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Contributos para a Identificagao e Caracterizacao da Paisagem em Portugal Continental a CTT ee Re ay yA Ty E [OTT Contributos para a Identificagaéo e Caracterizacao da Paisagem em Portugal Continental Volume Il Grupos de Unidades de Paisagem A\ entre Douro e Minho) a E (Douro) @ DGoTDU EQUIPA TECNICA Elaboragéo Unesicde de ora Oeparanents de Panama Bia « Pago, 2002, coordenagfo ‘scares Concave, ee Pro Conese Fs lis quips Ine Mago, Crceso Fe, Nara econ, Rul Cura Pte Nara Nets Coerdenche G Vigi Henqus tno Mars Linge oro ate Manuel Gower Pde Av Nu Ganhase aca ana Canoga, Hag anes acarero «emer 38 Colaboradores ain eA Fes. Estudos do caso are Lc Casto Vee — Met: as Franca # saat Canes teu Er Lila Roe er 8 Taran rte a ads ete Pal eo Cntr Mg its Na, Coneuitores Auer aaa Pofeanra de Used de Gn Rbk Ts Poca liad Uris i ok Fan Peo reid esos, ret de Gees Seda) Jair asd BrP do SCTE, Dect do Wea Nacan eons, Naa Me sets mes ‘ede ear, i or Profesor Uns e Wageoge Fotografie Teds as imapes tm tins ead RC — por © RCL inh: NL por Muna aon RO pr ein li: RA prins Mage po vaso Mates: ACA por Aesaate Cana Abreu TPC por Ta Pita Cores, Cortograia Dou om ba ne VMAP 1 FORTUGAL hss Geog do a, 1950) 2na rs Map da ead do Autom Cd Ports ea \endareie avzacs mb ez oe 0 Mosalc LANOSAT de Prt! foa.t en 10) po Creo Nara oe emacs aor, enc {itoreats ee tvcinage « Onafotomapar com rages 985, ceo peo Cena ral de nme Ges, FICHA TECNICA ‘ula Conuibutos pa dentine Caraanzage dl aeagom om Portus! Continent (Geo esas 0 Esper prs otto og, conco em Deane de 2002 Edigao Bre me ert « Onna Ut, ho 204 amepage: weap cre agetabdos pt Design Produgdo Tote Macha sn, Ue Tiagem lume, 1100 euros: Wounes 4,1 OOD empes Impresio ropes Ee «Debus de Puc i 150m opt tage mona comonte ra come nr rei oes a ou oun ss ped exc espe ss ares Neri each aos pr tan ana neni pb DESL, inpice vowume tA (Entre Douro ¢ Minho) a E (Douro) ‘A Entre Douro e Minho 1-Yale do Minho 2 Entre Minho Lima 3 —Vale do Lima 4 Entre Lima e Cavado 5 Vale do Civado 6 — Entre Cavado e Ave 7 =Vale do ve 8 ~Seras de Valongo 9 ~Seras da Peneda ~ Gerés 1D Serra da Cabrera e Montelongo 11 Minho interior 12 ~ Baio Tames e Sousa B ~ Montes Entre Larouco e Mario 13 ~Serras do Larouco Barroso 14—Teras de Bato 15 Savas do Mardo e Ano C- Tras-0s-Montes 16 — Veiga de Chaves 17 =Vale do Corgo VOLUME I Resumo / Summary 1. trodes 2, Unidades de Paisagem 3. Estudos de Caso 4. Condusto ‘Aneio ~ Estudo de Caso do Concelha de Evora Exemplo de Fichas de Unidades de Paisagem Biblograia VOLUME tI Grupos de Unidades de Paisagem FI (Beira Alta a Pinhal do Centro) VOLUME IV 3 19 2 3 33 45 51 37 63 a 7 87 3 9 105 1 a7 121 18 ~Serras da Falpera e Padrela 19—Tera Fria Tansmontana 20~Baixa de Valpacos 21 ~ Terra de Braganca/Macedo Cavaleiros 22 — Vale do Sabor 23— Planalto Miandls 24 ~ Douro Intemacional 225~Terra Quente Transmontana 26 Sera de Boxnes 27 ~ Baio Tua e Ansiaes 28 Babe Sabor e Teras Alas de Moncono 1D Area Metropolitana do Porto 29-—Lioral a Norte to Porto 30 Grande Porta 31 —Espinho - Fea 5. loo da Madera E- Douro 32 Baixo Douro 33 fibe-Douro 34 Douro Vinhateko 35 Alto Douro ‘Grupos de Unidades de Paisagem K-Q (Macigos Calcirios da Estremadura a Teas do Sado) VOLUME V Grupos de Unidades