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Com .

este instiganteÍjtextol de Josep Fontana podo-se


adiantar -ymalTesposta: sobro .ó?futuro da história
económica:-elàl não pode ser considerada como superada
ê,, belo ;contrário,~ iiéste.Itnomento. de crise. econâmíca
internacional, sua análiséesuainterpretação,apreséht;m
profundo.vigor.cientí6iço.

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REFLUOESSOBREA
HISTORIA
\ ECONOMICANO1

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EL FUTURO DE LA HISTORIA ECONOMICA


\ Josep Fontana

+
ASSOCIAÇÃO

;@w'.. São Paulo,2012


l
BRASILEIRADE
PESQUISADORES
EM HISTÓRIA
ECONÓMICA

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA ECONÓMICA N' l

EL FUTURO DE LA HISTORIA ECONÓMICA

Josep Fontana

São Paulo, 2012

lte.flexões sobra a llistória Ecnnõntica N' 1. oul. 2012


EL FUTURO DE LA HISTORIA ECONÓMICA

Josep Fontana

Professor Emérito de História Contemporânea


Universidade Pompeu Febra. Barcelona
IV Conferência Internacional de História Económica & VI Encontro de

Pós-Graduação em História Económica

Associação Brasileira de Pesquisadores em História Económica - ABPHE

Diretoria (2011-13)
A Presidente: Armando Jogo Dália Costa(UFPR)
A Vice-Presidente: Ângelo Carrara(UFJF)
A Primeiro-Secretário: Alcides Goularti Filho (UNESCO
A Segundo Secretário: Thiago Fontelas Rosado Gambi(Unifal-MG)
A Primeiro Tesoureiro: Pedro Antonio Vieira(UFSC)
A Segundo Tesoureiro: Afonso Alencastro Graça Filho(UFSJ)

EX-PRESIDENTES

LuizCarlosSoares(1997-1999)
Carlos Roberto Antunes dos Santos(1999-2001)
Wilson Suziganj2001-2003)
Jogo Antonio de Paula(2003-2005)
CarlosGabriel Guimarães(2005-2007)
Josué Modesto dos PassosSubrinho(2007-2009)
Pedro Paulo Z. Bastas(2009-20111

Conselho de Representantes(2011-13)

REGIÃO NORTE
FábioCarlosda Sirva
LucasAraújo Carvalho

REGIÃO NORDESTE
João Rodrigues Neto
Ana PautaSobreira Bezerra

REGIÃO CENTRO-OESTE
Paulo Roberto Cimó Queiróz
TeresaCristina de Novaes Marques
Suplente: Dulce Portinho Maciel
REGIÃO SUDESTE
Alexandre Mendes Cunha
Fernando Cardos G. de Cerqueira Lima
Suplente: Daniel do Val Cosentino

SÃOPAULO
Cláudia Heller
Alexandre Macchione Saes
Suplente: Cláudia Alessandra Tessari

REGIAOSUL
Fernando Franco Netto
Mana Heloísa Lenz
Suplente: Pedro Cézar Dutra Fonseca

COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Dr. Alexandre Machione Saem(FEA/usPI


Profa. Dra. Verá Lucra AmaramFerlini(FFLCH/USP)
Prof. Dr. Rodrigo M. Ricupero (FFLCH/USPI
Prof. Dr. Armando Dália Costa IUFPR)
Prof. Dr. Ângelo Carrara IUFJF)
Prof. Dr. Felipe Loureiro (Cásper Libero)
Profa. Dra. Cláudia Alessandra Tessari(UNIFESP)
Prof. Vinícius de Bragança Müller e Oliveira(Insper)
Natalia Tamone (FFLCH/USP)
Luiz Felipe Bruzzi Curi IFFLCH/USPI
7
E! Futuro de ta História Económica

APRESENTAÇÃO

Não é de hoje que a história económica passou a ser vista com


certa desconfiança na academia. Talvez este status tenha sido alcan-
çado por conta da ascensãodas novas correntes historiográficas e
teóricas dos anos 1970, tanto na história como na economia,que to-
mariam força no Brasil ao longo da década seguinte. Se de um lado a
história económicatornou-se residual nosdepartamentosde História
por conta de uma hegemoniada história cultural, de outro lado, com
o rápido desenvolvimento dos métodos econométricos e da crescente
facilidade de acessoàs fontes, a técnica passoua dominar a análise
histórica nos departamentos de Economia. Mas afinal, por que tal
mudança? Será que a economia mundial transformou-se de tal forma
que as interpretações dos historiadores económicosdeixaram não
somente de ser suficientes como também se tornaram desnecessárias
para sua compreensão? Ou será, por outro lado, que os avanços das
outras áreas do conhecimento legaram para a história económica uma
metodologia e análise de mundo arcaica?

O que se pretende com o lançamento desta publicação é justa-


mente percorrer tais questões,problematizando o estado da arte
da história económica. E, para tanto, começamoscom um texto
polêmico a respeito do olhar dos economistassobre história eco-
nómica. Esta primeira versão foi gentilmente redigida pelo Prof.
Josep Fontana, Professor Emérito de História Contemporânea da
Universidade Pompeu Fabra,para a IV Conferência Internacional de
História Económica e VI Encontro de Pós-Graduaçãoem História
Económica da Associação Brasileira de Pesquisadoresem História
Económica -- ABPHE, ocorrida na Universidade de São Paulo entre
os dias 9 e ll de outubro de 2012. Com este instigante texto de
Josep Fontana pode-se adiantar uma resposta: não, a história eco-
nómica não pode ser considerada como superadae, pelo contrário,
neste momento de crise económica internacional, sua análise e sua
interpretação apresentam profundo vigor científico. Esperamos que
este primeiro texto suscite novas contribuições ao debate

