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FUPAC – FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ponte Nova

ALUNO: MATEUS AMORIM RIBEIRO


CURSO: Engenharia Civil
DISCIPLINA: Construção Civil
PROFESSOR: Fabiano Guimarães
ATIVIDADE AVALIATIVA - 2ª ETAPA

Ponte Rio-Niterói

• A construção
Para erguer a terceira maior ponte do mundo na época, os construtores tiveram de
superar alguns desafios, entre os quais concretar as fundações debaixo d'água e fazer
um vão central de 300 metros de largura e 72 de altura. As obras avançaram pelo mar
em duas frentes, Rio e Niterói, e se encontraram no vão central.

• Os operários e as sandálias
Os perigos não eram poucos. Trabalho nas alturas e sobre águas com 20 metros de
profundidade, canteiros de obra em ritmo frenético, onde os cuidados com a
segurança do trabalho eram detalhe dispensável, e operários sem qualquer instrução
faziam parte da rotina do canteiro de obras. Fotos da construção exibem trabalhadores
com sandálias de borracha, bermudas, sem camisa, fumando enquanto martelavam
ou carregavam objetos. Capacetes e botas eram raridade.

Operários comemoram a colocação do último vão da ponte, em 1973; governo contabilizou 33 mortos na obra. Foto: Rodolpho
Machado/Ag. O Globo

Com 14 quilômetros de extensão, a ponte enfrentou desafios de engenharia – o maior


deles, assegurar 300 metros de canal navegável no vão central (canal principal) e
mais dois secundários de 200 metros (largura) - e de gestão de 10 mil funcionários,
mais de oito vezes o número de trabalhadores mobilizados para a recente
reconstrução do Maracanã.
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• Os Números da Ponte

O engenheiro Bruno Contarini, responsável técnico da obra na época, diz que, eles
cumpriram o prazo, dentre outras coisas, graças à contratação de duas empresas
alemãs, Bade e Wirth, responsáveis pela perfuração das fundações, todas assentadas
na rocha do fundo da baía. Uma das máquinas importadas conseguia perfurar 30
centímetros por hora. Trabalhávamos em ilhas flutuantes com pernas de 60 metros
de altura.

• Instalações provisórias
Segundo Carlos Henrique Siqueira (um dos engenheiros responsáveis pela obra),
para fazer a ponte, foi erguida uma verdadeira cidade na Ilha do Fundão. Era uma
cidade dentro da Guanabara, administrada por uma prefeitura com plenos poderes.
Oferecia alojamento para 2.500 pessoas, cem casas destinadas a feitores, mestres
de obra, encarregados, todas com dois ou três quartos. Na vila, havia ainda 25 casas
destinadas a engenheiros.

Em 1971, o ministro Andreazza se muda para canteiro de obras montado na Ilha do Fundão. O local oferecia alojamento para
2.500 pessoas. Foto: Arquivo/Ag. O Globo
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Os trabalhadores contavam ainda com ambulatório, pronto-socorro, supermercado,


agência bancária, dentista, barbeiro, guarnição do Corpo de Bombeiros, posto de
assistência social, restaurante, destacamento policial, áreas de recreação, uma escola
com cinco salas e 13 linhas de ônibus gratuitas, com destinos de Copacabana a São
João de Meriti.

Cercada de grades de arame, a cidade-canteiro também abrigou técnicos da


Inglaterra (responsáveis pelos trabalhos no vão central), Alemanha e Holanda
(supervisão das ilhas flutuantes), França (vigas de lançamento) e Portugal (concreto
submerso).

Atualmente temos uma imagem mais nítida de instalações provisórias de um canteiro


de obras de uma das expansões da Ponte Rio-Niterói, que é a sua interligação com a
Linha Vermelha. A Interligação Ponte Rio-Niterói e Linha Vermelha: São 2.500 metros
de um viaduto que passa sobre a Rua Carlos Seixas, no Caju. Ele chega à Linha
Vermelha na altura Km 3 da via, ao lado de uma fábrica de concreto às margens da
rodovia, a 1 quilômetro do atual acesso para quem sai da Avenida Brasil.
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Pablo Jacob / Agência O GLOBO

• Desafios para a engenharia da época


A primeira tarefa foi a cravação de tubos no fundo do mar. Concretados, se tornariam
a sustentação da ponte.
“Na construção, foi feita a concretagem submersa. Usamos um cimento especial,
resistente a sulfato, o RS. O homem não constrói sem água, mas a água foi também
o nosso pior inimigo. A Baía de Guanabara não tem onda, mas o ar marinho ataca as
estruturas” – explicou o engenheiro Carlos Henrique Siqueira