de Paisagem R-V (Alentejo Central 20 Algarve) Ww 133 141 var 153 159 165 m 7 181 187 193 19 205 213 219 25 231 235 205 Contributos para a Identificacao e Caracterizacao da Paisagem em Portugal Continental ST aE Circe Pet Cen A\ entre Douro e Minho) a E (Douro) Cie Rc cod de Unidades de Paisagem em Portugal Continental aye ‘Grupos de Unidas de Paizagem 1-128 Unidas de Pisagem ENTRE DOURO E MINHO ENTRE DOURO E MINHO Perey Ce ery Senet eon Renee etd Sone’ oy ee ee Serra da Cabreira e Montelongo Cree Cet A Paisagem Grupo de unidades que, em termas morfologicos gerals, pode ser descrito como um enorme anfiteatro vitada a0 ‘mar, subindo até as seras da Penede e do Gerés. No interior dessa orgaizacéa geal do revo, iferncia-se trans- versalmente uma sequénca de vales mais ou menos largas Separados por zonas mais alts @respectvas Cumeadas Esta dlspasicao geval da eleva tem uma enorme influéncia sobre clima e sobre a identidade de cada compart ‘mento fsiografco(traciionalmente com relacbes faiitadas no sentido literal Interior «nao no sentido norte / sui. Neste contexto genética dlstinguirar-se viras unidades de palsagem, que indvializam reaidades diversfica- ‘das eer que se poder identifica dois conjuntos bern cantrastados: © Baio Minho, com menores altitudes @ de lives, paisagens verdejantes e alegres, com clima amenizado pela ar marlimo, eo Alto Minho, com terenas mais ‘acidentadas de montanha, paisagens menos verdes, de Teicao mais agreste severa (Santa- Rta, 1982) Por todo o Minho, com algumas excepcbes nas terras mais altas (em que dominam os afloramentos rochosos, 05 mates efou matas), 05 us0s bem divesficedos organizam-se segundo um apertado padrao, resultado dos dife- rentes sistemas cultrais presentes e da compartimentagdo dos Campos. Destaca-se nesta composicao uma fes- ‘cura permanente a0 longo de todo 0 ano, ber visivel na verdura espessa dos campos, matas eprados, conse ‘quencia da presenca de agua em abundancia. Segunda Torga, singuasizam estas palsagens a “promiscuidade” vegetal, a que cortespondem"(..) as winhas alias, de enforcado ou de embarrada, as ramadas, as vderas enrol das nas canals, nos choypos, nos feos, nos ulmeros, d50 4 paisagem um colorido e um vigor dincos” (em Santa Ritts, 1982), ‘Sente-se por estas paisagens um intenso fervihar de actividades, com sobreposiglo de fungbes habitacionals & produtivas (seas agricolase floestais, fabricas e armazéns, comércio e serviga), donde resalta por vezes uma Signfcativa desorganizacio espacial ¢ forte desqualiicacao ambiental, stuacao que é acentuada nos principais ‘ales, faa itaral e,principalmente, 20 longo das eixesviarios que os acampanham. Para esta realidede conti- bbuem a diversficada uril2aceo do sol, a elevada densidade de populacdo e dspersio de pavoamento, o forte dlinamismo presente e, ainda, 3 mais recente tendéncia nara a plurictvidade, Destacam-se ainda, pela expresso fe frequncia com que acorrem, pela sua deficiente implantacdo na paisagem, elementos perturbadores em ter- ‘mas acolégicos e funciona, nomeedamente edificos industrais,armazéns, pequenas ofcinas e comercio, habita- (Bes, depdsitos ce materia ede residuos, reds varia eelétrica painéis de publiidade, entre outros, que romper, ‘em definitvo, com a escalae organizacdo da palsager. (© que