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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO


PROFESSORA: MARLIVA VANTI GONÇALVES

RENAN CARLOS MACHADO

A comunicação brasileira conheceu pela primeira vez uma transmissão nacional em


1922, durante a comemoração do centenário da independência nacional, porém foi a
partir de 1930, com o governo Getúlio Vargas que houve o apogeu desse importante
meio que até hoje se reinventa. O governante utilizava desse invento que se
popularizou durante a primeira guerra mundial parar poder falar de maneira aberta
com a população de forma massiva.
Durante um extenso período o rádio foi usado sem o contexto de anúncios
publicitários, apenas informativo ou cultural, e é com Getúlio Vargas em 1932 que
parte da programação de uma emissora pode ser voltada para anúncios, gerando
lucros e ajudando na manutenção do novo sistema de comunicação. Vargas viu no
rádio uma possibilidade enorme de aproximar-se da população mais distante dos
centros urbanos e se comunicar de maneira direta com a massa, estratégias que já
eram usadas por países europeus que na época eram acometidos pelo regime
nazifascista, não se pode negar que o até então presidente brasileiro realiza acenos e
flertes com países que tinham esses regimes em vigência, como Itália e Alemanha.
Outro país que surfou nessas ondas do rádio foram nossos vizinhos “Hermanos”, a
Argentina do presidente Juan Domingo Perón utilizou da mesma ferramenta para
divulgar seu governo.
Logo, o presidente brasileiro viu a possibilidade de se tornar popular em todas as
classes, já que o rádio estava presente em uma grande parcela da polução, ficando
popularmente conhecido mais tarde como “o pai dos pobres e a mãe dos ricos”, claro
ele teve seus feitos, porém acredito que a sua popularidade sem dúvida teve forte
influência pela proximidade que ele criou por usufruto das estações de rádio que
alcançavam distintas classes. Tanto que o mesmo criou em 1935 um programa de
rádio e colocou seu ministro da pasta trabalhista para anunciar os pontos positivos e
os feitos do governo, numa espécie de fala direta com o público, estreitando laços
entre ouvinte e anunciante. Chamado inicialmente de “Programa Nacional”, passou por
diversas alterações até os dias de hoje, desde o horário de transmissão até o seu
nome, hoje “A Voz do Brasil” ainda é um programa obrigatório para todas emissoras
de rádio, quanto ao horário houve uma flexibilização proposta em 2017 pelo governo
de Michel Temer.
Acredito que inicialmente antes de uma maior adesão e diminuição do custo,
facilitando o acesso do rádio ele era elitizado, com um grupo celeto de ouvintes e sem
margem para um grande alcance. Porém com o tempo, realmente houve a viabilização
do seu acesso e a adesão da população que devia estar encantada com a tecnologia,
pois imagine, anteriormente toda comunicação era dependente do jornal, até uma
noticia ser publicada e chegar em circulação acredito que levasse muito tempo, até
demais dependendo da circunstância. Já com a chegada do radio as pessoas
passaram a ter muitas notícias recebida em instantes, talvez seja a partir do radio que
começamos a nos tornar uma sociedade mais imediatista e sedenta por informações
atuais e instantâneas. Desde então passamos a necessitar cada vez mais de coisas
atuais, de entretenimento instantâneo, vejamos pelos surgimentos que vieram em
sequência: a televisão e a internet, a ansiedade de consumir cada vez mais conteúdo
e a necessidade do agora é cada vez mais evidente. As noticias por exemplo, passam
a ficar “ultrapassadas” em questão de dias, é um emaranhado de informação que
podemos receber, mas não sabemos lidar, nunca tudo que nos é fornecido é
realmente absorvido, tornando-se superficiais.
A televisão surge no brasil de modo muito mais seleto que o rádio, inicialmente
durante a primeira transmissão realizado pela TV Tupi haviam apenas 200 televisores
em território nacional, estes nas mãos de pessoas selecionadas e que detinham de
grande influência. Na época o custo de um aparelho de televisão tinha o mesmo valor
que um carro popular, o que impedia ainda mais o acesso, tanto é que das fases do
desenvolvimento da televisão no Brasil o abre-alas é a fase elitista. Como
consequência todo conteúdo que era produzido era selecionado e pouco amplo,
voltado especificamente para esse seleto grupo, segundo uma pesquisa realizada na
época pela revista Veja em 1954, 48% das pessoas que tinham uma aparelhos de
