 Aplicado frequentemente para a detecção de coliformes.


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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Medidas diretas do crescimento microbiano Medidas diretas do crescimento microbiano
 Filtração  Método do número mais provável (NMP)
 Técnica estatística que segue o seguinte princípio:

Quanto maior o número de bactérias em uma amostra, maior


será o número de diluições necessárias para reduzir a
densidade até um ponto no qual mais nenhuma bactéria esteja
presente nos tubos de diluição seriada.

 Fornece somente uma estimativa de 95% de probabilidade de a


população bacteriana estar em uma faixa determinada.
Bactérias retidas na Colônias visíveis de
superfície da membrana bactérias
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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano
Medidas diretas do crescimento microbiano Medidas diretas do crescimento microbiano
 Método do número mais provável (NMP)  Contagem microscópica direta
 Um volume conhecido de uma suspensão bacteriana é colocado em
uma área definida da lâmina microscópica.

 Após a contagem de diferentes regiões da lâmina, a média do


número de bactérias por campo observado pode ser calculada.

 Desvantagens:
 As bactérias móveis são difíceis de ser contadas;

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Crescimento bacteriano Crescimento bacteriano


Medidas diretas do crescimento microbiano Medidas indiretas do crescimento microbiano
 Contagem microscópica direta  Turbidimetria
 Desvantagens:  À medida que as bactérias se multiplicam em um meio líquido, o meio
 As células mortas acabam sendo contadas como as vivas; se torna turvo ou opaco.

 É necessária uma concentração de células bastante elevada.  O instrumento utilizado para medir a turdidez é um
espectrofotômetro ou um turbidímetro.
 Vantagem:
 Não requer tempo de incubação.  Será registrada a absorbância ou densidade ótica (DO), utilizada para
representar graficamente o crescimento bacteriano.

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Crescimento bacteriano
Medidas indiretas do crescimento microbiano
 Atividade metabólica
 Assume-se que a quantidade de um produto metabólico, como um
ácido ou CO2, é diretamente proporcional ao número de bactérias
presentes.

 Peso seco
Genética Microbiana
 Uma das melhores maneiras de medir o crescimento de organismos
filamentosos (ex.: fungos).

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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético


Genética é a ciência da hereditariedade, que estuda: Genoma: informação genética em uma célula
 O que são os genes; (cromossomos e plasmídeos).

 Como eles transportam informação;


Cromossomos: estruturas contendo DNA que transportam
 Como são replicados e passados para as gerações seguintes de fisicamente a informação hereditária.
células ou transmitidos entre organismos;

 Como a expressão de sua informação dentro de um organismo Genes: segmentos de DNA que codificam produtos
determina suas características particulares. funcionais.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético
DNA: DNA:
 Macromolécula composta de nucleotídeos (base nitrogenada +  Sua estrutura ajuda a explicar as duas características principais
desoxirribose + grupo fosfato). do armazenamento de informação biológica:
 Sequência de bases: codificação da informação genética;
 Longos filamentos de nucleotídeos (fitas), ligados em pares, na
forma de uma hélice dupla.  Estrutura complementar: duplicação precisa do DNA durante a divisão
celular.
 As duas fitas, mantidas juntas por ligações de hidrogênio entre
suas bases nitrogenadas (adenina-timina e citosina-guanina), Código genético: relação entre a sequência de nucleotídeos
são complementares. e a sequência de aminoácidos de uma proteína.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético


Normalmente, o metabolismo celular está relacionado à Genótipo e fenótipo
tradução da mensagem genética em proteínas específicas:  Genótipo: composição genética do organismo, a informação
que codifica todas as suas características particulares.
 Um gene codifica uma molécula de RNA mensageiro (mRNA),
que resulta na formação de uma proteína.
 Fenótipo: manifestação do genótipo, como a capacidade do
 O produto do gene também pode ser um RNA ribossômico organismo de realizar uma reação química.
(rRNA) ou um RNA de transferência (tRNA).
 Em termos moleculares, o genótipo de um organismo é sua
Expressão gênica: produção de uma molécula (ex.: coleção de genes (todo o seu DNA), e o fenótipo é sua coleção
proteína) que é codificada por um gene. de proteínas.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético
Genótipo e fenótipo DNA e cromossomos
 A maioria das propriedades da célula deriva das estruturas e  Tipicamente, as bactérias possuem um único cromossomo
funções de suas proteínas. circular consistindo de uma única molécula circular de DNA
com proteínas associadas.
 Nos microrganismos, a maioria das proteínas é enzimática
(catalisa reações particulares) ou estrutural (participa em  O cromossomo é recurvado e dobrado e está aderido à
grandes complexos funcionais como as membranas ou os membrana plasmática em um ou vários pontos.
flagelos).
 Genômica: sequenciamento e caracterização molecular dos
genomas.
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Estrutura e função do material genético


O fluxo da informação genética
 A replicação do DNA possibilita o fluxo de informação genética
de uma geração para a seguinte.

