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Contributos para a Identificacao e Caracterizacao da Paisagem em Portugal Continental Ao TT To Coleccéo Estudos 10 Contributos para a Identificagao e Caracterizacao da Paisagem em Portugal Continental Volume | DGOTDU. G EQUIPA TECNICA, os Ia. Elaboragio Uneaten de Pareamerts eee Pata, 202, Coordenario nen Canc tA, Te ta Cr Rai Oat quips Irs Mage, Conca frre, roan RA Cunha Foto, Nae News (Cetanain SG, Vega eng Anni Mais og e ener ‘Mant Gove Cotgata ata ee Aves, to xr ati fans arta) go Sos host eas se Colaboradores Estudos de caro Nara tg (Vr Mi i aca «loan Cas Abe Gr Lb ae er Tenet aso Sane ia cs Nah ceo rage A ashe. 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FICHA TECNICA isto ‘trib: pare 2 nea ow Crate da Past em Rortupal Continental (Gl ess 10 ‘ts puto em per te tuto ria atom Desens 2002 aso Bree oCrennens d eto «Oserchimets Utne rho 208 ‘Campo Garde sone sce eae a devon ge Design Tove Mats Produgio “ieagem ite 1 100 epee Veunes 2 0 ump Impeessio ropes Fotowse Doubles bates ae sen Dept egal sea enon mah mms ‘cas oss fesrnem aetna aera "i moons lox pa ts pan ma ana DOT, inDIce VOLUME! Resumo/Summary 7 32.1— node 32.2 Metodoiogia 1 = Introducéo 20 3.2.3~ Conclusdo tit oeariaie EH 33. — Conca de ora 12. ~ Actuaidade do conceit de peisagem 22 3.3.1 - Invoducéo ie iodide ae a 3.32 - informagiowiliada 13 —peesqaci ate 6 3.3.3 — Undadese sub unidades de pager (eee ie . 3.3.4 Refleos da caacterizacto da pasanen 1.3.3 ~ Cardcter e identidade 28 aa - hoe in ences 1A Pane tal epee taal oar 135- Posager rurale paiagem ubara 30 3.42 Informactouieado 12p-w al wee Tig Cesc aa emaeceapiasen 1.3.7 D conceito de paisagem utlizado 3.5 ~ Tarra Fria Tanemontena neste estudo 32 3.5.1 ~ Invodugao- La, A paiagen ra 3 352 Infomagio ubleada 1.41 — Pinca ca sobre a page 35.3 Unidade e ubnidaes de pasagem em Portugal 2 36 ~ Casio Verde /Métla 1.42 Appatagem de Portugal Continental 36. - invosugo ~ Giversdade © namic. 35 3152~ Caracetizaco gral da dea em esdo 1.43 As mudangs ma eens eos 416.3 Unidaesesubunidades de pasagem problemas acta 7 3.64~ nq e sulin da evougso 1.3. ~ Metodologa a da pazagem 365 ~ Proporas de gestéo da paiagem 3.66 Concise 2 Unidades de paisagem 2 4 Concusso 3 ~ Estudos de caso 35 31 — Area Metropolitana de Lisboa —Norte 55 3.1.1 intoduio 55 aibliografia 312 Staao actual 55 3113 Undadesesb-unidedes de pabogem 55 Janis caved eisenevann en ees 32. — Concaho de va 58 Fhe de uid pager VOLUME 1 Grupos de Unidades de Palzagem AE (Entre Douro e Minho @ Doure) VOLUME Il ‘Grupos de Unidades de Paisagem FJ (Beira Alta a Pinhal do Centro) VOLUME IV ‘Grupos de Unidades de Paisager K-0 (Macicos Calis da Estremadura a Terras do Sado) VOLUME V Grupos de Unidades de Paisagem R-V (Alentejo Cantral a0 Algarve) 38 60 63 ea 65 o ° 70 70 n n n n n 73 75 B 5 n 7 8 8 101 Contributos para a Identificagao e Caracterizagéo da Paisagem em Portugal Continental Nota de apresentacao A politica de ordenamento do territri, sendo o dominio onde se procede a integracao das varias politicas sectorais com reflexo teritorial, ¢ também a sede propria para equa- cionar as questbes da paisagem, nas suas varias vertentes, Constituindo um dos quatro grandes dominios assumidos pela Estratégia Nacional de Desenvohimento Sustentavel, documento guido preparado por Portugal para preparacao dda Cimeira de Joanesburgo, 0 desenvolvimento equilibrado do teritrio pressupde a com- patibilizagao dos componentes ambientais naturais e de origem antropica com 0 desen~ volvimenta integrado das actividades do homem, potenciando as sinergias resultantes das relacbes entre as suas diferentes actividades. Companentes ambientals que, nos termos da Lei de Bases do Ambiente (Lei n® 11/87, de 7 de Abs), englobam os ambientes naturas, referentes aos descritores ar, uz, 4gua, solo fe subsolo, biodiversidade, e os ambientes humenos, referentes aos descritores palsagem, patriménio construido e qualidade dos recursos. Passados que so exactamente dezassete anos sobre a publicacSo da Lei de Bases do Am- biente, é cada vez mais actual o entendimento da paisagem como bem cultura, evolutivo vivo, fruto de uma obra de geracdes sucessivas, elemento central da identidade das regides edo Pats 8 assungao do descritor paisagem no quadro da politica de ordenamento do teritoio é assim, distinta do recurso biodiversidade; embora também ele definidor de paisagens, fencerra valores de ordem supetior coro a preservacio dos ecossstemas e das respectivas espécies floristias e faunisticas, pelo que deve obedecer a uma politica dirigida para a sua cconservacao & gestdo, ‘Ao contrario, a paisagem constitul um bem dindmico, reflexo das relagdes entre o homnem & Co teritério, rlacées estas que née crstalizaram no tempo. Meso nas realidades mais carismaticas, como 0 Alto Douro Vinhateio,stio que mereceu ser classifcado pela UNESCO como Patriménio Mundial, @ a propria categoria de cassificacao ‘que assume o conceito de “paisagem cultural, evolutiva e viva", obra que.os dlurienses Cconstruiram, aperfeicaaram e conservarar, num pracesso de adaptacao secular de técni= cas e saberes espectficos da cultura da vinha, que nao pode ser desligada da dinamica sécio-econémica que constitu a razéo da sua existencia, ‘A ppaisagem nao se encontra ameacada pela indiferenga ou por dversos tipas de inter- vvengbes, 140 pouco constitu um valor a ser observado separadamente das actividades s6cio-econémicas que a suportam, designadamente a agricultura, a floresta, a conser- vvacéo da natureza ou a transformacao urbana Cada tioologia de paisagem constitul um caso particular, no qual devem ser ponderades 0s valores substanciais em presenca, no quadro do suporte s6cio-econémico que esta subjacente a sua existéncia, sem deixar de assumir que a prépria dindmica das actividades € evolutiva, em resultado com 0 desenvolvimento tecnolégico e cultural do Homer. Existem, pois, paisagens que devem ser conservadas; existem outras que devem ser trans- formadas, pois constituem o reflexo do desenvolvimento sustentavel Por estas razées, a Direccdo-Geral do Ordenamento do Teritério e Desenvolvimento Urbano lancou a Universidade de Evora o desafio de realizar um estudo cam o abjectivo principal de identficar e caracterizr as paisagens de Portugal continental. estudo que agora é disponibilizado ao piiblico resultou do trabalho deserwolvido por uma equipa interdsciphnar, coordenada pelos Professores Alexandre Cancela d'Abreu e Teresa Pinto Correia e pela Arqutecta Paisagista Maria do Rosério Oliveira, tendo sido realizado no ambito de um projecto para identificacao e caracterizacéo das paisagens da Peninsula tbrica e thas, co-inanciado pelo Programa Operacional Interreg IC / Sudoeste Europeu. As abordagens e as metodologias aplcadas nos estudos s80 da responsabilidade dos autores; sendo diferentes entre Portugal e Espana, foram discutidas em conjunta, © que permitiv um ajustamento ns unidades de paisagern definidas 2o longo da fronteira Nas palavras dos prdprios autores, a tematica da paisagem portuguesa encontra-se longe de estar esgotada, devendo antes este estuda ser considerado como um ponto de Partida para trabalhos que aprofundem o conhecimento e compreenséo da complexidade {d3 paisagem portuguesa, Usboa, 19 de Maio de 2004 Paulo Taveira de Sousa Secretirio de Estado do Ordenamento do Terri. Resumo Preambulo Esta é uma breve apresentacdo do estudo “Contributos para a Identificacao e Caracterizagao da sagem em Portugal Continental”, deserwolvido entre 1999 © 2002 na Universidade de Evora (Departamento de Planeamento Biofisco e Paisagistico). estudo resultou de uma solcitagao da Di- reccao-Geral do Ordenamento do Teritrio e Desenvolvimento Urbano (OGOTDU), do entao Ministério do Equipamento, Planeamento e Administracao do Territero, tendo sido co-financiado através do Pro- ‘9fama INTERREG IC: Sudoeste Europeu. Este programa apoiou também um estudo semelhante para {2 Regido Autonoma dos Acores, que foi desenvolvido pela mesma equipa para a Direcco Regional do Ambiente. Fai elaborado um estudo equivalente para Espanha pela Universidade Auténoma de Madrid para @ Unidade de Desarrollo Teritorial (Ministério de Medio Ambiente), também apoiado pelo mesmo Programa INTERREG II C, As abordagens e as metodologias aplicadas nos estudos relativos a Portugal ea Espanha, embora diferentes, foram amplamente dlscutidas pelas duas equipas, chegando-se a um ajustamento perfeto nas unidades de paisagern definidas ao longo da fronteira Summary Foreword This document is short presentation ofthe study “A Contribution to Identifying and Character sing Landscapes in Continental Portugal”, undertaken between 1999 and 2002 at the University of Evora (Department of Landscape and Biophysical Planning). The study resulted from 2 request by the Directorate-General for Spatial Planning and Urban Development, part of the then Ministry of Equip ment, Planning and Tetitrial Administration. It was financed by the INTERREG IIC(South-western Eu rope Community tnitatve) programme of the EU ERDF The same programme also provided financial suport for an equivalent study in the Azores, undertaken by the seme team in the Univesity of Evora and resulting from the Regional Administration. It also provided support for a similar study in Spain, undertaken over the same period, by the Universidad Autonoma de Madrid for the Unidad de Desarollo Terral (Ministerio de Medio Ambiente). The two teams involved discussed the approa- ches to be used in the two studies and the methodologies to be applied. Even though the method: ologies used were not the same, the same types of variables were taken into account in éach country ‘regular contact betveen the two teams was maintained, inorder to adjust the shape and boundaries of the landscape unis on both sides, along the border.

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