televisão em casa já haviam assistido apresentações de ballet, se hoje ainda é um
espetáculo um pouco nichado, penso como não deveria ser para a época. Claro que
com o tempo o custo de produção de um televisor passou a ser cada vez menor,
viabilizando o acesso para diversas famílias que antes nunca imaginariam ter um
aparelho destes em casa, assim o conteúdo que antes era produzido apenas para
classes altas teve de ser adaptado e passou ocupar uma grade mais variada de
programação que fosse capaz de alcançar públicos distintos. Felizmente hoje o
conteúdo, em sua maioria, vem sendo mais bem trabalhado, claro que ainda há muito
para evoluir, porém em comparação ao que era entregue a população no século
passado eram programas muito inferiores e populistas, tendo hoje a cada vez mais
falar sobre pautas importantes e causas sociais que antes eram abandonadas ou
tratadas de modo pejorativo.
Pela série de avanços principalmente tecnológicos possibilitou com que muitos
recursos fossem aprimorados desde a qualidade da imagem, passamos de
transmissões ao vivo sem a mínima capacidade de edição feitas em preto e branco
para programas em uma qualidade extremamente alta – como 4k – e em grande
maioria que nem se quer são transmitidos ao vivo. A tecnologia viabilizou com que
mais canais existissem e fossem criados com uma programação especificas como
canais apenas de esportes ou de filmes. E consequentemente com o aumento de
canais foi necessário implantar algo que fosse capaz de trocar os canais da televisão
sem precisar se levantar e ir em direção até a mesma para poder escolher o que ver,
coisa que antes não havia tanta necessidade vista a escassez de canais disponíveis
para consumir. Assim implementa-se ao aparelho de televisão um controle remoto,
que proporcionasse maior conforto e praticidade na hora da escolha de canais,
inicialmente o controle funcionava via cabo, porém com o tempo se aderiu ao
tradicional controle que conhecemos e que hoje vem mudando também, visto que nas
novas televisões, as chamadas smart TV’s possibilitam com que você troque o canal
por um aplicativo próprio da fabricante.
Os canais por assinatura chegaram no Brasil no final da década de 80 a partir de uma
lei sancionada pelo atual presidente José Sarney, possibilitando com que canais
fossem transmitidos por cabos, termo que ficou que acabou ficando conhecido como o
próprio serviço “Tv à cabo”. Muitos canais disponibilizados eram estado-unidenses,
como a conhecida CNN, claro com o tempo houveram vários canais nacionais, porém
ainda a lista das emissoras que faziam parte dos canais pagos era composta por
nomes internacionais. Segundo dados disponibilizados pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), o Brasil encerrou a última semana de abril com 14,2
milhões de acessos de TV por assinatura e 6,6 acessos a cada 100 habitantes,
representando uma média de apenas 21,9 acessos a cada 100 domicílios. O número
leva em consideração apenas valores referentes a assinaturas dentro da lei, aparelhos
piratas não constam na pesquisa. Logo, vê-se que apesar da popularização da
televisão por assinatura ainda não houve uma aderência massiva, muito
provavelmente por conta do alto valor cobrado pelas empresas prestadoras deste
serviço.
Todos serviços de comunicação vem se reinventando diante do boom que foram não
só as redes sociais, mas a internet como um todo, todas mídias de comunicação
anteriores a isso estão se adaptando e aderindo a novas ferramentas, não
abandonando a forma como comunicavam, mas sim integrando o “útil ao agradável”.
Por assim acredito que os canais de televisão têm sim muito potencial e influência
ainda, muitos canais entregam conteúdos que podem ser acessados pela internet para
viabilizar sua visualização e assim tentando se manter próximo dos jovens que tem
sim deixado um pouco de lado o hábito que antes era tanto latente de assistir TV.
Aderindo à ideia de multicanais as emissoras estão não só se mantendo presentes em
redes sociais mas também passaram a aderir a outras “modas” que tem caído no
gosto principalmente da nova geração, são os programas de streaming, seja esse de
áudio ou de vídeo, multinacionais como a CNN entregam conteúdo em plataformas
que abrangem desde as principais redes sociais, como por exemplo Youtube,
Instagram, Twitter e Facebook até podcasts no Spotify, esse último tem ganhado muita
repercussão pela tamanha adesão que vem ganhado a cada ano.

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