 O DNA de uma célula se replica antes da divisão celular, e cada


célula-filha recebe um cromossomo idêntico ao da original.

 Dentro de cada célula realizando metabolismo, a informação


genética contida no DNA é transcrita em mRNA e, então,
traduzida em proteína.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético
Replicação do DNA Replicação do DNA
 Uma molécula de DNA de fita dupla “parental” é convertida  Sequência do processo:
em duas moléculas “filhas” idênticas. 1. O superenovelamento é relaxado pela topoisomerase ou girase;

2. As duas fitas de DNA parental são desenroladas pela helicase e


 Como as bases nitrogenadas são complementares, uma fita separadas;
pode agir como molde para a produção da outra.
3. Os nucleotídeos livres são pareados com as bases expostas da fita
simples do DNA parental;
 A replicação do DNA requer a presença de muitas proteínas
celulares (enzimas). 4. O nucleotídeo recém-adicionado é unido à fita em crescimento pela
enzima DNA-polimerase.
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Estrutura e função do material genético


Replicação do DNA
 Sequência do processo:
5. Então, o DNA parental se desenrola mais um pouco para permitir a
adição do próximo nucleotídeo.

6. A fita original e a fita-filha recém-sintetizada se enovelam.

 Forquilha de replicação é o ponto onde ocorre a replicação.

 O processo é semiconservativo, já que cada nova molécula de


DNA contém uma fita original (conservada) e uma fita nova.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético
Replicação do DNA Replicação do DNA
 A energia para a replicação do DNA é fornecida pelos  Dois grupos fosfato são
nucleotídeos, que são, na verdade, nucleosídeos trifosfato. removidos para adicionar o
nucleotídeo à fita de DNA
 A única diferença entre o ATP e o nucleotídeo adenina no DNA em crescimento.
é a pentose (ribose e desoxirribose, respectivamente).
 A hidrólise do nucleosídeo é
 A desoxirribose é o açúcar dos nucleosídeos trifosfato utilizados exergônica e fornece
na síntese do DNA, enquanto a ribose é a pentose dos energia para criar novas
nucleosídeos trifosfato usados para sintetizar o RNA. ligações na fita de DNA.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético


RNA e síntese proteica RNA e síntese proteica
 Transcrição  Transcrição
 Síntese de uma fita de RNA a partir de um molde de DNA.  Durante a transcrição, uma fita de mRNA é sintetizada utilizando uma
porção do DNA como molde.
 Há três tipos de RNA nas células bacterianas: DNA G C T A
 RNA mensageiro (mRNA): transporta a informação codificada para mRNA C G A U
produzir proteínas específicas do DNA aos ribossomos;  O processo requer uma enzima denominada RNA-polimerase e um
suprimento de nucleotídeos RNA.
 RNA ribossômico (rRNA): parte integral dos ribossomos;
 A transcrição começa quando a RNA-polimerase liga-se ao DNA em
 RNA de transferência (tRNA): envolvido na síntese proteica. um local denominado promotor.
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Estrutura e função do material genético
RNA e síntese proteica
 Transcrição
 Somente uma das duas fitas de DNA serve como molde para a síntese
de RNA para um dado gene.

 A síntese de RNA continua até que a RNA-polimerase atinja um local


no DNA denominado região de terminação.

 O mRNA atua como um intermediário entre a forma de


armazenamento permanente (DNA) e o processo que usa a
informação, a tradução.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético


RNA e síntese proteica RNA e síntese proteica
 Tradução  Tradução
 Síntese de proteínas a partir da decodificação da informação contida  Existem 64 códons possíveis, mas somente 20 aminoácidos, ou seja, a
no mRNA. maioria dos aminoácidos é assinalada por vários códons alternativos
(degeneração do código).
 A linguagem do mRNA está em forma de códons, grupos de três
nucleotídeos, como AUG, GGC ou AAA.  A degeneração permite que ocorra certa quantidade de alteração, ou
mutação, no DNA sem afetar a proteína final produzida.
 A sequência de códons em uma molécula de mRNA determina a
sequência de aminoácidos na proteína a ser sintetizada.  Dos 64 códons, 61 são códons de iniciação (sense) e 3 são códons de
terminação (nonsense).
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético
Código genético
RNA e síntese proteica
 Tradução
 Os códons de iniciação codificam os aminoácidos, e os códons de
terminação (ou de parada) – UAA, UAG e UGA – assinalam o fim da
síntese proteica.