exprime o carécter deste grupo de unidades “16 a populacso dens, a possibidade de aproveitamento do sale pals agricutura intensiva, 0 valor atribuido 4 reproduc dos homens, animats e pontas a precoce mplantaco rT senhoral, afi comunicacdo com outras dees e 2 capacade de renovacdo constant." (Mattoso etal, 1993). No Baixo Minho, a presenga do povoamento csperso, em simultaneo com urna das mais alas densidades populacionais do pas, teve como consequencia uma continuidade entre 2 cidade e o campo, atenuando o contraste entre as fungdes urbanas e as rua, crcunstdncla de permeabildade de fungGes que é ja antiga lider) Pelo contrério, nas zonas mais agrestes do Alto Minho ou nas seras entre os principals vales, as dficels condi bes de vida tém levado @ uma progressive desertficacao humana, de que resultam tanto paisagens menos in- tervencionadas (abandono), como de uma monofuncionalidade empobrecedara (exiensas manchas florestals monoespeciicas). Na fava litorl, baixa e plana, com largua varével, a paisagens s8o muito marcadas pela presenca do oceano e or urna acupacéo edificade que, tendo-se exzancido continuamente ao longo das princpais vias de comunicacto, lune agora os aglomerados que antigamente pontuavam a linha de costa. Desta expansdo urbana e industrial tem resultado graves degradacbes da paisagem, com destaque para a destricao de areas cam enormes aptidges agr- «alas (masseiras). Suporte Biofisico Este grupo de unidades caracterizase por um clima martimo. Ao longo da estreita faa costera, 0 cima é literal “de amplitude térmica muito atenvada, com frequente nevoeiro de adveccio durante as manhas de Vergo e que 6 muito ratamente sZo atingidos pelas vagas de calor continental. O resto da fachada atlantica regista | alguns dias de forte calor ou de fio sensivel, que desaparecem em breve, pela penetracao da brisa da mar no Verso au pela chegada de uma massa de ar ocednico. A diferenciagdo térmica local € acentuada’ as baixas mais abrigadas {dos ventos atlanticos apresentam j8 um toque dimatico continental, 0 que se nota muito nitidamente nos vales, {do Minho, onde a latgura da faba atlantica & maxima, devido &disposicéo em escadaria do releva. Este tipo cl- imético& relativamente chuvoso e caracterizado por forte e persistente nebulosidade,” (Ribeiro, Lautensach e Da- veau, 1987), temperatura mécia anual varia entre os 10 e 15%, respecivamente na zona inttior montanhosa € proximo do litoral. Quanto a precipitacéo media anual, os valores proximos dos 1000 min junta ao lita vlo su bindo & medida que aumenta a attude, atingindo-se na Serra do Gerés 2000 a 3500 mm (valores maximos em Portugal e dos mais elevados na Europa). O relevo & caracterizado por uma sequencia de valese iterflivios, a que correspondem varagSes altimétricas que atingem no maximo os 800 m. As serra interiores apresentam-se com altitudes compreendidas entre 0s 1000 {95 2000 m. Os prncipas ios tér litos apertados e estretas bacias,alarganda porém & medida que se aprox mam do mar, devido & deposiio de aluvioes nas fértes varzeas. No geval as rlevosinterioes descem suavemente ‘até a faa litoral plana e baixa Gealogicamente este conjunto de unidades de paisagem inclu-se no macigo antigo, sendo daminantes os granites

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