Re$exõessoba'ea História Econârttica N' 1, out. 2012


8
Josep Fontatta

Josep Fontana y Lázaro(Barcelona,i93il

Historiador, discípulo de Ferran Soldevila, Jaume Vicens Vives y


Pierre pilar, licenciou-se em Filosofia e Letras, na área de História.
na Universidade de Barcelona em 1956, onde defendeu sua tese de
Doutorado em 1970, sob orientação de Fabià Estapé. Foi Professor
Assistente na Universidade de Liverpoo1 (1956-57) e ocupou a ca-
deira de História Económica na Universidade de Valência (1974-76)
e na Autónoma de Barcelona (1976-1991), na qual foi também vice-
-reitor. Desde 1991 passou a lecionar na Universidade Pompeu Fabra
de Barcelona, na qual recebeu o título de Professor Emérito. Foi fun-
dador e dirigiu o Instituto Universitário de História Jaume Vinces
Vives entre os anos de 1991 e 2001. Entre outros prêmios, obte
ve o Prêmio da Fundación Catalana para la Investigación em 1997.
a Medalha Narcís Monturiol ao mérito científico e tecnológico da
Generalitat da Catalunha em 2003, a Cruz de Sant Jordi em 2006 e
o Prêmio Nacional de Cultura da Generalitat da Catalunha em 2007.
Foi nomeado Doutor Honoris Causapela Universidad Nacional del
Comahue (Argentina), pela Universidad Rovira i Virgili de Tarragona
e pela Universidad de Valladolid. Sua pesquisa se concentra especial-
mente nos temas de história contemporânea, história das finanças
públicas e historiografia. Entre seuslivros publicados é preciso des-
tacar: La quiebra de la monarquia absoluta (1972), Historia: análises
del pasado y proyecto social (1982), Europa ante el espejo (1994),
La história deushomes (2001), Aturar el temps (2005), De en media
del tiempo: la SegundaRestauraciónEspafiola,1823-1834(2006),
História de Espanta v.6: La épocadel liberalismo (2007) e Por el
bien del imperio: Una historia del mundo desde 1945 (2011).

Re$exões sobre a História Ecoilõinica N' l. OLt{.2012


E! i:t!!tll'o (]e ta :iislõl- ia [cotloltuca 9

EL FUTURO DE LA HISTORIA ECONOMICA

Quisiera reflexionar acercade la situación de la historia económi-


ca en este tiempo de desconcierto intelectual en que vivimos y acer-
ca de sus posibilidades de futuro. Algo que podría presentarsecomo
la respuesta a una pregunta: ZQué puede hacer hoy el historiador de
la economia. situado entre sus colegas los historiadores académicos,
que perdieron hacetiempo el rumbo, y unos economistasque em-
piezan a hacerse preguntas sobre el sentido de su trabajd

EI desconcierto de.los historiadores se inició trás la crises que


vivia en los af\os setenta del sigla pesado la tradición de la historia
económica y social, paralela al desencanto de las izquierdas trás el
fracaso de los movimientos revolucionários de 1968 y el agotamiento
de las esperanzaspuestas en el "socialismo realmente existente"'
Abandonando el estudio de la sociedad y abominando del concepto
de "clase", pasaron a ocuparse fundamentalmente de la cultura como
producto de la sociedad, que era un proyecto razonable, y acabaron
dedicándose a "la construcción cultural de la realidad". Incapaces de
escaparde la cárcel de las palabras,se interesaronmásen el estu-
dio de los discursosque en el de los hechos.En suslibras no había
hombres ni mujeres que trabajasen, comieran, o pasasenhambre, que
nacieran o murieran... Los seres humanos se habían convertido en es-
pectros y, con eito, había dejado de tener sentido su propia historia '.

Sin embargo,el recorrido que iban a hacera partir de estas


propuestas de un nuevo comienzo, como eran el giro lingüístico,
el postmodernismo, el postestructuralismo,el postcolonialismo y
oiros planteamientossemejantes,no les llevó muy lejos. Hicieron

Sobre esta véaseGeoff Eley, in


eiy, Ann Ardor. University of Michigan Press. 2005y Geoff Eley y Keith Nield
f Clgssjn Historv.Ann Arbor. Univesityof Michígan Press. 2007
2 Mark Poster. Cult!!ral historv and.nosEma New York, Columbiü University Press
1997, p. 3; Fredric Jameson. The cukuEal l!
m and the
]998. Londres. Verso. 1998; Patrick Joyce. "The return of history: post
politica of academic history in Britain', 158 (febr.1998), pp. 207-235 (cita
Valencia
de p.229). François Desse, FB lIRa(ÜIFHIII IIUqIHI;HI
Ed. Alfons el Magnànim. 1988. etc. La expresión citada literalmente es de Peter Burke en
26 de noviembre de 1993, p. 30.

ReRexões sobre a Histó}.ia Econõ+tlica N' t. out. 2Q12


10 Josep l;o11tcltla

una interesante aportación a la crítica de los usos establecidos de la


historiografia; pera no fueron capacesde proponer una alternativa
coherente. EI resultado fue la dispersión en las más diversas direc-
ciones. Daniel Woolf evoca la "torre de Babel" para describir la evo-
lución de la historiografia desde los aços sesenta para acá, y habla de
la "fragmentación" que se ha instalado en el mundo académico con
la pretensión de justificarse como "especialización"3

Si consultamos una obra francesareciente que pretende cumprir


la función de hacer un balancede la situación actual --"despuésde
treinta altos de debates,de importantes rectificaciones,de renovacio-
nes, ha llegado la hora de esbozar un nuevo panorama"- veremos qüe
alega a catalogar más de veinte modalidades de "historia", que van
desde la historia del arte o la historia económicaa la "conceptual",
"de las mentalidades", "de las sensibilidades", "del cuerpo", etc.4. Lo
que parece haberse perdido en el camino es la historia como instru-
mento de análisis global de una sociedad.

EI precio a pagar por esta fragmentación, que ha apartado cada


vez más el trabajo de los historiadores del interés del público, ha
sido su marginación. Como dijo Anthony Grafton en su discurso
como presidente de la American Historical Association, la historia
está considerada en la actualidad como un saber sin utilidad alguns,
practicado por profesionalesque cultivan "disciplinas escleróticas,
obsesionadospor una investigación muy especializada",y que escriben
'en una verga sin sentido, dirigida tan solo a estudiantes esotéricos",
sin tener audiencia alguna fuera de la tribu académica 5

EI abandonodel campo del debate social por parte de los histo-


riadores, dedicados a sutilezas que sólo interesaban a la propia tribu,
favoreció el auge del "uso público de la historia", eso que un histo-
riador italiano ha definido como "todo lo que no entra directamente

3 Daniel Woolf. A Global History of History, Cambridge,CambridgeUniversity Press,2011


pp. 457-S07.Woolf dirige el ambicioso proyecto colectivo de The Oxford Flistorv of Hiato
iç Wriling. todavia inacabado
C. Delacroix, F. Desse, P. García y N. Offenstadt, Historioaranhies. Conceots et debats
París. Gallimard. 2010. 2 vais
5 Anthony Grafton, 'Históry under attack ". en EerSneCliyeann !!isç)rv. enero de 2011

Re$exõessobre a História Econêttiica N' 1. ott{. 2Q12


[l Ful\tro cie ]a ]iistói' ia [conõtlt ica 11

en la historia profesional, paro constituye la memoria pública (...);


todo lo que crea el discurso histórico difuso, la visión de la historia,
consciente o inconsciente, que es propia de todos los ciudadanos.
Algo en que los historiadores desempefían un papel, pera que es ges-
tionado substancialmente por otros protagonistaspolíticos y por los
medios de comunicación de masas" 6. Cualquier intento de intervenir
en este terreno con una voz propia seria desde entonces respondido,
como nos dice el propio Grafton que sucedeen Norteamérica, con
la acusación de que los historiadores que muestran tales pretensiones
son "izquierdistas emboscados" que pretenden sacar conclusiones po'
líticas del estudio del panadoy ponen en duda los valores de la pátria
americana, de la economia capitalista y de la sociedad de occidente.