 O códon de iniciação é AUG, que também é o códon da metionina


(formilmetionina nas bactérias).

 A metionina iniciadora com frequência é removida posteriormente,


logo nem todas as proteínas começam com metionina.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético


RNA e síntese proteica RNA e síntese proteica
 Tradução  Tradução
 Os códons de um mRNA são lidos sequencialmente, e o aminoácido  Sequência do processo:
apropriado é montado em uma cadeia crescente.  Os componentes necessários são montados: as duas subunidades
ribossômicas, um tRNA com o anticódon UAC e a molécula de
 O local de tradução é o ribossomo, e as moléculas de RNA de mRNA a ser traduzida.
transferência (tRNA) reconhecem os códons específicos e transportam
os aminoácidos requeridos.  Após o ribossomo se unir a dois aminoácidos por uma ligação
peptídica, a primeira molécula de tRNA deixa o ribossomo, o qual
 Cada molécula de tRNA possui um anticódon, uma sequência de três se move ao longo do mRNA até o códon seguinte.
bases que é complementar ao códon.
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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético

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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético


RNA e síntese proteica
 Tradução
 Sequência do processo:
 À medida que os aminoácidos são alinhados, ligações peptídicas
são formadas entre eles, resultando em uma cadeia polipeptídica.

 A tradução termina quando um dos três códons de terminação é


alcançado no mRNA.

 O ribossomo, então, é separado em suas duas subunidades, e o


mRNA e a cadeia polipeptídica recém-sintetizada são liberados.

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Estrutura e função do material genético Estrutura e função do material genético
RNA e síntese proteica
 Tradução
 Normalmente, há uma série de ribossomos unidos a um único mRNA,
todos em vários estágios de síntese proteica.

 Nas células procarióticas, a tradução do mRNA em proteína pode


começar antes mesmo de a transcrição estar completa.

 Nas células eucarióticas, a transcrição acontece no núcleo, logo o


mRNA precisa ser completamente sintetizado e transportado através
da membrana nuclear para o citoplasma.
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Estrutura e função do material genético A regulação da expressão gênica bacteriana


As maquinarias genética e metabólica da célula são
integradas e interdependentes.

Todas as reações metabólicas são catalisadas por enzimas.

Os genes, por meio da transcrição e da tradução, dirigem a


síntese das proteínas (enzimas), a qual requer muita
energia.
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A regulação da expressão gênica bacteriana A regulação da expressão gênica bacteriana
Assim, a regulação da síntese proteica é importante para a Repressão e indução
economia energética celular.  Mecanismos de controle genético que regulam a transcrição do
mRNA e, consequentemente, a síntese de enzimas.
A maioria dos genes (60 a 80%) são constitutivos (não são
 Repressão:
regulados), ou seja, seus produtos são constantemente  Inibe a expressão gênica e, consequentemente, diminui a síntese das
produzidos em uma velocidade fixa. enzimas;

 Normalmente, é a resposta à abundância de um produto final de uma


A produção de outras enzimas é regulada de modo que elas via metabólica (inibição por retroalimentação);
estejam presentes somente quando necessário.
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A regulação da expressão gênica bacteriana A regulação da expressão gênica bacteriana


Repressão e indução Repressão e indução
 Repressão:  Indução:
 É mediada por proteínas reguladoras (repressoras), que bloqueiam a  As enzimas indutíveis são sintetizadas na presença de indutores;
RNA-polimerase (transcrição);
 A condição-padrão de um gene indutível é desligado.
 A condição-padrão de um gene passível de ser reprimido é ligado.

 Indução:
O modelo operon da expressão gênica
 Ativa a transcrição de um gene;  Modelo formulado por François Jacob e Jacques Monod (1961)
para explicar a regulação da síntese proteica (indução e
 A substância que induz a transcrição de um gene é o indutor; repressão).
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A regulação da expressão gênica bacteriana A regulação da expressão gênica bacteriana
O modelo operon da expressão gênica O modelo operon da expressão gênica
 Operon: segmento de DNA responsável pela regulação da  Estrutura do operon:
expressão gênica, composto por:
 Região de controle:
 Promotor: segmento de DNA da região de controle onde a RNA-
polimerase inicia a transcrição.

 Operador: segmento de DNA da região de controle que sinaliza a


parada ou o prosseguimento da transcrição dos genes estruturais.

 Genes estruturais: determinam as estruturas proteicas.


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A regulação da expressão gênica bacteriana A regulação da expressão gênica bacteriana


O modelo operon da expressão gênica O modelo operon da expressão gênica
 Gene I: gene regulador que codifica uma proteína repressora  Em um operon indutível:
que torna os operons ligados ou desligados.