• A obra passo a passo


Canteiro
O acidente mais grave ocorreu na etapa inicial das fundações. No dia 24 de março de
1970, engenheiros e operários faziam um teste de carga em uma plataforma flutuante,
que não resistiu ao peso de 2 mil toneladas e afundou, matando oito pessoas, três
delas engenheiros. Em nota, o consórcio construtor apressou-se em garantir que o
acidente com os tubulões não afetaria o ritmo das obras. O teste, cuja finalidade era
medir as reações do terreno, era uma exigência contratual do Ministério dos
Transportes.
Fundação
Escavação - Nas ilhas flutuantes iniciava-se o processo de fundação fincando uma
camisa metálica no fundo do mar. Um tubo de ar comprimido retirava a água do interior
da camisa.
Tubulação - Depois, era introduzido um tubo metálico dentro da camisa, junto com
uma armação de ferro.
Concretagem - O tubo era preenchido de concreto. Com a secagem, a camisa
metálica era retirada e a tubulação estava presa no fundo do mar.
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Preparação da base do pilar - Com a concretagem dos tubos, no mínimo dez para
cada pilar, eram montadas uma laje e as saias de concreto que uniam as tubulações.
Base do pilar - Dentro da estrutura eram montadas ferragens. A caixa era preenchida
de concreto formando a base do pilar.
Pilares
Concretagem - Os pilares eram feitos de concreto com um conjunto de formas
deslizantes. Eram concretados 28 cm de altura por hora.
Apoios - O topo dos pilares era preparado com borracha e aço que servia de apoio
para as aduelas.
Aduelas
Começo da montagem - A aduela de apoio pré-moldada era assentada na base
superior do pilar, com o uso de uma treliça.
Montagem - As outras aduelas eram coladas, uma a uma. A cada 400 m era colada
uma aduela de rótula para formar uma junta de dilatação para suportar as
deformações da ponte.
Vãos centrais
Fim da montagem - A montagem das aduelas avançava na direção do Rio para Niterói
e de Niterói para o Rio, encontrando-se nos três vãos centrais. Nesse trecho, entre os
quatro pilares mais altos, foram usadas estruturas metálicas que vieram da Inglaterra.
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• Etapas da Construção
Operários soldam o interior das camisas metálicas, que foram fincadas no fundo do
mar e servem de base para a Ponte.

A Ponte deveria ter ficado pronta em março de 1971, mas sua construção atrasou em
três anos.

Pilares construídos em Niterói aguardando a montagem das aduelas.


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Treliças ergueram aduelas para montagem de ponte. Quatro delas foram usadas na
construção da Ponte Rio-Niterói.

No acesso de Niterói, pilares, travessias e vigas barrigudas. Até a abertura da ponte,


travessia era feita em barcaças.

Montagem do vão lateral da Ponte Rio-Niterói. Quando inaugurada, era a terceira


maior do mundo, com quase 14 quilômetros de extensão.
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Ilhas flutuantes, montadas no pé dos pilares, foram fundamentais para o


assentamento das bases.

Içamento do vão central da Ponte, que tem 300 metros de comprimento, marcou a
memória da Ponte.

Nos pilares centrais foram instaladas torres de içamento dos vãos. Momento foi um
dos mais delicados da obra.
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Ponte Rio-Niterói ganha asfalto pela primeira vez.

Prova de carga, feita antes da inauguração da ponte, reúne caminhões repletos de


carga.

• A primeira travessia
Três anos após à uma intervenção militar, e mais de cinco após a assinatura do
contrato inicial, Andreazza, ao lado de Guedes, fez a primeira travessia de carro pela
ponte. Era 15 de janeiro de 1974. O carro, um jipe nacional, o Candango, pilotado por
Carlos Vicente da Silva.
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• Inauguração

O então presidente, Emílio Garrastazu Médici, cruza a ponte no Rolls-Royce


presidencial, ao lado do ministro dos Transportes, coronel Mário Andreazza, na
segunda-feira, 4 de março de 1974.
Eles partiram do Rio de Janeiro, seguidos por uma comitiva, e foram recebidos do
outro lado da Baía de Guanabara por uma multidão de dez mil pessoas e centenas de
convidados que participaram da cerimônia de inauguração na capital do estado.
Até então, a principal ligação entre as duas cidades era feita por balsas e barcas.

Referências Bibliográficas
OTÁVIO, Chico et al. Ponte Rio-Niterói. O Globo, 2021. Disponível em:
https://infograficos.oglobo.globo.com/pais/ponte-rio-niteroi.html. Acesso em: 15 de
jun. de 2021.
PONTE Rio-Niterói (1973). Youtube, 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=YL-B3oOuzCo. Acesso em: 15 de jun. 2021.
LUCENA, Felipe. Ponte Rio-Niterói e Linha Vermelha vão se interligar. Diário do Rio,
2021. Disponível em: https://diariodorio.com/ponte-rio-niteroi-e-linha-vermelha-vao-
se-interligar/. Acesso em: 15 de jun. de 2021.
PONTE Rio Niterói. Ebanataw, 2021. Disponível em:
https://www.ebanataw.com.br/trafegando/ponterioniteroi.htm. Acesso em: 15 de jun.
de 2021.
PRESIDENTE Médici inaugura ponte de 13 quilômetros que liga o Rio a Niterói.
Acervo O Globo, 2021. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-
historias/presidente-medici-inaugura-ponte-de-13-quilometros-que-liga-rio-niteroi-
8891929. Acesso em: 15 de jun. de 2021.

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