Mientras tanto quienes se ocupaban de la historia económica se


mantuvieron al margen de aquellos de sus colegasque se habían en-
tregado a las nuevas corrientes del giro cultural, sin más compafíía
que la de los economistas, que ejercieron sobre ellos una tutela que
acabo resultando asfixiante, convencidos como estaban de que el
razonamiento económico podia proporcionar respuestasa todos los
problemas de que pretendían ocuparse las otras ciencias sociales.

Las relacionesentre historia y teoria económicason tan viejas


que arrancanpor lo menosde David Hume y Adam Smith; pero
fue sobre todo en la época dorada de la "historia económica y so-
cial". entre 1920 y la crises de los aços setenta, con el desarrollo
paralelo de la escuela de "Annales", cuando fueron más fecundas y
provechosas. Esta fue, sin embargo, una evolución que se dio sobre
todo en Europa, donde sus protagonistas se habían formado como
historiadores, pero no en los EstadosUnidos, donde la historia eco-
nómica estaba en manos de profesionales formados en las facultades
de Economia.

EI interés de los economistas por la dimensión histórica se fun-


damentó primero en el estudio de las fluctuaciones y del ciclo, que

6 Gianpasquale Santomassimo, "Guerra e legitimazione storíca", en ,(Flo


renda) nÕ54 (settembre-dicembre 2001), pp: 5-23 (citas de pp- 8-9).

Re.flexõessoft'e a Histói'ia Ecoriõtnica N' 1. out. 2012


12 Josep Fontatlcl

llevó a una fecunda asociación,de la que son muestra libros como,


por citar un solo ejemplo,Industrial flucluatjQnsde Pagou(1927).
Trás la segunda guerra mundial esta vínculación se mantuvo en los
estudios sobre desarrollo y crecimiento económico, en libras como
los de Gunnar Myrdal, quien en el prefácio de 6:8ialL!)ral)u declara-
ba que su trayectoria personal le había llevado de una preocupacíón
exclusiva por la teoria económica a la convicción de que los pro-
blemas económicos han de estudiarse en su contexto demográfico,
social y político /

Las cosascambiaron pronto en Estados Unidos, con el desar-


rollo de la llamada "new economic history", historia econométrica.'o
'cliometría", nacida en torno al "Workshop of history" de Alexander
Gerschenkron, en Harvard. No es este el momento de recordar los
inícios de la escuela, con los libros de Conrad y Meyer sobre la escla-
vitud y de Robert W. Fogely Albert Fishlow sobre los ferrocarriles y
el crecimiento económico norteamericano,que parecíanofrecer unas
perspectivas de investigación nuevas y prometedoras. Desde 1966
los trabajos de "cliometría" comenzaron a proliferar, ayudados en su
recepción por el hecho de que se basabanen la mioma clase de teoria
que se enseóabaen los departamentos de Economiaque habían dado
cobijo a sus cultivadores.

AI cabo de unos afios, sin embargo, resultaron aparentes sus limi-


tes. Muchos de los trabajos que producían los cliómetras no eran más
que elaboraciones cuantitativas sobre viejos datos, que no entraban
jamás en contacto con el hecho bruto tal como surge del archivo,
donde, como decía Edward P. Thompson, "se encuentra la evidencia
enigmática y ambivalente", porque ésta evidencia se presta mal a
manipulaciones elementares. Se limitaban a usar datas cuantitativos
de segunda mano, sin plantearse problemas acerca de su validez y
de su significado real: el precio del trigo en una ciudad determina-
da en un afío concreto, por ejemplo, se convertia así en un "hecho
que se incorporabaa un modelo sin discutiria, ignorandoque no

7 Gunnar Myrdal, Asii!!trama. An Inquíry unto the Pov( Harmondsworth


Penguin.1966,1,p.IX.

Re$exões sobre cl História Ecottõrtliccl N' i. ottt. 2012


[l l:ttíttro (}e ]cx ilistõria [cotlõnlica 13

existe el trigo, sino clasesmuy distintas de trigo, que el precio de


un alto suma el de dos cosechasdiferentes o que el que obtiene el
campesino endeudado, obligado a vender en los momentos de mayor
competencia,es muy distinto al que conseguiráel traficante que lo
puede almacenar para aguardar precios más altos, por citar tan sólo
unas pecas de las muchas peculiaridades que pueden acabar redon-
deándoseen la cifra media de un precio anual '

Si al manejo de datos mal entendidos le afíadimosel riesgo de


operar con elmosa media y largo plazo, sin tomar en cuenta los câm-
bios que se producen en las condiciones sociales -- olvidando, como
dijo Solow, que "la validez de un modelo económico puede depender
del contexto social"-- se acabaoperando en condiciones en que "un
poco de habilidad y de persistencia nos puede elevar al resultado
que deseemos"9. EI refinamiento de los instrumentos matemáticos
empleados llevaba, paradójicamente, a una simplificación cada vez
mayor de los datas con los que se oper'ba, lo cual alejaba cada vez
más la investigacíón de la complejidad de la vida real. Se trataba de
no abandonar la seguridad de las relaciones lineales para enfrentarse
a lo accidental y a lo contingente ''

La progresiva especialización de los cliómetras, y la naturaleza


limitada de los problemas que planteaban, les alejaron gradualmente
del resto de los historiadores, y aun más de un público que encontra-
ba difíciles y poco atractivos sus trabajos. Lo cual acabo por hacerles
crer en la tentación de contentarsecon hacerde su disciplina "una
forma de teoria neoclásicaaplicada"ii. O, dicho de maneramásex-
plícita, en palavras de FrancescoBoldizzoni, a "crear narrativas del
pasadocompatibles con la economia neoliberal", que con frecuencia

en William N.Parker. ed., Eçonomic


1987.citas de pp. 28 y 22.
en American
roam for accident

Harmondsworth. Penguin, 1973, p.8

Re$exõessobre a Histói'ia Econõttüca N' t, out. 2012


14 iosel} Fotttana

se reducían a un ejercício ideológico para "apoyar determinadas vi-


sionesdel mundo,teoriasy recomendaciones
políticas"''. Algo que
había de tener buena recepción en los altos de la "guerra fria".