 Em um operon indutível:
 A proteína repressora liga-se fortemente ao sítio operador, impedindo
a transcrição;

 Na presença de um indutor, este liga-se ao repressor, impedindo-o de


se ligar ao sítio operador, e, então, as enzimas são transcritas.
Repressor ativo, operon desligado Repressor inativo, operon ligado

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A regulação da expressão gênica bacteriana A regulação da expressão gênica bacteriana
O modelo operon da expressão gênica O modelo operon da expressão gênica
 Em um operon repressível:  Em um operon repressível:
 Os genes estruturais são transcritos até que sejam desligados
(reprimidos).

 Na presença de um co-repressor, este liga-se à proteína repressora, a


qual pode, então ligar-se ao operador, impedindo a transcrição.

Repressor inativo, operon ligado Repressor ativo, operon desligado


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Mutação Mutação
É uma alteração na sequência de bases do DNA. Devido à degeneração do código genético, o novo códon
resultante ainda pode codificar o mesmo aminoácido.

A mutação de um gene pode alterar a sequência de


aminoácidos de uma enzima, tornando-a inativa ou menos Ainda que o aminoácido seja alterado, a função da proteína
ativa. pode não se modificar se o aminoácido não estiver em uma
porção vital da proteína ou for quimicamente muito
semelhante ao aminoácido original.
Muitas mutações simples são silenciosas (neutras), não
causando alterações na atividade do produto codificado.
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100
Mutação Mutação
Tipos de mutações Tipos de mutações
 Substituição de bases (ou mutação de ponto):
 O tipo mais comum de mutação envolvendo um único par de bases,
em que uma única base é substituída.

 Mutação missense: resulta em uma substituição de aminoácidos na


proteína sintetizada.

 Mutação nonsense: resulta em um códon sem sentido (de parada),


impedindo a síntese completa da proteína.

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Mutação Transferência genética e recombinação


Tipos de mutações Recombinação genética: troca de genes entre duas
 Mutação de fase de leitura (frameshift): moléculas de DNA para formar novas combinações em um
 Um ou alguns pares de nucleotídeos são removidos ou inseridos no cromossomo.
DNA, podendo alterar a fase de leitura da tradução.

 As mutações podem ocorrer espontaneamente devido a erros Transferência gênica vertical: os genes são passados de um
ocasionais feitos durante a replicação do DNA. organismo para seus descendentes.
 Porém, agentes que podem reagir física ou quimicamente com o
DNA, como certos produtos químicos e radiação, são Transferência gênica horizontal: os genes são passados
potencialmente mutagênicos. para outros organismos da mesma geração.
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Transferência genética e recombinação Transferência genética e recombinação
Transferência gênica horizontal: Transformação em bactérias
 Envolve uma célula doadora, que transfere uma parte de seu  Na natureza, algumas bactérias, após a morte e a lise celular,
DNA total para uma célula receptora. liberam seu DNA no ambiente.

 Parte do DNA doador é incorporada ao DNA do receptor (célula  Outras bactérias podem, dependendo da espécie e das
recombinante), e o restante é degradado por enzimas celulares. condições de crescimento, captar fragmentos do DNA e os
integrar em seus próprios cromossomos por recombinação.
 Não é um evento frequente, podendo ocorrer em apenas 1% ou
menos de toda uma população.  Todos os descendentes de uma célula recombinante serão
idênticos a ela.
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Transferência genética e recombinação Transferência genética e recombinação


Transformação em bactérias Transformação em bactérias
 Mesmo que somente uma pequena porção do DNA seja
transferida, a molécula que deve passar através da parede e da
membrana celular do receptor ainda é muito grande.

 Quando uma célula receptora está em um estado fisiológico em


que pode captar o DNA doador, é descrita como competente.

 A competência resulta de alterações na parede celular,


tornando-a permeável a moléculas grandes de DNA.
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Transferência genética e recombinação Transferência genética e recombinação
Conjugação em bactérias Conjugação em bactérias
 É mediada por um fragmento circular de DNA que se replica de
modo independente do cromossomo da célula (plasmídeo).

 Os plasmídeos diferem dos cromossomos bacterianos, pois,


normalmente, os genes que eles transportam não são essen-
ciais para o crescimento da célula sob condições normais.

 A conjugação requer o contato direto célula a célula, e as


células em conjugação, geralmente, devem ser de tipos opostos.
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Transferência genética e recombinação


Conjugação em bactérias
 Em bactérias gram-negativas, o
plasmídeo transporta genes que
codificam a síntese de pili sexuais.

 As bactérias gram-positivas produzem


moléculas aderentes de superfície,
entrando em contato direto umas com
as outras.

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