Su adaptación a las doctrinas y métodos de sus colegas econo-


mistas les permitia permanecer en los departamentos de Economia,
a câmbio de renunciar a su identidad y de convertirse en simples
ilustradores de una teoria que otros elaboraban, lo cual ha acabado
reduciéndolos a miembros marginales y prescindibles de estou depar-
tamentos. Una situación que está plenamente justificada por la escu-
sa entidad de su aportación al campo de la teoria económica, que sel
evidencia, por ejemplo, en lo peco que han ayudado a resolver el reto
de integrar en el análisis económico la consideración de lo político,
una tarea que exigiria tomar en cuenta que, como ha escrito Robert
Solow, "toda actividad económica está inmersa en una red de instí-
tuciones sociales, costumbres, creencias y actitudes", y que de eito se
derívan diferencias entre situacionesdistintas en un momento dado
-ya que los hombres viven en sociedadesdistintas y actúan en cada
una de ellas de acuerdo con escalasde valores, hábitos y códigos que
les resultan tan redes como las mesmascondiciones físicas- y que la
influencia que estou factores ejercen sobre los resultados puede ser
decisiva en ellargo plazo is

Los propios economistasacabarondenunciandola insuficiencia


de la aportación de los cliómetras. Si Snooks les reprochaba que
hubieran "cedido a la tentación de explicar a los economistas lo que
quieren oír -una historia sobre la simplicidad causal del proceso de
câmbio- en lugar de lo que los economistas necesitarían escuchar",
que seria una historia sobre "la complejidad y sutileza del mundo
real" i4, Robert Solow, que había escrito en 1986 que no le estaban

2 Francesco Boldizzoni. a!!!=slialugHKualuKuünüõuiüu»nsu«u-i:,lIaM


Princeton University Press, 2011, p. 5
i3 Solow. "Economics; is something missing?",en William N.Parker.ed., Ecene!!!jc.llisle!:x.jlnd
]!exmedeEn,Eçenalniü, Oxford, Blackwel1, 1987pp. 21-29; en el mismo volumen un texto de
Kenneth Arrow. "History: the view from economics" (pp. 13-20) donde se doce que "las di-
ferencial culturales entre naciones, con todas las implicaciones para la política y la economia,
son precipitaciones de acontecimientos del pasado,con frecuencia de un pesadodistante
14 G.li.Snooks, "What should economista be tom about the past? A review article'. en A!!sirl
liam Economia History Review, XXX, n? 2 (september 1990), pp. 89-94 (cita de p.94)

Reltexões sobre a }iistória Econõn ica N' }. o\et. 2Q12


EI F\touro de la i estória [conõtllica 15

ofreciendo al teórico tetra cosa que el mismo mejunje rutinario que


éste ya produce por su cuenta -Z"Por qué voy a creerme cuando se
aplica a unos datas insuficientes del siglo XVlll algo que no me
convence cuando se elabora con los dados más ricos del sigla XX?"-,
repetia en 1997 sus quejas por la falta de creatividad de los historia-
dores con estas palabras: "tenro la decepcionante impresión de que
se inclinan en exceso a aceptar los modelos diseíãados por los econo-
mistas de fines del siglo XX para aplicados sin ningún tipo de crítica
a los ditos de oiros lugaresy otros tiempos".Y concluía:"Dejando
aparte otras consideraciones,no resulta nada divertido leerlos" ]5

La necesidadde pasar de los problemas concretos que se.podían


resolver con el material cuantitativo disponible a las grandes cues-
tiones históricas para las que no se disponhade una evidencia serial
suficiente -o que hubiese requerido el estudio simultâneo de un
número demasiado elevado de variables- estimuló la aparición de una
novísimahistoria económicas,ligadaa la "economiainstitucional",
que no se preocupaba tanto de la medición como de establecer ra-
zonamientos deductivos a partir del estudio de las instituciones, de
los contes de transacción y de los derechos de propiedad, que tendría
su máximo exponente en Douglas C: North, quien considerabaque
un elemento esencial de los sistemas político-económicos eran las
'creencias" que sostienen sus miembros, en especial los dirigentes
políticos y económicos, lo.que "conduce a lo largo del tiempo a la
formación de una estructura elaboradade instituciones. tanto con
reglasformales como informales, que determinan conjuntamente los
resultados políticos y económicos

En su intención de presentarse como una alternativa al discurso


plano de la cliometría, North rechazaba que todo sê hubiese hecho
de la manera menor y más racional posible, sino que pensaba que "la
historia económica es un interminable relato deprimente de errores
que han conducido a hambre, agotamiento, engafio, g.uerra,muerte.

is Robert M. Solow, "I low did economias get that way and what way did it get?", en Thomas
Bendery Carl E. Schorske,eds.. American academic cttlture in transtormation
b!!c.dlsçíp!!nes, Princeton, Princeton University Press, 1997, pp. 57-76 (cita de p.72), y
Economics...", p. 26

Re.flexões
sobre a ttistõl'ia Ecottõttlica N' i. out. 2012
16 Josepl;ontatta

estancamiento económico y decadencia, y a la desaparición de civi-


lizaciones enteras", y que no hay posibilidad de hacer "predicciones
inteligentes sobre el câmbio a largo prazo", porque las realidades son
complejas y las condiciones cambian, lo cual hace necesaria la clave
de observación que es propia del historiador. Uno de los elementos
explicativos más importantes resultaria ser paraél la "path depen-
dence". la dependencia de la evolución en el pasado,que crearía obs-
táculos insalvablesa la adopción de formas institucionales eficientes
y explicaria en buena medida las diferencias actuales entre distintas
sociedades ''
l
Pesea sus intentos de ampliar el campo de estudio, la deriva de
North creaba un marco estático que pretendia dar validez universal
a la economia neoclásica y que mostraba sus insuficiencias cuando se
intentaba aplicaria al pasado,utilizando conceptos actuales como el
de propiedad absoluta o perfecta, sin tomar en cuenta la diversidad
de formas en que la propiedad ha aparecido en distintos momentos
y en distintos contextos, o especulandoen término generalessobre
la función de las instituciones, a partir de unos planteamientos sim-
plistasque no estabanapoyadospor un conocímientoadecuadode
las realidades históricas concretas. EI resultado final seria, convertir
esta "novísima historia económica" en "un género literário que tiene
poco que ver con los números", pera qu$ mantiene vivas las limita-
ciones del bagaje teórico neoclásico ''

6 DouglasC. North y RobertP.Thomas


tiisEeU, Cambridge, Cambridge University Press. 1973 D. Norte. Inslil11LienS..JnSlil11a
Cambridge, Cambridge University Press. 1990
m lc Chance, Londres, Institute of EconomicAffairs
1999 (citas de l as pp. 11. 18 y 23).
EI propio Boldizzoni dedica una amplia crítica a la historia institucional (pp. 18-53), ctlyas
17

r''l rl11 a unainvestigación realy con-


limitaciones aparecencon claridad cuando seintenta ap
creia. Los dos casos que plantei serefieren a un trabajc reciente de Rosa Congost. Jorre Gel-
man y Rui Santos Property Rights in land; institucional innovations. social appropiations,
and pata dependence" publicado en los papelesdel SEHAen julgo de 2012-, que pide una
entendida como un 'haz de derechos'. Y,
üproximación histórica más flexible ala propiedad
sobretodo. al ambicioso planteam ente del artículc de Jan Luiten Van Zanden, Eltjo Buringh
y Maarten Bosker,'The ride and declin e of European parliaments 1188-1789'. en EçenemiC
65. n' 4 agosto de 2012 PP. 835-861. Ni se puede abordar la complçjidad
de las historias de los diversos parlamentos espaóoles a partia de una síntesesde historia me-
dieval publicada en 1975, ni. sobre todo, se puede habla de estas cuestiones a escala europeu
ignorando la amplísima bibliografia existente sobre historia parlamentaria o. sobre el tema
global de "the ride of fiscal states

Re$exões s abre a História Econântica N' 1. o\et.2012


1;1 Fltllti'o de ia !!istoria Econõtllica 17

Pera el problema fundamental de unas corrientes de historia eco-


nómica que habían aceptado sometersea la tutela de los cultivadores
de la teoria económicaortodoxa se produjo cuandoéstos iniciaron
su propia crises.La reacción crítica en el campo de los economistas
comenzó en la década de los ochenta, cuando algunos comenzaron
a expresar dudas sobre el camino que seguia su disciplina, a medida
que se alejaba de los grandes problemas de la realidad, que eran cada
vez más complejos y evolucionaban a un ritmo cada vez más rápido,
mientras los celadores de la ortodoxia se dedicaban "a buscar las
vaciedades de un puro rigor abstracto" is

La idea de una cíencia económica deductiva y matemática había


surgido en los Estados Unidos como un intento de aproximarse a la
realidad, después de la amarga experiencia del crash de 1929, que
puso en evidencia la escasafiabilidad de los métodos de previsión
existentes, y llevó a la formación de la Comisión Cowles, que se con-
virtió, despuésde la Segundaguerra mundial, en un centro impulsor
de los contactos entre los economistas académicos y los grupos di-
rectores de la política y de los negócios.

EI propio prestigio que había conseguidola ciencia económica


en estas aftas fue responsable de su inmovilismo posterior, cuando,
tratando de escapar de la crises de las ciencias sociales, sus cultiva-
dores pretendieron salvarse conservando la versión canónica de la
disciplina, a costa, dice Hollinger, de "evitar las complejidadesdel
mundo real con la misma determinación con que un metodista evita
una taberna" i9. Y, si bien lograron obtener resultados brillantes, so-
bre todo en el campo de la microeconomia, donde se puede proceder
con un número de variables manejable, tuvieron menos êxito con

i8 La crítica la hacía ya Leontieff en 1971 ("Theoretical assumptions and non-observed facas'),


se repetia en las contribuciones de Arrow y de Solow a W.N.Parker, ed., Ec9nemic.!!!sler!
Blackwe 1986, y potseriormente en Terence Hut-
chinson (The usesand abl!$esQf ççoQQHiçs,Londres, Routledge, 1994, pp. 282-306), que
observabaque la elegânciay el rigor deductivo se obtienen habitualmente en el análiseseco-
nómico a costa de una simplificación que lo convierte en irrelevante para un uso práctico.
19David A.Hollinger, "The disciplines and the identity debates, 1970-1995", en Thomas Bend-
er y CaraE. Schorske,eds., American Academia Culture in Transformation, Princeto, Princ-
eton university Press, 1997, pp. 353-371

RéRexões
sobre a História Econõ liga N' 1, out. 2012
18 Josep Fontatta

problemas que, como sucede con la mayoría de los que se presentan


en el mundo real, no pueden analizarseeficazmente si se simplifican
en exceso los supuestos. Porque, como les recuerda Robert Solow a
quienes pretenden trabajar en este campo como si fuese una cien-
cia exacta, no hay unas leyes de la economia válidas para cualquier
tiempo y lugar, y "la parte de la economia que es independiente de
la historia y del contexto social no sólo es limitada sino carente de
interés" "

Es evidente que el uso de un instrumental analítico de carácter


matemático es fundamental para el economista, pero con frecuencia
el lenguaje matemático se utiliza para escaparde la confrontación
con el de la vida cotidiana, que pondría al descubierto la vacuidad de
lo que, adecuadamentedisfrazado, se puede hacer pasar por teoria.
Paul Krugman ha denunciado que mucho de lo que los economistas
actuales hacen es "usar matemáticas ornarüentales para decir cosas
que podrían haberse expresado igualmente en un lenguaje más llano
-o, en ocasiones,para decir cosasque hubieran parecido tonterías si
su significado no estuviese escurecido por las matemáticas" ''

Obsesionados por mantener sus métodos, no fueron capacesde


recuperar el contacto con la realidad que podia haberles proporcio-
nado una colaboracíón con los historiadores. Se apartaban así tam-
bién de la ciencia de su tiempo, que había abandonado la ilusión de
la exactítud para tomar en cuenta la contingenciay la historicidad.
Un premio Nobel de química, llya Prigogine,ha escrito que "tanto
en dinâmica clásíca como en física las leyes fundamentales expre-
san hoy posibilidades y no ya certezas. Tenemos no sólo leyes, sino
acontecimientos que no pueden deducirse de las leyes" "; algunos
científicos naturales afirman que "la naturaleza está constituída por
acontecimientosy por las relacionesentre ellos tanto como por sus-
tancias o partículas separadas",lo que les lleva a afirmar que "la
zoRobert M.Solow, How did economics get that way and what way did it get?" en Bender y
Schorske, A ademic cultuie, pp. 57-76 (cita de p.74); C.P. Kindleberger, Eçgno
i i r i %ónnieHRglil Cambridge, Cambridge University Press 1988
Zi Paul Krugman, New York, Norton
1998,P.Vlll
ZZ1. Prigogine: Odile Jacob, 1996, p.14

Repelões sobre a História Econântica N' 1. out. 2012


1:1 :;uinl'o de la ilistóricl [conõll\icíl 19

historicidad es una característica importante de la ciencia" 23.Un


biólogo nos dice que "nada en la biologia tiene sentido sí no es a la luz
de la historia" y otro nos asegura que su disciplina está abandonan-
do "la fútil búsqueda de leyes" y haciéndose cada vez más histórica
(literalmente: "Muchos biólogos moleculares están convirtiéndose
en historiadores aunque les pese") 24.A lo cual podemos afiadir las
afirmaciones de un paleontólogocomo StephenJay Gould, quien nos
doce, desde su propia óptica de científico, que "los seres humanos son
contadores de historias por naturaleza" y que "organizamos el mundo
como un conjunto de relatos" *;

En 1988 un grupo de economistas italianos de escuelas y tenden-


cias diversas publicaba un llamamiento angustiado en que denun-
ciaban la reducción de su trabajo a la elaboración de instrumentos
analíticos cada vez más refinados, olvidando que el objetivo principal
de la economia había de ser "la comprensión de los 219blenlaa.de..b
soc edad en su concreción e íntegridad, en su oersoectiva histórica y
en su marco institucional" zc'

En judo del adio2000 un grupo de estudiantes francesesde eco-


nomia redactaron una petición en que se quejaban del estado actual
de la ciencia económica: del uso indiscriminado de las matemáticas y
de la 'dominación represiva' de la economia neoclásica, con exclusión
de otros enfoques alternativos de carácter crítico. Los estudiantes les
pedían a sus maestros que se enfrentasen a los hechos empíricos y a
lo concreto, y que aceptasen el pluralismo de enfoques adaptados a
la complejidad de los objetos económicos y a la incertidumbre que
envuelve la mayor parte de las grandes cuestiones económicas: que
hícieran câmbios y reformas "para rescatar la economia de su estado
autista y socialmente irresponsable

23John Cornwell. en el prefácio a Natura's Imagination. The Frontiers of Scientific Vision,


Oxford, Oxford Uníversity Pres,1995,p. V.
ZI StevenRose,Lifelines. Bioloav Bevond'Determinism, New York, Oxford University Press,
1998,p.309; Robert Pollack. Siens ot Lide, J he Language and Meaning ot l)NA. New York
l loughton Mifflin, 1994, pp. 152-153.
?? Stephen Jay Gould, Milenie, Barcelona, Crítica, 1998, pp. 164-165
zõ Studiosi di economia politica", en !:a..Rep11bbljca,
30 de septiembre de 1988. p. 10.

Re.8exões
sobre a Histót'ia Econõltiica N' }, out. 2012
20 Jose}) }:onlatlcl

Planteamientos semejantes pusieron en marcha el Movimiento


por una economia"postautista",que edita en septiembrede 2000
el primer número de la , una
publicación digital libremente accesiblepor internet, que se trans-
formo en en 2001 y en ]a ]!eal
a partir de su número 45, en marzo de
2008. De ese mesmo movimíento nació en 2011 la "World Economic
Association", una organización de economistasdisidentes que publi-
ca una World EconornicxReview y ha iniciado recientemente tetra
titulado Economic Thouglu.

Ha sido, sin embargo, la crisesde la economiaque se inició en los


Estados Unidos en 2007-2008, y que ha acabado generalizándose a
escala mundial, la que ha venido a dar nueva fuerza a las críticas a los
planteamientos formales de la economianeoliberal ortodoxa, que no
solo había sido incapaz de prevenir el desastre, sino que contribuyó
a crearlo. No hay que olvidar que en 2004 Ben Bernanke aseguraba
que la baja inflación de las dos décadasanteriores, un fenómeno
bautizado como la "gran moderación",había traído una reducción
de la volatilidad económica, que tendría como consecuenciaque las
recesiones fuesen menos frecuentes y menos duras. Y que en judo
de 2007, en vésperasde que se desencadenase
la tormenta de las
hipotecas "subprime", Alan Greenspan, responsablede haber esti-
mulado esta situación desde su gestión al frente de la Reserva fede-
ral, celebraba todavia este nuevo "mundo de economia capitalista
global que es mocho más flexible, resistente,abierta y autocorrecto-
ra", y formulaba una profecia de crecimiento económico continuado
para los Estados Unidos y para el mundo entero, si se mantenían los
princípios liberalesde respetoa los derechosde la propiedady no
interferencia del estado en la economia. Contradiciendo estos prin-
cípios, fueron ellas mesmosquienes se apresuraron despuéssa pedir
la intervención del estado, pera no para interferir en las empresas
financieras, sino para salvarlas de la ruina ''

27La literatura suscitada por la criseses tan numerosa que renuncio a mencionar más que
los textos fundamentales que he utilizado aqui: 'aul Krugman
Barcelona. Crítica. P.IUleÜltU«Ü13 BllHiHg iqiuill: nlüeiKliiti=aEls
!êg, Barcelona, Crítica, 2008; Joseph E. Stiglitz, The Prime on Inequdity, New Vork, W.W.

Re$exõessobre a História Econõrtüca N' 1. out. 2012


E! Futuro de ta História Económica 21

La consecuenciafue que se iniciase un análisis de los errores que


se habían cometido, recuperando por ejemplo las advertencias de
Hyman Minsky, fallecido en 1996 28.Se inicio entoncestambién, y
eso es todavia más relevante para los historiadores, una crítica de los
métodos que estaban usando habitualmente los economistas. No se
trataba de revisar las medidas de política económica que habían con-
ducido a la crises,algo que escapabaa las posibilidades de este tipo
de análisis, sino de someter a examen, como proporia Tony Lawson,
los métodos empleados por la economia académica, que había pro-
porcionado las herramientas intelectuales con las que se legitimaban
las decisiones de política económica.

Lawson criticada la confianza depositada en los modelos mate-


máticos deductivos sobre la base de que, para que fueran válidos, se
requeriría que las regularidades empíricas que estudian fuesen ge
neralesy que, por otra parte, la realidad social estuviese constituída
por átomos aislados. EI fracaso en los últimos cincoenta aços de las
previsiones deducidas de los modelos econométricos mostraba que
las regularidades sobre las que basabansus razonamientos no eran
generalizables. Y en cuanto a la segunda exigencia, abade, "si la crises
actual ha servido para poner de relieve una característica de la eco-
nomia mundial, es seguramente la de que sus numerosos aspectos
o componentes están muy lejos de encontrarse aislados los unos de
los otros. Los desarrollos en partes específicas del sistema tienen
un impacto inmediato en los que se producen en atrás partes, y en
última instancia, los desarrollos de hoy están estrechamenteasocia-
dos a lo que ocurrió con anterioridad, y estableceránuna diferencia
significativa en las posibilidades abiertas para el futuro

En el terreno en que sus planteamiento se acercan más a las preo-


cupaciones de los historiadores, Lawson concíuye que "la naturaleza

Norton1 201 2; Robert Skidelsky, ELEggreEçl.deXeXau, Barcelona, Crítica. 2009, (en especial
su lúcido análisesde la crisesen pp. 21-48); Allan Greenspan,.[!!e.Age.eÉJ]lrb111€nÉe.
New
York, Penguin, 2007; Carmen M. Reinhart y Kenneth S. Rogoff. .!.alia..!.lIDe..i5..Difkna
Princeton, Princeton University Press. 2009
28Hyman P. Minsky, "The tinancial instability hypothesis', mayo de 19'92; Randall Wray.
Writing for the nexo crash: The Minskyan lessonswe failed to learn". en Real-world Eco-
uomics Review, n' 58 (2011).

Re$exõessobre a História Ecoltõntica N' ], out. 2012


22 Josep FoRtUna

y las condicionemde la realidad social son tales que las formas de


razonamiento deductivo matemático favorecidas por los economis-
tas actuales son totalmente inadecuadascomo herramientas para
un análisis social válido. (...) La realidad social es de una naturaleza
totalmente distinta a la de los sistemas cerrados de átomos aislados
que proporcionarían las condiciones necesariaspara un modelo ma-
temático deductivo" ''

Como Lawson especifica, estascríticas se refieren a los métodos


usados por la economia académica; no a la práctica política que se
ha legitimado, o se ha mixtificado, con elmos.En este otro terreno,
en câmbio, lo que la crisis ha puesto de relieve, con motivo de la
flagrante irracionalidad de los supuestosen que se basanlas políticas
de austeridad, es la importância fundamental de investigar las mo
tivaciones políticas que hay detrás de estas medidas. Solo asípodre-
mos entender como lo que comenzó con la política de aumento de la
desigualdad durante los alias que Krugman caracteriza como los de
"la gran divergencia", ha acabadoen el actual proyecto de destruc
ción total del estado de bienestar y de privatización de la política.
Una investigación para la cual no basta con emplear el razonamiento
económico, sino que se necesita el tipo de análisis político y social
que el historiador puede proporcionar.

En estou momentos de crisis y reconstrucción, quienes nos dedi-


camos a la historia económica no debemos rechazar un nuevo y más
fecundo contacto con !os demos historiadores, explorando con ellos
caminos suevos que no tienen nada que ver con los callejones sin
saladade las disciplinas "especializadas" de que antes hemos hablado,
sino que aspiran a volver al estudio de la sociedad.

En este intercâmbio nosotros podemos enseííarles a volver a entrar


en contacto con la economia, lo cual es necesariopara asegurar su
regresoal mundo real. Thomas Rwaski ha escrito: "Los historiadores

29Tony Lawson, "The current economic crises: its nature and the course of academic econom-
ias". en Cambridge:J911E!!êlD11EÊ9Q91DiÊS,33 (2009), PP. 759-777; "Mathematical modelling
and ideology in the economics academy: Competing explanations of the failings of the mod-
em discipline?", en acena!!!iC.!.11911glÚ,
1 (2012), n' l

RefteJcõessubi'e a História Económica N' 1, out. 2012


l i l:uttiro clela flistól ia [collõlltica 23

que menosprecian la economia pueden perder de vista factores que


afectan todas las situaciones históricas. Santos y pecadores,élites y
mesas,ricos y pobres, todos necesitan comida, vestido y un techo" 30.
No es solo eito, sino que los factores económicos determinan cues-
tiones tan importantes para los seres humanos como la duración y la
calidad de su vida, en términos que dificilmente pueden reducirse a
construcciones lingüísticas.

Pera podemos, en contrapartida, aprender otras cosasde ellas,


de su preocupación por superar los marcos tradicionales de las his-
torias nacionales para sítuarse en un espacio más amplio, como nos
proponen la "World history" o la "globalhistory", que nos invítan a
estudiar la globalización como un fenómeno complejo destinado a
producir un mundo desigual Ji

En un grado superior de complejidad podemosaprender de los


estudios que nos proponen formas nuevasde historia comparada
para analízar más eficazmente los desarrollos globales, como el
de Kenneth Pomeranz sobre China y Europa, donde sostiene que
Europa y el Extremo Oriente estaban en situaciones semejantes de
desarrollo hacia 1750 32,en una línea de razonamiento semejante a
lo que sostenía Paul Bairoch en sus trabajos sobre el mundo subde-
sarrollado33. O los de Prasannan Parthasarathi, que nos propone una
nuevavisión de las causasque produjeron la divergenciade evolución
económica entre oriente y occidente, o los de Takashi Yamashita que,
examinando la lógica de un sistema centrado en China, ha transfor-
mado nuestra visión del papel del Extremo oriente en el mundo en
el transcurso de los siglasXVI al XX 34

10ThomasG. Rawski,en Rawskiet al., Economics


andtllç hi$!ç ian, Berkeley,Universityof
California I'reis, 1996, p. l.
Pcter N. Stcarns,World Histor)[: l:be B4siçs,Abingdon y Nueva York, Routledge,2011;
Bruce Mazlish y ltalph Btjultjens, eds., CO!!CeDtuahzinaGlobal Flistorv, Boulder. Westvi-
ew I'rcss, 1993; A. G. l lopkins, Globalizatíon in World Historv, Londres. Pimlico. 2002,
y , Basignstoke, Palgravc
Macmillan. 2006
32 Kenneth Pomeranz H :d EheMakin
Princeton, Princeton University Press, 2000
31 i;l:::i'i;i:::='
à nos touro. I'arís. Gallimard. 1997. 3 vais.
34 Prasannan Parthasarathi, Why Europe Grei Rica n

Re.flexões sobre a Histõl'ia [conõttlica N' }. ou{. 2012


24 3ose})1:ontaita

En un sentido parecido están los trabajos de Vector Lieberman,


que condena las "historias binárias", basadasen la comparación di-
recta de Oriente y Occidente, y busca las coincidencias que se dan
en diversos paísesen los procesosde formación de estados por medio
de la consolidaciónterritorial, la centralizaciónadministrativay la
integración cultural JS

Hay también propuestas para renovar el tratamiento dado al


tiempo, que priorizan la larga duración. Esta tendencia ha aparecido
en prehistoriadorescomo Daniel Lord Smail, quien en Qn..!)eC
Hi$tQry..ê].id the Brain se base en evidencias del paleolítico tardio
para estudiar el comercio a larga distancia de puntas de flecha y de
âmbar 3c, en una línea que se ha desarrollado después en una obra
colectiva, , com-
pilada por Daniel Lord Smail, profesor de historia de la Universidad
de Harvard y Andrew Shryock, profesorde antropologiade la
Universidad de Michigan, con la colaboraciónde un equipo de espe-
cialistas que nos proponen el análisesen profundidad y a largo plazo
de una serie de aspectosque no suelen aparecer en nuestros litros
de historia, como la evolución del cuerpo humano,de la energia y
los ecosistemas, del lenguaje, de la alimentación, del parentesco, de
las mígraciones o de los bienes de consumo ''

La más interesante de estas corrientes que nos proponen una vi-


sión del tiempo a largo plazo es posiblemente la de la "big history",
un término propuesto en 1990 por David Christian, que se difundia
sobretodo con su libra Mapasdel tiemoo, publicado en 2004 3s
Christian, se inspiro en la obra de los McNeill, como su síntesesde

velgence. !699==!85Q,Cambridge, Cambridge University Pres. 2011; Takeshi Hamashita.


hino, East As , edited by
Linda Grove and Mark Selden. Abingdon y Nueva York, Routledge, 20U8
35Los planteamientos que hizo Lieberman eri H:BIIMBHIÜInIIFU191BIW

!aÍ,.!83Q, Ann Arbor, University of Michigan Press.1999 han conducido a una obra de una
extraordinária ambición. como es leis: Sou!
8QQ=183Q, New York. Cambridge University Press 2003-2009.2 vais
B Berkele)r, University of California Press
2008
37 Daniel Lord Smail y Andrew Shryock. eds.: .ire of Post a
Present..Berkeley, University of CaliforniaPress.2011
3S David Christian Barcelona. Crítica. 2005

Reflexões sobre u História Económica N' 1. oul. 2012


l l l:uttn o cle la ilist(bt'ia !':conõlltica 25

historia universal Redes humanas3u, pera con la pretensión de ir


mticho más alia, para abarcar la totalidad de la evolución histórica,
desde los orígenesdel universo hasta los tiempos actuales, con la idea
de que este tipo de observación nos puede permitir identificar proce-
sos. temas y pautas imperceptibles en el tiempo corto, pera que nos
fbciliten contextualizar y dar sentido a la diversidadaparentemente
caótica de las interacciones humanas, tal como lo requiere la com-
plejidad de las realidades sociales de comienzos del siglo XXI. Como
dice en uno de sus artículos metodológicos,"Contingency, pattern
and the S-curve in human history", se trata de estudiar los detalles,
los fechos puntuales, con una óptica que, sin negar la contingencia,
nos permita ver las pautas que dan sentido al conjunto y nos ayuden
a contestar las grandes preguntas que se plantei la humanidad de
nuestro tiempo '"

Fred Spier, de la universidad de Amsterdam, ha aportado una


nuevacoherenciateórica al terreno de la "big history", centrándose
en los problemasde la complejidad, y ha sido el primero que, en
su libro EI lugar del hombre en € (:olmos 4], ha introducido en el
terreno de la historia el principio Goldilocks, que se emplea hoy en
diversos campos de la ciencia, y nos propone que lo utilizamos para
identificar las circunstancias que condicionan y limitan la emergencia
y la continuidad de formas diversas de complejidad.

No se trata, sin embargo, de hacer un catálogo de las propuestas


innovadoras que se presentan en el terreno de la investigación histó-
rica, sino de estimular el diálogo con ellas, para enriquecer nuestro
propio instrumental.

Recuperar la identidad del trabajo en el campo de la historia eco-


nómica significa recordar que esta no es ni una rama de la ciencia
39 J.R. y William H. McNeill, !:gs redeshumanas.Una historia global del mtmdo, Barcelona
Crítica. 2004.
+oDuvid Christian, "Contingente, pattern, and thc S-curve in htiman history", cn Wedd..11iE
!e!:)LCennesled, 6, n' 3, octubre 2009. Del propio autor, adcmás, "Afroeurasia in geological
time", en World Historv Connected, 5, n' 2, febrero de 2008 y : This FleetingWorld, A
Short History o111
lumanity, Great Barrington,Mass.,Berkshire,2010
41Fred Spier, EI lugar del hombre en el Cosmos. La "Gran historia" y el futuro de la humani-
dad, Barcelona, Crítica. 2011

Re.$exões subi'e a Histót'ia Econõittica N' }. ou!. 2Q12


26 Joset) Ponta la

económica, ni una variedad temática de la historia -como la historia


militar o la historia de la lglesia-,sino,en todo caso,un modode
hacer historia. De la economia se distingue por estudiar el tiempo
largo y la complejidad; de las diferentes especializacionesde la his-
toria, por el hecho de que no se limita a finalizar las actividades eco-
nómicas aisladamente, sino que las sitúa en un contexto más amplio,
con la intención de explicar la naturalezade los hechos sociales,"las
interconexiones entre la producción material, las instituciones políti-
cas y socioeconómicas, el entorno físico, la cultura o la ideologia" 42

Unaminterconexiones que no pueden estudiarse con herramien-


tas elementarescomo las que explican la conducta humana en el
terreno económico en términos de expectativas racionales, sino que
necesitan un instrumental mucho más afinado, capaz de penetrar
en los sistemas de ideasy de prejuicios que determinan las acciones
humanas, y de dar, por otra parte, el peso que les corresponde al
error, el engano y a la corrupción para llegar a entender cabalmente
un mundo como el nuestro donde no dominan las expectativas ra-
cionales, sino la especulación y la codicia.

Hemos de recuperar la línea de trabajo que utiliza para el aná-


lisesde la complejidad social el punto de vista privilegiado que nos
ofrece la evolución de la economia,que significa el estudio de la
producción y de los intercâmbios,pero también el de aspectosde
tanta trascendenciacomo las condicionesde vida y de trabajo o el
reparto de la riqueza, como cultivadores de una disciplina que debe
desbordar las fronteras de la segmentación burocrática del saber para
poder enfrentarse con eficácia al estudio de los problemas sociales de
nuestro tiempo. Una historia económica firmemente asentadaen el
presente y decididamente orientada hacia el análisesde los problemas
redes puede convertirse en una valiosa herramienta de construcción
delfuturo.

Josep Fontana
Agosto de 2012
42Lloyd, "Can economic history-.?", p.263

Repelões sobre a História Econõnlicc} N' }. ottt. 2012


Coordenação: Alexandre Macchlone Sais

PrometoGráfico: lsmael Belmiro do Rosário

Impressão Gráfica da FEA


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